Quando era pequena havia em minha casa um potinho de barro cuja tampa, ao ser levantada, arrastava um cordel com três macaquinhos agarrados : um com as mãos nos olhos, outro com elas tapando as orelhas e um terceiro com as mãos a tapar a boca. Dizia a minha mãe ( e ouvi repetido por outras pessoas face a pequenas estatuetas com idêntica representação) que devíamos ser como aqueles três macaquinhos : não ver, não ouvir e não falar.
Achava péssima a mensagem e, quando a invocavam, tinha sempre argumentos para contrariar.
Mais tarde, vi esses três macacos em imagens de templos (na Índia, China ou Japão?) mas não procurei para elas significado diferente do que aquele que já tinha.
Só há pouco tempo soube que “ocidentalizamos” a interpretação da forma mais grosseira e simplista. A verdade é que, na sua origem, encerra conceito bem diferente, integrado no caminho definido pelos budistas para chegar à iluminação : “ não ouças mal”, “ não vejas mal”, “não fales mal”. Uma representação simples para uma conduta ética desejável que passa por ter um “pensamento justo”, “ uma acção justa”, “ uma compreensão justa”.
É também uma forma de lembrar que, se os homens não olhassem, não ouvissem e não falassem o mal alheio, teríamos comunidades pacíficas com paz e harmonia.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Pois é, os orientais é que são os grandes sábios e, nós os ocidentais sempre preferimos os discursos castradores!
Boa postagem e que sirva de carapuça a muita gente!!
Abraços
ZIA
Fez bem em esclarecer este caso.
Tb.tinhamos um grupo de 3 macaquinhos na Duque´d'Ávila.
Lentamente,na rebeldia típica de nós três,achámos que ñ era bem assim...:):)
Beijo.
isa.
*
grato,
pela aula,
,
antes macaquinhos,
que macacões que
puluam por aqui ... srsr,
,
conchinhas de estima, deixo,
,
*
Enviar um comentário