Eu já me tinha interrogado sobre a razão de terem aparecido umas tantas portas e janelas pintadas de azul, azul ultramarino, com algumas frases inscritas, em vários pontos da minha cidade, facto que descobri ainda antes das férias grandes…
Entretanto, esta semana, ao folhear a revista Time Out, li um artigo em que a jornalista Ângela Marques, desvenda o mistério e, como apoio a iniciativa, decidi divulgá-la aqui, no nosso Blog.
Passo a explicar o que se passa…
Durante o mês de Agosto, de forma repentina e silenciosa, começaram a aparecer pintadas de um lindo azul, as portas, tapumes e até janelas de casas devolutas, não estragando nada com graffitis, respeitando o património mas, sem dúvida, alertando quem de direito para o abandono e mau estado a que estão votados tantos edifícios da cidade. Para dar a esta intervenção urbana um toque mais artístico e poético foram sendo inscritas frases, pensamentos de escritores portugueses, entre eles Fernando Pessoa.
E, afinal, quem é o(s) autor(es) desta iniciativa de arte pública?
Eko Five e Blai Mesa, graffiters espanhóis e Verónica Volpato, brasileira deram os primeiros passos neste projecto a que chamam Da Onda Magnética e escolheram zonas da cidade de grande visibilidade para mexerem com as consciências. De acordo com a reportagem estes artistas até tiveram um grande apoio dos populares que os ajudaram a pintar, que lhes emprestaram escadotes, que demonstraram estar solidários com a ideia.
E, porquê este azul?
Porque é o azul utilizado em muitas indicações de nomes de ruas lisboetas, porque, como Catarina Portas referiu «é um azul hipnótico, cor de outras paragens, cor de mar e de céu»
A cidade fica menos cinzenta é verdade, o azul ultramarino é muito nosso, muito luminoso, está certo, mas esta intervenção tem de ser encarada como um alerta, uma provocação de verdadeiros defensores da cidade, uma ponte para uma melhoria, para uma rápida intervenção camarária e até de mecenas, por que não, para que a nossa cidade recupere tanto do seu património imobiliário.
sábado, 27 de setembro de 2008
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1 comentário:
Que ideia engraçada! Como não ando a pé, não vi ...
Qualquer dia arranjo pincel e tinta vermelha e vou fazer desenhos no nosso bairro à volta dos cocós de cão e outros lixos ...
Bjinhos
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