terça-feira, 23 de junho de 2009

De tirar o fôlego!

Comecei a viajar, sozinha ou acompanhada por amigos, assim que ganhei o meu primeiro salário. Literalmente! Tinha vinte e cinco anos e gostava de viajar de uma forma informal, respirar o mundo, observar as pessoas, no que tinham de semelhante e no que as afastava de mim. Assim, fiz algumas viagens de comboio, meio de transporte de que continuo a gostar imenso. E ainda acalento o sonho de fazer um Transiberiano ou mesmo um Expresso Oriente. Se conseguir cumprir este desejo, passarei os dias, e sobretudo as noites, espiando todo e qualquer ruído ou movimento anormal com a certeza de que encontrarei o monsieur Poirot, cofiando o bigodinho e radiografando todos com o seu olhar único. Diverti-me imenso nessas viagens. Tínhamos, certamente pouco dinheiro, estávamos sempre estafadíssimos mas super felizes, rindo e partilhando alegrias, tristezas, segredos. Foi desta forma, leve e felizes, que percorremos vários países da Europa. Belas Férias!

Mais tarde, descobri outras formas de viajar. Em grande ou pequeno grupo, de avião ou de carro, no meu país ou no estrangeiro, em viagens planeadas e organizadas por nós, ou participando em projectos turísticos de excursão. E, todos os anos, no Verão, lá parto, quase sempre acompanhada, não sou propriamente uma viajante solitária, para a aventura de conhecer uma nova cultura, outras civilizações, outras paisagens, sempre desperta e disposta a encontrar alguém ou alguma coisa distinta de mim. De cada viagem regresso mais rica, sempre diferente, com os meus horizontes alargados, já que viajar é a minha paixão.
De todas as viagens guardo excelentes recordações mas creio poder distinguir três países que me emocionaram muitíssimo – a Itália, o Brasil e a Índia.
A Itália pela cultura antiga, pela arquitectura, pela língua doce e cantada que sempre me fascinou, pelo sol, pelo povo e pelos amigos com quem partilhei tantas vivências.
O Brasil porque me senti em casa, a mesma língua, mais doce e pura muitas vezes, as mesmas origens, nada me escapava, tudo eu absorvi! Depois, a diversidade das paisagens, as praias, o calçadão, a areia sem fim, a música, a alegria e o colorido.
A Índia porque foi uma viagem totalmente organizada por nós, três amigas. Fizemos todo o percurso sentindo-nos quase milionárias, de táxi, conduzidas por um motorista “sik”, misterioso mas super eficiente, impecavelmente vestido, de turbante, que foi nosso guia, nosso protector, nosso exímio motorista e que tudo fez para que a nossa viagem ficasse memorável. País de contrastes gritantes que me fez pensar e repensar muita coisa mas que me deslumbrou pelo exotismo, pelos odores, pelo colorido dos saris, das frutas e das especiarias, por ter respirado um mundo totalmente novo!
Hoje vieram-me estas memórias. Porque as férias grandes estão à porta, porque no Sábado começou um seriado brasileiro que me fez rever imagens de Iguaçu de “tirar o fôlego”, porque nesta semana, na minha aula de pintura me abalancei a desenhar e pintar um tucano, ave linda e amistosa com que brinquei várias vezes.
Aqui ficam umas fotos que fiz nessas viagens. Iguaçu não tinha água branca; a força da tempestade dos dias anteriores dava-lhe um tom estranho mas não menos belo e um roncar de natureza ferida que ainda hoje consigo ouvir. E tal como os personagens da série, ficámos encharcados até à medula e chorei de emoção.
Da Índia ficam os coloridos e o povo. De Itália, hoje, não vou postar nada mas fica a promessa de que, quando vier de Roma, lá para meados de Julho, farei uns textos e mostrarei algumas fotos, actualizadas.

4 comentários:

goiaba disse...

"Somos as escolhas que fazemos" !! E tu acertas-te. Que bom!
Obrigada por partilhares as emoções das tuas viagens o que nos faz viajar um pouco contigo. Já fico à espera de Roma e agora, com o italiano aprimorado, é como estar no Brasil. O tucano do teu quadro está igualzinho a esse da foto, gordinho e tudo.
Já agora, quando organizares a viagem no Expresso do Oriente,pergunta se podem levar-se gatos. É que, como já tinha poucos obstáculos para poder viajar, arranjei mais um. Bjinhos

ZIA disse...

Se há pessoa que eu gostava de levar comigo no Expresso do Oriente... essa pessoa eras tu. Claro que devem admitir gato desde que a dona se encarregue dele...coitadinho do Amon! Íamos as três vizinhas mais o gato e, depois era só escrevinhar textos e postar imagens. Recolhíamos material para um ano!!
Baci
ZIA

Anónimo disse...

Mau,mau,Zia...
Então e eu?
Gostei do post.
A Viagem à India deu-me riso...
Ao ouvir a tua voz pensei: Kooka,
a nossa irmã ñ fica lá muito tempo.
Como estávamos enganadas....
Beijo.
isa.

Rosa dos Ventos disse...

Com que então Roma "a cidade eterna"?! :-))
Também gostaria de repetir, porque fiquei poucos dias e deixei muita coisa por ver.

Abraço