terça-feira, 23 de setembro de 2008

MANDALAS TRADICIONAIS

Em sânscrito, a palavra mandala (tib. Kyilkhor ; jap. mandara) significa círculo.
No budismo Vajrayana, mandala refere-se a um tipo de diagrama (sânsc. yantra) simbólico de uma mansão sagrada, o palácio de uma divindade meditacional, a dimensão pura da mente iluminada.

Geralmente, as mandalas são pintadas como thangkas (1) representadas tridimensionalmente em madeira ou metal ou construídas com areia colorida sobre uma plataforma. Neste último caso, a mandala é desfeita após algumas cerimônias e a areia é jogada em um rio próximo, para que as bênçãos se espalhem. A dissolução de uma mandala serve também como exemplo da impermanência ( um dos princípios do budismo)
As mandalas são muitas vezes constituídas por uma série de círculos concêntricos, cercados por um quadrado que, por sua vez, é cercado por outro círculo. O quadrado possui um portão no centro de cada lado, o principal voltado para o leste, com outras três entradas em cada ponto cardeal.
Eles representam entradas para o palácio da divindade principal e são baseados no desenho do templo indiano clássico de quatro lados. Tais mandalas são plantas elaboradas do palácio, visto de cima. Os portais, porém, muitas vezes são "deitados", assim como os muros externos. Estes portais são elaboradamente decorados com símbolos tântricos. A arquitetura da mandala representa tanto a natureza da realidade como a ordem de uma mente iluminada.
A divindade central representa o estado da iluminação e as várias partes do palácio indicam os aspectos chave da personalidade iluminada.
As divindades iradas representam as próprias emoções negativas …

Na suprema experiência da mandala, as cores e formas são simples metáforas. Naturalmente, se percebermos uma paixão muito forte e intensa, podemos reproduzi-la numa pintura com toda a variedade de chamas e ornamentos. É muito interessante que os praticantes do tantra na Índia tenham criado uma estrutura iconográfica com as divindades vestidas com trajes reais indianos, coroas e jóias, enquanto na China (e, consequentemente, na Coreia e no Japão), os praticantes do tantra tenham representado as divindades vestindo as vestes imperiais chinesas.

No oriente, a prática de meditação através da observação de mandalas remonta a milénios. Os monges tibetanos possuem uma simbologia própria que é expressa quando criam mandalas. A forma como o quadrado toca o círculo e o número de eixos que se repetem simetricamente são considerados sagrados porque os tibetanos acreditam que a mandala é uma forma de busca da ordem e da disciplina.
Além dessas práticas e explicações, alguns matemáticos utilizam as mandalas para expor conceitos de geometria. Inegável é o fascínio que essas formas produzem ao serem observadas pelas pessoas.

(1) As “thangkas” são pinturas ou mandalas usadas para meditar. São consideradas como “templos ambulantes” dada a vida nómada dos tibetanos. Representam teorias budistas, biografias de budas e a sua actividade religiosa, preservam a iconografia, os sucessos históricos e a cultura tibetana.

2 comentários:

goiaba disse...

Gostei da trilogia e abriste-me o apetite. Antes do Amon aparecer fazia mandalas para relaxar ... Depois, passei a ter o tempo mais ocupado ou a estar mais distraída.
Vou recomeçar e é já hoje que dei por terminadas "as limpezas" de estantes.
Beijinho

ZIA disse...

Eu que só tive um «cheirinho» de mandalas num workshop, gostei muito desta informação e, como a Goiaba, também tenho vontade de relaxar e de pintar enquanto deixo fluir as minhas meditações e pensamentos...bom para o Outono que ontem anunciámos!!
Xi Coração
ZIA