Cumpriu-se anteontem mais um ano de vida do Centro de Recursos da escola onde trabalhei muitos anos, o CRE, como é conhecido por todos. Entretanto, há poucos dias foi publicada uma foto, a que ilustra este post, que mostra um banco de pedra, situado à entrada da escola, banco com muitas recordações para muitos alunos, funcionários e professores da escola e que tinha vindo substituir um banco típico de jardim, de manutenção mais difícil. Ao ver essa foto recordei um episódio delicioso de que fui uma protagonista, pouco tempo depois de inaugurado o CRE. Com a progressiva abertura da escola à comunidade envolvente tinha sido noticiado a iminente inauguração e um novo espaço, de reconhecida utilidade – um centro de recursos. Tinha-se procedido à respectiva abertura e o CRE já estava em pleno funcionamento, para alegria de muitos e desconfiança de outros tantos que sempre receiam as inovações.
Certo dia, como fazia parte do conselho executivo da altura, estava no nosso gabinete de trabalho, quando uma funcionária entrou dizendo que estava lá fora uma pessoa que queria falar com alguém da direcção. Fui ao corredor e uma senhora de meia idade, com um ar muito educado, disse-me que tinha sabido da existência do novo espaço da escola e precisava de, nessa tarde, recorrer a um pequeno serviço do centro de recursos. Ouvi tudo com muita atenção, contive o riso e expliquei à senhora a que se destinava o CRE – centro de documentação e informação para consulta de livros, documentos, uso de computadores, apoio ao trabalho de alunos, professores e funcionários da escola…
De que precisava a tal senhora, perguntarão os que me estão a ler? Que recebêssemos a sua mãe, uma senhora já de bastante idade, que lhe fizéssemos companhia e tomássemos conta dela enquanto a filha ia a uma consulta médica. Não tinha mesmo ninguém a quem deixá-la. Nem mais nem menos!
Estava um lindo dia de sol, o banquinho até ficava debaixo de uma frondosa e sombria árvore e então, para poder ajudá-la naquele aperto, propus que a senhora ficasse o tempo que fosse preciso, sentadinha no banco, sendo vigiada ao longe pelo porteiro da escola e pela funcionária da entrada a quem dei uma palavrinha.
E assim foi, eu também passei por lá para ver como tudo estava a correr e a boa da velhinha estava deliciada, fazendo tricot, sorrindo e distraindo-se com os miúdos que corriam e brincavam por ali.
Claro que tomámos as nossas medidas para que a situação se não repetisse. A responsabilidade seria muita, não tínhamos nem essa função nem as condições apropriadas mas, muitas vezes, me interroguei se não deveriam certos espaços comunitários cumprirem outras funções.
Quando há tempos visitei a escola, renovada após as recentes obras, dei por falta de uns bancos no espaço de acesso à entrada da escola e tive pena… eles fazem falta e, em certas alturas davam tanto jeito….
Certo dia, como fazia parte do conselho executivo da altura, estava no nosso gabinete de trabalho, quando uma funcionária entrou dizendo que estava lá fora uma pessoa que queria falar com alguém da direcção. Fui ao corredor e uma senhora de meia idade, com um ar muito educado, disse-me que tinha sabido da existência do novo espaço da escola e precisava de, nessa tarde, recorrer a um pequeno serviço do centro de recursos. Ouvi tudo com muita atenção, contive o riso e expliquei à senhora a que se destinava o CRE – centro de documentação e informação para consulta de livros, documentos, uso de computadores, apoio ao trabalho de alunos, professores e funcionários da escola…
De que precisava a tal senhora, perguntarão os que me estão a ler? Que recebêssemos a sua mãe, uma senhora já de bastante idade, que lhe fizéssemos companhia e tomássemos conta dela enquanto a filha ia a uma consulta médica. Não tinha mesmo ninguém a quem deixá-la. Nem mais nem menos!
Estava um lindo dia de sol, o banquinho até ficava debaixo de uma frondosa e sombria árvore e então, para poder ajudá-la naquele aperto, propus que a senhora ficasse o tempo que fosse preciso, sentadinha no banco, sendo vigiada ao longe pelo porteiro da escola e pela funcionária da entrada a quem dei uma palavrinha.
E assim foi, eu também passei por lá para ver como tudo estava a correr e a boa da velhinha estava deliciada, fazendo tricot, sorrindo e distraindo-se com os miúdos que corriam e brincavam por ali.
Claro que tomámos as nossas medidas para que a situação se não repetisse. A responsabilidade seria muita, não tínhamos nem essa função nem as condições apropriadas mas, muitas vezes, me interroguei se não deveriam certos espaços comunitários cumprirem outras funções.
Quando há tempos visitei a escola, renovada após as recentes obras, dei por falta de uns bancos no espaço de acesso à entrada da escola e tive pena… eles fazem falta e, em certas alturas davam tanto jeito….
3 comentários:
Que história deliciosamente comovente!
E a escola abriu-se à comunidade...
Abraço
A Escola como um lugar seguro neste nosso mundo de solidão!
A necessidade de bancos ou cadeiras em espaços públicos é real...
Julguei que tinha deixado um comentário mas por razões "desconhecidas" não ficou...
Só queria dizer que não lembrava o episódio e que me deixou muitas saudades! Foi difícil mas foi muito bom, sobretudo pelos amigos que ficaram.
Abração.
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