No mesmo dia, as minhas duas vizinhas e parceiras de blog mandaram-me textos com algo em comum : o “ estar aposentada” e o desejo de ensinar e aprender. Isso levou-me também a uma reflexão.
Depois de muitos anos de trabalho docente e dedicação à Escola, a possibilidade de “reforma” foi bem acolhida porque continuei a dar aulas num Colégio. Foi bom nos primeiros anos, foi a transição “ideal”, até porque era “muito nova”… ( bons tempos em que só os anos de trabalho contavam ) . Mas aos poucos fui-me desgostando com a má orientação do Colégio e com alunos sem vontade de trabalhar muito para serem bons ( o “suficiente” sempre achei pouco e chamar a isso “satisfaz” nunca consegui). Há quatro anos fiquei “livre”. E foi uma imensa tranquilidade sem pontinha de saudade. O pior foi “fazer limpeza” às gavetas, armários, pastas, estantes … A primeira fase foi fácil mas ficou quase tudo … Há meses consegui mandar todos os livros em bom estado para escolas de Angola e Moçambique. E restava a “biblioteca” de livros de Ciências da Educação, Psicologia, Pedagogia e Didáctica … Num acto de “coragem” ( que me doeu imenso!) enchi sacos e sacos e levei-os para terem o mesmo destino: escolas de formação de professores de Nampula. Mas ainda há dossiers e material didáctico … é a próxima fase . A verdade é que para chegar aqui tive de sentir que não queria voltar a ter qualquer relação com a Matemática e que estava livre para fazer o que sempre desejei : ler. O lado menos bom foi o tempo que passei a ter para actividades domésticas …mas como gosto de cozinhar, enfim, não é tudo mau.
Achei que tinha obrigação de fazer trabalho voluntário onde ele é preciso … descobri que o chamado “voluntariado” é muito selectivo e que tinha trabalho voluntário a fazer na família. E descobri que o tempo não chega para tudo o que quero fazer e aprender. Deixei de ter desculpa para não aprender um pouco mais sobre os recursos tecnológicos de que podemos dispor mas o aperfeiçoamento do Inglês … espera por melhores dias.
Agora deixei-me entusiasmar pela Lis e lá estou também entre lápis, pincéis e tintas à procura dessa “terapia” que vem da expressão plástica. Não custa tentar … Por outro lado, aprendo a VER e a compreender melhor obras de vários pintores – daqueles que gostava e de outros que vou aprender a gostar.
E … tenho um gato!
Às vezes parece-me estranho que a pessoa “obcecada” pelo ensino e pela Escola, racional e determinada seja a mesma que brinca com o gato, faz mandalas e “esborrata” aguarelas… Mas o que acho mesmo é que “lá atrás” tive de seguir um caminho e deixei assinalado o cruzamento que permitia ter escolhido outro . Encontrei o cruzamento e achei uma estrada secundária . Sigo por ela e queria mesmo que fosse bem longa!
Eu sei que nesse cruzamento havia outras estradas mas ficam para a próxima reencarnação!
Depois de muitos anos de trabalho docente e dedicação à Escola, a possibilidade de “reforma” foi bem acolhida porque continuei a dar aulas num Colégio. Foi bom nos primeiros anos, foi a transição “ideal”, até porque era “muito nova”… ( bons tempos em que só os anos de trabalho contavam ) . Mas aos poucos fui-me desgostando com a má orientação do Colégio e com alunos sem vontade de trabalhar muito para serem bons ( o “suficiente” sempre achei pouco e chamar a isso “satisfaz” nunca consegui). Há quatro anos fiquei “livre”. E foi uma imensa tranquilidade sem pontinha de saudade. O pior foi “fazer limpeza” às gavetas, armários, pastas, estantes … A primeira fase foi fácil mas ficou quase tudo … Há meses consegui mandar todos os livros em bom estado para escolas de Angola e Moçambique. E restava a “biblioteca” de livros de Ciências da Educação, Psicologia, Pedagogia e Didáctica … Num acto de “coragem” ( que me doeu imenso!) enchi sacos e sacos e levei-os para terem o mesmo destino: escolas de formação de professores de Nampula. Mas ainda há dossiers e material didáctico … é a próxima fase . A verdade é que para chegar aqui tive de sentir que não queria voltar a ter qualquer relação com a Matemática e que estava livre para fazer o que sempre desejei : ler. O lado menos bom foi o tempo que passei a ter para actividades domésticas …mas como gosto de cozinhar, enfim, não é tudo mau.
Achei que tinha obrigação de fazer trabalho voluntário onde ele é preciso … descobri que o chamado “voluntariado” é muito selectivo e que tinha trabalho voluntário a fazer na família. E descobri que o tempo não chega para tudo o que quero fazer e aprender. Deixei de ter desculpa para não aprender um pouco mais sobre os recursos tecnológicos de que podemos dispor mas o aperfeiçoamento do Inglês … espera por melhores dias.
Agora deixei-me entusiasmar pela Lis e lá estou também entre lápis, pincéis e tintas à procura dessa “terapia” que vem da expressão plástica. Não custa tentar … Por outro lado, aprendo a VER e a compreender melhor obras de vários pintores – daqueles que gostava e de outros que vou aprender a gostar.
E … tenho um gato!
Às vezes parece-me estranho que a pessoa “obcecada” pelo ensino e pela Escola, racional e determinada seja a mesma que brinca com o gato, faz mandalas e “esborrata” aguarelas… Mas o que acho mesmo é que “lá atrás” tive de seguir um caminho e deixei assinalado o cruzamento que permitia ter escolhido outro . Encontrei o cruzamento e achei uma estrada secundária . Sigo por ela e queria mesmo que fosse bem longa!
Eu sei que nesse cruzamento havia outras estradas mas ficam para a próxima reencarnação!
3 comentários:
Excelente,Amiga.
Saúde para o Amon.
Delícia de gato.Agora um dia peço-lhe para postar uma postagem sua(com nome,claro!)no meu canto.
Abraço.
isa.
Estaria muito confortável no seu canto. Obrigada pelas "visitas" e comentários. Uma festinha do Amon e um abraço meu.
Depois de 38 anos de serviço, a "querida" Manuela não me deixou aposentar aos 36, apesar de ter aposentado outros nas mesmas circunstâncias, finalmente há dois anos fiquei em casa.
Fui rápida na limpeza de arquivo, em relação a dossiers e outra papelada.
Os livros de Português e Francês também seguiram o mesmo destino dos teus, mas ainda não encaminhei os de Didáctica, Psicologia e Ciências da Educação.
Acho que vou fazer o mesmo...
Além de ter um pequeno papel de autarca, vereadora da oposição cá deste concelho, de cantar num coro, de frequentar um clube de leitura em Leiria, ainda tenho muito tempo livre.
De vez em quando vou visitar pessoas que não podem sair de casa, mas só quando me sinto capaz de lhes transmitir algum ânimo...o que não é o caso agora! :-((
Abraço
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