domingo, 31 de janeiro de 2010

VIVA A VIDA 40

Passaram 40 semanas desde que começámos esta aposta semanal de “elogiar” a VIDA . Vamos parar e “inventar” qualquer outra coisa que acabe por ter o mesmo sentido … apontamentos positivos, boas notícias.

Deixamos hoje um poema de Fernando Pessoa :

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”

sábado, 30 de janeiro de 2010

O primeiro eclipse solar de 2010


Foi no dia 15 de Janeiro e só hoje dei com uma pequena notícia sobre ele.
Valia a pena ter sido noticiado com destaque embora não fosse visível em Portugal. Será o maior do milénio. Foi um eclipse anular porque o Sol está mais perto da Terra em Janeiro e o disco da Lua não o consegue tapar por completo.

A NASA publicou a foto que mostra a área em que foi observado – especialmente no Sudeste Asiático e em África. A Birmânia ( Myanamar) foi o país onde se observou melhor e com maior duração ( 11 minutos e oito segundos). Começou a ocidente da República Centro-Africana e no sudoeste do Chade, passou pela República Democrática do Congo, Uganda, Quénia e extremo sul da Somália. Até à China a sombra percorreu cerca de 12 900 km à superfície da Terra.
Um nómada massai de uma localidade a 50 km de Nairobi, reuniu os seus filhos, a família e os amigos e, com óculos próprios observou o fenómeno pela primeira vez. No twiter comenta : “Os pássaros cantam. Começa a fazer frio. Dir-se-ia que é noite”. ( eu também queria ter estado lá)

Valia a pena ter sido notícia porque “ uma tão longa duração de eclipse anular não se repetirá antes de mais de mil anos ( 23 de Dezembro de 3043) “ !!!

Esse não vamos ver também! Nem o próximo, a 11 de Julho.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cromeleque dos Almendres

Almoço em Évora com pessoas amigas. De caminho, uma visita ao Cromeleque de Almendres.

Fica a cerca de 10 km de Évora, a 4 km da povoação de Guadalupe ( por estradinha de terra, lama e buracos ).
Sobre o “Recinto Megalítico dos Almendres “ ( Cromeleque), diz uma informação no local :

“ Conhecido popularmente por “Alto das Pedras Talhas”, é o maior recinto megalítico da Península Ibérica e um dos mais antigos monumentos da Humanidade.
Está actualmente, estruturado por cerca de uma centena de monólitos, alguns deles decorados com gravuras.
Edificado há cerca de 7 000 anos, no Neolítico Antigo, apresenta uma planta oval que resulta de acrescentos e remodelações ao longo do tempo.
Originalmente teria uma estrutura em forma de ferradura aberta a nascente, à semelhança de outros recintos megalíticos conhecidos na região.
Desconhece-se a sua função, contudo, dados arqueológicos recentes têm evidenciado a disposição e implantação de alguns monólitos coincidentes com os movimentos astronómicos elementares do Sol e da Lua, na marcação de equinócios e solstícios.
Por outro lado, alguns elementos decorativos e a aparente esquematização antropomórfica dos menires, poderão constituir, à escala monumental, a primeira representação escultórica de entidades tutoras ou mesmo das mais ancestrais linhagens de poder “.
Hei-de voltar, com menos frio e mais tempo para ficar por ali e sentir a energia que dizem ter o local. Voltar ao Alentejo é sempre bom. Os pinheiros mansos estavam bem verdes e redondinhos, as pequenas elevações “entrelaçadas” estavam cobertas de pasto verde e o gado parecia feliz … Já há trevos aos montes e outras florzinhas amarelas de que não sei o nome. Qualquer dia haverá alfazema, “relva” vermelha, estevas brancas
Será que aprendemos a gostar, mimar e proteger este país tão “abençoado”?

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

AUSCHWITZ


Passam hoje 65 anos sobre a data da libertação do campo de concentração e extermínio nazi de Auschwitz, na Polónia, país que visitei há poucos anos.
Porque não se pode esquecer esse crime hediondo, porque todos temos a dolorosa obrigação de o contar e recontar aos mais novos; porque eu nasci, já livre da guerra, no verão desse ano; porque cresci a respeitar todos os que, depois de serem humilhados e destruídos física e psicologicamente, conseguiram renascer do nada e dar ao mundo lições de força e de vontade férrea; porque acredito no bem da humanidade mas sei do poder terrível do mal; pelo que me é dado assistir todos os dias à minha volta, penso que é muito importante assinalar esta data, com muito respeito, muita revolta, muita tristeza mas também muita esperança e muita confiança no ser humano. Acredito que o verdadeiro conhecimento da história nos torna melhores, mais conscientes, mais tolerantes.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Gostar de Ler

Através do blog do Centro de Recursos da Escola Marquesa de Alorna recebi o Youtube que hoje publicamos e desde já agradecemos à nossa amiga Leonor, coordenadora do CRE por o ter dado conhecer.
Através do delicioso filminho animado, as crianças e jovens são levados a reconhecer o valor da leitura para lá do imenso prazer da descoberta de mil e uma aventuras.
Aqui fica o endereço do blog do Cre para quem o quiser visitar:
www.alornacre.blogspot.com.url

domingo, 24 de janeiro de 2010

Viva a Vida 39

Partilhamos este video que consideramos muito interessante. As novas tecnologias vão trazer-nos grandes novidades. Como não foi possível postar este video directamente, deixamos o link.

http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/pattie_maes_demos_the_sixth_sense.html

http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/pattie_maes_demos_the_sixth_sense.html

sábado, 23 de janeiro de 2010

VAN GOGH ( 1853-1890)


Hoje é inaugurada em Londres uma exposição sobre Van Gogh, a maior desde 1986.
Esta exposição propõe dar a conhecer a obra do artista à luz das suas cartas, 65 quadros e 35 desenhos. O projecto de pesquisa sobre a correspondência durou 15 anos e foi realizado pelo Museu Van Gogh e pelo Instituto Huygens da Academia real de Artes e Ciências da Holanda.
As cartas são dirigidas principalmente ao seu irmão e confidente Theo, mas também a outros membros de sua família e a colegas artistas como Émile Bernard, Paul Gauguin, entre outros.
As cartas revelam aspectos mundanos, poéticos e artísticos e delas não parece intuir-se o artista louco, o “génio torturado” que corta parte de uma orelha , que é internado num asilo e se suicida aos 37 anos. Parecia dedicar-se à sua arte de forma determinada , querendo pintar cada vez melhor, querendo superar-se sempre - “ por mais que eu ame a paisagem, amo ainda mais as figuras, mas essa é a parte mais difícil”.
Van Gogh parece nunca desanimar apesar de não ser reconhecido nem recompensado pelos seus esforços – “ segundo Dumas, apenas vendeu um ou dois quadros em vida”.
A exposição londrina acaba com a última carta enviada ao seu irmão, a 23 de Julho de 1890, quatro dias antes do suicídio com um disparo no peito . Nela, Van Gogh agradece a Theo pela nota de 50 francos que este lhe tinha enviado e inclui apontamentos de uns quadros que acabara de pintar pedindo ainda material de pintura para ele e um artista holandês hospedado no mesmo albergue.

A exposição pode ser vista de 23 de Janeiro a 18 de Abril. É só ir a Londres, à Academia Real.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Contadores de histórias

Neste tempo de tanta tecnologia parece que já não deviam existir contadores de histórias … Ainda em África, em lugares perdidos sem outros recursos … mas numa cidade? Em bibliotecas escolares e públicas?
Num artigo recente da Revista Única conta-se como vários contadores de histórias continuam a fazer dessa actividade a sua vida. E de como são importante para desenvolver o gosto pela leitura.

Maurício Leite ( brasileiro) levou para países africanos (Angola,Moçambique, Cabo Verde, S.Tomé), o projecto das “Malas de Leitura” e acredita que “uma intervenção adequada pode acelerar o processo de leitura numa comunidade” ; “ não adianta doar livros sem um plano de trabalho”, diz. “ A convivência entre livros e crianças não leva necessariamente ao gosto pela leitura – “ é preciso mediar essa relação, com critério, porque não se dá um remédio para o pé se a doença se encontra no pulmão” …
José Craveiro conta histórias na sua terra, histórias tradicionais que continuam a fazer parte da tradição oral. António Fontinha é o “primeiro narrador profissional” do país – nos Centros Educativos apoiados pelo Chapitô , na “Casa da Criança” ( cadeia de Tires), no Bairro da Pedreira dos Húngaros, …
Cristina Taquelim é psicóloga e conta histórias na Biblioteca de Beja. Diz que “as crianças têm de reaprender a escutar “.

A verdade é que em muitas Bibliotecas e Centros de Recursos há professores que assumem a tarefa de contar histórias porque sentem o interesse e a alegria de quem os escuta e sentem o gosto deles próprios ao contá-las . Porque quem gosta de ler e de contar histórias há-de rever-se nesta historinha contada no tal artigo que li :

“ Cansado de ver as pessoas da sua cidade tristes e abatidas, um homem instala-se no meio da praça com um banquinho e começa a contar histórias. No início, as pessoas paravam para ouvir, antes de a pressa as desviar para os seus milhentos afazeres. Mas o homem continuava. Todos os dias sentava-se no banquinho para contar e contar. Um dia, quando narrava uma fantástica fábula para uma plateia inexistente, um miúdo puxou-lhe pela manga e perguntou-lhe:
- Não vê que não há ninguém a ouvi-lo? Porque insiste em contar essas histórias?
O homem respondeu :
- Meu filho, antes eu contava histórias para mudar o mundo. Hoje, conto histórias para que o mundo não me mude a mim. “

Histórias para crianças, histórias para adultos … é bom continuar a contá-las na esperança de mudar o mundo ou de que o mundo não nos mude !

Nota : a fotografia é de Maurício Leite com a sua “Mala de Leitura”

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O desejo dos cabindas




Há pouco tempo, um atentado contra a equipa de futebol do Togo fez lembrar a luta do povo de Cabinda pela sua independência. É uma luta tão antiga quanto a dos povos de Angola que, em 1975, viram os seus desejos concretizados. Os cabindas não. Portugal, que tinha sido potência dominante nos dois territórios, achou que tinha o direito de integrar Cabinda ( um protectorado português) num território que tínhamos colonizado : Angola , “de Cabinda ao Cunene”,como diziam os slogans colonialistas e se repete actualmente.

Diz uma de várias tradições que o Reino de Cabinda teve origem numa princesa do Reino do Congo que, depois de deixar o seu país em direcção ao litoral, acompanhada de familiares e dos seus três filhos gémeos, chegou, 15 anos depois, ao pequeno Reino de Ngoyo ( que fazia parte do grande Reino do Congo, situado na foz do rio Zaire) onde foi muito bem recebida, especialmente por um nobre rico com quem acabou por se casar. Sabendo disso, o seu pai resolveu desanexar três dos seus pequenos reinos ( entre os quais Ngoyo) e deu-os para que os governasse. Ela deu um deles a uma das suas filhas, outro ao seu filho gémeo e Ngoyo ( futura Cabinda), ficou para o filho que tivera com o nobre que a acolhera. Tudo isto se passou muito antes de Diogo Cão ter chegado à foz do rio Zaire ( 1491) e do Rei do Congo se ter passado a chamar D.João I …
Nos séculos seguintes, Portugal estabeleceu boas relações comerciais com os reis de Ngoyo/Cabinda e protegeu-os de invasões de ingleses, franceses e belgas tendo acabado por ver reconhecida a sua soberania .
Guerras internas e provocadas pela colonização europeia levaram à desagregação progressiva do grande Reino do Congo e à sua divisão pelos interessados europeus na Conferência de Berlim ( 1885) : o Congo Português ( Cabinda), o Congo Belga ( ex-Zaire e actual República Democrática do Congo), o Congo Francês ( ex-Congo Brazzaville, actual República do Congo). O território de Cabinda era, inicialmente, contíguo ao de Angola mas Leopoldo II da Bélgica exigiu mais tarde que o “seu” Congo tivesse uma saída para o Atlântico e Portugal concordou … Claro que esta divisão de interesses não respeitou nem a história nem as relações étnicas dos povos da região.
Tendo o Congresso de Berlim, que terminou na referida Conferência, decorrido entre 19 de Novembro de 1884 e 26 de Fevereiro de 1885, representantes de Portugal e do povo de Cabinda assinaram ( pelo sim, pelo não …), um Tratado de pacificação da região e de protecção de invasões belgas, a 1 de Fevereiro de 1885 – o Tratado de Simulambuco. Foi assinado pelo representante do governo português Guilherme Augusto Capello (comandante de corveta «Rainha de Portugal») em nome do Rei de Portugal ( D. Luís) e pelos príncipes, chefes e oficiais do reino de
NGoyo colocando Cabinda sob protectorado português.
No tratado,
Portugal compromete-se a “ fazer manter a integridade dos territórios colocados sob o seu protectorado” e “ a fazer respeitar os usos e costumes do país”.
Na altura Cabinda estava separada de Angola pelo rio Zaire ( ou Congo) e só se tornou um enclave depois do acordo de cedência de território aos belgas, em Julho de 1913. Ficou a uma distância de cerca de 60 km do rio Zaire, fronteira norte de Angola, com uma fronteira marítima de 90 km , dimensões aproximadamente 12 vezes menores que Portugal e cerca de 300 000 habitantes.

Durante os anos de colonização Portugal foi esquecendo os compromissos assumidos com os dirigentes de Cabinda e, em 1956, Salazar decidiu , para reduzir custos, nomear um único Governador para os dois territórios – decisão contestada pelos cabindas que mais tarde constituíram a sua “frente de libertação” ( FLEC)

Depois do “25 de Abril” e na sequência do Acordo de Alvor estabelecido entre Portugal e os movimentos de libertação de Angola ( sem a presença da FLEC), Cabinda tornou-se a 18ª província de Angola e a partir daí, a Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) não deixou de reclamar o direito à independência. O Governo de Angola tem avançado com propostas de reconciliação, com um “ estatuto especial para Cabinda”, com representantes cabindas no Governo Central mas, na prática, dizem os dirigentes da FLEC, o investimento no território é quase nulo.
É uma luta difícil … 70% do petróleo exportado por Angola é de Cabinda que também é rica em diamantes, fosfatos, magnésio, madeiras ( do Maiombe, a segunda maior floresta do Mundo) …

É verdade : em Cabinda foi construído um grande estádio para Campeonato Africano de Futebol … foi um grande investimento!

Não luto pela FLEC, não defendo o governo angolano e não gostei da ligeireza com que Portugal tratou e trata a situação. Gosto dos cabindas porque sim … e lembro o cozinheiro dos meus tios que viviam no Zaire na década de 50 do século passado (!!), que era cabinda e eu gostava muito dele. Era alto e forte,. fazia sonhos de bacalhau como ninguém, contava-me histórias , levava-me às cavalitas quando ia ao mercado ( na rua) e inventava brincadeiras para entreter os miúdos. Recordo-o como um homem bom e não sei se é a recordação do Vasco ( todos os nativos tinham nome português …) ou se é este gosto de reagir à prepotência e à ganância que me fez e faz olhar para Cabinda com interesse .

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Coisinhas do dia a dia – umas domésticas, outras não

Ía escrever sobre outra coisa – lá irei. Ocorreu-me falar de pequenas coisinhas destes últimos 2 dias.
Ontem fui surpreendida pelo Amon em transe, snifando pacotes de chá – achei que a caixa dos chás estava desarrumada, despejei-a sobre a mesa ( coberta com uma “manta” porque é local de passagem de gato…) e de repente tinha o Amon freneticamente mergulhado nos pacotes de chá, cheirando em êxtase e total descontrolo. Fui arranhada quando o quis tirar e foram os pacotes que mudaram de sítio. Passado pouco, ainda atontado, vejo o Amon a arranjar local para dormir “atropelando” o cesto do pão …

Depois, ao abrir o gmail, deparei com duas surpresas : um “olá” no facebook de uma colega de trabalho de quem nada sei há mais de 10 anos … não seria surpresa mas … fomos “cão e gato” nos Conselhos Pedagógicos e não só. Claro que vou responder. Não fazendo do facebook um espaço de interesse pessoal tive outra surpresa : uma pessoa com o meu apelido ( que não é muito vulgar mas é bem português), pede para “ser aceite” : é indonésio, trabalha na Arábia Saudita … Que mundinho mais pequeno, que susto estas novas formas de comunicação !

E hoje fui à Fnac … trouxe mais dois livros : o último da Isabel Allende de quem vou lendo tudo , o último do Fernando Nobre (AMI). Vi outros “últimos” : do Vargas Lhosa e do Garcia Marques de quem também costumava ler tudo. Mas não é que não sou capaz de ler autores que assumem posições públicas com as quais discordo?



E descobri um jardim no topo do Colombo, com lago de repuxo e tudo!!
( e encontrei uma colega que insistiu e conseguiu fazer uma demonstração da Bimbo na nossa comunidade !! Que os meus guias me façam resistir às facilidades …)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

“ Carta da Compaixão”


Foi lançada a 12 de Novembro de 2009 e, no dia 15 realizou-se uma sessão comemorativa na Mesquita de Lisboa, com representantes de várias confissões religiosas e de não crentes, entre eles Mário Soares ( Presidente da Comissão da Liberdade Religiosa).
A ideia da Semana da Compaixão e da elaboração da Carta foi lançada em Fevereiro de 2008 por uma ex- freira ( Karen Armstrong) que se tem batido para que a compaixão seja aspecto fundamental da ética, da moral e da religião. Foi subscrita por inúmeras personalidades de diferentes países e apoiada fortemente por Dalai Lama. A comissão portuguesa é chefiada por Abdool Vakil (presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa), responsável pela organização do encontro de Lisboa.

Neste encontro de Lisboa fizeram pequenas intervenções representantes budistas, hindus, muçulmanos, católicos, judeus, evangélicos, ismaelitas, bahai’s e não crentes. Ouviu-se dizer que “ Maomé foi enviado para inspirar a misericórdia”, “ Deus é benevolente e misericordioso”, “ não façam aos outros o que não querem que vos façam” , … Boas intenções, muita convicção e depois ?
“A “Carta da Compaixão” sustenta que : o princípio da compaixão é o cerne de todas as tradições religiosas, éticas e espirituais, comprometendo-nos a tratar todos os outros da mesma maneira como gostaríamos de ser tratados. A compaixão obriga-nos a trabalhar com o intuito de aliviarmos o sofrimento do nosso próximo, o que inclui todas as criaturas, de nos destronarmos do centro do nosso mundo e, no lugar, colocar os outros, e de honrarmos a santidade inviolável de todo ser humano, tratando todas as pessoas, sem excepção, com absoluta justiça, equidade e respeito “. É também um princípio da Carta que “é ilegítima qualquer interpretação das escrituras que gere ódio, violência ou desprezo” e que deve “ser criada uma economia justa e uma comunidade global pacífica”. Também é dito que "é preciso desmistificar o termo compaixão, pois a palavra inglesa 'compassion' não significa dó ou pena do outro. Compaixão é a capacidade de sair do seu eu e ir para o outro; tentar sentir o que o outro pode sentir de alegria ou de tristeza, compartilhar o sentimento negativo ou positivo do outro e compreendê-lo".
Dei por esta iniciativa quando, no último domingo, ouvi, na RTP2, por volta das 9h, a transmissão da sessão havida na Mesquita ! Provavelmente uma pequena notícia pouco ou nada repetida, terá assinalado o facto no dia 15 de Novembro … Coisa pouca nada comparável ao massacre de más notícias que se sucedem e se repetem ao longo de um ou mais dias. A representante budista falou do “poder da Comunicação Social” – sem dúvida. Poder para informar, divulgar, denunciar e também para seleccionar, manipular, distorcer, seleccionar …

domingo, 17 de janeiro de 2010

VIVA A VIDA 38

No dia 11 de Janeiro foi lançado em Berlim o “ANO INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE”. A iniciativa foi lançada em 2006 pela ONU, que apelou “à participação das associações internacionais em acções que visem alertar todos os cidadãos para o contínuo empobrecimento da biodiversidade, com o desaparecimento de milhares de espécies “

Para o Ano Internacional da Biodiversidade, está previsto um conjunto de políticas a nível nacional, comunitário e europeu. Segundo a Agência Europeia do Ambiente (AEA), as várias políticas incidem em medidas de protecção específicas para espécies e habitats importantes - os cientistas estimam que 34 mil espécies de plantas e 5200 de animais estão em risco de extinção. Seria a «a sexta extinção em massa», segundo dizem, sendo a última conhecida a que provocou o desaparecimento dos dinossauros ( há 65 milhões de anos ).
Em Portugal foi criado o Comité Português para o Ano Internacional da Biodiversidade, uma iniciativa conjunta dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e do Ambiente e do Ordenamento do Território, destinada a implementar um programa de actividades comemorativas a nível nacional e no âmbito da CPLP. Estão planeadas várias acções de sensibilização e divulgação ao longo do ano para «levar a temática da biodiversidade ao cidadão», como disse a ministra do Ambiente. Portugal também vai acompanhar os trabalhos de duas grandes conferências mundiais sobre o tema, a realizar no Dubai (em Março) e no Japão (no Outono).
Se pensarmos que talvez seja verdade estarmos no fim de “ um ciclo” e que, ao longo da história da Terra vários se sucederam, com profundas alterações climáticas, destruição de umas espécies e aparecimento de outras, vale a pena alertar para a situação mas há que ter esperança na capacidade de renovação da VIDA

.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O calendário Maia, 2012 e o “Cinturão de fotões”


O calendário Maia começa a 11 de Agosto do ano 3114 a.C., antes das datações arqueológicas conhecidas para a civilização Maia. De acordo com aquelas datações, os Maias viveram entre 1800 a.C. e 1450 d.C. num vasto território que inclui regiões da América Central e América do Sul . São reconhecidos por terem um avançado conhecimento de astronomia e pela precisão de seus diferentes calendários, como o calendário anual solar com 365 dias ( Haab). Outro dos seus calendários, o de 'Longa Contagem', foi desenvolvido para grandes períodos de tempo ou ciclos de 5.125 anos.
E é assim que, de acordo com este calendário o ciclo que agora vivemos termina a 21 de Dezembro de 2012.
Numa interpretação simplista das profecias dos astrónomos maias, o mundo terminaria nessa data … Diziam esses astrónomos que, por essa altura, a Terra sofreria uma forte actividade cósmica – tempestades solares, alteração do campo magnético, calamidades várias …
Os maias acreditavam que Deus ou Hunabku, habitava o centro da Via Láctea.
Dali governava o destino dos mundos através da emissão de energia que chegava à Terra através do Sol. O Sol, portanto, seria o mediador entre Deus e o planeta Terra. Essa energia seria portadora de informações que determinavam a evolução cíclica da Humanidade bem como de toda a Natureza terrena.
O fim da civilização maia teria coincidido com o fim de um desses ciclos de 1040 anos.
De acordo com o calendário Maia nós estaríamos vivendo na “quarta era do sol”, sendo que,” antes da criação do Homem moderno existiriam três eras, destruídas por grandes cataclismos: a primeira, destruída pela água ( os grandes dilúvios), a segunda pelo vento e a terceira pelo fogo. A quarta era, aquela em que vivemos , seria destruída pela fome,” depois de uma chuva de sangue e fogo”.

E é daí que nasceu e cresceu a profecia de mais um fim do mundo para o solstício de Dezembro de 2012!

A Ciência, depois de ter desprezado estas e outras profecias, começou a admitir algumas hipóteses de investigação, a encontrar algumas explicações
e a aceitar que 2012 não será o fim do mundo mas haverá alterações graduais resultantes de alterações previstas nessas profecias agora parcialmente justificadas cientificamente …

E é assim que se constata que o sistema solar gira em torno de Alcione, estrela central da constelação de Plêiades (astrónomos Freidrich Wilhelm Bessel, Paul Otto Hesse, José Comas Solá e Edmund Halley) . O nosso Sol é a oitava estrela da constelação e leva aproximadamente 26 mil anos para completar uma órbita ao redor de Alcione, movimento conhecido como “Precessão dos Equinócios”.

A divisão desta órbita por doze resulta em 2.160 anos, tempo de duração de cada era "astrológica" (Era de Peixes, de Aquário, etc).


Descobriu-se também que Alcione tem à sua volta um gigantesco anel ou disco de radiação, em posição transversal ao plano das órbitas de seus sistemas (incluindo o nosso) : o Cinturão de Fotões ( detectado pela 1ª vez em 1961 a partir de satélites) - um fotão resulta da decomposição do electrão, sendo a mais ínfima partícula de energia electromagnética .
Conjugando este facto com o movimento do Sol em torno de Alcione constata-se que o Sistema Solar passará duas vezes pelo cinturão de fotões : uma para “norte”, outra para “sul”.

A Nasa admite que o nosso Sistema Solar atravessa uma “nuvem cósmica” muito magnetizada que “ não deveria existir” …
“Tem trinta anos-luz de largura e contém uma mescla ténue de átomos de hidrogênio e hélio a uma temperatura de 6.000º C “ ( supõe-se que a Nasa
se refira ao Cinturão de Fotões )
Na edição de 24 de Dezembro da revista ‘Nature’,uma equipe de cientistas revela que as naves Voyager da Nasa “descobriram um forte campo magnético nos subúrbios do sistema solar”, explica o autor principal, Merav Opher.
O aumento da actividade solar ( que é cíclica) também é confirmada por astrofísicos, prevendo-se uma maior intensidade entre 2011 e 2012. Há quem defenda ainda que a actividade solar em 2012 vai provocar uma mudança significativa na inclinação do eixo da Terra contribuindo para um aumento da actividade geológica ( pequenas alterações já têm acontecido e estão confirmadas)
Desde 1972 que o Sistema Solar “está a entrar” no anel de fotões; a Terra começou a entrar por volta de 1987 e em 2012 todo o Sistema Solar estará no interior do anel.
E os ciclos irão continuar … A cada dez mil anos o Sistema Solar penetra durante dois mil anos ( aproximadamente) no anel de fotões, ficando mais próximo de Alcione. Estamos na”Era do Aquário” . A última vez que a Terra passou pelo cinturão de fotões foi durante a "Era de Leão", há cerca de doze mil anos.
Interpretações baseadas em canalizações muito divulgadas recentemente, reflectem esta aproximação de Alcione como uma entrada num “período de luz”, numa época privilegiada de contactos místicos com seres das Plêiades,que ajudarão a Humanidade a ascender a níveis de consciência mais elaborados, a dimensões dr pensamento mais elevadas – dominamos três dimensões e da 4ª, o Tempo, temos uma percepção bem limitada …
Vamos aguardar 2012 com Esperança e aceitar como “coincidência” a construção da nova “Arca de Noé” : o cofre que visa abrigar sementes de todas as variedades conhecidas de plantas com valor alimentício (inaugurado no início de 2008 na Noruega, no Círculo Árctico) . O director do projecto, Kerry Fowler, afirmou “que a iniciativa visa salvaguardar a agricultura mundial no caso de catástrofes futuras, como guerras nucleares, queda de asteróides e mudanças climáticas” … Pois que seja, mais vale prevenir do que remediar.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

AVATAR – o filme


Um épico do séc.XXI, com uma tecnologia inovadora, imagens muito belas , um tema que espelha a cobiça e a estúpida superioridade de alguns humanos, um conteúdo cheio de alertas para outras formas de sentir e estar, para a consciência de que todos os seres são energia – transformável, transitória, fluida, poderosa. Ficção científica – até que ponto?

É um filme escrito e dirigido por James Cameron que não tinha realizado mais nada depois do “Titanic” e acabou produzindo o filme mais caro da história do cinema.

Assistimos, em 3D, ao conflito em Pandora ( planeta gigante de Alpha Centauro), entre colonizadores humanos que exploram um minério precioso para a Terra e os nativos ( Na’vi). Como em situações reais vividas na Terra, as empresas exploradoras usam o poder militar ( mercenário ou não) para explorar ouro, petróleo, diamantes e, neste caso, “Unobtanium”. Só que, as melhores jazidas estão no local da floresta mais habitado pelos na’vi, junto a uma árvore gigantesca, perto da “Árvore da Vida” onde habita a deusa Eywa.

Os Na’vi têm cerca de 3m de altura, olhos, expressão e cauda de gato, ossos reforçados com fibra de carbono, capacidades telepáticas entre si e todos os seres da natureza com os quais vivem em perfeita harmonia. É claro que os humanos exploradores os consideram seres primitivos, “baratas” que devem ser escorraçadas do seu habitat … Por isso não sabem contactar directamente com eles nem sequer podem respirar o seu ar ( uma atmosfera de dióxido de carbono, metano e amónia). Mas, como os humanos são bonzinhos e só ficam maus quando não conseguem o que querem “a bem”, contratam cientistas para ajudar na tarefa de fazer os na’vi sair das suas terras sem luta…

É aí que surge a ideia de fazer “avatares”, seres criados a partir de ADN dos humanos e nativos, geneticamente modificado. Um humano com material genético de um Avatar mantém-se a ele ligado permanecendo em sono hipnótico ( ou transe ou ? ) imobilizado numa cápsula enquanto o seu “avatar” age junto da comunidade na´vi da qual se deve esforçar por fazer parte. Para quê? Devem convencê-los a deixar aquele lugar da floresta para que os bulldozers possam avançar .
E é para criar os avatares e organizar todo o programa com eles ligado que os cientistas são chamados – neste filme como em muitas situações terrenas, os cientistas não devem ter ilusões sobre a generosidade das suas experiências e descobertas … quem paga, controla. Também disso este filme dá testemunho e não deixa de lembrar que muitas vezes, o “produto” de uma experiência adquire vida própria …

Não vamos contar a história nem dizer como Cameron encontrou um final feliz, mas é linda a relação entre Jake-avatar ( ex-fuzileiro) e Neytiri-na’vi ( princesa do clã Omaticaya) , espectaculares as lutas entre seres nativos e as grandes máquinas de guerra humanas, lindos os ambientes de Pandora, magnífica a simbiose na’vi- natureza, …

Vão ver - os bons ainda vencem nos filmes e as sementes da “Árvore da Vida” são uma beleza !!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Presépio, na praça central - Funchal


Pela mão da nossa amiga e vizinha Irene, chegaram-nos, do Funchal, estas imagens surpreendentes e ternas de um cão vagabundo que, certamente, durante uma noite mais fria, procurou no ambiente do Presépio e na companhia do Menino o conforto que o consolou.
Pareceu-nos uma excelente imagem do espírito de humanidade, de simplicidade e do calor que a época do Natal em todos faz despertar. E mais uma vez aproveitar a oportunidade para um apelo – não abandonem os animais!!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Sábado de Janeiro na praia !

Depois de tantos dias de chuva seguidos por dias de frio, um dia frio de sol sem vento, é uma bênção!
Desafiei a vizinha do 5º andar e fomos “ a correr” para a Ericeira e acabámos “naquela” praia – a das pedrinhas e conchas, a que “fica mesmo ali” , sem escadas, ribanceiras e outras canseiras … Foi só a canseira de percorrer a praia até “ à outra praia” porque a maré estava baixa, apanhar pedrinhas porque não é época de conchas, molhar o pé, acompanhar as gaivotas ( grandes e fugitivas) e as pequenas cangarras ( ou seriam gaivotas pequenas?).
Foi óptimo - limpou a alma e gelou o pé ( mas não da água que estava óptima, foi mais da areia molhada).
Depois o sol foi-se e regressámos. O Amon também gostaria de ter ido – aquela também é a sua praia !

domingo, 10 de janeiro de 2010

VIVA A VIDA 37

A atracção dos homens pelos golfinhos é lendária. Considerar os golfinhos um forte “ animal de poder” e seres terrenos tão importantes como os seres humanos é algo defendido por correntes “paralelas” de interpretação da Vida na Terra. Mas agora são os zoólogos da Universidade de Atlanta que defendem “ que os golfinhos não devem estar em parques de diversão ou fazer parte da alimentação humana “ porque “ são os segundos seres mais inteligentes do planeta a seguir aos homens”.

Esta foi uma pequena notícia lida na revista “Sábado” desta semana, que começa assim :
“ Os golfinhos têm personalidades distintas, pensam sobre o futuro, reconhecem-se ao espelho e usam-no para inspeccionar partes do seu corpo”.
A mesma equipa de Atlanta inclui outros animais na lista dos “mais inteligentes”: os chimpanzés ( sabem usar ferramentas) ; os elefantes ( emitem 75 tipos de sons diferentes) e os papagaios ( que podem ter capacidades equivalentes a uma criança de 6 anos).

É bom que se vá confirmando que os Homens podem ser “ os mais inteligentes” mas devem olhar com respeito e admiração para os outros seres e compreender que é da harmonia e sabedoria de cada um que VIVE a Terra.

Nota : escolhemos uma imagem dos golfinhos do Sado

sábado, 9 de janeiro de 2010

Crónicas de África

Recebi a “África 21” de Janeiro. Só folheei e li as crónicas de Pepetela, Mia Couto, Germano Almeida, Odete Costa Macedo e Luís Cardoso. Começo sempre por esses “mestres” mas, desta vez, escrevem todos no mesmo número da revista, o que é um luxo de início de ano.

Pediram-lhes para escrever sobre um acontecimento importante de 2009.
Para Pepetela foi a discussão de uma nova Constituição para Angola, propondo o fim do regime semi-presidencialista. E acompanha o seu comentário com um desabafo sobre os lambe-botas que sempre defendem o que o “chefe” diz, mesmo que seja o contrário do que dizia ontem. Acaba afirmando que “ de tanto lamber botas, os responsáveis menores e intelectuais de plantão já têm a língua áspera como lixa, de onde se conclui que o melhor militante é o que tem língua de gato “ … ( será só em Angola? … )

Para Mia Couto o facto mais relevante foram as eleições em Moçambique. Do sinal de crescimento do país enquanto nação ( “ as preferências políticas tiveram muito pouco a ver com a região ou etnia”), aos valores crescentes da abstenção ( dos 12% em 1994 para os 56% em 2009).

Germano Almeida refere como importante em 2009, o adiamento da adopção do crioulo como língua oficial, a par da língua portuguesa. Lamenta porque é um desejo muito antigo , uma decisão muito difícil de compreender quando se repete “ que o crioulo é parte essencial da nossa identidade enquanto povo” e porque há quem defenda que, assumir o crioulo como uma das línguas oficiais, seria condição para implementar a outra. É claro que o escritor defende que os jovens devem dominar na perfeição o Português – é a “língua do poder” ( e é bom que sejam rápidos antes que seja o inglês …)

Para Odete Costa Macedo, o medo e a falta de autoestima dos guineenses é o que lhe ocorre para 2009. Recorda o discurso do Presidente da República no Dia das Forças Armadas e o papel dos militares ao longo da história da Guiné. Se eram há anos “ uma das fianças do povo”, agora “ quando se diz que vêm os militares, o povo foge”. E se é o medo a tónica de toda a crónica é-o também a ânsia de “enfrentar os nossos fantasmas, reconstruir a confiança perdida” e o desejo de mais diálogo entre os guineenses.

Luís Cardoso escreve de Timor. “ Sobre o ambiente político que se vive hoje em Timor : no pasa nada! “, assim responde a um cooperante espanhol. Mas, pensando melhor, passou-se muita coisa … e antes de 2009 também. Recorda muito do que sabemos e também o papel das “assessorias internacionais” e dos interesses em jogo. A propósito lembra um comentário da “Tia Augusta” : “ “ Dos malfeitores livrámo-nos bem, mas dos benfeitores endividámo-nos para toda a vida”. É a frustração das pessoas que lutaram por um “modelo” de país que trouxesse esperança quando afinal se estão a usar “os mesmos moldes que sustentam a existência dos Estados Europeus” – e reage-se com a indiferença do “ no pasa nada! “

Sobre o restante conteúdo da revista, nada posso dizer mas a capa é de esperança : “Bons sinais para 2010”

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Assédio moral !


No dia 6 de Janeiro, a RTP1 divulgou uma reportagem da jornalista Patrícia Lucas sobre “assédio moral”. (ver em noticias.rtp.pt- Linha da frente -"escravos do poder")
Vimos e lembrámos o que se passou ( e passa?) num Colégio onde a Direcção Executiva ( leiga) e a Direcção Pedagógica ( congregação religiosa) se empenharam num processo persecutório e de “assédio moral” a professores, especialmente àquela nossa colega que foi despedida primeiro e dispensada depois, com convite para assumir o cargo de “auxiliar de limpeza”!
Em todos os exemplos, técnicas semelhantes, resultados idênticos. Outros estão lá para ver, todos podem ouvir, todos sabem mas … cada um trata de si.
Ainda se fosse agressão física, assédio sexual … Para quem procede com “assédio moral” continua a não haver consequências - até um dia … “ cá se fazem, cá se pagam” e os ditos populares costumam bater certo.

E apeteceu-me lembrar aquele poema atribuído a Bertold Brecht :

“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não sou negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram os desempregados
Mas como tenho um emprego
Também não me importei

Agora estão-me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo “


Nota : se quiserem recordar o caso concreto a que nos referimos, leiam os nossos apontamentos dos dias : 31 de Março de 2009 ; 2, 7 ,14, 15 e 16 de Abril de 2009 ; 4 de Agosto de 2009.
Faltou acrescentar que, por causa dessa “intervenção pública” ( como foi classificada pelos órgãos directivos da Associação responsável por aquele Colégio), as autoras deste blog foram expulsas da referida Associação a que pertenciam há muitos anos !!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Adorável preguiça !!

Ando muito preguiçoso para escrever porque a vida está muito boa, aqui no quentinho. E tenho sorte porque, com uma dona que anda sempre cheia de calor, o aquecimento é mesmo só para mim !

Também gostei do quentinho da lareira no Natal, apesar de term gozado comigo … fiz de conta que não percebi.

Mas nada é melhor no Inverno do que um raiozinho de Sol !

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Festa da “BEFANA”


Hoje, em Itália, comemora-se o dia da Befana, uma tradição que muitos talvez já conheçam mas que partilho convosco porque é curiosa.
Na tradição cristã, a Epifania, palavra que deriva do grego e que quer dizer manifestação, é a festa que evoca a visita dos Reis Magos ao Menino Jesus, na noite de cinco para seis de Janeiro.
Na tradição popular italiana e, sobretudo para as crianças, é uma data esperada com muito entusiasmo e celebrada, em diversas regiões, com festejos muito típicos. Muitos desfiles, muitos bailes, muita alegria , tendo no entanto, todas elas algo a ver com a lenda.
Conta a lenda que indo os três Reis Magos a caminho de Belém, para prestar homenagem ao Menino Jesus, a certa altura do percurso se sentiram meios perdidos e decidiram parar junto de uma pequena casa para procurar alguma informação mais precisa. Bateram à porta e apareceu-lhes uma velhinha. Os Reis perguntaram-lhe se sabia indicar-lhes a melhor estrada para chegarem rapidamente a Belém, porque já tinha nascido o Salvador. A velhota, como não entendeu bem o que lhe perguntavam, não conseguiu elucidá-los. Fechou a porta, voltou aos seus afazeres mas, de repente, apercebeu-se do erro que tinha cometido e decidiu sair de casa para se juntar aos três Reis e com eles ir também procurar o Menino.
Procurou, procurou durante horas e não tendo conseguido encontrá-los, decidiu dirigir-se a todos os meninos que ia encontrando no caminho e oferecer a cada criança, um presente, na esperança que um deles fosse o Menino Jesus.
E é assim que, todos os anos, na noite da Epifania, de 5 para 6 de Janeiro, uma velhinha, a Befana, vai a todas as casas onde há crianças para as presentear. Se a criança se portou bem durante o ano, recebe um pequeno presente, umas guloseimas, um livro, um brinquedo; se a criança se portou mal, então, recebe só um pedaço de carvão.
Compreende-se portanto a ansiedade com que os mais pequenos aguardam a visita da Befana.

domingo, 3 de janeiro de 2010

VIVA A VIDA 36

A “Ciência Viva” divulgou há dias um artigo com o título :
“Higiene excessiva na infância prejudica saúde na idade adulta”
Claro que já todos tínhamos desconfiado disso … e eu costumo dizer que sou resistente aos micróbios pelos muitos que devo ter ingerido quando comia goiabas com terra ou procurava minhocas na terra do jardim.
O tal estudo, da responsabilidade de uma Universidade de Chicago e publicado numa revista científica, conclui que “quando as pessoas são sujeitas a ambientes demasiadamente limpos e higienizados na infância podem aumentar o risco de inflamação na idade adulta”. E é assim que os pais que deixam as crianças brincar e sujar-se, apanhar chuva com moderação, brincar com animais sem restrições, estão a protegê-las de inflamações e doenças quando adultas “ sobretudo cardíacas.
“A equipa de investigadores liderada por Thomas McDade procurou compreender em que medida o ambiente afecta a produção de proteína C-reactiva (ou CRP), que aumenta em caso de inflamação, isto é, quando o corpo reage a uma infecção ou a uma ferida”.
«Nos Estados Unidos, há tendência para pensar que se deve proteger a qualquer preço os bebés e as crianças contra micróbios e elementos patogénicos», referiu Thomas McDade. Contudo, esta preocupação priva o desenvolvimento saudável do sistema imunitário até à idade adulta. “Quero entender este estudo com a moderação necessária … os que não morrem em criança, ficam mais fortes quando chegam a adultos!