sábado, 30 de abril de 2011

Se eles conseguem

Se cão, gato e rato conseguem não se agredir, colaborar e até ter entre si manifestações de ternura e compreensão, porque não conseguem cooperar os nossos políticos responsáveis pelo destino deste país?


Será maior a tolerância entre os animais não-humanos?

Vamos aguardar …

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Uma receita de peixe …


É mesmo uma receita de peixe, encontrada em “Notas Contemporâneas” ( 1909, póstumo) e publicadas no Almanaque Bertrand de 2011-2012.

Aí vai :

“ Peixe Recheado por Eça de Queirós
Marcial ou Aulo Gélio, não recordo qual, assegura que um bom jantar pode constar dum peixe, um bolo, um pudim e uma garrafa de vinho. Era este um jantar muito usual na Grécia e depois em Roma, para gente azafamada ou sóbria, que queria comer rapidamente, sem despesa e sem pesadume. Equivale ao jantar moderno, em Paris ou Londres, engolido à pressa antes do teatro, mesmo no mundo do luxo, e que se compõe de uma sopa, duma costeleta, duma fruta e de meia garrafa de Bordéus. Pois eu sei como cozinhar este jantar em Atenas ou Roma, aí pelos tempos de Augusto e ainda mesmo sob os Antoninos. O peixe, por exemplo, pode ser uma tainha. E aqui está como ela se prepara, ó estudiosos!

Tomai essa tainha. Escamai e esvaziai. Preparai uma massa bem batida, com queijo ( que hoje pode ser parmesão), azeite, gema de ovo, salsa e ervas fragrantes, e recheai com ela a vossa tainha. Untai-a então de azeite e salpicaia-a de sal. Em seguida assai-a num lume forte. Logo depois de bem assada e alourada, humedeceia com vinagre superfino. Servi e louvai Neptuno, deus dos peixes.

Ingredientes ( 2 pessoas)

. 1 tainha ou robalo com 1kg

. 50g de queijo parmesão ralado

. 1 gema de ovo

. 4 dentes de alho

. 2 colheres de sopa de azeite

. salsa, coentros, louro e sal, q.b. “

Sabem que vou experimentar? Mas sem o pudim e o bolo porque tenho de me ficar pelas 1200 calorias …

Nota : e não resisto a transcrever um dito de Woody Allen, referido no Almanaque : “ A realidade é chata, mas ainda é o único lugar onde se pode comer um bom bife” !! ( e é aproveitar enquanto não cortam nas reformas e não sobem o IVA)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Almanaque Bertrand 2011-2012


Já há tempo contámos aqui “histórias” lidas em Almanaques Bertrand publicados desde o ano 1900 - encontrei alguns em casa dos meus pais e tenho pena que se tivessem perdido muitos outros.

Foi com surpresa e curiosidade que vi anunciada a saída deste, de Maio de 2011 a Abril de 2012 , o 71º número editado. E tem tudo o que deve ter um almanaque : informações sobre fases da Lua, estações do ano e eclipses; fusos e informação horária em todo o planeta; efemérides para cada dia do ano e efemérides literárias ; peças literárias ( folhetins de Eça de Queirós e de Machado de Assis, crónicas de diversos autores, poemas, entrevistas), citações, informação sobre diversos autores e sobre prémios literários que têm sido atribuídos ( Nobel, Booker, Pulitzer, Goncourt, prémio Camões, Grande prémio do Romance e Novela da A.P.E) ; curiosidades, histórias mudas, adivinhas, provérbios e passatempos ; receitas literárias ( de Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, Bulhão Pato, ... ); horóscopo e calendários das hortas e jardins segundo o Borda d’Água, …

Recomendo e vou folheá-lo com mais atenção.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Símbolos que marcam toda a vida

Quando era miúda, lembro-me de como se festejava a implantação da Republica.
Recordo os festejos na minha terra e de como tinha admiração por aqueles homens (já de uma certa idade) que faziam discursos no Rossio da cidade (Alentejo).
Tocava a banda, saíam as bandeiras dos republicanos e o 5 de Outubro era dia feriado e de festa. Para os meus pais e os jovens da época esse dia já estava bem longe, no entanto respeitava-se e admiravam-se os bravos homens do princípio do séc. XX.

Tudo isto me chega bem presente porque hoje é dia 25 de Abril e assisto com mágoa a algumas cenas de rua, a conversas de mercado e a muitos olhares irónicos de gente de rua quando alguém passa com um cravo vermelho na mão.
Perdem-se as memórias e os valores, culturalmente não se sabe distinguir entre o profundamente importante da nossa história e o que, posteriormente, se fez dessa dádiva de bravos portugueses.

E, este ano, fiquei chocada. Conto em poucas linhas:
Fui comprar, como faço todos os anos, uns cravos para distribuir pelos amigos. Entrei na florista e não havia cravos à vista. Perguntei se iam ter, disseram que não, e mostraram-me um olhar irónico, aquele olhar que sentimos na pele. Mas verifiquei que, num canto, por cima de flores já envelhecidas estavam alguns cravos abandonados. Perguntei se estavam guardados. Disseram que não e que os ditos estavam velhos, sempre com o mesmo olhar gozado.
Bem, não perdi a calma, fui buscar os cravos e perguntei o preço. São 1€!....
OK! Eles não estão velhos e para mim eles são essenciais! Mal do ano em que, no dia 25 de Abril, não tenha um cravo em casa! E os cravos ali estão lindos e vigorosos!

Há 37 anos que me mantenho fiel ao simbolismo desta flor apesar de muitos sonhos se terem evaporado. Mas continuo a fazer a minha festa, como aqueles homens da minha meninice.

Apesar de tudo “VALEU A PENA! Vale sempre a pena para quem não tem alma pequena!!!”




domingo, 24 de abril de 2011

Boas Notícias de Novo 24

Para além de hoje ser Domingo de Páscoa e essa ser uma Boa notícia pelo que representa de Esperança para crentes e não crentes, lemos esta semana uma Boa notícia que me surpreendeu. Aí vai:

“Portugal é o país da UE com mais progressos na educação

Os países da União Europeia melhoraram os seus sistemas de educação em áreas chave na última década, mas apenas atingiram uma das cinco metas estabelecidas para 2010, revelou hoje a Comissão Europeia.

O relatório sobre o progresso da educação mostra que a União Europeia foi bem sucedida no objetivo de aumentar o número de diplomados em matemática, ciência e tecnologia, com um crescimento de 37 por cento desde 2000, uma área em que Portugal surge entre os melhores desempenhos.

A meta estabelecida a nível global, para 2010, apontava para um aumento de diplomados em 15 por cento. Foram atingidos os 37,2 por cento, desde 2000, e a percentagem de mulheres passou de 30,7 para 32,6, no conjunto dos países.

Portugal é o país com maior crescimento, seguido da Eslováquia e da República Checa. O número de diplomados em matemática, ciência e tecnologia em Portugal cresceu 193,2 por cento entre 2000 e 2008.

Significativa, mas ainda insuficiente, foi a redução do abandono escolar, tendo aumentando o número de alunos que concluiu o ensino secundário. Melhoraram os níveis de literacia e a percentagem de adultos a receber educação ou formação.

No abandono precoce da escolaridade não deve ser ultrapassada a marca dos 10 por cento entre 2010 e 2020. Na Europa a 27, a percentagem de abandono do sistema (entre a população dos 18 aos 24 anos) desceu de 17,6 por cento, em 2000, para 14,4 por cento, em 2009. Nesta média, 12,5 por cento eram homens e 16,3 por cento mulheres.

Portugal apresentava percentagens de 43,6 por cento em 2000, 35,4 em 2008 e 31,2 em 2009 no que diz respeito à saída precoce do sistema. Os melhores desempenhos neste ponto foram da Polónia, República Checa e Eslováquia.

Na formação de adultos ao longo da vida, Portugal passou de 4,1 por cento, em 2005, para 6,5 por cento, em 2009. “

Nem tudo corre mal mesmo que saibamos que estatística é estatística …

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Entretanto …

Enquanto as humanas deste blogue não se inspiram eu encontrei este poema num sítio que visito de vez em quando : o blogue “Gatosmanias”.

Oiçam, que é lindo !



E aproveito para vos mostrar como sou inteligente : já sei ir buscar o meu ratinho-brinquedo quando o faço baloiçar demais …

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um filme a não perder


Já estreou há muito tempo, já tínhamos tido recomendações para não o perder mas só ontem o vimos.

Pouca gente na sala, um grande silêncio sem pipocas ( no King não se vendem…), dois espectadores a sair a meio …

“Mel é um filme do realizador turco Semih Klapanoglu que já ganhou vários prémios nos maiores festivais de cinema do mundo. Com interpretações de Bora Altas, Erdal Besikçioglu, Tülin Özen, o filme Mel (Bal em turco) ganhou o Urso de Ouro (Melhor Filme) Festival de Berlim 2010. Para os críticos do jornal Le Monde: «O cinema de Semih Klapanoglu apazigua, fascina, cresce.»

O filme relata a história de Yusuf que tem 6 anos e gagueja quando tem de ler em voz alta nas aulas , mas fala fluente quando sussurra nas conversas com o pai. O pai é um apicultor que tem de subir às árvores da floresta para aceder às colmeias e recolher o mel. O lugar é um “sítio” perto de uma aldeia.

“A floresta apresenta-se para a criança como um lugar de perigo mas ao mesmo tempo como um lugar fascinante e misterioso que o faz sonhar. Com o pai aprende a ler a natureza: os nomes dos pássaros, o cheiro e o sabor das flores, o espaço, o tempo… É um conhecimento diferente do recebido na escola onde as aprendizagens são outras e adquiridas de outro modo “

Para além da beleza das imagens, da forma espantosa com se gerem grandes pausas “cheias de poesia dentro”, da interpretação com poucas palavras dos personagens, valem os sentimentos, as emoções de uma criança que aprende o mundo dos adultos e para quem o pai “é único”.

GOSTÁMOS MUITO! Vão ver .

domingo, 17 de abril de 2011

Boas Notícias de Novo 23

Nestas semanas de insegurança relativamente ao presente e ao futuro, tropeçámos numa notícia que assumimos como BOA : a vulgarização no chamado Ocidente ( civilizado!...) de comida preparada com insectos e larvas.

É prática corrente na Holanda e qualquer dia estará por cá. São uma fonte muito saudável de proteínas ( tantas como a carne), com baixo índice de gordura e sem impacto ambiental. Claro que não convém andar por aí a apanhar gafanhotos, formigas e afins… Na Holanda o Governo criou legislação para as quintas que os produzem para consumo humano, com higiene e segurança.

Estamos a brincar? Olhem que não … Quem for de viagem à Holanda pode comprovar e provar no hipermercado Sligro “larvas, gafanhotos, grilos e outros insectos, para comer à colherada ou adicionar a receitas tradicionais” … e também em snaks com cobertura de chocolate ou mel, por exemplo. E se for a Londres também os encontra à venda.

Se mais de 80% da população mundial aprecia comer estes animaizinhos, se é comum detestá-los vivos, porque é que os outros 20% da humanidade não os há-de integrar na alimentação?

Se as fontes de proteína animal são tão poluentes e se contêm tantos elementos prejudiciais à saúde, porque não devemos optar por uma fonte de proteínas mais saudável?

Se há 1417 espécies de insectos comestíveis e se já comemos outros Artrópodes como camarões e caranguejos, se achamos normal comer caracóis, porque não grilos, formigas ou escaravelhos?


Eu estou disponível para experimentar … Venham as espetadas de gafanhoto, o arroz e os ovos mexidos de larvas, os grilos tostados … ( só baratas é que não!). E depois, o futuro vai trazer tantas mudanças boas e más que é preciso ter a mente aberta e considerar que quanto mais opções tivermos relativamente a TUDO, melhor.


E por isso esta é uma BOA NOTÍCIA.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Eu já tinha suspeitado!



Ouvi a minha dona e as vizinhas falarem das “sacerdotisas de Amon” e estiquei a orelha … com que então à volta desse deus de que herdei o nome havia um clero de sacerdotes e sacerdotisas? Pois era de supor que sim.

Eu já tinha considerado que estes humanos que tenho à volta existem para me servir mas ter a certeza é outra coisa!! Que honra!

Ouvi ler a notícia sobre os sarcófagos esquecidos das sacerdotisas de Amon e não percebo porque se preocupam em recuperá-los quando EU estou aqui e o meu séquito está vivo!! Coisas de humanos que andam com comportamentos tão bizarros e indignos ( como esse tal de Nobre na presidência da Assembleia? Ah! Ah! …) que me envergonham.

A partir de agora vou ser mais exigente e convincente. E espero, com o exemplo de todos os da minha raça, contribuir para uma Humanidade mais leal, independente, sensível, digna e coerente.

E … SAÚDO o meu clero !

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sacerdotisas-cantoras do clero de Amon

Estão quatro em Portugal!!

Quatro sarcófagos e 88 estatuetas funerárias foram trazidas para Lisboa pelo diplomata português que representou Portugal na cerimónia de entronização do Quediva Abbas II do Egipto. Reinava D.Carlos e governava Hintze Ribeiro.

Desde 1893 até finais do séc. XX ficaram esquecidas à guarda da Sociedade de Geografia até que o egiptólogo Luís Manuel de Araújo, prof. da Faculdade de Letras de Lisboa, se interessou pelo estudo das estatuetas e levou depois um seu aluno de mestrado a interessar-se pelos sarcófagos. Desde 2009, com uma bolsa, Rogério de Sousa dedica-se em exclusivo ao estudo desse espólio com o objectivo de divulgar a sua existência e conseguir angariar fundos para a recuperação que passa sobretudo por uma cuidadosa limpeza.
Como foram descobertas?

Durante cerca de 3 000 anos e até 1891, o túmulo onde foram encontrados os sarcófagos de 153 sacerdotes e sacerdotisas-cantoras de Amon esteve inviolado . Foi um ladrão de túmulos que vivia do saque e venda de achados aos europeus que eram bons compradores desde a expedição napoleónica de 1798, que intuiu a existência de um túmulo “ que não tinha meios para alcançar” – na região de Bad el-Gassus. Numa de honesto informou os ingleses que controlavam o Governo do Cairo. Foi assim que foi desentulhado um poço de 14 metros, no fundo do qual e por trás de uma porta selada, encontraram uma extensa galeria com cerca de 100m “atulhada de sarcófagos pintados com cores deslumbrantes, com predominância de dourado”.

Foi uma dor de cabeça a remoção e transporte para o Cairo de tantos sarcófagos, sob o olhar dos habitantes locais que se sentiam espoliados e revoltados com a tutela britânica. Foram depositados no museu de antiguidades de Gisé onde se acumulavam, sem espaço, muitos outros achados.

Sem saber o que fazer a tanto sarcófago, alguém teve uma “brilhante” ideia: oferecer alguns aos países que se fizessem representar nas cerimónias de entronização do novo Quediva ( título de vice-rei conferido pelo Império Otomano ao paxá do Egipto e que os ingleses mantiveram) .

E foi assim que tivemos direito aos quatro sarcófagos, entre eles o da sacerdotisa-cantora Djedmutiusanjk, um dos melhores do túmulo.

Será que os merecemos? Pelo abandono em que estiveram …

O interesse-paixão do psicólogo-egíptólogo Rogério de Sousa pode ser que leve à recuperação e exposição destes 4 sarcófogos até porque há um professor da Universidade de Varsóvia que tenta a reconstituição do conjunto dos achados de Bad el-Gassus.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Miradouro de S. Pedro de Alcântara

Lisboa está mais bonita! Sou eu que o digo e… pronto! Será da luz da Primavera, intensa e quente, que invadiu a cidade, pondo fim a um prolongado e, por vezes deprimente, Inverno? Serei eu que ando mais bem disposta, que mais não seja para contrariar a onda pessimista que nos persegue afincadamente? Será que, após um longo, longo período de recuperação urbana, se retiraram os tapumes e muitas belezas se mostram à luz do dia? Será porque a cidade está quase na Páscoa e há uma invasão de espanhóis, bem mais efusivos e extrovertidos? Será pelo efeito, em tons de verde, que as minhas queridas árvores de Lisboa espalham pelas ruas e jardins? Será…?

De certo que é um pouco por tudo isto.

Hoje, deixo aqui um apontamento sobre o recuperado jardim e miradouro de S. Pedro de Alcântara, por onde passei há poucos dias e cuja visita recomendo vivamente! Está bonito, cuidado, muito vivo e colorido.

A requalificação do Jardim, que foi inaugurado no início do ano de 2008, teve como finalidade dignificar os elementos notáveis daquele espaço – os lagos, as estátuas, o pavimento, as zonas verdes, o mobiliário urbano, a iluminação e zonas de lazer, mantendo o carácter romântico de jardim/miradouro, um dos mais emblemáticos da cidade por oferecer um dos mais belos panoramas sobre a cidade. O Jardim foi construído no século XIX e o seu nome vem do padroeiro do convento dos Arrábidos que lhe fica em frente. Aqui se encontra um painel de azulejos, bastante antigo, da autoria de Fred Kradolfer, que apresenta alguns dos principais pontos que se podem avistar a partir do miradouro e também a estátua do fundador do jornal Diário de Notícias, Eduardo Coelho.

Depois de recuperado, como disse, o espaço está muito convidativo – tem algumas esplanadas, um tradicional e muitos bancos, na parte superior e na parte inferior, onde se pode descansar, ler, conversar.

Já agora, mais uma “dica” – quem vem do Jardim de Alcântara, a pé, em direcção ao Príncipe Real, do lado direito da rua, vai encontrar um pequeno café/bar muito original. Estava fechado mas deu para espreitar e para espicaçar a vontade de o visitar. Chama-se Lost in Esplanada! Promete-se um post para depois da visita.

Assim sendo, por favor, saiam para redescobrir a cidade que está mesmo mais bonita!


segunda-feira, 11 de abril de 2011

A PÁSCOA JÁ CÁ CHEGOU



Como hoje fomos mimadas com as primeiras “amêndoas” da vizinha Goiaba, não podíamos deixar de postar as iguarias.

Tudo muito bom, tudo para a dieta e para a crise, como sabiamente afirmou a mestra da culinária cá do sítio.

Um folar caseiro, fofinho, tostado, saboroso…. A que não falta o ovo da tradição. Receita? Bem, não estou autorizada a divulgar. Cada chefe lá tem os seus segredos, sabem como é…

Depois, como este ano andamos todas a evitar as amêndoas, os chocolates e outras guloseimas… a solução apareceu logo em forma de ovos… mas de gelatina! Não faz mal, não estraga tanto a linha e até fortalece as unhas e os cabelos!

Fiz rapidamente as fotos, rabisquei estas linhas e a Lis vai postar no Blog. Cada uma na sua arte, pois então!!

Se houver mais novidades de Páscoa, elas cá aparecerão! Prometido!!

domingo, 10 de abril de 2011

Boas Notícias de Novo 22

Com o título “ Com oito garrafas se faz uma camisola”, li que muitas camisolas da Nike, da Adidas e de outras empresas são de poliéster obtido a partir do plástico das garrafas de litro e meio que é primeiro triturado e depois transformado em fibra. Estas camisolas vestem, por exemplo, os jogadores do Futebol Clube do Porto e os da Selecção Nacional.


Aliás para os alemães da Adidas o objectivo é que 100% do calçado e 20% do resto do vestuário sejam, até 2012, sustentáveis.

O Expresso e o Millennium BCP lançaram o concurso “Movimento do Milénio” que” procura soluções para o futuro com impacto na vida dos portugueses”. Na categoria DEMOCRACIA foi escolhido esta semana o projecto vencedor : VOTO SIMPLEX.

Este projecto, da autoria de Stéphanie de Matos e André Cabrita, visa “equipar as caixas Multibanco com tecnologia que permita votar em qualquer local com o cartão de cidadão, eliminando a necessidade dos eleitores se deslocarem às respectivas mesas de voto”.

Parece uma boa ideia que facilita a vida a quem está consciente do dever cívico de votar e pode ser que motive outros a não se absterem …E já agora aproveitava-se o facto de Portugal ter uma das maiores redes per capita de caixas Multibanco - os nossos banqueiros não se pouparam a esforços para tornar fácil o acesso ao dinheiro!!

Levanta-se a questão de se poderem falsificar votações sendo o cartão usado por outro …mas há solução já desenvolvida na Polónia : leitura biométrica que identifica o utilizador.

Nesta semana em que não nos apeteceu nada procurar Boas Notícias, aproveitamos estas!!

Nota: o referido concurso continua aberto para outras categorias ( Negócios, Cidades, Consumo)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Uma péssima notícia …

Há tempo recebi um mail com informação sobre a Guiné Equatorial e o seu líder : Teodoro Obiang Nguema. Presidente corrupto desde 1979 depois de um golpe de Estado contra o seu tio, igualmente corrupto, tem mantido o povo na miséria e enriquecido a família e os amigos com as riquezas do país – a Guiné Equatorial é o terceiro produtor de petróleo da África subsariana e Obiang foi eleito pela revista Forbes o oitavo governante mais rico do mundo.

A Guiné Equatorial é uma antiga possessão espanhola, por isso a língua oficial é o castelhano. Mas … tem uma segunda língua oficial : o português ( a ilha de Fernando Pó faz parte do país e a zona esteve sob influência portuguesa até 1778) ). A razão principal é o desejo de vir a integrar como membro permanente a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) de que é, desde há tempo, membro “observador” ( como o Senegal e a República de Maurícia). Esteve quase a consegui-lo mas o projecto foi adiado.

Para além da situação miserável dos habitantes deste país já ser uma má notícia, li agora que, a 30 de Janeiro último, na cimeira da União Africana, Teodoro Obiang Nguema FOI ELEITO PRESIDENTE dessa união de Estados africanos !! O mesmo que rouba o país e massacra o seu povo, o mesmo que defende no poder do Zimbabwé Robert Mugabe … O mesmo que, na tomada de posse diz que “ o seu mandato será consagrado ao desenvolvimento económico, à unidade e à paz” e que “ os conceitos de democracia, dos direitos humanos e da boa governação não são temas novos para África mas têm de ser adaptados à cultura africana” … O contrário do que pratica!!

Veja-se o vídeo que, no Youtube, só encontrei em espanhol.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Gene Sharp

É, ao que parece, o “guru” dos novos movimentos mais ou menos pacifistas que têm reagido contra ditadores e autocratas.

Tem 83 anos, vive a maior parte do tempo no seu pequeno apartamento em East Boston, entre livros, cães e o cultivo de orquídeas. Admirou e estudou profundamente a vida e obra de Ghandi, a luta pelos direitos civis de Luther King e na de outros pacifistas e nelas se inspirou para escrever, em 1973,“The Politic of Non Violent Action” ; em 1983 funda uma ONG que divulga métodos de acção não violenta e em 1992 escreve “a bíblia dos revolucionários não violentos”: “Da Ditadura à Democracia”. A seguir escreve “ 198 Métodos de Acção Não Violenta” cujo conteúdo foi testado durante uma estadia na Birmânia. São estes os manuais de revoluções pacíficas usados na Tailândia e na Indonésia contra as ditaduras . Diz-se que foram inspiradores das organizações responsáveis pela queda de Milosevic (Sérvia, 2000) e , em 2009, inspiraram o “movimento verde” do Irão. São conhecidos por todos os movimentos pró democracia da Geórgia, Ucrânia, Quirguizistão e Bielorússia e hoje são usados pelos revolucionárias árabes.

Deve-se a Sharp “a ideia de atribuir uma cor imediatamente reconhecível às revoluções – verdes, laranjas, rosas,etc”
Segundo Sharp “ as ditaduras têm fraquezas e uma acção pacífica bem planeada pode fazê-las cair”. “O sucesso de uma revolução assenta na capacidade que os seus organizadores terão para enfraquecer a aliança entre funcionários públicos, polícias e soldados que normalmente suportam os autocratas. O seu sistema de recompensas e punições deve ser desestabilizado”.

Para saber mais, nada como aceder ao site seguinte e fazer download do livro “Da Ditadura à Democracia”, traduzido para português ( brasileiro)

Os ditadores que se cuidem !!! ( SERÁ??)

domingo, 3 de abril de 2011

Boas Notícias de Novo 21

Numa semana em que só temos presente más notícias, foi fácil encontrar pelo menos, três Boas Notícias :


- A que distingue a fadista portuguesa Mísia com o grau de Oficial da Ordem das Artes e Letras, atribuída pelo Governo francês. É a terceira distinção em muito pouco tempo : em 2004 tinha-lhe sido atribuído o grau de Cavaleiro dessa mesma ordem e, em 2005, recebeu do Presidente da Câmara de Paris a Grande Medalha de Vermeil da Cidade, a maior distinção da capital francesa.

As justificações apontam para o seu percurso de 20 anos de fadista e para que o “seu estilo, único e peculiar, revolucionou a interpretação tradicional do fado”.
Ao que se sabe o seu último álbum é constituído por fados tradicionais com letras escritas por mulheres.



-Ao arquitecto Eduardo Souto Moura foi atribuído o prémio Pritzker 2011, o maior prémio mundial na área da arquitectura. O facto de ser a segunda vez que este prémio é atribuído a um arquitecto português ( 1992,Siza Vieira) é motivo de orgulho e responsabilidade futura.

Este prémio foi atribuído a a arquitectos que nos habituamos a considerar extraordinários como Oscar Niemeyer (1988), Frank Gehry (1989), Norman Foster (1999) e Zaha Hadid (2004).






 - Em Évora decorre, desde Abril de 2010, uma experiência-piloto na área do consumo e controlo de energia : projecto InovCity, que, no dizer do eng. Sócrates coloca Portugal “ na linha da frente da inovação em matéria de redes inteligentes de energia”.Numa conferência realizada agora sobre a implementação do projecto constata-se os bons resultados e o interesse de vários países na importação do conceito - estiveram presentes delegações da China, Marrocos e alguns países da América Latina, “ entre outros que estão associados ao projecto”. É um projecto caro … mas parece que há empresas interessadas!



sexta-feira, 1 de abril de 2011

Revisitar a Faculdade de Letras

Na quinta feira, dia 31, a nossa aula de Italiano foi, mais uma vez uma oportunidade diferente de ouvir a língua, desta vez assistindo a uma conferência do Prof. Luca Serianni, catedrático de História da língua italiana, na Universidade de Roma , La Sapienza, e autor de uma das mais famosas gramáticas da língua.

“La lingua italiana centocinquant’anni dopo l’Unità” era a conferência que se insere no programa bastante diversificado que o Instituto Italiano de Cultura de Lisboa tem promovido para festejar os 150 anos da república italiana, em colaboração com o Departamento de Linguística da Faculdade de Letras.

Isto para dizer da dupla satisfação com que fui assistir a esta aula. É sempre bom voltar à escola onde estudámos, onde vivemos bons e também menos bons momentos, em que, de uma forma bastante saudável, vivi a minha fase académica. Fiz excelentes amizades, que ainda hoje mantenho e de que muito me orgulho. Pertenci a um grupo de alunos bastante bom e que deu muito bons profissionais. Tive extraordinários professores que recordo com muita saudade e emoção. Tive outros menos bons mas que, felizmente, esqueci há muito. Tenho tantas e tão boas recordações daqueles corredores, anfiteatros, escadarias e bar por onde deixei, certamente muitos risos, muitas ânsias, muitas alegrias e muitos apertos na hora dos exames.

Tudo isto passou hoje pela máquina da minha memória e soube muito bem. Gostei de ver os anfiteatros e as mesmas salas dos Departamentos aonde íamos com frequência encontrar os professores, entregar trabalhos, esclarecer dúvidas. Reconheci tudo com pormenor. Depois gostei das novidades, dos novos espaços, das novas salas e anfiteatros. Tudo com um ar arejado, modero e bem enquadrado. Não sei bem o que pensam os novos estudantes mas, para uma velha aluna foi muito agradável constatar o alargamento das instalações, com muita luz e espaço.

Quanto à conferência em si foi bastante interessante, apesar da instalação sonora não ser exemplar. É bom ver um anfiteatro cheio de pessoas para ouvir um linguista, nos tempos de hoje. Jovens e menos jovens, alunos e professores todos a reflectir sobre a língua italiana que, ao contrário do que se poderia pensar, é recente de 150 anos. Antes da unificação, em 1861, diferentes “dialectos” eram falados pela península, dependendo da vizinhança com outros povos, dos diferentes invasores, das fronteiras. Acabou por vingar o florentino, consagrado por três grandes nomes da literatura – Dante, Petrarca e Boccaccio e mais tarde por Alessandro Manzoni, autor do que é considerado o primeiro romance italiano I Promessi Sposi. Também foi gratificante poder seguir uma conferência com temática específica em italiano e … perceber tudo com alguma facilidade. Sentimos que, assim, vale a pena o esforço e o trabalho. E não menos feliz fiquei quando ouvi uma autoridade linguística, como o professor Serianni, confidenciar-nos que o verdadeiro italiano, segundo ele, não é o da literatura, o dos romances, mas o italiano utilizado nos jornais sérios. E os italianos têm jornalistas de mão cheia!!
Para acabar o apontamento aqui fica uma nota dissonante. Um pequeno grupo de jovens que entravam e saiam do anfiteatro, sem respeito pelo conferencista, perturbando a atenção dos presentes e a quem uma colega minha, a dada altura, teve mesmo de chamar à realidade. Isto não acontecia no nosso tempo. Não nos atrevíamos, nem os nossos professores o permitiam. Podíamos entrar ou sair, é certo, mas sem incomodar.