Ele aí está com todas as emoções e interesses que arrasta e atrai!
Ontem dei comigo a ver uma e outra reportagem e a compreender o entusiasmo dos portugueses que vivem em África e se deslocam quilómetros para ver passar “os navegadores”. São grandes comunidades as que vivem na África do Sul e na Suazilândia, é gente que já lá nasceu mas não quer perder as raízes. É bonito, mesmo quando as manifestações são patéticas.
Sem gostar nem me interessar muito pelo futebol, desejo que este Campeonato seja um êxito para os organizadores da África do Sul.
É natural que se estabeleçam comparações com o Campeonato de Rugby de 1995 tão oportunamente aproveitado por Nelson Mandela para estabelecer pontes entre brancos e negros, para fazer uns e outros vibrar em torno de um jogo de brancos mas que ali, representavam a Nação. Agora é a vez do “desporto dos negros” … E Mandela há-de recordar a primeira equipa de futebol sul-africana reconhecida pela FIFA : a que ele próprio criou na prisão, onde também jogava Mbeki e Zuma. Diz-se que aí nasceu a ideia de usar o desporto “para chegar ao coração” de brancos e negros …
A actual selecção da África do Sul, os “Bafana, Bafana”, parece ser fraca mas arrasta uma história de afirmação do futebol como desporto que não deve ser esquecida. Até 1976 as equipas só podiam integrar negros – tal como as de rugby só tinham africanders ( um ou outro mestiço que “mudara de raça” podia ser admitido) e as de críquete eram para os ingleses brancos … Nenhuma destas equipas eram reconhecidas pelas organizações internacionais e um qualquer branco adepto de futebol era tido como subversivo.
A partir de 1976 as equipas de futebol passaram a ser mistas … mas os brancos eram sobretudo gregos , portugueses e um ou outro inglês. Em Junho desse ano, num jogo com a Argentina, a equipa sul-africana ganhou e houve uma verdadeira festa entre brancos e pretos. Dias depois, a polícia baleou estudantes no Soweto ( cidade-negra ao lado de Joanesburgo) e a revolta que se seguiu desencadeou o processo de libertação de Mandela.
Para a constituição de uma equipa verdadeiramente multirracial foi decisivo o papel de um homem, hoje com 55 anos, Jomo Sono – Sono é nome de família, “Jomo” é apelido de um bom líder. Depois de jogar na Liga Norte-Americana de Futebol , porque não podia ser um grande jogador no seu país, regressou nos anos 80 à África do Sul, comprou um clube emblemático ( o Highlands Park) e criou a sua equipa, o “Jomo Cosmos” - uma equipa que foi reconhecida pela FIFA em 1992 . Estava reabilitado o futebol sul-africano.
Em 1996, Jomo treinou a selecção nacional que ganhou a Taça dos Campeões Africanos em 98 e isso foi tão bom como a vitória no Rugby de 95.
Jomo ainda hoje treina os “miúdos” no “Rand Stadium” de Joanesburgo, onde se lê a frase : “Bem-vindos à Casa de Jomo Cosmos”. Jomo chama-se Ephraim Matsilela e nasceu a 17 de Julho de 1955, no Soweto.
A África do Sul é um país espantoso em recursos humanos , materiais e naturais, teve grandes líderes negros e brancos, tem quadros negros e brancos de valor internacional, tem uma comunidade portuguesa trabalhadora e responsável, tem um Povo que merece Paz, Desenvolvimento, Educação. Se o futebol puder contribuir, se os “navegadores” puderem ajudar, porque não?!
Ontem dei comigo a ver uma e outra reportagem e a compreender o entusiasmo dos portugueses que vivem em África e se deslocam quilómetros para ver passar “os navegadores”. São grandes comunidades as que vivem na África do Sul e na Suazilândia, é gente que já lá nasceu mas não quer perder as raízes. É bonito, mesmo quando as manifestações são patéticas.
Sem gostar nem me interessar muito pelo futebol, desejo que este Campeonato seja um êxito para os organizadores da África do Sul.
É natural que se estabeleçam comparações com o Campeonato de Rugby de 1995 tão oportunamente aproveitado por Nelson Mandela para estabelecer pontes entre brancos e negros, para fazer uns e outros vibrar em torno de um jogo de brancos mas que ali, representavam a Nação. Agora é a vez do “desporto dos negros” … E Mandela há-de recordar a primeira equipa de futebol sul-africana reconhecida pela FIFA : a que ele próprio criou na prisão, onde também jogava Mbeki e Zuma. Diz-se que aí nasceu a ideia de usar o desporto “para chegar ao coração” de brancos e negros …
A actual selecção da África do Sul, os “Bafana, Bafana”, parece ser fraca mas arrasta uma história de afirmação do futebol como desporto que não deve ser esquecida. Até 1976 as equipas só podiam integrar negros – tal como as de rugby só tinham africanders ( um ou outro mestiço que “mudara de raça” podia ser admitido) e as de críquete eram para os ingleses brancos … Nenhuma destas equipas eram reconhecidas pelas organizações internacionais e um qualquer branco adepto de futebol era tido como subversivo.
A partir de 1976 as equipas de futebol passaram a ser mistas … mas os brancos eram sobretudo gregos , portugueses e um ou outro inglês. Em Junho desse ano, num jogo com a Argentina, a equipa sul-africana ganhou e houve uma verdadeira festa entre brancos e pretos. Dias depois, a polícia baleou estudantes no Soweto ( cidade-negra ao lado de Joanesburgo) e a revolta que se seguiu desencadeou o processo de libertação de Mandela.
Para a constituição de uma equipa verdadeiramente multirracial foi decisivo o papel de um homem, hoje com 55 anos, Jomo Sono – Sono é nome de família, “Jomo” é apelido de um bom líder. Depois de jogar na Liga Norte-Americana de Futebol , porque não podia ser um grande jogador no seu país, regressou nos anos 80 à África do Sul, comprou um clube emblemático ( o Highlands Park) e criou a sua equipa, o “Jomo Cosmos” - uma equipa que foi reconhecida pela FIFA em 1992 . Estava reabilitado o futebol sul-africano.
Em 1996, Jomo treinou a selecção nacional que ganhou a Taça dos Campeões Africanos em 98 e isso foi tão bom como a vitória no Rugby de 95.
Jomo ainda hoje treina os “miúdos” no “Rand Stadium” de Joanesburgo, onde se lê a frase : “Bem-vindos à Casa de Jomo Cosmos”. Jomo chama-se Ephraim Matsilela e nasceu a 17 de Julho de 1955, no Soweto.
A África do Sul é um país espantoso em recursos humanos , materiais e naturais, teve grandes líderes negros e brancos, tem quadros negros e brancos de valor internacional, tem uma comunidade portuguesa trabalhadora e responsável, tem um Povo que merece Paz, Desenvolvimento, Educação. Se o futebol puder contribuir, se os “navegadores” puderem ajudar, porque não?!
1 comentário:
Também aguardo com expectativa o início dos jogos do maior campeonato do mundo. Espero que tudo e todos permitam que sejam momentos de sã alegria, convivência e desportivismo. E, para quem aprecia este desporto, que haja bons jogos e grandes golaços. E que o país organizador se possa orgulhar do campeonato, feitas as contas finais. Gostava que alguma(s) equipa(s) africana(s) chegassem a um bom lugar.
E gostei de conhecer a história de Jomo Sono e de saber o que ele tem feito pelos miúdos do Rand Stadium.
ZIA
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