Quando se anunciam “Prémios Nobel” da Literatura que não conheço, compro um livro para conhecer o autor – nem sempre gosto. Aborrecem-me os autores que valorizam a linguagem e abandonam por completo o leitor à aridez do jogo de palavras, frases, sentimentos. Se calhar só gosto disso com Saramago. Eu também não sei de Literatura, só sei do que gosto ou não gosto de ler.
Vem isto a propósito de J.M Coetzee, um autor sul-africano, Prémio Nobel em 2003. Dele só li este seu último livro : “Verão”. Numa entrevista no “Câmara Clara” ouvi falar de um outro livro bem mais conhecido e adaptado ao cinema: “Desgraça”.
Coetzee foi director do Departamento de Inglês da Universidade de Cape Town, tido como um homem pouco sociável e pouco simpático. Só soube isso depois de ler o “Verão” e achei curioso porque o livro parece ser , todo ele, uma autocrítica : “um biógrafo inglês trabalha num livro sobre o falecido escritor John Coetzee”. O livro é construído com as entrevistas que esse imaginado biógrafo faz às pessoas que foram chegadas ao autor – entre 1972 e 1977. E assim se escreve uma história que onde o autor se justifica, se retrata (?) : “ um indivíduo desajeitado e livresco, dotado de pouco talento para se abrir com os outros, que gosta do trabalho braçal para se manter ocupado, que se deixa atrair facilmente pelas mulheres com quem se cruza … Na África do Sul da época, a sua obstinação em fazer trabalhos braçais, o cabelo e barba crescidos e os boatos segundo os quais escreve poesia, suscitam desconfiança . E também a sua inconstância nas relações amorosas, a sua falta de jeito. E alguns traços de inglês branco num regime de apartheid …
Gostei e acho que vou ler a “Desgraça” mas não gostei de saber que Coetzee deixou a África do Sul e se naturalizou australiano. Deixo-me ficar com a dúvida de uma sua ex-aluna que ouvi no “Câmara Clara” – pode ter sido por sentir insegurança, pode ter-se sentido inadaptado ou pode ter ido atrás de um novo amor. Pois pode.
E não deixei de me perguntar : porquê um Prémio Nobel
Vem isto a propósito de J.M Coetzee, um autor sul-africano, Prémio Nobel em 2003. Dele só li este seu último livro : “Verão”. Numa entrevista no “Câmara Clara” ouvi falar de um outro livro bem mais conhecido e adaptado ao cinema: “Desgraça”.
Coetzee foi director do Departamento de Inglês da Universidade de Cape Town, tido como um homem pouco sociável e pouco simpático. Só soube isso depois de ler o “Verão” e achei curioso porque o livro parece ser , todo ele, uma autocrítica : “um biógrafo inglês trabalha num livro sobre o falecido escritor John Coetzee”. O livro é construído com as entrevistas que esse imaginado biógrafo faz às pessoas que foram chegadas ao autor – entre 1972 e 1977. E assim se escreve uma história que onde o autor se justifica, se retrata (?) : “ um indivíduo desajeitado e livresco, dotado de pouco talento para se abrir com os outros, que gosta do trabalho braçal para se manter ocupado, que se deixa atrair facilmente pelas mulheres com quem se cruza … Na África do Sul da época, a sua obstinação em fazer trabalhos braçais, o cabelo e barba crescidos e os boatos segundo os quais escreve poesia, suscitam desconfiança . E também a sua inconstância nas relações amorosas, a sua falta de jeito. E alguns traços de inglês branco num regime de apartheid …
Gostei e acho que vou ler a “Desgraça” mas não gostei de saber que Coetzee deixou a África do Sul e se naturalizou australiano. Deixo-me ficar com a dúvida de uma sua ex-aluna que ouvi no “Câmara Clara” – pode ter sido por sentir insegurança, pode ter-se sentido inadaptado ou pode ter ido atrás de um novo amor. Pois pode.
E não deixei de me perguntar : porquê um Prémio Nobel
1 comentário:
O único livro que li dele chama-se "Desgraça" e foi, por estranho que pareça, uma das últimas prendas que recebi do meu filho que partiu pouco depois! :-((
Abraço
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