Gosto da prosa de Mia Couto. Conheci-o há tempo como poeta, num blog.
Encontrei mais alguma da sua poesia num livro editado há semanas pela Visão. E escolhi este :
Meus julhos
Sou Julho,
estou explicado só pelo sol
Meu erro
é procurar um território
apto a nascer
A única geografia
que me aceita é a poesia
Como a chuva
que repousa entre nuvem e terra
me escrevo
na ausência de todas as línguas
Me esqueço-me:
só me falto eu
para ficar todo só
Antes de nascer
já eu tinha envelhecido tudo
Por isso,
não me espanta
o casal de pedras
nem a árvore que engravidou
Minha doença,
felizmente,
é muito miracurável
( Julho 1989)
Encontrei mais alguma da sua poesia num livro editado há semanas pela Visão. E escolhi este :
Meus julhos
Sou Julho,
estou explicado só pelo sol
Meu erro
é procurar um território
apto a nascer
A única geografia
que me aceita é a poesia
Como a chuva
que repousa entre nuvem e terra
me escrevo
na ausência de todas as línguas
Me esqueço-me:
só me falto eu
para ficar todo só
Antes de nascer
já eu tinha envelhecido tudo
Por isso,
não me espanta
o casal de pedras
nem a árvore que engravidou
Minha doença,
felizmente,
é muito miracurável
( Julho 1989)
2 comentários:
Conheço bem a prosa de Mia Couto.
Ñ a poesia.
Deram-me a vontade de a ler.
Abraço.
isa.
Eu também só o descobri como poeta no livro que acompanhou, como oferta, o 1000º número do JL que assino.
Gostei deste Julho...
E este Março parece Julho! :-))
Abraço
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