É o último livro de Pepetela.
Uma história centrada nos “reinos” de Luanda e de Benguela, numa Angola dos séculos XVI e XVII, quando Portugal era governado pelos Filipes de Espanha e o tráfego de escravos era o que mais enriquecia governadores, traficantes, clero e todos os que em Portugal vendiam “as peças” ( os negros) – incluindo o rei e o seu representante em Lisboa. Ao mesmo tempo procuravam-se as míticas minas de prata que nunca apareceram e alcançaram-se as famosas minas de cobre de Benguela.
Uma história centrada em Manuel Cerveira Pereira, filipino convicto, primeiro capitão de um exército que acompanhou o governador para Luanda, de seguida governador por morte do outro, mais tarde o primeiro governador do “reino” de Benguela. Homem mau e odiado pela maior parte da população, protegido pelos jesuítas e pelo Rei.
É também a história de Carlos Rocha, neto provável de Diogo Cão, negro não escravo mas sempre acossado por um pai bêbado que o podia trocar por uns copos de vinho …
Com as loucuras de um e aventuras do outro, se contam factos e lendas : sobre o reino do Kongo onde havia portugueses há mais de 100 anos e onde Mbanza-Kongo era cidade mais populosa que Lisboa ou Paris ( cerca de 100 mil habitantes); sobre os mistérios em volta das várias viagens que Diogo Cão terá feito às costa de Angola e a probabilidade de ter descoberto algo que o atraiu à foz do rio Kubal, perto de Beguela ( as minas de cobre?) ; sobre os “jagas”, guerreiros lendários temidos por negros e brancos …
Gosto sempre dos livros de Pepetela – Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, nascido em Benguela, licenciado em Sociologia, ex-guerrilheiro do MPLA, político e governante por breve período, professor da Universidade em Luanda, Prémio Camões 1997, desiludido … ESCRITOR.
2 comentários:
O livro deve ser muito interessante.Ainda um dia hei-de ter tempo para o ler, espero!
Obrigada pela partilha.
Dele só li "Os Predadores" e gostei!
Abraço
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