quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010


Está quase aí e em cada ANO NOVO, uma nova ESPERANÇA.
ESPERANÇA de que venha ter connosco o que mais desejamos mas também o propósito de conseguirmos fazer mais “isto e aquilo”, de modificar esta ou aquela atitude, de CRESCER, de SABER MAIS, de …

Vou fazer a minha “lista” de propósitos para o novo ano e vou incluir nela coisas diferentes para fazer, coisas iguais que quero manter mas, sobretudo, vou querer viver o melhor possível cada dia, substituindo o “tenho que…” por “ eu escolho …”. E vou não esquecer um sábio conselho :

“ Se de noite chorares pelo Sol, não verás as estrelas” .

BOM ANO NOVO!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Provérbios de gatos


Recebi um presente embrulhado num papel com provérbios de gatos, escritos em texto corrido, em dois padrões repetidos :

“… quando está fora o gato folga o rato, gato miador não é bom caçador, quem não tem gato…caça com o cão, um olho no prato outro no gato, casas livres donos felizes, gato escondido com o rabo de fora, a curiosidade matou o gato, gato escaldado de água fria tem medo, de noite todos os gatos são pardos, …”

Não tendo a loja nada a ver com gatos mas usando o Gato no nome, achei engraçada a ideia para o papel de Natal. E o Amon gostou !!
Por coincidência (!!) o presente é uma grande caixa preta de metal, com tampa supostamente resistente, para conter objectos que o Amon gosta de deitar ao chão - caixa pesada ( supõe-se) para também não ser deslocada. Para uma casa com gatos normais seria para guardar pão …

domingo, 27 de dezembro de 2009

VIVA A VIDA 35

Natal é Esperança – a Esperança que encontrei no canto da Maria Bethânia,
“Tocando em Frente”.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Estive em diferentes filmes

Os diferentes afazeres agendados para umas compritas de última hora levaram-me a fazer várias viagens de metropolitano. Tinha mesmo de ganhar tempo e voar de um extremo ao outro da cidade! Para mais, tenho passe…há que aproveitar. E correu muito bem! Como hoje não levava a habitual leitura das viagens, estava bem atenta ao que se passava à minha volta. Não é uma questão de bisbilhotice. É a inevitabilidade de quem está, nestes dias, sozinha nos cais e nas carruagens, apinhadinhos de gente. Está-se mesmo a ver que, sem eu querer, ouvi tantas conversas de telemóvel, sinais dos tempos e da falta de discrição das pessoas. Por isso eu digo que estive em vários filmes. Ora ouçam só alguns:
- fiquei a saber que a família de uma senhora dondoca vai ter uma ceia de natal à maneira, tudo comprado feito, numa loja de comidas prontas a servir, muito fina, lá para a Lapa, eu até sei qual é mas não digo, nem sequer é muito caro. É o Salvador que vai buscar tudo, quase, quase ao fechar da loja. Como faz muito pouco, paga e transporta, que é para isso que lhe serve o jeep e o pai rico;
- uma consoada bem diferente vai ter a família de uma cabo-verdiana gorducha e bem disposta, vestida de cores garridas, ajoujada de sacos e saquinhos, que ria e contava, ao telefone, a uma prima, tudo o que tinha comprado no mercado para preparar uma cachupa à maneira, para a família inteira. Sem o calor da terra, sem os pais e os outros irmãos, resta-lhe o marido e os sete filhos, poucas prendas mas…uma boa refeição, lá isso vai ter. Eu até fiquei com água na boca;
- um jovem falava, supostamente com um amigo, a quem pedia informações sobre uma loja de lingerie e o que devia comprar para a namorada. Cores, feitios, materiais, sei lá. Mas apercebendo-se de que muita gente o ouvia, voltou-se para a porta e falou mais baixinho, um tanto envergonhado;
- uma jovem questionava a avó, a quem elogiava os gostos literários, sobre o que havia de comprar, novidades, claro, para oferecer aos pais, aos tios, aos futuros sogros.. ela ia anotando tudo, repetindo em voz alta e balouçando ao sabor da cadência da carruagem de metro;
E, para finalizar - eu ouvi outras mas mais banais - aqui fica a que mais me impressionou. Estávamos parados numa estação terminal, cumprindo horário. Entra um senhor, muito agitado, exames médicos na mão, ao telemóvel, disparando recados e mais recados, dizendo que, da parte da tarde seria internado, para um cateterismo, uma coisa urgente e que ia a caminho do emprego, só para arrumar as coisas, desligar o computador e…voltar para o hospital. Num dos telefonemas pedia mesmo à interlocutora que fosse ter com ele, para um almoço ligeiro, tinha medo de morrer e queria vê-la uma última vez. Com a malícia própria das mulheres, entreolhei uma parceira ocasional de viagem e, apesar da aparente gravidade do caso, não pudemos deixar de sorrir. Quando as duas saímos na mesma estação, comentário da minha parceira - “ não devia ser a legítima, pois não?”. Sorri, não respondi, que é que eu sabia daquilo tudo? Subi as escadas a rir a bom rir, menosprezando o sofrimento do pobre homem! Durante a tarde, ainda desejei, no meu íntimo que o senhor se tenha safado desta.
Mais tarde, já numa paragem de autocarro, quando me pude distanciar dos outros passageiros, sem que me fossem impostas conversas que não queria ouvir, dei comigo a pensar que estas modernices dos telefonemas, muito úteis alguns, tão inconvenientes outros, acabam por perturbar a pacata vida de quem, como eu, gosta de passar despercebida por entre a multidão, de gozar da tranquilidade propícia ao desenvolvimento das suas reflexões e que, a cada instante é agredida por estas pedradas verbais.
Quando é que as pessoas se tornam mais cívicas, menos exibicionistas, mais respeitadoras da liberdade alheia?

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A “Escola” Verdes Anos

Pelo Expresso da última semana fiquei a saber da existência de uma escola de 1º ciclo, alternativa ao ensino convencional : a “Casa Verdes Anos”, num espaço alugado no Palácio Marquês de Fronteira, junto ao Parque Florestal de Monsanto.
Foi uma iniciativa de quatro casais, insatisfeitos com as propostas convencionais de ensino e crentes de que o “ensino doméstico” não era a melhor alternativa.
Montaram uma escola com um projecto adequado aos seus ideais : prioridade à educação ambiental mas também à Matemática e ao Português … Aprende-se passeando por Monsanto ( faça chuva ou sol), brinca-se ao ar livre, aprende-se a fazer pão, a tingir lã e a tricotar; estimulam-se as expressões artísticas e actividades como a carpintaria ; faz-se reciclagem e compostagem do lixo, cultiva-se uma horta ; desenvolve-se a responsabilidade , a cooperação e a autonomia ; respeitam-se os ritmos de cada um mas ensina-se a gerir o tempo para perceber que têm de fazer actividades em várias áreas.
A filosofia do projecto “baseia-se na Pedagogia Waldorf, no Movimento da Escola Moderna e numa educação para os valores”. Acredita-se que “é possível trabalhar ao mesmo tempo o lado racional e emocional das crianças”.

São já 80 alunos, 25 dos quais no 1º ciclo que podem começar o dia “ com um bom dia ao Sol, à chuva ou à natureza, aos outros e aos animais “ !!

Como não é um ensino reconhecido pelo Ministério da Educação, os alunos do 4º ano fazem exame na escola oficial onde estão inscritos. Será que depois são capazes de compreender que o mundo escolar é bem diferente do seu nicho de bem estar? E se forem depois menos felizes, não será importante lembrar os anos bons? E não serão esses anos os que nunca mais vão esquecer ,depois de esquecerem tudo o que não lhes interessar?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Solstício de Dezembro de 2009


É hoje, às 17.47 horas UTC ( padrão internacional de tempo) – a verdade é que será para nós com uma pequena diferença, de acordo com a longitude.

Começa o Inverno e a partir de amanhã crescem os dias … Para nós quase só tem este significado não fora aquele outro de faltarem poucos dias para o Natal e ser preciso começar a pensar nos doces, na “ceia”, no almoço … e no embrulho das prendas.
É um tempo de festa ( religiosa e pagã), de solidariedade, de lembranças felizes e infelizes, de reunião, de esperança.

Associar a festa do nascimento de Jesus a esta época do solstício de Inverno ( pode acontecer entre 17 e 25 de Dezembro) foi uma “sábia” decisão do Papa Júlio I que decretou no ano 350 que o nascimento de Jesus se deveria comemorar a 25 de Dezembro – na verdade terá nascido muito antes e não necessariamente no Inverno. Seria uma forma desta comemoração se sobrepor à do “Dia do Nascimento do Sol Inconquistável” que tinha sido decretada pelo Imperador Aureliano no ano 274 e não era mais do que a continuação de uma tradição romana muito anterior ao nascimento de Jesus : as festas em homenagem a Saturno, deus da Agricultura que “permitia o descanso da terra durante o Inverno” ( as “Saturnálias”).

Também os Celtas festejavam o Solstício de Inverno ( a 25 de Dezembro)
com um grande banquete de “despedida”, seguido de 12 dias de festas, até 6 de Janeiro . De “despedida” porque o Inverno trazia longas noites de frio, com pouca comida e fracas rações para o gado e não sabiam se estariam vivos na próxima estação.

Sobre o Solstício de 2012 … vamos vendo os filmes, lendo as profecias. Que o mundo está em grande transformação não temos dúvidas e a verdade é que nessa data, a Terra estará alinhada com o Sol e com o centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Sabe-se que nesse centro existe um buraco negro e há quem diga que o alinhamento levará a uma mudança no campo magnético terrestre maior do que as que periodicamente se têm registado. Podem acontecer mais tempestades, erupções vulcânicas, …

Cá estaremos para ver e façamos como os Celtas : há que viver o Agora em festa porque não sabemos o que virá na próxima “estação” !

domingo, 20 de dezembro de 2009

VIVA A VIDA 34


Com “boas notícias” sobre VIDA :

-Numa expedição nas profundezas do Oceano Árctico, o biólogo Kevin Raskoff e a sua equipa, do Monterey Peninsula College (Califórnia), encontraram uma colorida água-viva – a Crossota norvegica 'jellyfish' de sangue vermelho, segundo avançou a National Geographic.
A criatura marinha foi descoberta por um veículo subaquático que operava a 2600 metros abaixo do nível das águas.
Kevin Raskoff ficou surpreendido pela diversidade de águas-vivas (semelhantes às medusas) nos mares polares. Embora a Crossota norvegica não seja uma nova espécie é bastante rara e há quem lhe chame "alienígena" por isso.

- O biólogo Carlos Afonso do Centro de Ciências do Mar descobriu, entre a Oura e a Praia da Marinha no Algarve,o «Fusinus albacarinoides», uma nova espécie de búzio que possui uma concha castanha-avermelhada, com 20 milímetros de comprimento e oito de diâmetro. A espécie vive agarrada a rochas em profundidades superiores a 14 metros.

- Existe uma espécie de polvo, originário das costas da Indonésia, que é capaz de utilizar ferramentas … É a primeira vez que se regista esta capacidade num ser invertebrado.
O estudo, publicado agora na «Current Biology», explica que o Amphioctopus marginatus consegue usar cascas de coco como uma armadura portátil.
Por um mero acaso, os investigadores observaram um desses animais a estender os tentáculos para pegar em oito cascas de coco. Depois, o polvo percorreu com elas mais de 20 metros e usou-as como abrigo para se defender dos predadores. Os investigadores afirmam que este comportamento é bastante complexo, pois o polvo, ao contrário de alguns crustáceos que utilizam carapaças de outros animais para se esconderem, recolhe as ferramentas e transporta-as para as utilizar posteriormente, quando for necessário.
Deixamos um vídeo desse inteligente polvo, divulgado pela “Ciência Hoje”

sábado, 19 de dezembro de 2009

Ovos verdes e protecção ambiental !!


Não é receita de Natal mas andava esquecida dela até que há dias comi ovos verdes. Lembrei-me daqueles que a minha mãe fazia … ( e dos seus pastéis de bacalhau também). E resolvi fazer ovos verdes tentando lembrar a sua receita – diferente de outras que tenho visto.
Aí vai, com as porções que usei :

7 ovos ( devem escolher-se ovos frescos para que as gemas não estejam muito descentradas)
Miolo de 3 pãezinhos ( do tamanho das “carcaças” )
Salsa picada ( bastante e fresca, para justificar o nome)
Vinagre
Caldo de galinha ( também se pode usar leite)

Cozem-se os ovos durante 10 minutos. Deixam-se arrefecer e cortam-se no sentido do eixo maior. Com cuidado, retiram-se as gemas para uma tigela.
Enquanto os ovos cozem põe-se o miolo do pão a demolhar no caldo ou no leite ( aproveitei caldo de cozer frango mas a minha mãe fazia com um cubo de caldo ). Espreme-se bem num passador para sair o excesso de líquido.
Esmagam-se as gemas, junta-se o pão e a salsa , um pouco de vinagre e sal.
Enchem-se as metades de claras reconstituindo “mais ou menos” o ovo, passa-se por farinha, ovo batido e pão ralado. ( a minha mãe não passava por pão ralado). Fritam-se. ( e convém depois não deixar tombar a travessa para que fiquem direitinhos e não meios amassados como aconteceu aos meus …)

Eu usei para o jantar leve cá de casa ( e desta vez das vizinhas que também recordam os ovos da minha mãe), mas, com almôndegas de espinafres e um arroz de feijão podem servir um almoço vegetariano.

Ser vegetariano uma vez por semana foi uma campanha lançada há tempo para prevenir o aquecimento global !!
É verdade : estudos recentes da ONU e FAO demonstram que a alimentação humana é uma das maiores formas de poluição ambiental, sobretudo a criação de gado e que, se reduzirmos o consumo de carne em 30%, contribuímos para uma redução considerável das emissões de gases !! (nunca me tinha lembrado de associar a criação de gado à produção de excrementos e gases com efeito de estufa - 37% das emissões de metano , 65% de oxido nitroso para além do dióxido de carbono ).
E há ainda as doenças provocadas pelo consumo de carne ( são as “vacas loucas”, a BSE, as doenças das aves, dos porcos, das ovelhas, …). E são as gorduras saturadas da carne ( sobretudo a vermelha e dos derivados ( salsichas, enchidos,…) – muitos alertas para justificar refeições vegetarianas !!!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O Calendário do Advento

De acordo com a tradição alemã, o Calendário do Advento correspondia à contagem regressiva para o dia da vigília do Natal, desde o primeiro dia de Dezembro até ao dia 24. Essa contagem podia ser feita através de riscos de giz na porta das casas, de velas acesas ou mesmo de santinhos, pendurados nas paredes, a cada dia.
O primeiro calendário manufacturado, conhecido, data de 1851 e o primeiro calendário impresso é de 1908. Esta prática desapareceu durante a Segunda Guerra mundial, aparentemente para poupar papel, tendo reaparecido, já com um cariz comercial, em Estugarda, pela mão de Richard Sellmer. Habitualmente, os Calendários têm vinte e quatro janelas, numeradas de 1 a 24. Cada compartimento pode conter um santo, uma mensagem, guloseimas ou outras prendinhas. São habitualmente direccionados às crianças que esperam ansiosamente a chegada do Natal. Podem ter a forma de casas com janelas, de armários com gavetas, de saquinhos ou o que a inspiração ditar. Até já existem calendários do Advento, electrónicos.
Este ano, na preparação dos festejos de Natal, decidi recordar alguns hábitos da nossa infância. Lembrei os Calendários que sempre vi uma das minhas irmãs preparar para as filhas, hábito que ainda hoje mantém, e tive uma ideia. Organizar dois Calendários do Advento, um para a minha vizinha, a minha mestra das artes visuais, e o outro para a minha professoressa, a residir de novo em Veneza.
Pensei, deitei mãos à obra e resultou uma coisa engraçada.
Para a vizinha, que nunca tinha tido um Calendário do Advento, encontrei uma cordinha, com 24 molas, às quais prendi frases inspiradas e inspiradoras, de autores conhecidos e juntei prendinhas, uma para cada dia e… temo-nos divertido, com a surpresa e com a descoberta diária.
Para a professoressa, organizei 24 mails, com imagens, pensamentos, receitas, poemas, canções, vídeos do Youtube e dei-lhe a conhecer um pouco mais das nossas coisas e dos nossos hábitos natalícios. Como está a atravessar, física e psicologicamente, uma fase difícil, tem sido, como ela diz, uma companhia e um pouco de colinho.
Nos dois casos, para mim, tem sido uma forma de provar a minha amizade, a minha ternura e gratidão, já que as duas me ajudaram tanto, o ano passado, quando também eu precisei.
Afinal, o Natal é mesmo um estado de espírito, um tempo de dar, de retribuir, de viver a partilha.
Quem sabe se, para o ano, não farei Calendário do Advento para outros destinatários. Está tudo no começar!

Nota: Imagens da Internet

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Óscar Niemeyer


No dia 15 de Dezembro, Óscar Niemeyer fez 102 anos. É considerado um dos mais importantes arquitectos do séc. XX.
Comemorou o seu aniversário de forma discreta – “namora a esposa, fuma a sua cigarrilha e toma o seu vinho, sem problemas”, diz uma das netas. E ele afirma “ não quero ir embora. A vida ainda me atrai. Vivo um momento de esperança apesar da idade”. Não se deslumbra com a sua longevidade e tenta ser humilde com a sua obra – “ apenas procurei ser útil”.
No livro “Óscar Niemeyer”, publicado há um ano ( nos seus 101 anos), pode ler-se :
“Segundo se ouve e se lê, Oscar Niemeyer é o mais importante criador brasileiro vivo, reconhecido em todo o mundo; o único brasileiro que será lembrado no século 30; o arquitecto que realizou o maior número de importantes projectos construídos na história da humanidade. Afora estas tiradas mediáticas, mas que não deixam de ter sua dose de verdade, Niemeyer transformou em coisa corriqueira o facto de projectar obras importantes. Com soluções totalmente inesperadas, propostas estruturais fora de qualquer compêndio e uso de materiais simples, ele cria espaços comoventemente democráticos. Niemeyer praticamente banalizou o significado de "obra importante de arquitectura", pois quase anualmente produz (e vê construída) uma delas que, para qualquer arquitecto, seria o "projecto da vida".
Em inúmeras ocasiões, abriu mão de receber honorários, por motivos éticos ou se as amizades falassem mais alto. Apesar de sua produção monumental, sempre teve vida comedida e trabalha até hoje para viver. Jamais deixou de ter posições políticas claras. Militante convicto do Partido Comunista, só nos últimos tempos abandonou a posição partidária, sem que isso amenizasse seu protesto contra a desigualdade social existente no mundo … “
Em tempo escreveu para caracterizar a sua obra :
“ Não é o ângulo recto que me atrai nem a
linha recta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

S. Bonifácio, a Árvore de Natal e o fanatismo religioso

Parece uma mistura pouco oportuna mas vem a propósito do último filme que vi : “Ágora” - de como o fanatismo religioso dos cristãos contribuiu para a queda do Império Romano, para a expulsão dos romanos e judeus de Alexandria e para a destruição de muito Conhecimento acumulado e de outro em construção … Claro que o mesmo se passou recentemente com a destruição dos Budas de Bamyan , com o saque a museus do Iraque e com as limitações ao desenvolvimento científico de comunidades impregnadas de fanatismo religioso.

E porquê S.Bonifácio e a Árvore de Natal?

Conta-se que era monge, natural de Inglaterra e que emigrou para a Alemanha por onde espalhou a sua crença, “fundou mosteiros e criou dioceses” ( 880 d.C), sobretudo na região da Turíngia. Em Hessen terá ordenado o derrube de um grande carvalho a que “os pagãos” prestavam culto por acreditarem que ali morava o deus Odin ( deus celta, adorado pelos druidas e muitos povos germânicos) . Muitos “pagãos” assistiram ao derrube da árvore na esperança de que o seu deus ofendido se vingaria de S. Bonifácio. Nada aconteceu a não ser umas quantas conversões ao catolicismo … ( com os romanos “pagãos” daquele filme também!).
Sobre o local da árvore derrubada foi erigida uma Igreja dedicada a S.Pedro mas o culto da “árvore” cresceu … e o mesmo S.Bonifácio terá começado a usar a forma simbólica do abeto ( de perfil triangular), como representação da Santíssima Trindade e até impôs o costume de se oferecer uma árvore ao Deus-Menino ! Tentou integrar o culto da árvore mas substituiu o carvalho pelo abeto … Com uma razão : sendo de folha perene simbolizava a vida eterna, “ um dom de Jesus ressuscitado” e a cor verde das folhas seria um sinal de esperança.
Claro que o poder muda de mãos e S.Bonifácio foi mais tarde martirizado e decapitado pelos “pagãos”…

( porque será que nunca nos lembramos disso ?!!)

Já era tradição dos povos habitantes da Escandinávia e de outras regiões do actual Reino Unido e Alemanha, adorarem seres incorporados em árvores e quando por fé ou conveniência se tornaram cristãos, integraram árvores de folha perene ( pinheiros, ciprestes, abetos) nos rituais cristãos – seguindo prudentemente o exemplo do Santo …

Sabe-se que os Vikings consideravam o pinheiro um símbolo do fim do Inverno e início da Primavera, que os druidas da antiga Inglaterra e França decoravam árvores com frutas e velas para honrar os deuses das colheitas, que os romanos decoravam pinheiros com máscaras de Baco durante o festival em honra de Saturno, deus da agricultura (no fim de Dezembro) e usavam o azevinho como símbolo de paz e fertilidade ; também os egípcios traziam para casa ramos verdes de palmeira no dia mais curto do ano ( solstício de Inverno), como símbolo de triunfo da vida sobre a morte.
Diz outra lenda que se deve a Martinho Lutero( 1483-1546) a iluminação das árvores de Natal … ao caminhar por uma floresta à noite teve a ilusão de ver as árvores cobertas de neve brilhar com as estrelas do céu e de ver, no topo de uma delas, uma grande estrela. Cortou um pinheiro, levou-o para casa e colocou velas nos ramos.

O costume popularizou-se na Alemanha onde as famílias, no Natal, decoravam árvores com frutos, doces e flores de papel vermelhas e brancas ( as vermelhas representavam o conhecimento e as brancas a inocência).

No início do século XVII a tradição chegou à Grã-Bretanha mas só se consolidou depois da publicação de imagens da rainha Vitória, do príncipe Alberto e filhos junto a uma árvore de Natal que teria sido decorada pelo príncipe com frutos, velas e gengibre ( 1846).
Para os Estados Unidos foi levada pelos soldados alemães que combateram na guerra da independência e em 1856 há imagens da Casa Branca enfeitada com uma Árvore de Natal.

Em Portugal, sem grandes tradições pagãs, a árvore de Natal chegou muito mais tarde. Nos anos 50 ( do século passado!) ainda era mal vista nas cidades e no campo era quase totalmente ignorada. Depois … é o que já sabemos.

Sobre a Árvore de Natal e os seus enfeites há ainda interpretações cabalísticas interessantes mas fica para outra vez porque vou primeiro ver se aprendo …



domingo, 13 de dezembro de 2009

VIVA A VIDA 33

Numa semana em que decorreu a Conferência de Copenhague deixamos uma pequena nota sobre GAIA, a mãe-Terra de natureza forte que se autoregenera num contínuo que, apesar disso, não dispensa a nossa protecção e cuidado.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Dêem-lhes Cultura!


Hoje tinha encontro marcado com uma amiga, na Gulbenkian, mais precisamente no hall do Museu. Cheguei um pouco mais cedo, ela teve um pequeno atraso. Aproveitei o tempo de espera para ir até à loja do Museu, ver a habitual feira de livros com algumas boas oportunidades e fazer umas compritas na loja, onde sempre se encontra qualquer coisa original ou de bom gosto.
Depois, de volta ao hall, sentei-me e, enquanto esperava, vi chegar dois grupos de alunos com as respectivas professoras, para visitas guiadas. Um grupo grande, de jovens de 16/17 anos e outro, relativamente pequeno, de miúdos pequeninos de 5/6 anos. De imediato, me pus a observá-los com o olhar de quem ainda tem bem presente saídas daquelas com alunos.
De um lado, tinha os adolescentes, ensonados, mal-dispostos, pendurados nas mensagens de telemóvel ou fazendo poses tontas para mais tarde recordar que, à chamada das professoras, resmungaram, levantaram-se muito a custo e lá foram arrastando calças, blusões e bonés à banda. Do outro, os miúdos de bibe, olhos postos na professora e na monitora do Museu, seguiam as indicações com imensa atenção, risos alegres e saudáveis e algumas perguntas engraçadas. E lá partiram todos, à descoberta das riquezas do museu.
Entretanto, eu pensava em como é gratificante encontrar aulas ao vivo, porque é disso que se trata quando se levam alunos a ver obras de arte, nos nossos museus, coisa comum lá fora, noutros países…
Pouco depois, para meu espanto veio um, depois outro, mais dois, três, quatro e mais dos jovens alunos com a mesma postura de tédio. De novo as mensagens e as fotos nos telemóveis. Agora, já só falavam das pizzas, do MacDonald´s, do Colombo, enfim, tinham abandonado ou teriam sido convidados a sair do interior do museu, não sei. Não eram propriamente mal-educados nem sequer barulhentos mas a falta de respeito pela arte e pelo trabalho e empenho de quem os acompanhava chocou-me imenso. E lá me pus a recordar os tempos em que, como aluna, primeiro, como professora, mais tarde, eu ia a visitas de estudo, sempre com imenso entusiasmo e das quais sempre vinha mais rica e com tanto para contar!
Chegada a minha amiga, também eu saí do hall e afastei-me daquele quadro e daqueles pensamentos. No meu caminho, acabei por encontrar o outro grupo, o dos miúdos, que, acabada a visita, todos muito juntinhos, respondiam com muita propriedade à monitora que queria saber de que é que tinham gostado mais, se queriam voltar, se iam fazer trabalhos sobre a visita, se queriam trazer os pais ao museu. Uma delícia! Nem davam pela nossa presença, tal a concentração.
Mais tarde, no caminho de regresso a casa, voltei a pensar em tudo o que tinha presenciado na Gulbenkian e cheguei, mais uma vez, à seguinte conclusão – é urgente, muito urgente mesmo que se tempere a tendência para o uso e abuso das novas tecnologias com muita arte, muita leitura, muita pintura e escultura. É urgente que se ensine a ver e a saber ver e apreciar as obras de arte, essas que não morrem, que não são para usar, gozar e deitar fora. É urgente que se invista nos pequenos, pequeninos. Nesses ainda vale a pena investir.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dia de S. Nicolau

Ontem, 6 de Dezembro, foi Dia de S. Nicolau, e, em muitos países é o dia do Pai Natal sobretudo para as crianças. Os presentes tradicionais são de chocolate e há festa e muitos outros doces.
S. Nicolau nasceu em Patras, na Grécia. Quando os pais morreram doou todos os seus bens e optou pela vida religiosa. Foi ordenado sacerdote com 19 anos e tornou-se bispo de Myra, na Lícia , sudoeste da Ásia Menor ( hoje Demre, Turquia) onde morreu no ano 350 d.C. Ficou conhecido pela sua imensa generosidade e há sobre ele muitas lendas. Numa delas conta-se que terá deitado por três vezes, um saco de moedas de ouro pela chaminé da casa de três irmãs, filhas de um homem muito pobre que tinha decidido vendê-las conforme fossem atingindo a idade adulta. Com esse gesto permitiu que tivesse dote para o casamento. Por isso, um dos símbolos associados a S. Nicolau são três bolas de ouro.
Para as crianças é o Pai Natal dos presentes mas para os adultos tem sido visto como um salvador e protector contra os perigos do mar – em muitas cidades costeiras há igrejas com o seu nome ( em Inglaterra mais de 400, em Itália mais de 60). É padroeiro da Rússia, da Grécia, dos marinheiros e das crianças.
S.Nicolau era alto, magro, vestia uma espécie de batina branca e usava mitra – hábito comum aos bispos da época. Ao longo de muitos séculos virou gorducho e baixote, às vezes mesmo um duende … A transformação deu-se nos Estados Unidos para onde a tradição foi levada no séc.17 pelos holandeses. Em 1809 o escritor Washington Irving escreveu um livro sobre S. Nicolau e “ transformou-o num personagem bonacheirão e bondoso que montava um cavalo voador e deitava presentes pelas chaminés” .
Depois, em 1822, Clement Clark More escreveu um poema intitulado “Um relato da visita de S.Nicolau” dedicado às suas filhas, na véspera do Natal. More deixa no poema a imagem de um S.Nicolau velhinho, de barba branca que se transportava num trenó puxado por renas ( transporte muito usado na época, na Escandinávia). Como era ministro episcopal hesitou em publicar o poema por achar que dava uma imagem frívola do santo. Mas acabou por ser divulgado por um dos filhos e publicado num jornal de Nova Iorque em 1823. Continuou a ser publicado sem menção do autor até que, em 1844, More reclamou a autoria.
Mais tarde, em 1866, Thomas Nast fez um primeiro desenho ( seguido de muitos outros) que retrata o Pai Natal quase como hoje o conhecemos e publica-o num semanário, o “Harper’s Weekly”, no suplemento do Natal. Também faz desenhos da “oficina do Pólo Norte “ dos “ajudantes do Pai Natal” e da sua esposa, a “Mãe Natal”… Mas não era necessariamente a vermelho e branco. Era vestido com grande variedade de cores e até a fumar um cachimbo de barro ou a beber vinho!
Nos anos 30 a Coca-Cola contratou o artista Haddon Sundblom para compor a imagem de um Pai Natal com uma garrafa de refrigerante e Sundblom inspirou-se em Thomas Nast , escolheu o vermelho e branco e … fez o seu auto-retrato, diz-se.
Daí aos Pais Natais a distribuir presentes por todo o lado, foram poucos passos!
Esta apropriação abusiva de S.Nicolau tem vindo a ser combatida e, desde 1997, existe um movimento organizado pelo padre Eckhard Bieger que tenta evitar a confusão entre o santo patrono das crianças e distribuidor de presentes e o Natal , nascimento de Jesus. É por isso que a tradição de distribuir presentes no dia 6 prevalece em algumas comunidades, dissociando esse gesto das comemorações do Natal. Acontece na Bélgica, Alemanha, França, Áustria, Suiça, … e … em Guimarães (as “Festas Nicolinas” são festas de estudantes, celebradas em honra de
São Nicolau de Mira)
Mais comum tem sido associar S.Nicolau ao “Menino Jesus” e ser a 25 de Dezembro o momento de festejar um nascimento com oferta de presentes – apesar de, desde 1969, o Papa Paulo VI ter ordenado que a festa de S.Nicolau devia ser retirada do Calendário Oficial Católico Romano.
Fazer de S.Nicolau e oferecer presentes em nome do “Menino Jesus” ou para comemorar o seu nascimento é bonito e eu gosto .
( fotografias tiradas da Internet, do Santo, de Thomas Nast e de Sundblom)

domingo, 6 de dezembro de 2009

VIVA A VIDA 32


Já que “passámos a semana” na Madeira, deixamos hoje um sinal de VIDA das ilhas Selvagens – um pequeno arquipélago que pertence à Região Autónoma da Madeira e são uma Reserva Natural desde 1971.
As Selvagens são constituídas por duas ilhas principais e várias ilhotas, que, tal como quase todas as ilhas da
Macaronésia, têm origem vulcânica.
A Selvagem Grande tem apenas dois habitantes permanentes e na Selvagem Pequena há dois guardas que são periodicamente substituídos.
VIDA animal nas Selvagens é para as aves

De todas as espécies que aí nidificam o destaque vai para a numerosa colónia de Cagarras (cerca de 13600 casais). Mas há outras espécies como o Calcamar, a Alma Negra,o Pintainho e o raríssimo Garajau Rosado. ( as fotografias seguem esta ordem, precedidas pelas cangarras)

sábado, 5 de dezembro de 2009

A nossa comunidade


Para mim, a ideia de comunidade era campestre : um espaço rural, várias casinhas, horta comum … Era … porque agora é urbana : um prédio, vários andares habitados por pessoas que se inter ajudam, que vivem as alegrias e tristezas de cada uma, que fazem às vezes projectos em comum, que comemoram tudo e mais alguma coisa mas que vivem com a independência necessária à salvaguarda da intimidade e liberdade de cada núcleo familiar.
Foi bom o “valor acrescentado” trazido a esta comunidade pela nossa amiga madeirense : escritora, poeta, pintora … animada!!
Num jeito de BOAS VINDAS, deixo um pequeno poema citado numa compilação feita em sua homenagem (no Funchal) :

“ … não há palavra
que defina o mundo
há só os sons especiais do amor
activo e manso
quieto e vagabundo
e que só por ser nosso
é o melhor”

( Irene Lucília Andrade, em “Estrada de Um Dia Só”, Lisboa, Átrio, 1995)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O NATAL É UM ESTADO DE ESPIRITO


Aí está o mês de Dezembro, com um pouco mais de frio, com bastante chuva e vento e já com um cheirinho a Natal espalhado por todo o lado. Ontem, cá no nosso prédio, houve festa, festa rija, para celebrar como deve ser a entrada da quadra natalícia. A nossa vizinha madeirense, a passar pela primeira vez estas festas no continente, lançou o seguinte convite – no dia um de Dezembro, pelas dezoito e trinta, quero que apareçam lá em casa. Até lá, se me quiserem ver, batam à porta, apareço-vos mas nada de entrar. MISTÉRIO!!
E nós fomo-la vendo na rua, nas escadas, no elevador… e que bem que ela já se aventura por estas paragens! Conhece todos cantos, os fornecedores, vai e vem ao Corte Inglês num ápice, descobre os produtos típicos da Madeira no “Sá” e sente-se em casa, o que nos tem dado muita alegria.
Depois de bastante expectativa, chegou o dia 1 e lá fomos, as outras vizinhas, cheias de curiosidade, bater à porta do primeiro andar, ansiosas pela inauguração natalícia. E estava lá tudo!!
A anfitriã, com um gorro de Pai Natal, uma gravata alusiva à época, umas barbas, um bigode embranquecido e os óculos na ponta do nariz como convém, recebeu-nos com uns versos alusivos à quadra e uns belíssimos cantos de Natal.
Na janela principal, um vitral e um Anjo de braços abertos, pronto a receber-nos no calor da Amizade, muito bem iluminado por um foco, providencialmente colocado. Na esquina da sala, uma vistosa e elegante árvore de Natal, este ano com bolas douradas e lilases, para estar na moda. Aos pés da árvore, o presépio, as velas acesas e uns pacotinhos de presentes. Aqui e ali, nas paredes mais uns enfeites de Natal.
Depois, para espanto máximo, era a mesa cheia de coisas óptimas, doces e salgadas, em que não faltavam o vinho madeira e o bolo de mel, que a nossa amiga ajudou a bater e a enformar e que é muito, mas muito superior aos de compra. Fizemos, está bem de ver, barulho por um batalhão, rimos, conversámos, comemos, cantámos e recordámos hábitos e tradições de natais passados!
Mais tarde, a Goiaba foi buscar o Amon e lá conseguimos, a muito custo, enfiar-lhe o barrete do Pai Natal, como prova a foto. Tanta judiaria se faz ao pobre bichano!! Mas ele tem de se habituar que, para conviver connosco, tem de partilhar de todas as nossas loucuras. E é bem verdade, na casa da minha familia, de origem madeirense pelo lado paterno, começava-se a festejar o Natal neste mesmo dia, com a pintura do papel cenário com pinceladas largas de vieuxchaîne, com a montagem da estrutura do presépio e da sementeira das searinhas que, passadas duas semanas, germinavam e iam alegrar a lapinha, montada na marquise da nossa casa de jantar, para alegria de grandes e pequenos.
É bom termos a nossa amiga madeirense connosco para nos fazer reviver tudo isto e para nos levar a começar mais cedo, este ano, todas estas festividades. Afinal, o Natal é um estado de espírito e requer tempo e espaço para ser bem vivido

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Floresta Laurissilva

Ouvi há pouco que a 23 de Novembro se comemora o Dia da Floresta Autóctone. Lembrei-me da “floresta laurissilva” e de falar dela – também porque a nossa amiga e vizinha madeirense veio passar aqui o Natal e queremos agradecer-lhe a companhia inesperada.

Trata-se de uma floresta com características subtropicais, húmida, cuja origem remonta ao Terciário onde chegou a ocupar vastas extensões do Sul da Europa e da bacia do Mediterrâneo. As últimas glaciações levaram ao seu desaparecimento no continente europeu, sobrevivendo apenas nos arquipélagos atlânticos dos Açores, da Madeira , das Canárias e Cabo Verde ( a Macaronésia). É na ilha da Madeira que tem expressão significativa : ocupa 20% do total da ilha, nas encostas viradas a Norte, integrando o Parque Natural da Madeira – desde 1999 é Património Natural da Unesco.
A floresta Laurissilva apresenta um aspecto sempre verde ao longo de todo o ano, dado que a quase totalidade das árvores e dos arbustos que a compõem, nunca perdem a folha. Entre as árvores encontram-se o Til, o Vinhático, o Loureiro e o Barbusano, todas da família das Lauráceas. Mas a floresta integra outras plantas endémicas, arbustos e herbáceas, líquenes e fetos. A floresta cria condições ideais de condensação que alimentam pequenos cursos de água, essenciais para irrigação de campos agrícolas, abastecimento de água a centros urbanos e até para produção de energia hidroeléctrica - as “levadas” são também bilhete postal da ilha.
A floresta constitui-se num ecossistema rico não só na flora mas também na fauna. É o caso do Tentilhão da Madeira e vários moluscos e insectos endémicos.
“Laurissilva”, um nome que soa tão bem, deriva do
latim Laurus (loureiro, lauráceas) e Silva (floresta, bosque).
Procurámos um vídeo sobre a floresta e só este, sobre as “levadas” nos pareceu interessante.

domingo, 29 de novembro de 2009

VIVA A VIDA 31

Hoje vamos homenagear as suricatas.
Terão resultado do cruzamento de cangurus com coalas e têm o seu habitat natural na África do Sul, na Namíbia e em Angola . Têm até 50 cm de comprimento e até 1kg de peso. Têm uma organização social complexa e uma linguagem própria para comunicar entre si. Ensinam activamente as suas crias a caçar “ com um método semelhante à capacidade humana para ensinar” ( wikipédia). De dia caçam, de noite abrigam-se no subsolo, num complexo sistema de túneis. Comem insectos, pequenos vertebrados, ovos e matéria vegetal – adoram escorpiões e são imunes ao seu veneno. E são comidas por águias e outros predadores. É a VIDA.
São uma gracinha as suricatas !! Vejam.

sábado, 28 de novembro de 2009

Campeonato Africano de Futebol


Sei pouco de futebol e não tenho interesse suficiente que justifique saber mais.
Mas “tropecei” num artigo sobre o Campeonato Africano de Futebol ( CAN 2010), cuja 27ª edição se realiza em Janeiro próximo, em Angola. Angola, sim, interessa-me muito.
Lá como cá, não se pouparam esforços para construir novos estádios – desejo que sejam todos, no futuro, mais e melhor rentabilizados.
Aí estão eles, nas cidades onde vão decorrer os jogos : Luanda, Cabinda ( para afirmar a integração plena no estado angolano?...), Lubango e Benguela. Foram inaugurados a 11 de Novembro, data do 34º aniversário da independência. Parecem bonitos e, como não podia ( quase) deixar de ser, as construtoras são empresas chinesas …
Lá como cá, o CAN 2010 foi uma boa ocasião para se realizarem infra-estruturas importantes para o desenvolvimento do país : construção de hotéis, investimentos no campo das tecnologias de informação e telecomunicações, reconstrução de caminhos de ferro e estradas …

Todo este desenvolvimento não deve ser alheio ao facto de construtores civis, governantes, quadros técnicos superiores e outros profissionais que circulam facilmente entre Angola e Portugal, serem os principais clientes das lojas de marca portuguesas. Tudo bem mas … e os “meninos da rua”? E a pobreza da maior parte da população sobretudo da população rural? E o monopólio económico da família do Presidente? Deixem p’ra lá , é demagogia barata …
E o povo, mesmo o mais pobre, vai alegrar-se com o futebol, se calhar vai ser até um bocadinho mais feliz .

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

“Ficar a ver navios”


Foi a “ver navios” que ficou Junot quando viu ao longe o conjunto dos 16 navios que transportavam a Família Real portuguesa e acompanhantes para o Brasil ( e a frota inglesa que os protegia). Terá sido há 202 anos, no dia 29 de Novembro, dois dias depois de esperarem a bordo por bons ventos e boa maré. Zarparam mesmo à justa os portugueses, “ficaram a ver navios” os franceses!
O embarque, no dia 27 de Novembro, foi feito no meio da maior confusão e desorganização – navios em mau estado, bagagens a monte e á mercê de qualquer um, subornos para transporte, negligência, oportunismo … Perderam-se tesouros valiosos e irrecuperáveis, sobretudo parte da Biblioteca Real da Ajuda que ficou no cais para que um nobre pudesse embarcar todos os seus caixotes ( seguiu para o Brasil 3 anos depois).
A fuga já estaria acordada desde meados de Outubro e os franceses terão sido enganados por boatos que circularam sobre uma suposta proibição de entrada de navios ingleses no Tejo - sem escolta nunca a Corte chegaria ao Brasil. A escolta custou pesadas contrapartidas …

A propósito da ida da Corte portuguesa para o Brasil e da sua vida por lá, é muito interessante o livro de Laurentino Gomes, “ 1808” .
Anotei, quando o li, um dito carioca muito oportuno sobre a aplicação da justiça na época:
“ Quem furta pouco é ladrão
Quem furta muito é barão
Quem mais furta e esconde
Passa de barão a visconde “ !!!

E 200 e tal anos depois?!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A minha amiga artista


Hoje resolvi fazer uma redacção sobre a “minha amiga artista” porque estive a admirar, com muita atenção, um dos seus quadros. É verdade que há vários cá em casa mas este fica no caminho para umas caixas que eu cobiço e desejo deitar ao chão. Também quis ver como se pendurava para tentar tirá-lo da parede e vê-lo no chão, mais ao meu nível … Não me deixaram!
Esta minha amiga vem ver-me todos os dias de manhã e eu visito-a quando me levam. Tem um “jardim de Inverno” que é o único a que tenho direito e onde há sempre um vasinho com a minha erva fresca ( claro que em casa tenho outro). Ensina-me posições de suricata ( para não ter de voltar a ouvir a “minha dona” dizer que quer ser madrinha de um desses bichos), fazemos guerras em que eu mordo muito ( eu bem sei que ela cobre a mão com as mangas mas disfarço) e recebo muitas festinhas. Acompanha-me quase todos os dias no meu passeio nocturno para deixar lixo no lixo e brincamos até julgarem que me enganam e é por isso que entro no elevador…
Em casa dela há imensas coisas para ver e cheirar : frascos com pincéis e pedrinhas, gavetas mesmo boas para eu abrir, objectos de todos os tamanhos que me deixam de água na boca para os deitar ao chão, pilhas de caixas e papéis que queria desmoronar, abrigos para me esconder e … um fogão para onde me deixam saltar!
A minha amiga do 5º esquerdo é uma bênção para a minha “dona” : arranja TV e vídeos quando se “estragam” , compra comandos quando os fazemos desaparecer, põe o computador e a Internet a funcionar, … enfim … “põe num canto” os engenheiros que andam por aí sem mudar uma lâmpada!
E acabei a redacção. Muitas festinhas à minha amiga e peço desculpa pelos arranhões com sangue que às vezes faço.

domingo, 22 de novembro de 2009

VIVA A VIDA 30

Mulher do Ano nos Emirados Árabes Unidos é portuguesa

Maria da Conceição, assistente de bordo da Emirate Airlines, acaba de ser nomeada mulher do ano, pelo seu projecto de solidariedade social no Bangladesh. Depois de uma escala de 24 horas em Daca, chocada com a miséria que aí encontrou, criou em 2005 o Dhaka Project, como objectivo de tirar da pobreza centenas de crianças de um subúrbio da capital do Bangladesh.

Segundo ela própria disse, o mais importante desta distinção é a visibilidade que, a partir de agora, consegue dar à sua acção humanitária, tendo já conseguido que muitas personalidades influentes e com dinheiro se tenham oferecido para patrocinar algumas das suas acções. Graças ao projecto de Daca, as crianças vão à escola, recebem livros, uniformes, duas refeições diárias e cuidados de saúde, incluindo vacinas – um oásis num deserto de esperança.
Recentemente, lançou-se numa nova aventura. Considerando que a educação é a base de todo o desenvolvimento, Maria da Conceição criou uma nova e muito inovadora actividade – ajudadas por dois professores, as crianças, mediante a quantia simbólica de cinco euros/ mês ensinam os pais a falar inglês.
Aqui fica um vídeo em que está patente o trabalho por ela desenvolvido nesta comunidade.





sábado, 21 de novembro de 2009

Um conto sufi

No livro “ amor em minúsculas” o autor recorda um conto sufi do mullá Nasrudin que viveu na Anatólia no século XIV, escreveu histórias divertidas e sábias onde ele mesmo era personagem. Foram histórias que integraram a chamada Tradição Sufi ou Sufismo, uma seita mais de sabedoria da vida do que religiosa onde o humor é uma nota importante.

“Nasrudin chega a uma pequena vila onde toda a gente o confunde com um grande sábio. Para não decepcionar a multidão que se tinha reunido na praça, abre as mãos e diz-lhes :
- Suponho que estais aqui porque já sabeis o que tenho para vos dizer
E as pessoas respondem:
- Não! O que tens para nos dizer? Não sabemos. Diz-nos
E Nasrudin respondeu :
Se viestes até aqui sem saber o que tenho para vos dizer, é porque não estais preparados para ouvir.
Dito isto, levanta-se e vai-se embora. O auditório fica assombrado com aquela saída. Estão quase a tomá-lo por louco quando alguém exclama :
- Que inteligente! Tem toda a razão! Como é que nos atrevemos a vir até aqui sem saber o que vimos ouvir? Que estúpidos! Perdemos uma oportunidade maravilhosa.
Que iluminação, que sabedoria! Vamos pedir a esse homem que dê uma segunda palestra.
Uns quantos habitantes partem à sua procura e rogam-lhe que regresse, alegando que o seu conhecimento é demasiado vasto para uma só conferência. Depois de muito insistirem, Nasrudin regressa à vila. Na praça, concentra-se o dobro do número de pessoas que tinham estado na primeira palestra. Volta a dizer-lhes :
- Suponho que sabeis o que vim dizer-vos.
Com a lição aprendida, um porta-voz do público responde:
- É claro que sabemos. Por isso é que viemos.
Ao ouvir isto, Nasrudin baixa a cabeça e diz:
- Bom, se já sabeis ao que vim, não vejo necessidade de o repetir
De seguida, abandona a praça e vai-se embora. O público fica estupefacto e um fanático começa a gritar :
- Brilhante! Maravilhoso! Queremos ouvir mais! Queremos que este homem nos dê mais sabedoria!
Uma delegação de notáveis vai a correr buscá-lo e pede-lhe de joelhos que dê uma terceira e última palestra. Nasrudin não quer, mas acaba por ceder. Quando chega à praça , é recebido pelo clamor da multidão. Dirige-se a ela novamente com a mesma declaração :
- Suponho que já sabeis o que vos vim dizer
Desta vez, as pessoas já tinham combinado tudo e o governador falou em nome de todos, dizendo:
- Uns sim e outros não
Fez-se um longo silêncio no auditório e todos os olhares se concentraram em Nasrudin, que conclui :
- Nesse caso, os que sabem que contem aos que não sabem”
E dito isto, vai-se embora “

Seria interessante discorrer sobre este conto …


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

“ amor em minúsculas”

Se tivesse que responder àquela pergunta vulgar ( e tola, na minha opinião), sobre qual o livro ( filme,…) da minha vida, teria de dizer que foram muitos.
O “ amor em minúsculas “ de Francesc Miralles é, de certeza, um deles.
Comprei-o porque tinha um gato “igual” ao Amon na capa … e acabou por ser um daqueles livros a reler.
Em resumo, é a história de como um acontecimento ( o aparecimento de um gato) pode mudar a vida de uma pessoa – mais um exemplo da famosa teoria do caos .

Samuel é um professor de Literatura na Universidade de Barcelona e vive muito só. Os seus dias são passados entre as aulas a estudantes desinteressados e o apartamento onde prepara aulas, lê, ouve música. Não tem amigos, não tem namorada, não tem hábitos sociais e sente que a sua vida é um tédio.
Um dia ouve um arranhar na porta da rua, abre e um gatinho enrosca-se nas pernas. Nunca pensou em gatos, nada sabe sobre os seus hábitos, não quer sequer pensar em ficar com aquele – põe anúncios em jornais, telefona a Sociedades Protectoras de animais. Entretanto começam a surgir coincidências ( há coincidências?...) que o levam a conhecer vários personagens interessantes e incomuns e o gato vai ficando. É o vizinho do andar de cima ( para onde o gato foge), um redactor e coleccionador de “sabedorias do mundo” ; é um misterioso escritor obcecado com uma viagem à Lua ; é a veterinária-psicóloga e …é Gabriela, o seu amor de infância.

Enquanto acompanhamos o seu dia a dia, agora muito preenchido, o Samuel-professor vai-nos dando lições de literatura, história de arte, cinema, música … de Vida. O gato é já quase só um pretexto mas não deixa de constatar que “um gato nunca faz aquilo que esperamos que faça”, que “só pertence a si próprio” e que “não tem donos, tem servos”. Acaba mesmo por ajudar o vizinho do andar de cima, que adoece, e escreve sobre a “vida espiritual e sensorial” dos gatos ! Depois de recolher informações conclui :” diz-se que os gatos são egoístas mas, na verdade, são simplesmente inteligentes. Não vêm ao dono se conseguirem que o dono vá até eles… a sua força reside na sua aparente indiferença … mantêm a sua dignidade e deslocam-se consoante os seus caprichos …” . Mais adiante invoca uma autora americana que dizia ter aprendido com os seus dois gatos “ a saltar sem cair e a ronronar quando se sente feliz” !

Por fim, explica o título : “ amor em minúsculas” fê-lo sentir que “ ao fazer uma boa acção esta dá origem a uma cadeia de acontecimentos que nos devolvem o amor multiplicado. No final, mesmo que queiramos voltar ao ponto de partida, já não é possível porque o amor em minúsculas apagou qualquer caminho de volta ao que havíamos sido antes”.

Nota : e como se chamava o gato ? Mishima, nome do autor do livro que estava a ler quando o gato o escolheu ( “ O Marinheiro que Perdeu as Graças do Mar”)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O ANO DO PENSAMENTO MÁGICO

Talvez porque o texto da peça a que assisti no domingo, no Teatro D. Maria, é realmente um texto altamente perturbador; talvez porque o tema das perdas, da morte, da doença, do sofrimento e da forma como cada um lida com essas realidades mexe muito comigo, ainda não tinha conseguido sentar-me e registar algumas impressões para o nosso Blog, coisa que geralmente faço ainda no calor da emoção que é sempre, para mim, uma ida ao teatro.
O texto “O Ano do pensamento mágico”, baseado numa história verídica vivida pela escritora americana Joan Didion, numa encenação de Diogo Infante, é denso e profundo. É um monólogo mas nem se sente que só há uma pessoa em palco. A Eunice consegue provocar um ambiente de cumplicidade com cada um de nós a quem se dirige, logo no início, olhos nos olhos – e como são expressivos os olhos da nossa querida actriz! Depois, durante a conversa que mantém connosco mais de uma hora, faz questão de nos lembrar que, se aquilo que está a contar ainda não nos aconteceu, um dia vai acontecer. Avisa-nos que “a vida se transforma rapidamente. Muda num instante”. E é com esta certeza que a acompanhamos numa trajectória de dor, solidão e saudade. Tudo perfeito – os tempos da narrativa, os silêncios, a expressão facial, o movimento do corpo, o aconchegar do casaco de malha que veste como uma segunda pele, os trejeitos da cabeça que todos já lhe conhecemos, a sensibilidade à flor da pele de alguém que abre o coração, numa intimidade inquietante. Até porque, pela primeira vez, ouvi alguém dizer o que tantas vezes eu já tinha pensado – o mais importante, depois de uma grande perda, seja ela qual for, é o primeiro ano, é o tempo que não queremos que passe, porque tudo está ainda tão vivo, tão presente. Parece mesmo que sentimos que, se o não agarrarmos, então, a dor e a saudade vão-se embora. Há, na verdade, um tempo para o luto que tem mesmo de ser feito, de outra forma corremos o risco de não sobreviver. É o ano do pensamento mágico.
Eu fico sempre “doente” depois de assistir a um desempenho da Eunice. E, desta vez, eu tinha lido muita coisa, tinha ouvido e lido muitas entrevistas, eu até estava bem avisada, eu tinha prevenido a minhas irmãs com quem vou muitas vezes a estes espectáculos mas, mesmo assim, fui surpreendida! Surpreendida e apanhada pela forma simples, directa e tão emotiva com que todo o texto, depois de interiorizado, foi compartilhado com os espectadores, uma imensa plateia rendida àquela figura frágil, sofrida mas tão cheia ainda de vida e de memórias bem frescas. E, de novo, o tema da morte e da passagem, vem associada a um rio, a um “barqueiro encapuzado que nos conduzirá ao outro lado do rio, com a certeza de que, desta vez, nos trará de volta”, como referiu Diogo Infante, que assina aqui mais um brilhante trabalho de encenação. E sente-se, numa simbiose perfeita entre actriz e encenador que também eles estão, a cada instante, a confrontar-se com as suas perdas, as suas dores, as suas memórias e saudades.
E, após uma hora e tal de espectáculo, quando a Eunice se ergue do cadeirão, termina a sua conversa e se retira do palco, enxugando uma sentida lágrima, o público fica, eu fiquei, esmagado pela silhueta daquela senhora de oitenta anos! Fiquei rendida a tanta força, a tanta sensibilidade, a tanta sabedoria da vida e das coisas do sentir. Quando a aplaudimos, as lágrimas corriam em muitos olhos e ela, emocionada mas sorridente e humilde, agradecia colocando as mãos unidas, junto do coração, um gesto a que já nos habituou e que feito por ela é tão bonito! Sozinha no palco, que grande lição de vida e de teatro!
“Amo-te mais do que apenas mais um dia.”, frase repetida ao longo do monólogo e que teimosamente aparece como verdade absoluta.
Parabéns, Eunice

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Atenção baleias e focas!



O mundo já não é o que era, os oceanos muito menos e a vida tranquila dos animais marinhos em terras impróprias para os humanos tem os dias contados.
Aos humanos não bastam os animais comuns que lhes foram oferecidos para se alimentarem. Agora querem também o “krill”, aquele rico alimento marinho composto por minúsculos crustáceos, muito abundante nas águas frias do Pacífico e Atlântico sul, sustento fundamental de baleias e focas.
Cientistas abelhudos descobriram que é um “material” óptimo para a “composição de produtos lácteos, gorduras para barrar, molhos para saladas, cereais de pequeno almoço ou complementos alimentares para dietas de baixo índice calórico”. E rico em Ómega 3 e já existia em cápsulas mas produção em massa é outra coisa.
Os vegetarianos que se cuidem e os vegans que leiam com toda a atenção a composição dos alimentos. Nada é simples no mundo de hoje e nada escapa ao engenho dos Humanos. SERÁ? …