domingo, 31 de maio de 2009

VIVA A VIDA – 3

Hoje vamos deixar “boas notícias” de gente que em Portugal trabalha na Investigação, de decisões sobre o nosso país de que nos devemos orgulhar.

E também é uma boa notícia as novas apresentações do Cirque du Soleil em Portugal. Dos vídeos disponíveis escolhemos um para este “VIVA A VIDA”.
- Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveram uma técnica que protege a prata e as suas ligas do fenómeno de enegrecimento e mantém todas as suas características. A professora Ana Paula Piedade, responsável pelo projecto, disse que os investigadores desenvolveram um revestimento fino que, através da técnica de pulverização catódica, evita o enegrecimento da prata e das suas peças. O enegrecimento tem provocado “quebras drásticas” nas exportações no sector da prata e joalharia, adiantou.
- A ilha das Flores e o Parque Internacional Luso-Galaico Gerês/Xurés foram declaradas pela Unesco como reservas da biosfera numa reunião do Conselho Coordenador Internacional do programa “O Homem e a Biosfera” - reunido na ilha de Jeju, na Coreia do Sul.

sábado, 30 de maio de 2009

Pedagogia infantil

Os tempos estão maus, o petróleo escasseia, a poluição é um problema, as energias renováveis um delírio que talvez seja bom. E é preciso ensinar às criancinhas que acabaram os “motores de explosão”, a gasolina e o gasóleo são coisas a esquecer, a electricidade é que é – a solar claro. E é ver os autarcas modernos, os empresários empreendedores a iniciar as novas gerações nos veículos do futuro.
No último fim de semana encontrei esses carrinhos e as modernas segwais à disposição da criançada e de uns mais crescidotes. E como o design dos carritos é muito fácil de imitar, é só arranjar uns painéis solares e o meu próximo carro pode ser construído na garagem. Eu bem dizia que só mudava de carro quando aparecessem os carros eléctricos …

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Jardim Zoológico de Lisboa



Hoje comemoram-se os 125 anos do Jardim.
Foi inaugurado em 1884 em São Sebastião da Pedreira , dez anos depois deslocou-se mais para norte para o espaço hoje ocupado pela Fundação Gulbenkian. Em 1905 é transferido para a Quinta das Laranjeiras onde se mantém. Era o único na Península Ibérica e foi, desde o início, um dos Zoos da Europa com maior diversidade de espécies.
Deve-se a Raul Lino algumas das primeiras instalações para os animais – a dos cangurus e a aldeia dos macacos, por exemplo.
Nos últimos anos tem sido feito um esforço no sentido de melhorar o habitat dos animais - é o caso dos felinos, dos chimpanzés, dos répteis, … mantendo-os mais longe do público e sem grades. A actual recuperação do Jardim Zoológico é considerada exemplar e a diversificação de actividades e iniciativas para atrair público e apoios transformaram uma empresa que passou por muitas dificuldades, num projecto auto sustentado.
Continua a ser considerado um dos melhores parques temáticos do mundo – tem o melhor hospital veterinário da Europa e uma das maiores variedades de espécies ( tem cerca de 2000 animais de 332 espécies). É uma zona verde muito bem cuidada, um jardim magnífico , um local de passeio, lazer e cultura .

Gosto muito do Jardim Zoológico – podia ser o título de uma redacção …
Houve uma época em que, quase todos os domingos, ia visitar as girafas ( que eu achava que me esperavam!) e uns macaquitos pequenos que espreitavam numas jaulas enfiadas num corredor fechado e que eu achava que também me conheciam. E adorava andar de patins enquanto os crescidos me aguardavam numa esplanada sobranceira ao ringue. Depois passaram anos e voltei acompanhando alunos e outras crianças. Nos últimos anos com muito mais tempo livre (?!) e morando tão perto, só lá fui duas ou três vezes.
Hoje fiquei cheia de vontade de voltar e até de me tornar madrinha de uma suricata !!

Pois é, li o texto que a minha dona escreveu e já que quer adoptar uma suricata quero lembrar-lhe que no Jardim há gatos que são muito mais felizes do que eu : têm todo o espaço do mundo, andam bem alimentados, têm abrigos e há com certeza muita gente para lhes fazer festinhas … e pronto.
( como estas donas do blog “avariaram” qualquer coisa na edição , a foto que eu queria mostrar aqui está lá no fim das outras – bem longe da primeira que é a tal suricata …)

terça-feira, 26 de maio de 2009

No Dia dos Vizinhos

Pois é, já sabem que uma das fundadoras deste blog estuda italiano com muito êxito mas o seu bracinho em recuperação (a fisioterapia dura há meses e está para continuar) e outros trabalhos literários deixam-na sem “espaço” para blogar. Mas hoje mandou-nos este vídeo que é lindo. Faz de conta que sabemos todos italiano e aí vai … Depois peçam-lhe para traduzir !!

A vizinha leu, reviu o mail e…concluiu que qualquer dos nossos habituais leitores vai perceber o essencial da mensagem, que é realmente muito bonita, bonita para assinalar, este ano, mais uma vez, o dia das vizinhas, o dia da boa vizinhança… O importante é respirar, inspirar, ter a mente aberta a novas experiências, deixarmos que as boas energias nos alimentem e…desfrutemos em plenitude. Sem limites, sem tolher pensamentos nem emoções…

As vizinhas de há muito que se interessam por estes temas e tentam, cada uma à sua maneira, pôr em prática a procura de um bem estar e de uma plenitude espiritual e física. E, cada uma vai fazendo a sua caminhada, observando o percurso das outras. Sempre que possível ajudando, mas também respeitando as opiniões, os gostos, os hábitos, a individualidade de cada uma. E…muita gente nos pergunta como é que o fazemos, não sem um pouquinho de inveja…
Obrigada, vizinhas, que este ano bem tenho precisado da vossa ajuda e compreensão.
Bem-hajam

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Gostei da chuva!

Prometeram-me um fim de semana para “apanhar ar” e libertar este stress que me tem dado para fazer muita asneira. Mas … tive chuva. E não é que gostei?
Molhei-me, lambi o chão e as gotas que caiam … Isso foi no sábado porque no domingo consegui ver um dos meus amigos e cheirar plantinhas.
A minha dona também foi ver a “sua” praia e pediu-me para deixar pôr aqui uma foto. Disse que estava linda. Há muito tempo que não me levam à praia – haverá cães? …

domingo, 24 de maio de 2009

VIVA A VIDA – 2

Cantar !!
Maria Betãnia diz Fernando Pessoa e canta . É mais uma forma de sentir
“ O doce mistério da Vida”.

sábado, 23 de maio de 2009

Sónia Gandhi

O Partido do Congresso, liderado por Sónia Gandhi, ganhou as eleições indianas, pela segunda vez consecutiva desde que Indira ocupou o cargo entre 1966 e 1977. E pela segunda vez é primeiro ministro o homem que Sónia Gandhi tinha escolhido em 2004 – Manmohan Singh,um sikh, economista, homem sério e honesto, um tecnocrata, um convicto defensor dos princípios do partido ganhador : liberdade, tolerância, laicismo e unidade.
Com as eleições de 2009 um novo membro da família Nehru-Gandhi, Rahul, de 38 anos, filho de Sónia e Rajiv, torna-se secretário –geral do partido do Congresso e vai ser convidado para o governo de Manmohan Singh.

Foi interessante para mim, seguir esta eleição enquanto lia o livro de Janvier Moro, “ O Sari Vermelho”, sobre a Índia depois da independência, sobre a “dinastia” Nehru-Gandhi e, sobretudo, sobre a vida da italiana Sónia Maino, hoje Sónia Gandhi. O livro termina em 2004, quando ganha as primeiras eleições e decide que não quer ser primeira ministra. Aposta em Manmohan Singh com muita determinação e contra a vontade da maior parte dos membros do Congresso. Apostou bem.
Sónia Maino conheceu Rajiv, o filho mais velho de Indira Gandhi, quando estudavam em Cambridge. Daí ao casamento ( em 1968), ao apoio incondicional à sogra durante anos difíceis no governo e na oposição , ao assassinato de Indira pelo seu guarda pessoal Singh ( sikh) em 1984, à necessidade de apoiar Rajiv como sucessor no Partido do Congresso e no governo, ao seu assassinato em 1991 ( pelos Tigres Tâmiles), à resistência para lhe suceder ( só em 1997) …” O Sari Vermelho” é a história da Índia pós-independência ( em 1947) .
Sendo uma narrativa centrada na família Nehru-Gandhi (*), permite conhecer melhor a complexidade do segundo país mais populoso do mundo, com 17 línguas oficiais, 845 dialectos – sendo o inglês o idioma comum. Ficam mais claras as sucessivas guerras com o Paquistão, as lutas do Bangladesh, as relações com o Sri Lanka e com os Tigres Tâmiles, o esforço de modernização e a aposta tecnológica ao mesmo tempo que não se resolve a pobreza extrema.
O sari vermelho é um dos que Nehru teceu nos vários anos que permaneceu preso, usado nos casamentos das mulheres da família : Indira, Sónia e Priyanka ( filha de Sónia).

O livro também permite um juízo crítico sobre os costumes e tradições que as telenovelas transmitem … e, já agora, a líder “dalit” Mayawati e o seu partido, conseguiram 22 lugares no Parlamento nas eleições de 2009 – menos do que esperavam, mais do que tinham nas eleições anteriores.

(*) Indira casou com um pársi, filho de Jehangir Ghandy que terá mudado a ortografia do seu nome para Gandhi ( em 1930), apelido de uma casta de perfumistas e um apelido vulgar no Guzarate – de onde era oriundo Mahatma Gandhi. Embora amiga do Mahatma desde a infância, não foi dele que herdou o nome.

Nota : por dificuldades de edição só conseguimos colocar fotos no início. Tenham pois a paciência de as integrar : foto da capa do livro, dos vencedores das eleições de 2009 e 2004
(Singh e Sónia Gandhi), de Indira, do casamento de Sónia e Rajiv, os filhos de Sónia.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

terça-feira, 19 de maio de 2009

Os Três Macacos

Quando era pequena havia em minha casa um potinho de barro cuja tampa, ao ser levantada, arrastava um cordel com três macaquinhos agarrados : um com as mãos nos olhos, outro com elas tapando as orelhas e um terceiro com as mãos a tapar a boca. Dizia a minha mãe ( e ouvi repetido por outras pessoas face a pequenas estatuetas com idêntica representação) que devíamos ser como aqueles três macaquinhos : não ver, não ouvir e não falar.
Achava péssima a mensagem e, quando a invocavam, tinha sempre argumentos para contrariar.
Mais tarde, vi esses três macacos em imagens de templos (na Índia, China ou Japão?) mas não procurei para elas significado diferente do que aquele que já tinha.
Só há pouco tempo soube que “ocidentalizamos” a interpretação da forma mais grosseira e simplista. A verdade é que, na sua origem, encerra conceito bem diferente, integrado no caminho definido pelos budistas para chegar à iluminação : “ não ouças mal”, “ não vejas mal”, “não fales mal”. Uma representação simples para uma conduta ética desejável que passa por ter um “pensamento justo”, “ uma acção justa”, “ uma compreensão justa”.
É também uma forma de lembrar que, se os homens não olhassem, não ouvissem e não falassem o mal alheio, teríamos comunidades pacíficas com paz e harmonia.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

MUSEU DA LINGUA PORTUGUESA

Porque hoje é o dia de lembrar a importância dos museus aqui deixamos um exemplo inédito de museu, em S.Paulo.

domingo, 17 de maio de 2009

VIVA A VIDA !!

Durante 40 semanas fizemos questão de ter, ao domingo, boas notícias nacionais. Notícias que pudessem divulgar factos, iniciativas, e, sobretudo, pessoas que desenvolviam projectos capazes de nos orgulhar. Quisemos que essas notícias fossem uma gota de água no esforço de nos valorizar aos nossos olhos, uma nota do que os média podiam fazer para cultivar a auto estima de um povo que parece ter prazer nas más notícias.

Resolvemos mudar o tema mas não o propósito. Continuaremos a deixar, ao domingo, um apontamento de optimismo, de beleza, de Esperança – um hino à Vida, na medida do que nos for possível. Serão mais 40 semanas? Talvez...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Dançando com Gatos …









E não é que EU, AMON, também vou aprender a dançar? Não com a minha dona que não lhe puxa o pé mas quem sabe com a vizinha do 5º andar?
Mostraram-me este belo livro e logo tive vontade de o mostrar aos meus amigos ( gatos e humanos). A dificuldade foi a escolha das fotos. Eram tantas … cada uma melhor do que a outra.
Fiquei muito orgulhoso da minha gente !!

Nota : estas fotos são do livro “Dancing with cats” de Burton Silver e Heather Busch. São autores de um outro livro muito conhecido, “ Why Cats Paint” e foi durante a criação desse livro que descobriram um outro caminho de investigação : “ há pessoas que dançam com os seus gatos, ou melhor, há gatos que dançam com os seus donos”. Dizem que hoje, em todo o mundo, há quem esteja descobrindo a dança como forma de canalizar a energia felina e esperam que as imagens que divulgam estimulem quem as vir …

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O MILAGRE DE FÁTIMA

12 de Maio de 2009

1917

Sempre que assisto a reportagens do 13 de Maio em Fátima fico impressionada com os rituais, a fé e a emoção que as multidões de crentes manifestam.
Muito se tem escrito, discutido e investigado sobre o fenómeno, mas o grande mistério daquela época ficou para ser esclarecido um dia, talvez quando a sabedoria da nova era seja desenvolvida e se entenda a força energética de um local e de uma multidão. Está provado que o espaço onde se insere Fátima é portador de grande energia cósmica, há quem avance com a teoria de existir um portal para outras dimensões.
De concreto temos as sensações, os milagres, a energia que as pessoas sentem naquele espaço. E temos as reportagens da época – 1917.
Lembrei-me hoje de uma revista “Ilustração Portuguesa”, datada de 29 de Outubro de 1917 que comprei num alfarrabista nos anos 70. Reli, vi as imagens e resolvi partilhar convosco estas memórias.
O texto diz o seguinte:
“ O que ouvi e me levou a Fátima? Que a Virgem Maria, depois da festa da Ascensão, aparecera a três crianças que apascentavam gado, duas mocinhas e um zalalete, recomendando-lhes que orassem e prometendo-lhes aparecer ali, sobre uma azinheira, no dia 13 de cada mês, até que, em Outubro, lhes daria qualquer sinal do poder de Deus e faria revelações. Espalhou-se a nova por muitas léguas em redondeza; voou, de terra em terra, até os confins de Portugal, e a romagem dos crentes foi aumentando de mês para mês, a ponto de se juntarem na charneca de Fátima, em 13 de Outubro, umas cinquenta mil pessoas consoante os cálculos de indivíduos desapaixonados.
Nas precedentes reuniões de fiéis, não faltou quem tivesse suposto ver singularidades astronómicas e atmosféricas que se formaram como indício da imediata intervenção divina.
Houve quem falasse de súbitos abaixamentos de temperatura, da cintilação de estrelas em pleno meio-dia e de nuvens lindas e jamais vistas em torno do sol. Houve quem repetisse e propalasse comovidamente que a senhora recomendava penitência, que pretendia a erecção de uma capela naquele local, que em 13 de Outubro manifestaria por intermédio de uma prova sensível a todos, a infinita bondade e a omnipotência de Deus…
Foi assim que no dia célebre e tão ansiado, afluíram de perto e de longe, a Fátima, arrostando com todos os embaraços e todas as durezas das viagens, milhares e milhares de pessoas, umas que palmilharam léguas ao sol e à chuva, outras que se transportaram em variadíssimos veículos, desde os quase pré-históricos até aos mais recentes e maravilhosos modelos de automóveis, e ainda muitíssimas que suportaram os incómodos das terceiras classes dos comboios, dentro dos quais, para percorrer hoje relativamente pequenas distancias, se perdem longas horas e até dias e noites!
Vi ranchos de homens e de mulheres, pacientemente, como elevados num sonho dirigirem-se, de véspera, para o sítio famoso, cantando hinos sacros e caminhando descalços ao ritmo deles e à recitação cadenciada do terço do Rosário, sem que os importunasse, os demovesse, os desesperasse, a mudança quase repentina do tempo, quando as bátegas de água transformaram as estradas poeirentas em fundos lamaçais e às doçuras do Outono sucederam, por um dia, os aspérrimos rigores do Inverno…
Vi a multidão, ora comprimida à volta da pequenina árvore do milagre e desbastando-a dos seus ramos para os guardar como relíquias, ora espraiada pela vasta charneca que a estrada de Leiria atravessa e domina e que a mais pitoresca e heterogénea concorrência de carros e pessoas atravancou naquele dia memorável, aguardar na melhor ordem as manifestações sobre naturais, sem temer que a invernia as prejudicasse, diminuindo-lhes o esplendor e a imponência…
Vi que o desalento não invadiu as almas, que a confiança se conservou viva e ardente, a despeito das inúmeras contrariedades que a compostura da multidão em que superabundavam os campónios foi perfeita e que as crianças, no seu entender privilegiadas, tiveram a acolhê-las as demonstrações do mais intenso carinho por parte daquele povo que ajoelhou, se descobriu e rezou a seu mandado, ao aproximar-se a hora do “milagre”, a hora do “sinal sensível”, a hora mística e suspirada do contacto entre o céu e a terra…
E, quando já não imaginava que via alguma coisa, mais impressionante do que essa rumorosa mas pacífica multidão animada pela mesma obsessiva ideia e movida pelo mesmo poderoso anseio, que vi eu ainda de verdadeiramente estranho na charneca de Fátima? A chuva, à hora prenunciada, deixar de cair; a densa massa de nuvens romper-se e o astro-rei disco de prata fosca – em pleno zénite aparecer e começar a dançar num bailado violento e convulso, que grande número de pessoas imaginava ser uma dança serpentina, tão belas e rutilantes cores revestiu sucessivamente a superfície solar…
Milagre, como gritava o povo; fenómeno natural, como dizem os sábios? Não curo agora de sabê-lo, mas apenas de afirmar o que vi… o resto é com a Ciência e com a Igreja…”
Avelino de Almeida (1917)

































































segunda-feira, 11 de maio de 2009

Olá amigos

Ando cheio de preguiça e adoro estar à vontade … não levem a mal. Os meus amigos gatos compreendem e os humanos, se pudessem …

domingo, 10 de maio de 2009

Boas notícias 40


A investigadora Ana Rita Costa, de 27 anos, foi distinguida hoje no Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com o Prémio Pulido Valente Ciência 2008 por avanços obtidos na investigação da doença de Alzheimer. A cientista do grupo de Neurobiologia Molecular do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) conquistou o prémio, que teve por tema «Neurociências e Implicações Clínicas», com um trabalho que constitui a primeira abordagem ao mecanismo associado à acção protectora de uma proteína, a Transtirretina (TTR), na Doença de Alzheimer.

- O parque florestal de Monsanto e o Bairro Azul vão ficar ligados, a partir de Setembro, por redes pedonais e cicláveis com a conclusão da ponte da Av. Gulbenkian. O corredor verde tem já traçadas ciclovias entre o Parque florestal e Campolide, onde a autarquia já mandou plantar girassóis em 1,5 hectares da Quinta Zé Pinto. Pretende-se, assim que esta rede ciclável sirva quem vive ou trabalha na zona e não apenas como local para actividades de lazer.
(Oje, 8/05)

- Decididamente, o Chiado está na moda! Depois da iniciativa “Chiado After Work” ter levado muitos portugueses e estrangeiros ao fim da tarde até ao Chiado, é agora avez de os visitantes serem surpreendidos por desfiles de moda, actuações da Companhia Nacional de bailado, do Teatro S. Carlos ou por exposições do Museu da Marioneta e do Museu da Cidade. Haverá ainda um Mercado da Moda e uma Feira de Alfarrabista e Livro Antigo, entre muitos outros espectáculos de música e dança. Tudo isto, por agora, até ao dia 17 de Maio. Toda a programação está disponível em http://www.chiadonamoda.com/.
(TimeOut,6/05)

- Foi já há um ano que o Museu do Oriente abriu as portas em Lisboa e já foi visitado por mais de 120 mil pessoas. Para assinalar a efeméride, o museu organizou actividades variadas com entrada livre: caligrafia japonesa, danças indonésias, workshop de kimono, ritual do chá Oolong, consulta do zodíaco, massagens tailandesas e ainda visitas guiadas.
(TimeOut,6/05)
- Na estação do Rossio está patente, a partir deste fim de semana, uma exposição que recria a fatídica viagem inaugural do Titanic que acabaria, ao fim de quatro dias de viagem, por se afundar no Atlântico Norte. Além de 230 objectos “reais”, o visitante poderá ver o telégrafo que transmitiu a notícia da tragédia, as réplicas dos camarotes e do iceberg que originou o acidente. Os ingressos de acesso à exposição são uma réplica dos bilhetes de embarque da época.
(Visão76/05)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Gripe suína

A 29 de Abril, no blog “ O Caderno de Saramago” ( http://caderno.josesaramago.org/ ), o autor, escreve o seguinte
“Não sei nada do assunto e a experiência directa de haver convivido com porcos na infância e na adolescência não me serve de nada. Aquilo era mais uma família híbrida de humanos e animais que outra coisa. Mas leio com atenção os jornais, ouço e vejo as reportagens da rádio e da televisão, e, graças a alguma leitura providencial que me tem ajudado a compreender melhor os bastidores das causas primeiras da anunciada pandemia, talvez possa trazer aqui algum dado que esclareça por sua vez o leitor. Há muito tempo que os especialistas em virologia estão convencidos de que o sistema de agricultura intensiva da China meridional foi o principal vector da mutação gripal: tanto da “deriva” estacional como do episódico “intercâmbio” genómico. Há já seis anos que a revista Science publicava um artigo importante em que mostrava que, depois de anos de estabilidade, o vírus da gripe suína da América do Norte havia dado um salto evolutivo
vertiginoso. A industrialização, por grandes empresas, da produção pecuária rompeu o que até então tinha sido o monopólio natural da China na evolução da gripe. Nas últimas décadas, o sector pecuário transformou-se em algo que se parece mais à indústria petroquímica que à bucólica quinta familiar que os livros de texto na escola se comprazem em descrever…
Em 1966, por exemplo, havia nos Estados Unidos 53 milhões de suínos distribuídos por um milhão de granjas. Actualmente, 65 milhões de porcos concentram-se em 65.000 instalações. Isso significou passar das antigas pocilgas aos ciclópicos infernos fecais de hoje, nos quais, entre o esterco e sob um calor sufocante, prontos para intercambiar agente patogénicos à velocidade do raio, se amontoam dezenas de milhões de animais com mais do que debilitados sistemas imunitários”
E depois, a 30 de Abril :
“Continuemos. No ano passado, uma comissão convocada pelo Pew Research Center publicou um relatório sobre a “produção animal em granjas industriais, onde se chamava a atenção para o grave perigo de que a contínua circulação de vírus, característica das enormes varas ou rebanhos, aumentasse as possibilidades de aparecimento de novos vírus por processos de mutação ou de recombinação que poderiam gerar vírus mais eficientes na transmissão entre humanos”. A comissão alertou também para o facto de que o uso promíscuo de antibióticos nas fábricas porcinas – mais barato que em ambientes humanos – estava proporcionando o auge de infecções estafilocócicas resistentes, ao mesmo tempo que as descargas residuais geravam manifestações de escherichia coli e de pfiesteria (o protozoário que matou milhares de peixes nos estuários da Carolina do Norte e contagiou dezenas de pescadores).
Qualquer melhoria na ecologia deste novo agente patogénico teria que enfrentar-se ao monstruoso poder dos grandes conglomerados empresariais avícolas e ganadeiros, como Smithfield Farms (suíno e vacum) e Tyson (frangos). A comissão falou de uma obstrução sistemática das suas investigações por parte das grandes empresas, incluídas umas nada recatadas ameaças de suprimir o financiamento dos investigadores que cooperaram com a comissão. Trata-se de uma indústria muito globalizada e com influências políticas. Assim como o gigante avícola Charoen Pokphand, radicado em Bangkok, foi capaz de desbaratar as investigações sobre o seu papel na propagação da gripe aviária no Sudeste asiático, o mais provável é que a epidemiologia forense do surto da gripe suína esbarre contra a pétrea muralha da indústria do porco. Isso não quer dizer que não venha a encontrar-se nunca um dedo acusador: já corre na imprensa mexicana o rumor de um epicentro da gripe situado numa gigantesca filial de Smithfield no estado de Veracruz. Mas o mais importante é o bosque, não as árvores: a fracassada estratégia antipandémica da Organização Mundial de Saúde, o progressivo deterioramento da saúde pública mundial, a mordaça aplicada pelas grandes transnacionais farmacêuticas a medicamentos vitais e a catástrofe planetária que é uma produção pecuária industralizada e ecologicamente sem discernimento.
Como se observa, os contágios são muito mais complicados que entrar um vírus presumivelmente mortal nos pulmões de um cidadão apanhado na teia dos interesses materiais e da falta de escrúpulos das grandes empresas. Tudo está contagiando tudo. A primeira morte, há longo tempo, foi a da honradez. Mas poderá, realmente, pedir-se honradez a uma transnacional? Quem nos acode?”
Foi um longo texto mas, porque não tinha lido nem ouvido os meios de comunicação social darem esta informação, é bom que se divulgue. Nunca nos dizem tudo, sobretudo nunca nos dizem o que não é conveniente. Não é censura … é ??

Nota : a foto também é do blog e refere-se a uma praça da Cidade do México

terça-feira, 5 de maio de 2009

Mel no telhado!!!


Julgava que seria proibido criar abelhas nas cidades mas li há dias que em França está em curso um programa para instalar colmeias nos telhados – mesmo no centro de Paris!
É assim que nos terraços de hotéis como o “Eiffel Park” e o “Rive Gauche” já há vários enxames “ que produzem cada um 150 quilos de mel por ano” e parece que “alguns parisienses também converteram os seus terraços em centros apícolas”.
Outra questão interessante é a qualidade do mel. Não sofrerá com a poluição?
Espantosa conclusão : segundo estudos da Associação Francesa de Apicultores, as abelhas citadinas são bem mais sãs do que as do campo onde se usam mais insecticidas e produtos químicos !!
E já há outros países, como a Alemanha e o Reino Unido que se preparam para estimular a apicultura urbana. E se a moda pega? Acho graça mas …

As fotos são de dois apicultores no terraço do Hotel Rive Gauche, de outro que sobe para o telhado da sua própria casa e de um frasquinho de mel parisiense !

Nota : a notícia foi publicada na revista “Super interessante” de Maio