Aconteceu …

Há mais de 50 anos, quando na “praia dos pescadores” ainda havia barcos puxados por carros de bois, naquela praia onde a Rainha D.Amélia embarcou a 5 de Outubro de 1910, as rampas de acesso cobriam-se de musgo escorregadio e eu cheguei à praia “de escorrega” percorrendo uns bons metros com a rapidez de um corpo pequeno rolando em plano bem inclinado … Não me lembro de ter voltado a descer à praia. Mas vê-la do paredão é visita obrigatória : é a enseada calma, os barcos de pescadores recolhidos em lugar mais distante com rampa própria e fora da praia, as gaivotas que fazem voos rasantes, as colónias de gatos que se avistam na arriba, os viveiros de lagosta que ao longo dos anos foram abandonadas, a construção (eterna!) do pontão que permitirá um verdadeiro “porto de abrigo” …
Hoje, na maré baixa, estive na praia – na zona rochosa formada pela queda das arribas e pela destruição dos viveiros. Foi bom. Não vou deixar passar mais 50 anos para voltar !!