terça-feira, 30 de junho de 2009

Elevador da Bica

Enquanto fazia o meu trajecto habitual, num autocarro da Carris, constatei que o elevador da Bica tinha celebrado, ontem, 117 anos e que essa data era assinalada como “acontecimento que eleva a cidade”. Achei graça à frase publicitária e como grande amiga dos nossos elevadores, logo pensei num pequeno post para, também eu, festejar um dos muitos amarelos que animam as nossas colinas.
O Elevador da Bica, ou Ascensor da Bica, é um
funicular localizado na Rua da Bica de Duarte Belo, propriedade da Companhia de Carris de Ferro de Lisboa.
Estabelece a ligação entre o Largo do Calhariz e a Rua de São Paulo, por uma das encostas mais íngremes da cidade. A concepção é do engenheiro português
Raoul Mesnier du Ponsard e foi inaugurado a 28 de Junho de 1892.Com mais de um século de existência, é o ascensor mais típico da cidade de Lisboa e, embora não tenha a mesma afluência do Elevador da Glória, constitui nos dias de hoje uma das principais atracções turísticas da capital portuguesa.Devido à sua enorme importância histórica e cultural, o elevador foi classificado como Monumento Nacional em Fevereiro de 2002.
As duas carruagens, idênticas e numeradas 1 e 2, são compostas por três compartimentos de piso horizontal, desnivelados e de acesso independente e o elevador tem capacidade para transportar 23 passageiros, dos quais 9 sentados e 14 em pé.
Aí ficam umas imagens do percurso e do velhinho elevador.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A marca de um Desiger

Uma feliz coincidência fez chegar-nos este vídeo, num mail de um colega e amigo, depois de há uns dias atrás termos andado a pesquisar sobre a sequência de Fibonacci quando a Lis preparava mais uma das suas Oficinas “Saber ver, Poder criar”.
Porque a perfeição nos deslumbra, porque os mistérios da criação sempre nos interessaram, porque gostamos de compartilhar com os outros o que de mais interessante nos chega, aqui fica mais um filme para ver, para deliciar e fazer reflectir.

domingo, 28 de junho de 2009

VIVA A VIDA – 7

Reunimos BOAS NOTÍCIAS para animar o 2º domingo de Verão:

- Paula Rego foi incluída na lista dos 200 maiores artistas dos séc.XX, divulgação feita no dia 9 pelo jornal britânico The Times.
- O tenor José Carreras recebeu um doutoramento Honoris Causa da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em reconhecimento pelo trabalho da fundação que criou: a Fundação José Carreras para a Luta contra a Leucemia. A fundação nasceu em 1988, depois de Carreras ter vencido a leucemia diagnosticada um ano antes e tem como principal missão o apoio á investigação científica em todo o mundo. - A sonda espacial russa Fobos-Grunt, que será lançada no próximo mês de Outubro rumo a Marte, deverá trazer de volta amostras de solo de Fobos, a lua marciana. Admite-se que se poderão recolher provas que comprovem a hipótese de que a vida na Terra tem origem no espaço.
“Enviaremos a Fobos culturas bacterianas para averiguar se sobrevivem ou não nas condições do frio e da radiacção, ou seja, se podem viajar com meteoritos, por exemplo”, explicou um cientista russo (Zelioni) à agência Ria-Novosti. “Durante os três anos que durará o voo, as bactérias ficarão expostas a baixas temperaturas, vácuo e raios gama provenientes do Sol, ou seja, viajarão em condições equiparáveis às do espaço exterior”, acrescentou, sublinhando que “a radiação será a prova mais difícil”.

- O naturalista britânico David Attenborough recebeu o Prémio Príncipe de Astúrias das Ciências Sociais 2009 pelo júri dos Nobel espanhóis, porque “a sua obra é uma das grandes contribuições para a defesa da vida e a conservação do nosso Planeta”. Na Acta do Júri, salienta-se a carreira do cientista britânico, formado na Universidade de Cambridge e London School of Economics, a sua “permanente busca da excelência e a sua qualidade como investigador”, bem como “o seu interesse pelos problemas do nosso tempo”.É considerado um dos maiores divulgadores científicos do mundo e pioneiro na realização de documentários sobre a natureza e o comportamento animal, actividade que continua a manter na BBC. Está agora a preparar a série The Frozen Planet, com visitas ao Árctico e Antárctico. David Attenborough nasceu em Londres no ano de 1926. Terminou o curso de Ciências Naturais na Universidade de Cambridge em 1947 e, após servir na Marinha, começou em 1952 a trabalhar para a BBC. Actualmente é presidente da Real Sociedade para a Conservação da Natureza, membro da Royal Society de Londres, do Conselho de Administração do Museu Britânico e do Real Jardim Botânico de Kew.
- Não usam fato nem gravata, são adolescentes, mas já têm uma empresa com sede na sala de aula e criaram produtos inovadores. Alunos da escola Secundária P. Alberto Neto, em Queluz, criaram a B100, ligada à produção de biocombustível através de um transformador de óleos usados e a Watt que criou um carregador solar móvel, para assegurar energia a telemóveis e leitores de música, independentemente do local onde se encontrem. Para alunos e professora tem sido um processo muito gratificante que abriu aos alunos “uma perspectiva empresarial” e os obriga a trabalhar em equipa, preparando-os assim, para a Vida activa futura.

sábado, 27 de junho de 2009

As aulas de pintura

Pois é, já tínhamos falado das aulas de pintura que decorrem no 5º esquerdo e dos esforços da nossa amiga-pintora . Eu sou a pior aluna – a mais impaciente, a mais apressada, a mais desconfiada , … Bem, depois de muitos esforços lá me deixei levar para a pintura numa tela, que eu achava, acho, mal empregue.
Qual o tema? Flores, árvores, pintura abstracta, … Enquanto as nossas amigas pintavam um belo tucano ( que hão-de ver) e uns escaravelhos lindíssimos, eu, depois de muita hesitação, optei pelo AMON. Tinha de ser – é tara! E lá fomos procurar uma fotografia “fácil”, de preferência, de costas.
Depois de “muito esforço” e da ajuda da professora, acabei hoje a obra, vim pendurar na parede, colada com bostic para ficar à prova do modelo …
E ele lá foi a correr, tentar abanar o novo objecto-brinquedo, olhando com ar depreciativo e mesmo desplicente - não se pode deitar ao chão, NÃO PRESTA.
E assim vai a reforma!!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Curiosidades de Lisboa 2

Aqui vão mais umas curiosidades sobre a nossa bela Lisboa, sempre com recurso À TimeOut…
- São muitas as hipóteses para a origem do nome Chiado, dado a um pitoresco largo da zona da Baixa Lisboeta. Há quem diga que o nome estaria ligado ao chiar das rodas das carroças que subiam e desciam aquelas vias. No entanto, a mais consensual das versões é a que diz que o nome deriva da alcunha do poeta do séc. XVI, António Ribeiro, que ficou conhecido como o Chiado e que está representado no largo por uma estátua. Também poderá derivar da alcunha de um tal Gaspar Dias, taverneiro quinhentista, proprietário de um estabelecimento comercial situado defronte do Convento do Espírito Santo, depois Palácio Barcelinhos, hoje Armazéns do Chiado, centro comercial.

- Será que os muitos adeptos do Benfica já repararam que o emblema do clube tem uma inscrita uma roda de bicicleta? A explicação remonta aos anos do primeiro campo de jogos na Quinta da Feiteira. Como, nessa altura, o clube não era muito endinheirado muitos jogadores passaram-se para o Sporting. Isto veio a originar a fusão do Sport Lisboa com o Grupo Sport Benfica, que tinha como modalidade principal o ciclismo, levando à origem do actual emblema, com a roda de uma bicicleta e também do nome que, actualmente, tem o clube: Sport Lisboa e Benfica.
- A Avenida da Liberdade foi, em tempos, chamada Passeio Público, criado pelo Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755 e que correspondia à área ocupada actualmente pela parte inferior da Avenida e da Praça dos Restauradores. Apesar do nome que tinha, o recinto era murado e tinha portões por onde só passava quem pagasse a taxa estabelecida. Só quando, em 1821, quando os Liberais subiram ao poder, os muros foram derrubados e o Passeio fez justiça ao nome e passou mesmo a ser público.
- Por que razão os lisboetas são os Alfacinhas? Algumas explicações referem que na região de Lisboa haveria muitas alfaces, palavra de origem árabe, que terá proliferado durante o período muçulmano. Mas é possível que venha mesmo do maravilhosos legume que poderá ter sido o único alimento disponível aos habitantes da cidade durante um cerco interminável que impôs uma dieta vegetariana aos lisboetas.
- E, para acabar, será que todos nós conseguimos responder a esta pergunta, se ela nos for colocada? “Quais são as sete colinas da Lisboa?” Elas terão sido referidas, pela primeira vez, no séc. XVII, no Livro das Grandezas de Lisboa de Frei Nicolau de Oliveira, que desejava aproximar a nossa cidade de Roma, ela também com sete colinas. Ao avistar Lisboa, vindo de barco, Frei Nicolau nomeou as sete colinas como sendo – Castelo, São Vicente, São Roque, Santo André, Santa Catarina, Chagas e Sant´Ana. Curiosamente, a colina da Graça, a mais alta de todas ficou de fora desta enumeração, provavelmente porque vista do barco a colina da Graça ficava encoberta pela do Castelo. Muitos estudiosos dizem que, em rigor, Lisboa terá umas cino colinas e não mais.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Curiosidades de Lisboa

No mês em que as festas da cidade estão na ordem do dia, várias revistas, jornais, estações de rádio e televisão têm trazido a lume uma série de artigos e notícias sobre Lisboa. Das muitas que lemos decidimos divulgar, aqui no nosso blog, algumas das “88 Coisas que você não sabe sobre Lisboa” ou já esqueceu, e que a revista TimeOut divulgou no início de Março. Aí vão algumas:
- A Casa dos Bicos, edifício que Brás de Albuquerque, filho do vice-rei da Índia, Afonso de Albuquerque, mandou construir em 1523, após uma viagem a Itália, teve como modelo o Palácio dos Diamantes, em Ferrara. Os lisboetas daquele tempo, pouco dados a ideias megalómanas, não viam diamantes em lado algum; apenas viam bicos de pedra. O costume faz muitas vezes lei e esse é o nome, que a princípio era bastante depreciativo, e que se conservou até aos nossos dias. Hoje é a casa museu do nosso nobel Saramago.

- O Arco que veio preencher um pouco o descampado da Praça de Espanha é o Arco de São Bento que fazia parte da Galeria da Esperança do Aqueduto das Águas Livres, desmontado em 1938, quando se remodelou o espaço em frente ao palácio de São Bento. A sua reconstrução teve de esperar sessenta anos. Entretanto, esteve desmontado nos jardins do Palácio da Ajuda e, depois, na Praça de Espanha, na qual acabaria por vir a ser reconstruído, em 1998.

- A expressão “andar a nove”, andar muito depressa e atarefado, vem dos eléctricos antigos que tinham, um manípulo que o guarda-freio rodava para um lado ou para outro, consoante queria aumentar ou diminuir a velocidade. O velocímetro tinha nove pontos, ou seja, quando atingia o máximo da velocidade, o elevador ia a nove.
A expressão pegou e estendeu-se a outros veículos e também às pessoas.
- Outra expressão muito popular, “vai tudo para o maneta” tem origem na época das Invasões Francesas. Nessa altura, a mando de Napoleão Bonaparte, um senhor general Loison que, para além de maneta, era muito mau. Esse chefe da polícia política francesa em Lisboa, espalhava o terror entre as populações lisboetas e arredores, roubando ouro e prata das igrejas, pilhando os conventos e as casas. O receio popular pelas acções do vilão francês juntou-se ao bom humor típico dos portugueses e assim nasceu a expressão – Vai tudo para o maneta. O povo é mesmo um mestre!
- Desengane-se quem pensava que o Largo do Rato era assim designado porque na zona existiriam muitos ratos e ratazanas. Rato era a alcunha de Luís Gomes de Sá e Menezes, que no séc. XVII era patrono do convento das Trinitárias de Campolide, Convento das Trinas do Rato e cuja alcunha deu o nome ao convento, ao sítio e, por fim, ao largo.

- Sabe onde poderá beber o café mais barato, na nossa capital? Pois bem, a bica mais barata de Lisboa custa exactamente 25 cêntimos e pode bebê-la no bar da Assembleia da República? Quem diria?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Solstício de Junho

Foi no domingo, quase às 6 da manhã. Para o festejar, fui à praia o mais cedo que pude – 9h e 30m. Estava um sol lindo, a maré baixa e o chão rochoso cheio de algas e coberto de água quentinha ( é verdade!) mas passada uma hora … o nevoeiro. É a costa oeste com tudo o que tem de bom e mau!
Eu não resisti e vim embora mas os persistentes tiveram o prémio: mais uma hora e o sol voltou . Afinal era o seu dia maior, o primeiro do Verão e tinha de se mostrar.
Enquanto durou o nevoeiro o AMON deu uma voltinha pelo jardim-comum, sempre atento para descobrir os seus amigos que deviam estar a dormir.

terça-feira, 23 de junho de 2009

De tirar o fôlego!

Comecei a viajar, sozinha ou acompanhada por amigos, assim que ganhei o meu primeiro salário. Literalmente! Tinha vinte e cinco anos e gostava de viajar de uma forma informal, respirar o mundo, observar as pessoas, no que tinham de semelhante e no que as afastava de mim. Assim, fiz algumas viagens de comboio, meio de transporte de que continuo a gostar imenso. E ainda acalento o sonho de fazer um Transiberiano ou mesmo um Expresso Oriente. Se conseguir cumprir este desejo, passarei os dias, e sobretudo as noites, espiando todo e qualquer ruído ou movimento anormal com a certeza de que encontrarei o monsieur Poirot, cofiando o bigodinho e radiografando todos com o seu olhar único. Diverti-me imenso nessas viagens. Tínhamos, certamente pouco dinheiro, estávamos sempre estafadíssimos mas super felizes, rindo e partilhando alegrias, tristezas, segredos. Foi desta forma, leve e felizes, que percorremos vários países da Europa. Belas Férias!

Mais tarde, descobri outras formas de viajar. Em grande ou pequeno grupo, de avião ou de carro, no meu país ou no estrangeiro, em viagens planeadas e organizadas por nós, ou participando em projectos turísticos de excursão. E, todos os anos, no Verão, lá parto, quase sempre acompanhada, não sou propriamente uma viajante solitária, para a aventura de conhecer uma nova cultura, outras civilizações, outras paisagens, sempre desperta e disposta a encontrar alguém ou alguma coisa distinta de mim. De cada viagem regresso mais rica, sempre diferente, com os meus horizontes alargados, já que viajar é a minha paixão.
De todas as viagens guardo excelentes recordações mas creio poder distinguir três países que me emocionaram muitíssimo – a Itália, o Brasil e a Índia.
A Itália pela cultura antiga, pela arquitectura, pela língua doce e cantada que sempre me fascinou, pelo sol, pelo povo e pelos amigos com quem partilhei tantas vivências.
O Brasil porque me senti em casa, a mesma língua, mais doce e pura muitas vezes, as mesmas origens, nada me escapava, tudo eu absorvi! Depois, a diversidade das paisagens, as praias, o calçadão, a areia sem fim, a música, a alegria e o colorido.
A Índia porque foi uma viagem totalmente organizada por nós, três amigas. Fizemos todo o percurso sentindo-nos quase milionárias, de táxi, conduzidas por um motorista “sik”, misterioso mas super eficiente, impecavelmente vestido, de turbante, que foi nosso guia, nosso protector, nosso exímio motorista e que tudo fez para que a nossa viagem ficasse memorável. País de contrastes gritantes que me fez pensar e repensar muita coisa mas que me deslumbrou pelo exotismo, pelos odores, pelo colorido dos saris, das frutas e das especiarias, por ter respirado um mundo totalmente novo!
Hoje vieram-me estas memórias. Porque as férias grandes estão à porta, porque no Sábado começou um seriado brasileiro que me fez rever imagens de Iguaçu de “tirar o fôlego”, porque nesta semana, na minha aula de pintura me abalancei a desenhar e pintar um tucano, ave linda e amistosa com que brinquei várias vezes.
Aqui ficam umas fotos que fiz nessas viagens. Iguaçu não tinha água branca; a força da tempestade dos dias anteriores dava-lhe um tom estranho mas não menos belo e um roncar de natureza ferida que ainda hoje consigo ouvir. E tal como os personagens da série, ficámos encharcados até à medula e chorei de emoção.
Da Índia ficam os coloridos e o povo. De Itália, hoje, não vou postar nada mas fica a promessa de que, quando vier de Roma, lá para meados de Julho, farei uns textos e mostrarei algumas fotos, actualizadas.

domingo, 21 de junho de 2009

VIVA A VIDA -6

Mais um espaço de observação de VIDA, onde crianças e adultos podem ver muito perto o que é difícil observar longe : é o Sea Life, no Porto. Abriu no dia 15 de Junho, junto à rotunda do Castelo do Queijo.
Foi organizado de forma a mostrar-nos os habitantes do Rio Douro, da nascente à Foz, os que vivem junto à costa e depois aqueles que, mar fora, poderíamos ver até ao Mar dos Açores, em zonas bem profundas. E claro levam-nos também aos mares tropicais e até há um aquário só para os peixe-palhaço! E também lá estão o peixe-balão e o peixe-leão.
São 31 aquários e é com certeza, uma homenagem à VIDA.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

CHOCOLATE QUENTE


Um grupo de jovens licenciados, todos bem sucedidos nas carreiras, decidiu fazer uma visita a um velho professor, agora reformado.
Durante a visita, a conversa dos jovens alongou-se em lamentos sobre o imenso stress que tinha tomado conta das suas vidas e do seu trabalho.
O professor não fez qualquer comentário sobre isso e perguntou se gostariam de tomar uma chávena de chocolate quente. Todos se mostraram interessados e o professor dirigiu-se à cozinha, de onde regressou vários minutos depois com uma grande chaleira e uma grande quantidade de chávenas, todas diferentes - de fina porcelana e de rústico barro, de simples vidro e de cristal, umas com aspecto vulgar e outras caríssimas. Apenas disse aos jovens para se servirem à vontade. Quando já todos tinham uma chávena de chocolate quente na mão, disse-lhes:

- Reparem como todos procuraram escolher as chávenas mais bonitas e dispendiosas, deixando ficar as mais vulgares e baratas... Embora seja normal que cada um pretenda para si o melhor, é isso a origem dos vossos problemas e stress. A chávena por onde estais a beber não acrescenta nada à qualidade do chocolate quente. Na maioria dos casos é apenas uma chávena mais requintada e algumas nem deixam ver o que estais a beber. O que vós realmente queríeis era o chocolate quente, não a chávena; mas fostes conscientemente para as chávenas melhores...
Enquanto todos confirmavam, mais ou menos embaraçados, a observação do professor, este continuou:
- Considerai agora o seguinte: a vida é o chocolate quente; o dinheiro e a posição social são as chávenas. Estas são apenas meios de conter e servir a vida. A chávena que cada um possui não define nem altera a qualidade da vossa vida. Por vezes, ao concentrarmo-nos apenas na chávena acabamos por nem apreciar o chocolate quente que Deus nos ofereceu. As pessoas mais felizes nem sempre têm o melhor de tudo, apenas sabem aproveitar ao máximo tudo o que têm. Vivei com simplicidade. Amai generosamente. Ajudai-vos uns aos outros com empenho. Falai com gentileza...
... e apreciai o vosso chocolate quente.

Pois é... recebi há tempo esta mensagem e é bom partilhar.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Vencer o medo

Pois foi o que eu e a minha dona fizemos esta semana : voltámos à rua.

Gostei muito de cheirar a calçada mas, quando cheguei à esquina “ dos cães danados”, “cheirei-os” e fui em frente. Sorte que logo ali está o primeiro muro em que subi, de onde se vê um espaço muito pouco cuidado mas que tem árvores, pombas, melros e onde em tempos vi aquela gatinha que eu gostava de encontrar … Não são passeios como antes mas para começar, foi bom.
E fiquei muito surpreendido : finalmente os responsáveis pela recolha do lixo desta área, limparam o seu espaço que estava ainda mais imundo do que as ruas. É pena não o cuidarem sempre porque há laranjeiras, cerejeiras, limoeiros, nespereiras e outras árvores que, não tendo frutos, não as conheço.
Mas não sei porquê, apeteceu-me vir para casa mais depressa e até gostei de ficar juntinho à porta, mesmo pronto para entrar se os “cães danados” aparecerem.

E para não pensarem que não sei apreciar outros gatinhos que a minha dona acha “amorosos”, deixo a foto do INDI, um gatito que deram a uma amiga da minha dona e que não deve ter graça nenhuma …

terça-feira, 16 de junho de 2009

Os Cristais

Os cristais são para mim uma beleza! Antes de ter um gato que deita tudo ao chão, tinha-os por aí, sob diversas formas, uns maiores, outros mais pequenos – quartzos brancos e rosa, pirites, “olhos de tigre”, jades, geodes de hematite e ametista, … Agora restam poucos, escondidos nos vasos das poucas plantas que também ficaram… Bem mas, tenho o AMON!!
Para além deste fascínio pelos cristais sólidos, ficou-me um outro dos tempos da faculdade : as imagens fantásticas de cristais observados ao microscópio.
Muitos poetas e pintores se entusiasmaram e”mergulharam na intimidade dos cristais”, como Kandisnky e Picasso e diz-se mesmo que o cubismo já existia na organização dos cristais, antes de se tornar uma corrente artística.
Há tempo, quando se comemorou o Ano Internacional da Física ( 2005), encontrei um artigo, “ Um olhar belo e cristalino” , de Gil Montalverne, e, guardei-o.
As imagens iniciais testemunham momentos fotografados de partículas cristalinas observadas num microscópio, depois de serem atravessadas por um feixe de luz polarizada e em determinadas condições. São de cristais no sentido mais comum mas também de cristais de ácidos.
Se pudéssemos mesmo observar, o que veríamos pela ocular não seria estático, os cristais crescem, transformam-se segundo regras que existem mas parecem não existir. Há equilíbrio, perfeição e harmonia.
“ A arte abstracta, um conceito que a humanidade descobriu no séc.XIX, afinal a Natureza já a tinha criado há milhões de anos”.

( deu-me para isto hoje porque ontem tive uma aula de pintura da vizinha-mestra- pintora)

Nota : as imagens são de cristais de : carbaryl, feldspato, neve, vanilina, iodofórmio, ácido canfórico e duas imagens de mentol com diferentes polarizações.


domingo, 14 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

VIVA A VIDA - 5

Arte? Vida?
Parece uma pintura ou uma alga mas não é nem uma coisa nem outra.
É o-dragão-marinho-das-folhas, um peixe que vive ao largo da Austrália.
Os dragões-marinhos gostam de se esconder em campos de algas e desenvolvem apêndices ósseos na coluna, nas costelas e na cabeça “que arrastam fitas finas como gaze para camuflagem” – diz o biólogo Greg Rouse que estuda o DNA desta espécie.
VIVA A VIDA!

( a foto é da National Geographic)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

ORIENTAÇÃO -2-


Para quê “encontrar o Norte” se não nos soubermos orientar?
Encontrei este teste na “Super interessante” de Junho ( e o método de encontrar o Norte, também). É muito simples :

Desenha-se no chão ou numa folha de papel uma “rosa dos ventos” com os pontos cardeais principais e os colaterais : Norte, Sul, Este, Oeste; Nordeste, Sueste, Sudoeste, Noroeste. Colocamo-nos no meio, com os pés virados a Norte. Fecha-se os olhos e escolhe-se uma direcção, rodando o corpo e os pés. Tenta-se adivinhar em que direcção estamos quando parámos e abrem-se os olhos para confirmar. Volta-se à posição inicial e repete-se a experiência 6 vezes.
Diz o teste que, se só falharmos uma vez, temos um bom sentido de orientação. Com 2 ou 3 erros, ainda somos “normais” mas com mais erros … esqueça e peça orientação a alguém …

quarta-feira, 10 de junho de 2009

DIA DE CAMÕES

Depois de já ter vivido tantos 10 de Junho torna-se difícil falar sobre esta data, sobre Camões e sobre os acontecimentos que levaram à sua celebração sem que se caia nos lugares comuns habituais.
Eu defendo que o dia devia ser totalmente dedicado ao nosso maior Poeta para que fosse lido, ouvido, pensado e repensado, entre os jovens e os mais velhos. Ele é, sem dúvida, um grande escritor, o mais inspirado poeta, um acutilante pensador e um profundo conhecedor da alma humana e da essência de ser português. E com que actualidade ainda hoje pode ser lido!
O meu contacto com Camões deu-se muito cedo, em casa, com a minha mãe que dizia muito bem os versos do Poeta, com o meu pai que sempre vi a ler e a escrever, a estudar os nossos escritores, como sempre nos dizia. Mais tarde, na escola, desde logo, me atraiu a perfeição da escrita, a facilidade da rima, as ideias expostas, os sentimentos tão fortemente vivenciados.
Para mim, nessa altura, ninguém conseguia cantar o amor e os seus contraditórios estados de alma, como Camões e devorei todos os sonetos e todas as cantigas. Depois, tive a sorte de ter tido uma professora única que, no liceu, conseguiu fazer chegar até nós toda a grandeza da épica de Os Lusíadas. Com ela descobri a genialidade do feito, a perfeição e a elevação de toda a obra de Camões. E líamos em voz alta. E não líamos excertos, líamos a obra completa, incluindo o censurado Canto IX, cujos erotismo e sensualidade tanto nos motivavam. E tudo era contextualizado, ligado aos movimentos da história, da arte, da política, do ambiente do Renascimento. Até a gramática fazia sentido, porque tudo estava conjugado para o rigor da estrutura e da trama de Os Lusíadas. Foi tão marcante que ainda hoje consigo relembrar, passo a passo, essas aulas que, certamente, foram determinantes para mim, na hora das escolhas profissionais.
Mais tarde, como professora, sempre que pude, tentei passar para os meus alunos esse gosto, essa compreensão da mensagem. Esforcei-me para que entendessem os objectivos da obra, para que se orgulhassem do Livro que narra grande parte do nosso percurso histórico, que apresenta muitos dos nossos heróis, que analisa o carácter português com todas as qualidades e defeitos que nos individualizam, que profetiza tantos acontecimentos importantes e favoráveis que já se concretizaram, em parte, e muitos outros que, teimosamente continuamos à espera que se realizem. Por isso, a universalidade e a intemporalidade da obra de Camões justificam um dia comemorativo. Sempre. Mas numa fase de desânimo, de descrédito, de públicas virtudes e tanto defeito privado, vêm- me à ideia alguns versos do nosso Poeta: “um fraco rei faz fraca a forte gente”; “Quem não sabe arte não na estima” ou ainda, “O favor com que mais se acende o engenho/ não no dá a pátria, não, que está metida/ no gosto da cobiça e na rudeza/ d´uma austera, apagada e vil tristeza”, entre tantos outros tão arrepiantemente actuais.

terça-feira, 9 de junho de 2009

ORIENTAÇÃO

Neste tempo de férias que se avizinha, “andar por aí sem norte” pode ser uma opção – era o que eu gostaria de fazer !! Mas, como não posso, toca a ser rigorosa e a explicar –vos o que aprendi há dias : como encontrar o Norte, rigorosamente. É para isso que o desenho inicial serve : ajuda a perceber o método.
A experiência pode ser feita no campo, no jardim, na varanda, na janela … onde quer que bata o Sol e possa haver sombra, entre as 10h e as 16h ( aproximadamente ). Usa-se um pau no chão ou um lápis /vareta enfiado num cartão/cartolina/esferovite e, de vez em quando, de meia em meia hora por exemplo, assinala-se o comprimento da sombra. No desenho, as 5 posições do Sol ( 1,2,…5) correspondem às sombras S1,S2,…S5. Ligam-se estes pontos ( linha vermelha). Claro que já sabemos que, sem rigor, a linha traçada mais ou menos a meio das sombras menores dá a direcção do Norte. Se bastar este “mais ou menos”, ficamo-nos por aqui.
Mas, se a intenção for determinar o Norte com rigor, continua-se : há que traçar a circunferência ( a castanho no desenho), com compasso ou um cordel – como se faz no campo quando é preciso. O raio deve permitir intersectar as sombras que foram desenhadas. Encontram-se os pontos de encontro entre a linha castanha e a linha vermelha , os pontos A e B ( seriam os momentos antes e depois do meio-dia em que a sombras são iguais).
Une-se A com B e, a meio, na perpendicular, está, rigorosamente, a linha Norte-Sul. Claro que, perpendicular a esta linha, fica a direcção Este- Oeste.
É simples, prático e barato. Mais rápido só comprando uma bússola …


E, faz favor, não digam que foi complicado e que desde pequeninas(os) não gostam de Geometria !! …
Um bom norte para as vossas férias ou … férias sem norte nenhum.

“Animais pintores”




Li há dias uma pequena notícia sobre pinturas de elefantes e chimpanzés.
(sobre gatos há mesmo um livro que eu aguardo para falar dele). Procurei mais informação e encontrei-a. Na Europa, nos Estados –Unidos, em Reservas africanas, em Centros de Conservação na Ásia, há experiências com aqueles animais mas também com cavalos, porcos, gorilas, … Na maior parte dos casos as “obras” são vendidas para angariar fundos que sustentam os zoológicos ou as reservas onde se cuidam desses animais.

A notícia inicial falava de como dois artistas russos ( Vitaly Komar e Alex Melamid) criaram uma academia onde se ensinam elefantes a pintar – no Centro de Conservação de Elefantes, na Tailândia. Partiram da observação de que os elefantes usam com frequência paus ou pedras para desenhar motivos na areia. Decidiram treina-los na utilização de trinchas e constataram que eram capazes, de forma espontânea, de compor quadros abstractos onde se podem detectar elementos de simetria e jogos de cores. Começaram então a ensinar a reprodução de figuras – árvores, flores, outros elefantes. A sequência de fotos da elefanta Elsa pintado uma árvore são um testemunho.
Há outros testemunhos com elefantes, nomeadamente as pinturas expostas no Jardim Zoológico britânico West Midlands Safari Park, de que se mostra uma foto.
Outros notáveis pintores são os chimpanzés e os gorilas : é o caso do chimpazé da foto seguinte que só deixa de pintar um quadro quando o considera acabado ; de Koko, um gorila autor do quadro da outra imagem e companheiro do gorila Michal que pintou o outro quadro.
E há a égua Cholla, de Nevada, cujos quadros estiveram expostos em Itália, em Novembro passado. Diz a sua dona que o animal não permite que ela se aproxime das tintas ou do cavalete enquanto não acaba a obra.
E também encontrei porcos-pintores …
E claro, qualquer dia, falo dos gatos !

Fiquei a pensar que eu, a pintar, estou ao nível dos animais -pintores …
Tenho de dizer à minha vizinha-mestra-pintora que me vou empenhar mais – mas será que consigo ultrapassar o limiar ??