Entre as coisas da minha mãe que tinha guardado, só hoje vi com mais atenção uns folhetos do “Tratado Completo de Cozinha e de Copa”, de Carlos Bento da Maia, de 1903. Por certo eram da minha avó.
Num primeiro capítulo sobre “Baixela de Cozinha”, encontrei um objecto que não imaginava ter existido : uma máquina de aparar ossos.
Eis a descrição : “ A maquina consta de um disco de ferro com duas fendas munidas de navalhas fortes, que forma o fundo d’uma caixa cilíndrica, e que pode ter movimento de rotação por meio d’uma manivela ; os ossos são deitados dentro da caixa cilíndrica e premidos contra o fundo por meio da manivela, os ossos saem pelas fendas do fundo da caixa em finíssimas aparas.
Os ossos que foram cosidos inteiros, dão assim, no dia seguinte, um caldo saboroso, quando passados por estes aparelhos. Depois de filtrado o caldo obtido com as aparas dos ossos, aquelas ainda podem aproveitar-se como bom alimento para galinhas, misturadas com farelos”.
Havendo indícios de estarmos a passar de uma época de desperdício para outra de racionalização de recursos, e quando chefes de cozinha já divulgam receitas de “aproveitamento de sobras”, talvez se construam novas máquinas para moer ossos, tecnologicamente mais avançadas.
Curioso também que, no princípio do século passado, se alertasse já para o perigo dos utensílios de barro devido ao vidrado com chumbo e se recomendasse a substituição pelo grés cerâmico.
E entre as muitas receitas mais ou menos conhecidas, encontrei, entre os esparregados, ideias curiosas recuperadas pelos vegetarianos mas que não esperava serem referidas em 1903 : esparregado de folhas de rabanete ou beterraba, de ortigas e de folhas de papoila (!). Entre salgados e doces, hei-de, com mais tempo e atenção, descobrir o que é igual 100 anos depois …
Num primeiro capítulo sobre “Baixela de Cozinha”, encontrei um objecto que não imaginava ter existido : uma máquina de aparar ossos.
Eis a descrição : “ A maquina consta de um disco de ferro com duas fendas munidas de navalhas fortes, que forma o fundo d’uma caixa cilíndrica, e que pode ter movimento de rotação por meio d’uma manivela ; os ossos são deitados dentro da caixa cilíndrica e premidos contra o fundo por meio da manivela, os ossos saem pelas fendas do fundo da caixa em finíssimas aparas.
Os ossos que foram cosidos inteiros, dão assim, no dia seguinte, um caldo saboroso, quando passados por estes aparelhos. Depois de filtrado o caldo obtido com as aparas dos ossos, aquelas ainda podem aproveitar-se como bom alimento para galinhas, misturadas com farelos”.
Havendo indícios de estarmos a passar de uma época de desperdício para outra de racionalização de recursos, e quando chefes de cozinha já divulgam receitas de “aproveitamento de sobras”, talvez se construam novas máquinas para moer ossos, tecnologicamente mais avançadas.
Curioso também que, no princípio do século passado, se alertasse já para o perigo dos utensílios de barro devido ao vidrado com chumbo e se recomendasse a substituição pelo grés cerâmico.
E entre as muitas receitas mais ou menos conhecidas, encontrei, entre os esparregados, ideias curiosas recuperadas pelos vegetarianos mas que não esperava serem referidas em 1903 : esparregado de folhas de rabanete ou beterraba, de ortigas e de folhas de papoila (!). Entre salgados e doces, hei-de, com mais tempo e atenção, descobrir o que é igual 100 anos depois …
1 comentário:
Esses livros são um "tesouro",acredite. Abraços.
isa.
Enviar um comentário