sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Ferreira Gullar
Recebeu o prémio Camões em 2010, foi-me lembrado há dias e fui conhecê-lo melhor.
Deixo um pequeno apontamento, um poema e um vídeo com mais alguns.
“Nascido em São Luis do Maranhão, em 1930, Ferreira Gullar, procurou apontar em sua obra a problemática da vida política e social do homem brasileiro.
De uma forma precisa e profundamente poética traçou rumos e participou ativamente das mudanças políticas e sociais brasileiras, o que lhe levou à prisão juntamente com Paulo Francis, Caetano Veloso e Gilberto Gil em 1968 e posteriormente ao exílio em 1971”.
Foi para a Argentina e para o Chile de onde saiu fugido depois do golpe de Pinochet.
TRADUZIR-SE
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário