quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Greve de fome contra Mugabe


Um grupo de personalidades africanas entre as quais o bispo Desmond Tutu ( Nobel da Paz), iniciaram em Joanesburgo uma greve de fome que pretende “chamar a atenção para a crise política e de saúde atravessada no Zimbabué”. A esse propósito, Graça Machel, mulher de Nelson Mandela, dirigiu graves críticas a Robert Mugabe declarando que este “perdeu qualquer tipo de legitimidade ao não proteger e velar pelo bem-estar dos seus cidadãos”. Também criticou a mediação regional, referindo que a intervenção da Comunidade do Desevolvimento para a África Austral (CDAA) tem sido medíocre e de conivência com o regime de Mugabe.
Na verdade é de grande falta de vergonha que, num país onde a inflação ultrapassou os 231 milhões por cento (?!!), onde se morre de fome e cólera, a “primeira dama” passe férias frequentes em Hong Kong, com alojamento numa suite de 670 euros por noite, gastando milhares de dólares em compras.

São os maus exemplos de alguns dirigentes africanos como Mugabe que justificam o artigo de opinião de MIA COUTO, divulgado em mails desde há tempo e publicado na revista “Única” da ultima semana :

“E se Obama fosse africano?”
…….
Se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
Se Obama fosse africano, um seu concorrente inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. ….. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo Presidente no poder em África ….

Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-lhe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões : seria agredido fisicamente, seria preso, …

Se Obama fosse africano, não seria elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da Presidência a filhos de estrangeiros …..

Sejamos claros :Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto….
seria feita campanha contra um “não autêntico africano” ….

Se fosse africano, o nosso “irmão” teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse agradecer o apoio que recebeu dos homossexuais. …….. a homossexualidade é um inaceitável vício moral …

Se ganhasse eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante ….

Fique igualmente claro : todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos. ……

Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos : é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas a etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia”.


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