Reservámos uma tarde, que se prolongou pela noite, para visitarmos algumas das praças mais afamadas de Roma e aí podermos tomar o pulso às gentes, ao ambiente, ao rebuliço da cidade, às múltiplas intervenções artísticas, o que deu direito também a um saboroso jantar típico italiano, numa ruela vizinha da Praça Navona.Um dos símbolos de Roma é, sem dúvida, a setecentista Fontana di Trevi, feliz encontro dos estilos clássico e barroco, da autoria de Nicolò Salvi, exuberante no restauro recente, local de excelência aonde afluem diariamente inúmeros turistas que, para seguirem a tradição, lançam uma moeda à água, de costas, fazendo um pedido e acreditando que, assim, fica assegurada uma nova visita à cidade eterna. Apesar de ter visto e revisto tanta coisa, na cidade, lancei a minha moeda com a mesma convicção que usei da última vez…veremos.A escadaria da Trinità dei Monti, a fonte da Barcaça e os palácios seiscentistas e setecentistas que a ladeiam fazem da Praça de Espanha uma das mais alegres e monumentais de Roma. Desta vez, porque não era altura de qualquer feira nem de acontecimentos especiais, a escadaria estava despida de flores e, por isso, desiludiu-nos um pouco…faltava-lhe vida e cor mas o movimento, o barulho e os falares de todas as línguas que a cruzavam deram-nos a nítida sensação de estarmos num centro muito cosmopolita.
A Praça Navona, rectangular e muito harmoniosa, tem uma traça especial, fruto do complexo barroco construído sobre o estádio de Domiciano. O ambiente boémio actual, com pintores e caricaturistas ambulantes, souvenirs e flores é, por certo, o regresso das antigas funções que a praça tinha no tempo desse Imperador que a transformou em cenário de recitais de poesia e actividades desportivas. É também conhecida pela praça dos três chafarizes, destacando-se a Fonte dos Rios, da autoria de Bernini, representando quatro rios, símbolos de quatro continentes: o Danúbio, pela Europa; o Nilo, pela África; o Ganges, pela Ásia e o rio da Prata, pela América.
A Praça do Quirinal, situado numa das colinas de Roma, albergou noutros tempos a residência de Verão dos papas mas hoje é a residência oficial do Presidente da República. O acaso fez que passássemos pela praça a poucos minutos do render da guarda do Palácio. Fora os hinos muito bem entoados e o ar garboso de alguns dos militares, a cerimónia nada tem de especial e lembrámos a nossa cavalaria, sempre imponente, que, em Belém faz as delícias de quem assiste.
A Praça do Capitólio é majestosa, muito elegante e equilibrada, devendo a sua traça actual a Miguel Ângelo, no século XVI, o que prova também a sua genialidade enquanto arquitecto. Actualmente, possui esculturas imponentes, estátuas e três palácios de muito interesse. Escolhemos um deles, o Palácio dos Conservadores e Senadores para uma visita completa e não nos arrependemos. Por fim, uma referência a uma das mais belas e elegantes praças do mundo, sem dúvida, a Praça de S. Pedro que visitámos noutro dia mas que fica aqui mencionada. Tem 196 metros de diâmetro máximo e constitui a imponente porta de acesso à basílica do mesmo nome, o maior templo cristão e também sede das audiências papais. A colunata que envolve a praça e a basílica é da autoria de Bernini, encimada por uma série de estátuas de santos e altas figuras da igreja católica.
Existem, em Roma, muitas e muitas outras praças por onde passámos, todas cheias de exemplos arquitectónicos importantíssimos, todas repletas de história e de memórias de diferentes épocas da vida da cidade. Impossível fotografar e falar sobre todas elas mas são, certamente, dos locais mais aprazíveis de Roma, sempre uma fonte por perto a apaziguar o calor e a sede e dos espaços mais procurados pelos turistas e por todos quantos querem conhecer melhor a cidade eterna
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
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