Morreu com 87 anos, depois de fintar a morte várias vezes e sem a conseguir deter – como o fez na ficção. Cumpriu-se a sua certeza maior : nascemos com morte certa … e não renascemos depois da morte.Hoje, amanhã, por uns dias mais, jornais, TVs, revistas, vão falar dele – vão dizer bem, vão recordar polémicas várias, vão tecer elogios mais ou menos sinceros. As montras das livrarias vão divulgar os seus livros, os editores aproveitarão para fazer mais uma edição desta ou daquela ou de muitas obras.
Pode ser que alguns que nunca o leram e até teciam críticas por imitação venham a gostar da sua escrita. Certo é que muitos que deliberadamente o ignoravam vão aparecer a lamentar a perda de um “grande português”, de um grande escritor, do nosso “Prémio Nobel” …
Eu fiquei muito triste, com muita pena que a MORTE exista para pessoas que me fazem falta, Vivas. Vou continuar a ler, a reler o que Saramago escreveu, até porque há muitos escritos que não li – “Os cadernos”, a “correspondência”, artigos do blog, … E espero que a Fundação Saramago mantenha viva a sua escrita e a sua memória.
2 comentários:
Sim. É um Homem que precisa de ser "PENSADO". Creio que, no futuro , muitos irão reconsiderar sobre o alcance do seu pensamento e algumas luzes se abrirão em algumas inteligências. Tenho uma grata memória de José Saramago de uma vez que ele veio ao Funchal e eu estive junto dele. Um dia hei-de contar essa efeméride. BJ.
Conta, Irene, conta que nós vamos querer ouvir.
Eu também senti muito a morte de Saramago. Gostava dele pela irreverência, pela criatividade, pela inconformidade, pela revolta contra a injustiça social, pelo que fez pela nossa língua. Gostei de muitos dos livros que li. é certo que nem sempre concordei com posições e actos assumidos por ele mas a vida ensinou-me a ser cada vez mais tolerante e compreensiva e a valorizar apenas o que é importante. Realmente, este fim de semana estive mais triste.
Bj
ZIA
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