quarta-feira, 29 de junho de 2011

As Irmãs Amor de Deus deixam Lisboa

É notícia que nos interessa porque durante anos colaborámos com o Externato Educação Popular sob a orientação pedagógica dessa Congregação. Apoiámos a instalação do 2º e 3º ciclo, estabelecemos a ligação com a Escola oficial da zona que, nos primeiros anos, serviu de suporte administrativo. Connosco, outros também o fizeram.

Depois demos por lá aulas durante 10 ou mais anos com a dedicação de quem também tinha ali uma missão. Depois rejeitámos opções e posições da Direcção Executiva e não sentimos grande apoio da Direcção Pedagógica da altura … depois saímos mas a ligação a alguns membros da Congregação permaneceu. Por elas estivemos ontem numa vigília organizada pela Junta de Freguesia e pelos “amigos” do Bairro da Serafina e do Bairro da Liberdade … ali, de um lado e outro do Aqueduto das Águas Livres, no caminho para Monsanto.

A Congregação Amor de Deus foi fundada pelo padre Usera e “resultou da experiência da sua própria vida pastoral e apostólica nas Antilhas espanholas do Caribe”. A necessidade de ter um grupo de pessoas dedicadas ao ensino levou-o a uma busca junto de outras Congregações e de quem detinha na Europa informação sobre “os melhores métodos de ensino”. E de uma Associação de Senhoras interessadas em “cumprir com os santos e patrióticos fins da sua comissão”, chegou, depois de longo caminho, à criação da Congregação das Irmãs Amor de Deus. O primeiro colégio destinado a instruir as primeiras Irmãs e futuras formadoras de crianças e jovens foi em Espanha, na cidade de Toro. A fundação da Congregação aconteceu a 27 de Abril de 1864 na Igreja das Mercedárias Descalças de Toro e nos anos seguintes espalhou-se por outras localidades de Espanha e, a partir de 1871 por Cuba de onde saíram depois da Revolução. Nos anos 30 cresceram em França e em Portugal. Começaram com um colégio no Porto ( ainda hoje a funcionar na Rua do Campo Alegre), depois Coimbra, Guimarães e, em 1942, “a Congregação foi chamada a S.João do Estoril onde se estabeleceu num edifício público” – inicialmente colónia de férias, agora pré-escolar e 1º ciclo. Por essa altura a Associação Educação Popular de Lisboa, criada por leigos para apoio social e educativo nos Bairros da Liberdade e da Serafina ( na época dos mais pobres e marginalizados da cidade), pediu apoio à Congregação. Um grupo de Irmãs instalou-se a partir daí em casa cedida pela Associação no Bairro da Liberdade e passaram a ter a orientação pedagógica e o ensino das crianças que frequentavam o pré-escolar e o 1º ciclo e muito mais tarde o 2º e o 3º ciclos.

Em 1944 estendem a sua obra ao Alandroal ( asilo/hospital) e Vila Viçosa ( lar de infância), na dependência da Diocese de Évora, marcam presença no apoio a crianças pobres em Lamego e assumem os serviços de apoio do Seminário de Aveiro. Em 1950, fundam um colégio próprio no Monte Estoril, mais tarde transferido para Cascais – dos 3 anos ao 12º ano.

E há mais mas já chega para sentir a dimensão em Portugal, um dos dezanove países onde marcam presença. Com esta abrangência e admitindo que não estamos nos melhores momentos para fazer crescer “vocações”, pode entender-se que abandonem o apoio à Educação Popular que é mais filho adoptivo do que natural … Pena que para este abandono depois de cerca de 69 anos, tenham concorrido desilusões, deslealdades, incompreensões, teimosias, falta de estímulo por parte da Associação Educação Popular que devia ter as Irmãs como âncora para garantir apoio social e orientação educativa seguras.

Vão-se embora do Bairro e muitos as recordarão com saudade. Nós que não temos vocação religiosa mas sempre respeitámos as Irmãs dedicadas, vamos recordá-las na pessoa da Irmã Ester , Margarida de nome, lutadora e “mãe” do Externato, mulher determinada e que conseguiu completar o sonho antigo: estender o pré-escolar e o 1º ciclo ao restante Ensino Básico. Pena que lhe tenham roubado o sonho cedo demais, pena que, com 88 anos, tenha de ir para longe.

Até sempre, Irmã Ester. Qualquer dia vamos a Fátima visitá-la.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Mês de Junho …



Gosto do mês de Junho porque já é verão e ainda falta Julho e Agosto para deixar de ser, porque, Setembro, esse, é mês de frustrações – fazem-se para ele projectos em Agosto que depois não acontecem, o sol promete mas os dias já são mais curtos, o mar está bravo e, quando Setembro acaba, vêm aqueles longos meses que nunca mais passam até ser Março.


Por isso gosto de Junho – especialmente com longos feriados como este ano …

O Sol estava lindo, o calorzinho bom, o mar calmo, as rolas ainda namoram e as andorinhas são em bandos.

Gostei!



segunda-feira, 27 de junho de 2011

O espaço é todo meu!

A mesa é pequenina, a minha dona desarrumada mas … era o que faltava não haver espaço para mim. Foi só saltar e alapar!

domingo, 26 de junho de 2011

Boas Notícias de Novo 33

Mais um domingo e mais três boas notícias ( pelo menos!!) :

- O Parlamento da Guiné-Bissau aprovou esta semana a legislação que proíbe a mutilação genital feminina. O presidente do Comité nacional para o “Abandono de Práticas Tradicionais Nefastas à Saúde da Mulher e da Criança”, Fatumata Baldé, diz que foram décadas de luta que se concretizou com esta medida legislativa mas considera que “o trabalho começa agora”.

A nova legislação foi aprovada com 64 votos a favor, 3 abstenções e um voto contra.


- Um estudo desenvolvido numa Universidade de Montreal ( Universidade de McGill, departamento de Biologia) mostra que as árvores mais antigas e maiores podem ser muito importantes para ajudar as florestas a crescer. A interacção entre árvores velhas, musgo e cianobactérias contribui para aumentar a captação de nitrogénio da atmosfera tornando-o disponível para o desenvolvimento das plantas. Para este processo é vantajoso o musgo que se desenvolve em zonas mais altas dos troncos e, para isso, as árvores devem ter mais de 100 anos …


- A eleição de Assunção Esteves para presidir à Assembleia da República foi importante. Gostámos da alegria sincera que demonstrou e do que disse: "Presidir ao parlamento constitui a maior honra da minha vida porque o parlamento é a liberdade que se fez instituição, consequência da razão moderna, do pensamento das luzes, da coragem dos justos". E também foi uma boa notícia a não eleição do dia anterior …

sábado, 25 de junho de 2011

O SABUGUEIRO

A caminho de Lamego, começámos a ver umas árvores floridas, de um e outro lado da estrada, com uns cachos lindos, carregadinhos de flores esbranquiçadas, tantas, tantas que intrigaram mesmo os mais conhecedores das coisas da agricultura. E, uns aos outros perguntavam o que era. Alguém mais entendido e depois de muito observar, identificou-as como sabugueiros. Ao ouvir este nome, logo reconheci como a flor da embalagem dos rebuçados que, no inverno, me adoçam e aliviam a garganta. Nem mais! Eram realmente centenas e centenas de sabugueiros e ficámos a saber que eram muito importantes na economia da região. Eram usados na elaboração de algumas compotas e doçaria mas sobretudo exportados para a Suíça e Alemanha para, depois, serem transformados nos agradáveis rebuçados Ricola, passe a publicidade à marca Suíça de caramelos com e sem açúcar, com um suave efeito balsâmico que aliviam as vias respiratórias e as irritações da garganta. Na composição, dizem eles entram ervas dos Alpes suíços… enfim!

Procurei saber se essa origem vinha assinalada numa embalagem dos ditos rebuçados mas descobri que nada é dito sobre a proveniência de uma grande parte dessas flores. Fiquei logo “zangada”, primeiro pela falta de verdade e depois, por não conseguir compreender por que razão não produzimos nós próprios as tais pastilhas, ou pelo menos, umas parecidas, para uso interno ou para exportar. Entretanto aprendi algo mais sobre o sabugueiro e aí vai:

- desde a antiguidade, o sabugueiro é definido como o guardião da saúde e, segundo li, o primeiro registo do uso desta planta, no âmbito medicinal, aparece nos escritos de Hipócrates, já lá vão 2500 anos. Os antigos achavam que dentro de cada sabugueiro morava uma curandeira que tinha sido morta de forma injusta. Isto deve-se ao facto de quase todas as partes desta árvore/arbusto serem indicadas para múltiplos usos - as flores; as folhas; os frutos maduros e a segunda casca seca, excluindo-se a raiz e o miolo.

Quanto à baga do sabugueiro ela contém flavonóides, ácidos orgânicos, pigmentos, açúcares redutores, isto para além de pectina, taninos e vitaminas A, e C, assim como elementos minerais. O extracto da baga tem propriedades laxativas e o sumo é um óptimo remédio contra as enxaquecas e as dores nervosas.

Quem me dera ter meios e terreno para plantar sabugueiros e….depois poder aproveitar todas as potencialidades desta linda e promissora árvore. Na minha próxima passagem pela terra vou dedicar-me à agricultura e não vou esquecer esta espécie, não vou não!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Só para refrescar um pouco

Nestes dias de tanto calor sufocante faz bem mergulhar no verde e na frescura da paisagem que enquadra o Santuário de Nossa Senhora da Abadia, na encosta de uma montanha, no concelho de Amares.


As imagens falam por si e só tenho pena que o aroma e o som da água dos ribeiros não possa ser-vos transmitidos neste registo.




quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ponte Fortificada de Ucanha

Quando deixámos Viseu a caminho de Lamego, fomos visitar, na freguesia de Ucanha, na zona de Tarouca, uma torre, classificada pelo IPPAR como Monumento Nacional. É um exemplo único de ponte fortificada, lançada sobre o rio Varosa. Constitui o elemento de união entre dois núcleos urbanos pertencentes a diferentes freguesias, Ucanha e Gouviães. Zona de assinalável interesse paisagístico: a linha de água, correndo em vale aberto, surge bordada por amieiros, salgueiros e azenhas.

Belo exemplar de arquitectura militar gótica do séc. XII, constituía a entrada monumental no couto do Mosteiro de Salzedas. A torre servia de controle, de portagem, defesa e armazenamento de produtos. A função militar era secundária, não existindo ameias no topo. A ponte tipo sela, devido ao seu ângulo do tabuleiro está apoiada em 3 arcos quebrados e protegida por talhamares. Os materiais utilizados são a madeira e o granito.

O erudito linguista e etnólogo José Leite de Vasconcelos, nascido em Ucanha, aponta essencialmente três razões para a construção desta ponte e desta torre: a de defesa, à entrada do couto monástico de Salzedas; a de ostentação senhorial, bem patente na alta torre; e a da cobrança fiscal, pelo valor económico que tal representaria para o mosteiro cisterciense erguido próximo.

A sua existência já vem documentada no século XII. D. Afonso Henriques doou, em 1163, à viúva de Egas Moniz, Teresa Afonso, o couto de Algeriz, acrescentando-lhe o território de Ucanha. A ponte deve ter sido construída pelos romanos, no seguimento de uma estrada que passava ali perto. Teresa Afonso, fundadora do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, doou ao convento o couto que recebera do rei e foram os monges quem mais beneficiou da velha ponte, convertida em apreciável fonte de rendimento pelos direitos de portagem que seriam cobrados.

Em 1324, D. Dinis pretendeu favorecer as gentes e vila de Castro Rei, concedendo-lhes o privilégio da passagem de Moimenta para Lamego, mas face à pressão dos frades de Salzedas, o rei confirmou tal privilégio a Ucanha.

De planta quadrada, a torre, com porta de acesso bem acima do nível do chão, tem vinte metros de altura e dez de cada lado da base, onde se encontra a seguinte inscrição "Esta obra mandou fazer D. Fernando, abade de Salzedas, em 1465".

O interior divide-se em três pavimentos: no primeiro apenas uma fresta, no segundo em duas das faces abrem-se duas janelas geminadas e no último salientam-se quatro mata-cães, apoiados em cachorros. Chama-se mata-cães a uma abertura no chão entre as mísulas que sustentam as ameias das fortificações medievais, através da qual se podia observar os atacantes, os mouros, que se encontravam na base da muralha defensiva, agredindo-os com pedras ou outros objectos.

Isto é o que reza a história da ponte e da torre mas aquilo que não se encontra na história é o sentimento de paz, tranquilidade e harmonia que as pessoas por lá passam experimentam. A paisagem é paradisíaca e só tive mesmo vontade de ficar por ali, por tempo indeterminado, desfrutando de tanta beleza e calmaria.

Aconselho vivamente este desvio e visita a esta pequena maravilha, esquecida de muitos mas merecedora da nossa atenção.








segunda-feira, 20 de junho de 2011

Convite

Depois de vos ter falado um pouco sobre Viseu e o nosso roteiro artístico para visitar a cidade, resolvi divulgar mais algumas imagens da Pousada. Merece! Está muito bem situada, a dois passos do centro histórico da cidade, tem muito conforto, um ambiente calmo e espaços muito sóbrios, minimalistas mas de excelente bom gosto, num trabalho de recuperação muito interessante. Pudemos acompanhar os trabalhos, consultando e comparando fotos antigas com o estado actual do que foi outrora o Hospital de São Teotónio.

Deixo-vos, então com algumas fotos e o convite para que por lá passem e, se for caso disso, por lá se repousem uns dias, vale bem a pena!





domingo, 19 de junho de 2011

Boas Notícias de Novo 32

A nossa Boa Notícia de hoje é toda sobre uma iniciativa da CMLisboa e do Continente que levou o campo à Av. Da Liberdade! Todos viram na TV … mas paciência … nós também noticiamos. E não foi só ver plantações do que neste momento cresce pelas hortas e pomares, foi olhar os portugueses-camponeses desenraizados a olhar cobiçosos para as couves e beringelas, as crianças a apontar curiosas para as cenouras que se adivinhavam na terra e outras que aprendiam a plantar espinafres e muitas que especavam diante das mulas e burros puxadores de carroças … e os passantes como eu saudosos de “erva” que retratam isto e aquilo e identificam as ervas de cheiro que compramos secas e enfrascadas …

Claro que havia os basbaques à volta do programa que a RTP1 transmitia, os que gostam de ter foto de si próprio ao lado do pimento, do girassol ou da hortelã … paciência … é o que somos!

Parece que logo há piquenique e um qualquer espectáculo. Esta manhã havia só bombos, gente, animais lindos ( que cada vez gosto menos de ver na panela) e muita “erva” : de pasto, girassóis, de cheiro, de frutos, couves, legumes.








Também gostei muito de descer e subir a Av da Liberdade sem carros … ao contrário de muitos que protestam seria bem interessante que a faixa central continuasse sem trânsito – habitada por isto e aquilo, passeio público com os quiosques que já existem com esplanadas e animações de rua – ou sem nada, tranquila, pulmão-calmante para passeantes!

sábado, 18 de junho de 2011

Crianças e gatos …

Uma piscina, fim da manhã.

Uma mãe com duas crianças, uma de 6 ou 7 outra de 1 ou 2. Mãe ansiosa …
- Ó António, põe o chapéu, ó Nuno não caias …
E o António vestido como se fosse surfar e de barbatanas, mergulha. A mãe não vê e grita com vozinha fina :
- Ó António, molha o cabelo. ( melhor seria dizer a cabeça porque o António tem o cabelo cortado rente)
- Ó mãe, os meus óculos?
- Não sei
- Procura
- Não estão aqui
- Vai a casa e ao carro …
- Tenho o bebé!
- Leva-o. Procura os meus óculos ( e continua dentro de água brincando com uma bóia)
A Mãe pega no Nuno ao colo e diz com ar doce e voz estridente: vou procurar. E FOI !!!
Passado um tempo regressa sem os óculos.
- Não encontrei.
- Procuraste mal! Viste no carro? No hall?
- Vi tudo.
- Chiça!!

E o António continuou na piscina, resmungando de vez em quando e a mãe continuou com recomendações e o pai veio … Nenhum deles se lembrou de dizer ao António que devia ter arrumado melhor as suas coisas antes de descer.

E fiquei a pensar que afinal não é só o Amon que precisa de “pessoal auxiliar” !!

De repente estremeci … miados altos e modelados … “não pode ser, fechei a varanda …”

Levantei-me e espreitei por cima da sebe na direcção da minha varanda . Lá estava o Amon, esticado quanto podia e apoiado numa das travessas da varanda, miando, miando na minha direcção. Fui de corrida ( como aquela mãe!). A varanda tinha abertos os mesmos 3 dedos habituais mas o Amon “fez-se fininho” e passou. Foi a primeira vez em quatro anos! E como adivinhou que eu estava daquele lado do prédio? “Telepatia” diz uma “amiga de gatos” …

Pois pode ser …

“Antónios” há muitos e “Amons” também … Eu acho que sei educar crianças (?) mas os gatos serão educáveis?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

ESCAPADELA AO NORTE 1

No fim de semana prolongado, traindo a minha tradição de lisboeta, faltei ao Sto António e aceitei dar uma voltita pelo norte, tendo passado por Viseu, Lamego e Braga. Um dos objectivos deste passeio era fazer um percurso pelo gótico, visitando alguns dos seus melhores exemplares daquelas regiões.

Hoje, acompanhem-me por Viseu, cidade por onde não passava já há algum tempo e que está sempre em crescimento.

Com um tempo feito de encomenda, nem quente nem frio, quase sempre com um solinho bem acolhedor, lá fomos direitinhos à Pousada de Viseu, outrora hospital da Santa Casa da Misericórdia. O primeiro edifício data dos finais do século XVIII, foi sendo beneficiado com estátuas e obras de melhoramento e restauro mas viu fecharem-se as portas em 1997, com a inauguração de um novo hospital. Esteve sem qualquer função durante dez anos, tendo sido remodelado para dar lugar a uma elegante unidade hoteleira, cujo projecto de requalificação e decoração pertence ao arquitecto Gonçalo Byrne. É realmente muito bonita, muito confortável e por toda a parte é possível ver as fotografias que documentam, em cada local, o estado de conservação do edifício, antes da intervenção, comparando com as soluções encontradas.

O claustro Grão Vasco, agora coberto, deu lugar a um espaçoso salão com capacidade para cerca de 400 pessoas e múltiplas actividades.




Arrumadas as maletas, partimos pelo giro pela cidade, para admirar as ruas e ruelas, para visitar o Museu Grão Vasco – cujo acervo inclui obras de arte de diversas tipologias e épocas; uma importante colecção de pintura portuguesa dos sécs. XIX e XX, faiança, porcelana e mobiliário português e, claro importantes pinturas da autoria de Vasco Fernandes, o Grão Vasco.

A Sé, iniciada no reinado de D. Afonso Henriques, sob o impulso do bispo D. Odório e primitivamente no estilo românico, foi reconstruída no reinado de D. Dinis, em estilo gótico, vindo as obras a prolongar-se até finais do séc. XIV. No período manuelino, a Sé foi sofrendo diversas intervenções e, no séc. XVII, depois de ter ruído uma das torres medievais que arrastou consigo o portal manuelino, a fachada foi reconstruída, já ao estilo maneirista da época.


A igreja da Misericórdia fica situada em frente à Sé e possui uma fachada rococó, da segunda metade do século XVIII. O corpo central da fachada prolonga-se por mais dois corpos laterais, dando à igreja ares de solar, nos últimos dos quais assentam, de forma incaracterística, as duas torres sineiras.

A Fonte de Santa Cristina, um dos mais antigos fontanários de Viseu, é constituída por duas fontes de chafurdo, ambas secas, e uma delas tapada com taipais de madeira. Uma das fontes, a que se encontra no vão do arco gótico, é medieval, data do século XVI e foi mandada construir por uma princesa castelhana que foi mulher de D. Manuel I. A precisar de intervenção para não se degradar mais ainda.

A Igreja do Carmo situa-se junto ao Jardim de Santa Cristina e data dos finais do séc. XVIII. No interior predomina a talha dourada joanina. O tecto foi pintado por Pascoal José Parente, em perspectiva e mostrando no centro a Virgem com o Menino ao colo a ser coroada pelos anjos. A capela-mor e o corpo da igreja são revestidos por um friso de azulejos rococó.
 


Todos exemplares riquíssimos da época gótica e neoclássica. Todo o tempo foi muito bem aproveitado e terminámos o dia num agradável jantar de convívio com o grupo todo, à roda de uma acolhedora mesa no restaurante O Cortiço, passe a publicidade, já que vale bem a pena dar a conhecer ou relembrar este restaurante típico, bem no coração da zona histórica da cidade, pois soube que há pessoas que se deslocam propositadamente a Viseu para lá ir provar as iguarias, elaboradas com base na investigação de receitas antigas que os velhos ainda guardavam da tradição oral.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Eclipse total da Lua


Foi ontem o primeiro e único eclipse total da Lua visto em Portugal este ano … prevê-se o próximo a 28 de Setembro de 2015!

Não deu para ver a Lua “mergulhar” no cone de sombra da Terra porque só apareceu acima do horizonte e visível ( o céu estava muito claro ainda) por volta das 21h e nós só a vimos acima dos prédios um pouco depois – bem ali, à frente da nossa janela, já com um minúsculo crescente de luz. Mas deu para a ver “sair” – lentamente, até depois das 23h. As nuvens estavam de feição, uma aqui, outra ali, o céu sem neblina.

Temos um pequeno vídeo caseiro mas sem possibilidade técnica de o divulgar … no youtube há muitos feitos no Brasil e já divulgados – portugueses, nenhum! Fica uma foto … nem mesmo fotos do “nosso” eclipse estão publicadas – escolhemos as que mais se aproximam do que vimos. ( com as nossas máquinas também não dá para ver!)