sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A CASA DAS HISTÓRIAS

Aproveitando um dos últimos dias de bom tempo, já que o dia estava particularmente claro, iluminado e quente, fomos até Cascais, lá para o fim da manhã, rumo à Casa das Histórias Paula Rêgo. Espicaçadas pelas imagens que tínhamos visto nos telejornais, nas revistas e mesmo na net, curiosas por ver ao vivo as soluções arquitectónicas de Souto Moura, que adivinhávamos inovadoras e arrojadas, não quisemos adiar a visita e, mesmo não tendo a companhia da Goiaba que ainda não pode atrever-se a tanta folestria, chegámos mesmo à hora de almoço, com os estômagos a exigirem algum conforto, antes de apreciar a obra de Paula Rêgo.
O novo museu de Cascais está muito bem localizado, num espaço arborizado e muito tranquilo, junto ao Museu do Mar. Atrai logo pela cor e pelas formas que lembram umas chaminés de tijolo, num ambiente moderno de muito bom gosto.
Almoçámos muito bem na cafetaria. Atendimento simpático e profissional, comida bem confeccionada e saborosa.
Já bem aconchegadinhas, lá partimos à descoberta da obra da artista de que já tínhamos visto outras mostras. Sorte minha porque ia acompanhada por duas expert em pintura, oficiais do mesmo ofício, conhecedoras das técnicas, das correntes, dos materiais, dos movimentos… Bebi tudo, aproveitei o máximo e, em algumas salas, até tivemos direito a umas explicações muito pertinentes e curiosas, dadas por umas jovens estudantes de belas artes com quem trocámos algumas opiniões. Muito proveitoso. E voltei a experimentar sentimentos bem diversos perante uma vasta obra primorosamente exposta em salas amplas e bem iluminadas. Quanto mais vejo a obra de Paula Rêgo, mais motivos de agrado descubro, pese embora uma certa angústia que algumas situações, algumas figuras e algumas expressões me provocam. É delirante, uma torrente de criatividade, com base em histórias e figuras do imaginário infantil do qual, Paula Rêgo extrai o burlesco e o grotesco. Ninguém lhe pode ficar indiferente e mais uma vez, com a ajuda das minhas amigas pintoras, pude constatar como pinta bem! Como usa a cor, como cria os cenários nos quais faz brotar tantas narrativas, como é tão original e única! Aconselho uma visita calma, com tempo para apreciar tudo, não deixando de passar pela loja do museu onde poderá encontrar livros sobre a pintora, sobre outros pintores e simpáticas recordações.
Que bom, nos dias que correm, podermos dar uma boa notícia do mundo da cultura, essa cultura que tão esquecida anda nestes tempos de fria tecnologia! Parabéns! Hei-de lá voltar!

1 comentário:

goiaba disse...

Quando voltares, vou contigo. Respeito a pintura da Paula Rêgo mas tenho dificuldade em gostar da forma como comunica as "historinhas". Escolheste um bom quadro - desse gosto.
bjinho