Sempre que posso, sigo, com muita curiosidade, um apontamento matinal da Antena1, da responsabilidade da jornalista Mafalda Lopes da Cruz, sobre o significado de lugares comuns da nossa língua. São quase sempre muito interessantes as histórias que estão por detrás de cada uma dessas expressões. Hoje, ouvi esta que ainda não conhecia – à zamparina. Por isso, aqui estou a partilhá-la.
À zamparina quer dizer de forma atabalhoada, coisa mal feita, mal amanhada mas também correspondia, em tempos idos e em linguagem de moda, à forma de usar o chapéu ligeiramente inclinado para a frente, cobrindo um pouco a orelha direita, uma forma inusitada de usar chapéu, nos séc. XVIII e XIX. Mas, na origem desta expressão está uma famosíssima cantora de ópera do tempo do Marquês de Pombal – Anna Zamperini, veneziana e figura muito controversa, pelas modas e modos muito arrojados, para a época. Já era uma estrela famosa em Itália quando veio para Portugal, integrada numa companhia, com a intenção de revitalizar os palcos da ópera de capital.
Zamparini ficou famosa pelos seus dotes artísticos, pela sua irreverência e pelo seu poder de sedução que incluía o uso do chapéu inclinado. Mas parece que também se tomou de amores pelo filho do Marquês de Pombal. Este, temendo as consequências nefastas de romance tão escaldante, decidiu, rapidamente, mandar de volta para Itália a jovem cantora e interrompera contratação de mulheres, para cantar ou dançar nos palcos portugueses. Foi certamente uma medida gravosa para o desenvolvimento dos espectáculos de ópera no nosso país.
Assim, à zamparina ficou a designar a moda do uso particular e provocatória do chapéu ou uma coisa feita de forma atabalhoada, à pressa, como foi posta em prática a expulsão da cantora veneziana.
Não posso deixar de relacionar o sentido deste lugar-comum com a recente vitória de Dilma Rousseff e de me congratular com todo o caminho que muitas mulheres têm pacientemente percorrido para chegar aos mais altos cargos de vários países. Não posso deixar de pensar no que já se fez, sem esquecer também o tanto que falta ainda concretizar. Importante é não baixar os braços, nada fazer à zamparina.
À zamparina quer dizer de forma atabalhoada, coisa mal feita, mal amanhada mas também correspondia, em tempos idos e em linguagem de moda, à forma de usar o chapéu ligeiramente inclinado para a frente, cobrindo um pouco a orelha direita, uma forma inusitada de usar chapéu, nos séc. XVIII e XIX. Mas, na origem desta expressão está uma famosíssima cantora de ópera do tempo do Marquês de Pombal – Anna Zamperini, veneziana e figura muito controversa, pelas modas e modos muito arrojados, para a época. Já era uma estrela famosa em Itália quando veio para Portugal, integrada numa companhia, com a intenção de revitalizar os palcos da ópera de capital.
Zamparini ficou famosa pelos seus dotes artísticos, pela sua irreverência e pelo seu poder de sedução que incluía o uso do chapéu inclinado. Mas parece que também se tomou de amores pelo filho do Marquês de Pombal. Este, temendo as consequências nefastas de romance tão escaldante, decidiu, rapidamente, mandar de volta para Itália a jovem cantora e interrompera contratação de mulheres, para cantar ou dançar nos palcos portugueses. Foi certamente uma medida gravosa para o desenvolvimento dos espectáculos de ópera no nosso país.
Assim, à zamparina ficou a designar a moda do uso particular e provocatória do chapéu ou uma coisa feita de forma atabalhoada, à pressa, como foi posta em prática a expulsão da cantora veneziana.
Não posso deixar de relacionar o sentido deste lugar-comum com a recente vitória de Dilma Rousseff e de me congratular com todo o caminho que muitas mulheres têm pacientemente percorrido para chegar aos mais altos cargos de vários países. Não posso deixar de pensar no que já se fez, sem esquecer também o tanto que falta ainda concretizar. Importante é não baixar os braços, nada fazer à zamparina.
2 comentários:
Aprendi e prometo ... vou tentar não fazer coisas à zamparina.
Obrigada
Que interessante! Mais uma para acrescentar à nossa cultura geral!!
E, tal como Goiaba, também vou procurar não fazer coisas à zamparina.
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