Ontem, 6 de Dezembro, foi Dia de S. Nicolau, e, em muitos países é o dia do Pai Natal sobretudo para as crianças. Os presentes tradicionais são de chocolate e há festa e muitos outros doces.
S. Nicolau nasceu em Patras, na Grécia. Quando os pais morreram doou todos os seus bens e optou pela vida religiosa. Foi ordenado sacerdote com 19 anos e tornou-se bispo de Myra, na Lícia , sudoeste da Ásia Menor ( hoje Demre, Turquia) onde morreu no ano 350 d.C. Ficou conhecido pela sua imensa generosidade e há sobre ele muitas lendas. Numa delas conta-se que terá deitado por três vezes, um saco de moedas de ouro pela chaminé da casa de três irmãs, filhas de um homem muito pobre que tinha decidido vendê-las conforme fossem atingindo a idade adulta. Com esse gesto permitiu que tivesse dote para o casamento. Por isso, um dos símbolos associados a S. Nicolau são três bolas de ouro.
Para as crianças é o Pai Natal dos presentes mas para os adultos tem sido visto como um salvador e protector contra os perigos do mar – em muitas cidades costeiras há igrejas com o seu nome ( em Inglaterra mais de 400, em Itália mais de 60). É padroeiro da Rússia, da Grécia, dos marinheiros e das crianças.
S.Nicolau era alto, magro, vestia uma espécie de batina branca e usava mitra – hábito comum aos bispos da época. Ao longo de muitos séculos virou gorducho e baixote, às vezes mesmo um duende … A transformação deu-se nos Estados Unidos para onde a tradição foi levada no séc.17 pelos holandeses. Em 1809 o escritor Washington Irving escreveu um livro sobre S. Nicolau e “ transformou-o num personagem bonacheirão e bondoso que montava um cavalo voador e deitava presentes pelas chaminés” .
Depois, em 1822, Clement Clark More escreveu um poema intitulado “Um relato da visita de S.Nicolau” dedicado às suas filhas, na véspera do Natal. More deixa no poema a imagem de um S.Nicolau velhinho, de barba branca que se transportava num trenó puxado por renas ( transporte muito usado na época, na Escandinávia). Como era ministro episcopal hesitou em publicar o poema por achar que dava uma imagem frívola do santo. Mas acabou por ser divulgado por um dos filhos e publicado num jornal de Nova Iorque em 1823. Continuou a ser publicado sem menção do autor até que, em 1844, More reclamou a autoria.
Mais tarde, em 1866, Thomas Nast fez um primeiro desenho ( seguido de muitos outros) que retrata o Pai Natal quase como hoje o conhecemos e publica-o num semanário, o “Harper’s Weekly”, no suplemento do Natal. Também faz desenhos da “oficina do Pólo Norte “ dos “ajudantes do Pai Natal” e da sua esposa, a “Mãe Natal”… Mas não era necessariamente a vermelho e branco. Era vestido com grande variedade de cores e até a fumar um cachimbo de barro ou a beber vinho!
Nos anos 30 a Coca-Cola contratou o artista Haddon Sundblom para compor a imagem de um Pai Natal com uma garrafa de refrigerante e Sundblom inspirou-se em Thomas Nast , escolheu o vermelho e branco e … fez o seu auto-retrato, diz-se.
Daí aos Pais Natais a distribuir presentes por todo o lado, foram poucos passos!
Esta apropriação abusiva de S.Nicolau tem vindo a ser combatida e, desde 1997, existe um movimento organizado pelo padre Eckhard Bieger que tenta evitar a confusão entre o santo patrono das crianças e distribuidor de presentes e o Natal , nascimento de Jesus. É por isso que a tradição de distribuir presentes no dia 6 prevalece em algumas comunidades, dissociando esse gesto das comemorações do Natal. Acontece na Bélgica, Alemanha, França, Áustria, Suiça, … e … em Guimarães (as “Festas Nicolinas” são festas de estudantes, celebradas em honra de São Nicolau de Mira)
Mais comum tem sido associar S.Nicolau ao “Menino Jesus” e ser a 25 de Dezembro o momento de festejar um nascimento com oferta de presentes – apesar de, desde 1969, o Papa Paulo VI ter ordenado que a festa de S.Nicolau devia ser retirada do Calendário Oficial Católico Romano.
Fazer de S.Nicolau e oferecer presentes em nome do “Menino Jesus” ou para comemorar o seu nascimento é bonito e eu gosto .
( fotografias tiradas da Internet, do Santo, de Thomas Nast e de Sundblom)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
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2 comentários:
Não conhecia a história de S. Nicolau.
Acho boa ideia essa separação entre o Santo e o Pai Natal!
Abraço
Eu também não conhecia e... só fiquei a ganhar com mais esta data e esta oportunidade!
Obrigada e xi-coração
ZIA
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