Sempre gostei da palavra escantilhão, sempre gostei dos diversos utensílios que conheço por este nome. Da palavra gosto do som, da escrita, sei lá bem porquê, gosto. Como gosto de tiralinhas, pincel, godés… Do objecto, apesar de ser fraca nessas lides de desenho, ou talvez por isso mesmo recorri muitas vezes a escantilhões, enquanto aluna para medida ou modelo e mais tarde, quando tinha de fazer umas letrinhas mais aprumadinhas.
Vem isto a propósito da explicação que, mais uma vez, hoje, na rádio ouvi a jornalista Mafalda Lopes da Costa dar sobre a expressão “vir/chegar de escantilhão” que também uso com frequência. Desconhecia a origem, tirava um pouco o sentido pelo contexto mas nunca ouvira a explicação. Por me parecer curiosa, aqui fica o que ouvi.
Antigamente, o escantilhão era usado para calcular e medir distâncias e também como molde para desenhos de arquitectura. Também em tempos antigos, os terrenos eram limitados, quer por elementos naturais, como cursos de água, por exemplo, quer por pedras que delimitavam esses espaços. Entre vizinhos acontecia frequentemente que, de forma misteriosa, essas pedras eram deslocadas do seu sítio inicial, avançando por território alheio. Em caso de litígio, por causa da localização certa das pedras e respectivo tamanho do terreno, alguém vinha com um escantilhão medir a distância e restabelecer a medida certa.
Mais tarde, a expressão “vir/chegar de escantilhão” passou a estar ligada com o aparecer de surpresa, de forma apanhar algo fora do lugar certo. E, por isso se usa hoje a expressão para indicar uma chegada de roldão, em tropel, precipitada, confusa, atabalhoada.
Continuo a achar que a nossa língua é mesmo muito rica e dona de expressões muito saborosas!
Vem isto a propósito da explicação que, mais uma vez, hoje, na rádio ouvi a jornalista Mafalda Lopes da Costa dar sobre a expressão “vir/chegar de escantilhão” que também uso com frequência. Desconhecia a origem, tirava um pouco o sentido pelo contexto mas nunca ouvira a explicação. Por me parecer curiosa, aqui fica o que ouvi.
Antigamente, o escantilhão era usado para calcular e medir distâncias e também como molde para desenhos de arquitectura. Também em tempos antigos, os terrenos eram limitados, quer por elementos naturais, como cursos de água, por exemplo, quer por pedras que delimitavam esses espaços. Entre vizinhos acontecia frequentemente que, de forma misteriosa, essas pedras eram deslocadas do seu sítio inicial, avançando por território alheio. Em caso de litígio, por causa da localização certa das pedras e respectivo tamanho do terreno, alguém vinha com um escantilhão medir a distância e restabelecer a medida certa.
Mais tarde, a expressão “vir/chegar de escantilhão” passou a estar ligada com o aparecer de surpresa, de forma apanhar algo fora do lugar certo. E, por isso se usa hoje a expressão para indicar uma chegada de roldão, em tropel, precipitada, confusa, atabalhoada.
Continuo a achar que a nossa língua é mesmo muito rica e dona de expressões muito saborosas!
3 comentários:
A tua paixão por estas questões da linguística impressiona-me!
Também tenho muita curiosidade por estas expressões que ficaram apesar do tempo ter alterado a utilização destas práticas de desenho e construção! Fico à espera de mais!!!!
Gostei muito - do texto e da explicação para uma expressão comum e que me parecia tão longe do conceito de "escantilhão" que, para mim, era só o objecto das letrinhas e outras formas de facilitar os desenhos.
Obrigada pela partilha.
E é mesmo interessante!
E como explicaste bem!
Beijo.
isa.
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