quinta-feira, 31 de julho de 2008

DIA DA MULHER AFRICANA

Soube há pouco, em notícia do “Expresso on-line” que se comemora a 31 de Julho, o DIA DA MULHER AFRICANA.
É uma data comemorada há 40 anos(!), criada para ser uma oportunidade para reflectir sobre o papel da mulher africana na sociedade.
Nos nossos noticiários e jornais diários, nem uma referência, apesar de, nos países africanos de Língua Portuguesa se ter comemorado a data com diversas iniciativas.
Saúdo com muito respeito todo o esforço das mulheres africanas que, nos seus países, lutam para sobreviver, trabalham com profissionalismo e lutam para dignificar o país. Só essas, em qualquer parte do mundo merecem respeito.

REINALDO FERREIRA

Não sei porque é que ontem, enquanto lia um jornal, dei um pulo e fui procurar o livro “Poemas” de Reinaldo Ferreira. Foi com ele que, há muitos anos, aprendi a gostar de poesia – algures, nos anos 60. Lia, relia e sabia de cor muitos dos seus poemas. Foi a partir daí que li, com gosto, outros poetas mas, sobretudo, outros poemas. Como não tenho conhecimentos literários fundamentados, a poesia e a prosa interessam-me pelo conteúdo e pelo prazer da leitura, muito mais do que pela forma.
Reinaldo Ferreira é um poeta pouco conhecido mas muito admirado por quem viveu em Moçambique e conviveu com ele em Lourenço Marques (Maputo). A edição em livro só aconteceu depois da sua morte – aos 37 anos, com cancro no pulmão. Conheci-o como pessoa através de um amigo que o acompanhava frequentemente no café “Scala”. Na mesa, havia sempre uma cadeira reservada a um permanente “ amigo invisível” que sempre o acompanhava.

Dos muitos poemas de que gosto, escolhi dois:

Das “poesias de amores fictícios”:


“Vivo na esperança de um gesto
Que hás-de fazer.
Gesto, claro, é maneira de dizer,
Pois o que importa é o resto
Que esse gesto tem de ter.
Tem que ter sinceridade
Sem parecer premeditado:
E tem que ser convincente,
Mas de maneira diferente
Do discurso preparado.
Sem me alargar, não resisto
À tentação de dizer
Que o gesto não é só isto …
Quando tu, em confusão,
Sabendo que estou à espera,
Me mostras que só hesitas
Por não saber começar,
Que tentações de falar!
Porque enfim, como adivinhas,
Esse gesto eu sei qual é,
Mas se o disser, já não é …



RECEITA PARA FAZER UM HERÓI

Tome-se um homem.
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.

Serve-se morto “

quarta-feira, 30 de julho de 2008

“CHUVA DE ESTRELAS”

Todos os anos em Agosto se anuncia uma “ notável chuva de estrelas”. Este ano li a notícia deste modo:

“ …por volta de dia 12 de Agosto a Terra passa numa região povoada por considerável número de meteoróides de pequenas dimensões, partículas deixadas, acredita-se, pelo cometa periódico Swift-Tultle. Pela acção da gravidade terrestre, tais partículas entram na atmosfera e, pelo atrito, aquecem e entram em combustão … designam-se popularmente por “estrelas cadentes” ou “lágrimas de S.Lourenço”.
Devido à velocidade de translação da Terra, os traços luminosos de Agosto irão “sair” da constelação do Perseu e por isso, também se chama à “chuva” de Agosto, “perseidas”.
Acontece que este ano o pico de “queda” coincide com a aproximação da Lua Cheia e, por isso, só vale a pena olhar para o céu no dia 16, quando há um eclipse parcial da Lua e a noite ficará mais escura (o eclipse atingirá o máximo por volta das 22h).

Lembro-me de há anos ter estado de olho no céu, dentro do carro, entre o Guincho e a Azóia porque se anunciava uma “espectacular chuva de estrelas”.
Bem, vimos uns tracitos luminosos de vez em quando e até adormeci!
Este ano vou voltar a olhar o céu e tentar encontrar a constelação Perseu, perto da Cassiopeia que, por sua vez se encontra muito facilmente a partir da Ursa Menor. Pelo menos veremos o eclipse …

Nota:li as informações citadas, na revista “SUPER Interessante” de Agosto de 2008.

terça-feira, 29 de julho de 2008

A 4ª mãozinha …

Disseram-me que neste blog colaboram 3 mãozinhas…E eu? Tenham paciência meninas, de vez em quando, há uma 4ª mãozinha …

Agora só venho lembrar uma gola de plástico que me quiseram pôr quando perdi as bolinhas. Pois é, tenho brincado muito com ela e até descobri que me fica muito bem à cintura … não julguem que é consequência daquela grande maldade que me fizeram. Eu continuo muito macho, a morder e a arranhar quando quero brincar ou quando me zango, a meter o nariz onde me apetece e a deitar tudo abaixo.

Mas hoje quis ser simpático. A minha “dona” não gosta nada de passar a ferro e eu estive a ajudá-la a passar uns lençóis. Ela gostou muito … até me deu um oitavo de lata (pequena!) de mousse de salmão – é muito forreta! Mas é melhor que nada.
Festinhas às minhas admiradoras …

segunda-feira, 28 de julho de 2008

As muitas “Quintas da Fonte” …

Passei anos defendendo minorias, desafortunados, sobretudo na defesa da justiça, dos deveres e dos direitos de todos a uma vida com um mínimo de dignidade . Na defesa também da responsabilização individual e colectiva.

Sinceramente acho que é dever de um Governo ( central, autarquias), construir habitações e alugá-las a preços compatíveis com o rendimento dos agregados familiares que não podem aceder ao mercado livre. Também acho que é dever de qualquer empregador dar trabalho sem preconceitos de raça ou outros, julgando o carácter, o mérito e a responsabilidade. Mas também não tenho dúvidas que é dever dos beneficiários pagar o aluguer estipulado, a água e a luz que gasta antes de pensar adquirir bens supérfluos como “plasmas”, “playstations”, DVD’s , carro, etc. E é uma obrigação trabalhar.

Não foi o que vimos na “Quinta da Fonte”.
Com rendas médias de 4,26 euros, parece haver um milhão de euros de rendas em atraso ( cerca de 50 mil mensalidades ) – o bairro tem 10 anos …
Porque é que a Câmara de Loures não exigiu os pagamentos em atraso como faria qualquer senhorio?
Se o Estado permite que negros, ciganos ou brancos sejam irresponsáveis, não cumpram os seus deveres e não sofram castigo é porque os trata de forma discriminatória e xenófoba. Ou não?

Dizia uma notícia recente que dos 50 mil ciganos residentes em Portugal, 35 mil recebe o “Rendimento Social de Inserção”.
Será que esse “rendimento” ao ser criado não era uma ajuda para facilitar a “inserção”? Será que quem beneficia dele procurou aprender um ofício, tentou encontrar emprego, valorizou a educação dos filhos? Por certo muitos o fizeram. Mas a maior parte não se responsabilizou.
Mas dos 35 mil ciganos poucos deixaram os seus hábitos de vendedores ambulantes de bens lícitos e ilícitos e a maioria das suas crianças não completa a escolaridade obrigatória. O que vejo no meu bairro, junto à Praça de Espanha e onde há muitos ciganos realojados, é que continuam a viver na rua, a fazer refeições nos cafés, a deixar garrafas de cerveja, papéis, latas, … por todo o lado, a vender o que calha, a guiar com ou sem carta e a receber “o rendimento” mensal. “Inserção”? O que é isso?
Têm culpa? Não sei. Alguém lhes explicou que o “rendimento” não é uma obrigação dos outros cidadãos que pagam impostos mas um empréstimo solidário para que possam inserir-se na sociedade ? Alguém lhes explicou que “se sujam, limpam” porque os funcionários de limpeza da Câmara não são pagos por todos nós para os servir? A polícia, a Junta de Freguesia, intervêm, explica, educa, reprime se for preciso? Não.
Alguém controla a escolaridade real dos filhos no sentido de permitir que novas gerações estejam melhor preparadas?
E não há um prazo para que a “inserção” aconteça e acabe o “rendimento”?

Não gosto nada de ter de concordar com Paulo Portas quando diz querer ver discutidos estes apoios sociais! É que neste bairro também vejo gente idosa que trabalhou muitos anos e compra “asas de galinha” e sei de muita gente de todas as idades que trabalha duramente para ter uma vida decente.

Há muitos anos era fácil saber de que lado estar para defender as minorias e os mais carenciados. Agora, é muito difícil.


domingo, 27 de julho de 2008

Notícias positivas

O que neste País vai acontecendo de bom passa rapidamente nos noticiários e depressa se esquece, porque a notícia negativa atrai mais público e mantém-se dias e dias na abertura dos telejornais até massacrar a nossa paciência.
Gostam os portugueses de viver os dramas das populações de um bairro de Loures, a polémica do desaparecimento da criança Inglesa, o conflito da Esmeralda, as guerras do Apito dourado e sei lá mais o quê….
Entretanto esquecem rapidamente algumas alegrias que dão a este País algum orgulho. Estão-se desenvolvendo novos empreendimentos de empresários jovens que apostam na exportação, que tiram partido da nossa matéria-prima, como a cortiça, os têxteis, os vinhos, o azeite, etc… E os nossos cientistas? Quantos estão na Europa e na América desenvolvendo projectos inovadores? E neste País? Quantos estão trabalhando sem que tenhamos notícias do seu árduo trabalho?
Tudo isto vem como introdução a uma notícia que quero destacar: a invenção do primeiro transístor em papel.
“A notícia que vos avanço desde já deve encher de orgulho todo e qualquer cidadão português. É verdade, cientistas portugueses da Universidade Nova de Lisboa desenvolveram o primeiro transístor com papel, uma descoberta científica da maior importância no mercado tecnológico, visto que a sua implementação no mercado pode baixar exponencialmente o preço de um vasto número de sistemas electrónicos, e não só.
Em declarações ao público, Elvira Fortunato, uma das responsáveis pela descoberta do grupo de investigação Cenimat/I3N, explicou que “O transístor é a peça de lego para construir qualquer coisa”.
Descodificando esta expressão podemos afirmar que os transístores são de uma forma genérica um mecanismo intermediário de um sistema electrónico; cabe-lhes a interpretação e emissão de sinais ou impulsos eléctricos, encaminhando desta forma uma ordem ao sistema.
Construir um transístor, é construir uma pequena peça de fulcral importância num sistema electrónico sendo que esta inovação poderá também fazer repensar os actuais produtos electrónicos. Depois desta descoberta tornou-se menos utópico pensar em ecrãs de papel, chips, ou outras adaptações de grande utilidade cujas vantagens da substituição dos antigos transístores pelos de papel, são inúmeras - entre as mais importantes podemos destacar a flexibilidade do material que se poderá dobrar sem danificar e o baixo custo de produção, que por sua vez irá reflectir-se nos produtos que o adoptarem.
No entanto, e como explicou Elvira Fortunato, este material ainda não está totalmente aperfeiçoado e capaz de substituir de imediato os outros transístores, contudo a sua composição poderá permitir “ fazer sistemas descartáveis a baixo custo”, estes capazes de competir num curto prazo com os seus congéneres.

É importante referir que os primeiros transístores surgiram nos finais dos anos 40 e vieram substituir as válvulas, que, na altura, tinham a mesma finalidade, mas acrescentavam aos produtos um grande volume. Já na era dos transístores a evolução tecnológica permitiu um constante reduzir do seu tamanho e do espaço ocupado na máquina, assim como o aumento da sua eficiência e fiabilidade. Irrisório ou não, hoje noticia-se a redução de uma pequena insignificância de volume a uma quase nulidade.
Esta prestigiante descoberta não poderia ‘escapar’ ao conhecimento da comunidade científica internacional, e, como tal, foi anunciado para Setembro do corrente ano a publicação de um artigo sobre esta descoberta na revista Electron Device Letters.”

Nota: parte deste texto foi postado do blog http://www.pplware.com/

sábado, 26 de julho de 2008

AOS MEUS AVÓS

De acordo com o calendário das efemérides, comemora-se hoje o dia dos Avós, uma moda recente, creio, mas é sem dúvida, uma festa bem merecida.
Só conheci a minha Avó materna, a Avó Teresa. Quando nasci, os outros já tinham partido. Deles restavam apenas muitas histórias, fotografias e a memória que os nossos Pais teimavam de manter bem viva.
Da minha Avó guardo a doce imagem de uma senhora alta, morena, muito elegante, com um ar muito fino e um olhar sempre triste. Uma voz quente, pausada, umas mãos esguias e carinhosas mas, acima de tudo, tenho sempre presente o seu coração enorme, a sua disponibilidade para todos os netos, mesmo que tivesse, segundo diziam, as suas preferências… mas a uma avó isso é desculpado, claro!
Recordo a mulher lutadora que ficou viúva muito cedo e que tudo fez para educar as duas filhas, ainda adolescentes, dando-lhes uma formação muito avançada para a época; a melómana, apaixonada pela música clássica, pela ópera e pelo teatro, em geral; a educadora moderna, embora nunca abdicasse dos valores básicos em que acreditava.
E foi, já na minha adolescência, estando os nossos Pais a trabalhar fora do país, que descobrimos tudo o que era capaz de fazer para realizar os nossos sonhos, para colmatar a ausência dos Pais.
Cada um dos meus irmãos recordará certamente com maior intensidade o que a cada um deles a Avó terá feito.
Eu recordo uma experiência única que ela me proporcionou. Andava eu no 6º ano do antigo liceu, quando soube pela professora de grego que viria a Lisboa, ao D. Maria, uma companhia de teatro representar uma peça. Devo ter falado disso, à hora das refeições, quando partilhávamos as nossas vivências quotidianas. Sabendo da minha paixão pelo teatro, a minha Avó comprou-me um bilhete para eu ir ver, sozinha, esse espectáculo. Um dia cheguei à casa de jantar e, no meu lugar, encontrei esse presente! Foi uma explosão de alegria que nunca esqueci. E muitos outros casos podia relatar…
Os avós têm quase sempre essa magia, esse tempo todo, essa disponibilidade e toda uma sabedoria que nos torna mais felizes, mais confiantes e, depois, pelo menos na minha memória, a juntar a tudo isto há as coisas doces, as receitas que só elas conhecem, os mimos que só elas sabem dar de uma forma imensa e calorosa.
A presença da minha avó Teresa e o exemplo de vida dos meus avós António, Carolina e outro António, foram um alicerce forte para a minha caminhada e, ainda hoje, em momentos importantes eu os evoco e me aconselho com eles, já que sinto que estão sempre por perto.

Nota: De acordo com o que li na imprensa, este dia foi escolhido por ser o dia de Santa Ana e S. Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo. Conta a história que, no século I a.C., o casal vivia em Nazaré, sem filhos, mas sempre rezavam pedindo a graça de um filho.
O seu desejo foi cumprido e tiveram uma menina a que deram o nome de Maria. Daí Santa Ana ter passado a ser a padroeira das mulheres grávidas e mais tarde, os dois passaram a ser padroeiros dos Avós.



sexta-feira, 25 de julho de 2008

LIVROS …


Quando estou com uma “telhazita” faz-me bem comprar livros.
Hoje foi dia e rumei à FNAC. Trouxe dois que procurava e outro que encontrei:
“Pedalar devagar – quatro anos de bicicleta pela Ásia” de Valérie e João Gonçalo Fonseca; “O Terrorista de Berkeley, Califórnia” “ do Pepetela e “Istambul – Memórias de uma cidade” de Orhan Pamuk, Prémio Nobel em 2006. Claro que vou começar pelo primeiro – estou mesmo a precisar de “pedalar devagar”…Depois conto.



Quando penso em livros que me tenham marcado, parece tolo, mas vem sempre primeiro “Robinson Crusoé “ de Daniel Defoe. Comecei por uma leitura com ilustrações a preto e branco e com um texto que, percebi mais tarde, era simplificado e censurado – não sei por quem. Tinha 10 ou 11 anos. Li mais tarde a versão original. O autor escreveu o livro em 1719, inspirado provavelmente na vida de Alexander Selkirk. Este escocês foi abandonado na ilha deserta de Juan Fernandez, a cerca de 750 km de Santiago do Chile e aí viveu de 1704 a 1709. Na história de Daniel Defoe, Robinson viveu na ilha durante 4 anos e 4 meses, criando, com os poucos utensílios que conseguiu recuperar do barco naufragado, tudo o que precisou para sobreviver. Um dia, ao encontrar pegadas na areia, descobriu que não estava só e entra na história o Sexta-Feira. Quando foi encontrado e regressou à civilização, a história deixou de ter graça.
Achei interessante encontrar há tempo, numa ”National Geographic”, uma imagem do local provável onde Alexander Selkirk teria construído a sua casa na que é hoje conhecida “Ilha de Robinson Crusoé”. Foi uma busca de 10 anos, dirigida pelo explorador Daisuke Takahashi que conclui: “É fácil compreender de que forma Selkik venceu aqui a sua solidão“, “é um local pacífico, ouve-se o som de um ribeiro e pássaros a cantar”.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

EU

Eu sou a que no mundo anda perdida
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte
Sou a crucificada…a dolorida…

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!

Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…

Sou talvez a visão que alguém sonhou.
Alguém que veio ao mundo para me ver
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Mudam-se os Tempos Mudam-se os Costumes


Vamos assistindo a alterações de costumes e é interessante observar o desenrolar desses novos momentos especiais de celebração.
Sábado passado, fui ao casamento da minha afilhada Sofia que casou com o Miguel, um jovem espanhol. Dia de muito sol e calor. Cerimónia às cinco da tarde, num local muito aprazível, cuja visita recomendo a todos os que amam a natureza e apreciam a calma: Estufa Real, no Jardim Botânico, à Ajuda.
Foi uma festa preparada ao pormenor pelos noivos e pelos padrinhos, um conjunto de jovens amigos.
Imaginem um espaço de exterior cheio de árvores e flores, num nível alto com panorâmica da cidade de Lisboa e com o Tejo muito calmo lá no fundo.
Uma plateia de cadeirinhas de verga, em semi circulo, voltadas para a mesa da Conservadora, aguardou a chegada dos noivos, ao som do Quarteto Tempus, abanando-se cada um com o leque que recebera, como presente dos noivos, à entrada.
À hora prevista, os irmãos da noiva, lindos nos seus fatos brancos e camisa preta, muito encantados com a mana mais velha, anunciaram com uma pontinha de emoção «Eles vêm aí!». E, do meio das árvores frondosas, surgiu o par, muito feliz, ela com um vestido comprido, muito elegante e vaporoso, num azulão que a todos fez soltar um «AH!» de espanto.

A cerimónia correu veloz, dando a Conservadora cumprimento aos trâmites legais, anunciando-os, rapidamente, marido e mulher.
Depois, e aqui, tudo pode fazer a diferença, os padrinhos, os pais, os irmãos e vários amigos ofereceram aos noivos algumas palavras, muito sentidas, muito amigas, muito cúmplices. Houve emoção e humor em dose grande. E houve uma macedónia de línguas faladas pelos muitos convidados que vinham do Alentejo, da Andaluzia, de Madrid, de Paris, da Grécia, da Itália… já que a origem e a vida profissional dos noivos os tem levado a percorrer vários países onde têm feito muitos amigos.

Seguiu-se uma sessão de fotos, mas não foi a habitual «seca» interminável. O fotógrafo era conhecido dos noivos e foi captando aqui e ali os momentos que, mais tarde, todos vão gostar de recordar.
Entre abraços, fotos e gargalhadas fomos trincando acepipes variados acompanhados de um bom vinho fresco.
Entretanto, o sol descia no horizonte e a temperatura amena dispunha-nos a uma óptima cavaqueira e a um passeio pelos jardins.


Chegada a hora do jantar, todos os convidados foram encaminhados para um espaço muito agradável, dentro de uma enorme tenda decorada ao gosto do casal, predominando as cores rosa choque e verde seco.

Após o excelente jantar, passou-se ao salão de festas, onde foi oferecida aos noivos e convidados, uma apresentação em Power Point, com inúmeras imagens que recordavam a história do casal, em diferentes épocas das suas vidas, tudo minuciosamente preparado pelos padrinhos. Neste ambiente festivo, deu-se lugar à abertura do baile e, como a Sofia e o Miguel pensaram em tudo, havia sabrinas às pintinhas, de várias cores, organizadas por números, para que as senhoras pudessem libertar-se dos saltos altos e altíssimos e pudessem bailar ao som da música que duas DJ tinham seleccionado…
Que alívio! E assim, convidados de todas as idades dançaram, desde a valsa ao rock, ao samba e ao flamengo…
A festa durou até ao romper do dia.
Que sejam muito, muito felizes!

terça-feira, 22 de julho de 2008

O AMON vai descobrindo mais espaço …




O AMON vai descobrindo acesso a novos espaços e eu vou “defendendo” os objectos …Primeiro, foi o espaço da secretária que ficou curto para as sestas e, num já, “libertou-o” de caixas e livros para se poder esticar bem e ficar com vistas para a janela e a rua. Depois, foram os “arrumos” ao lado do frigorífico que tiveram de ser escondidos em gavetas para não terminarem no chão … mas que bom poiso são essas gavetas …e com almofada!



No quarto já tinha havido uma tentativa de poisar na escrivaninha, em voo directo a partir do chão. Os objectos que aí pareciam estar a bom recato foram ameaçados e mudaram de sítio. Os livros, caixas e “baú de jóias” pareciam ser inofensivos. Durante um tempo os voos terminavam em escorregadela pela superfície inclinada … mas, há semanas, vitória! O pulo terminou exactamente sobre o baú. Até que, há dias, o salto não foi bem calculado, o baú foi “tábua de salvação” inútil e, em grande estrondo, o Amon viu-se no chão, no meio de um baú esventrado e com um colar de pérolas que foi da minha mãe, ao pescoço. Não ganhou para o susto e até me deixou dar-lhe umas “palmadas” no nariz. Para não voltar a ser mal sucedido está a deixar passar o tempo a ver se esquece. Claro que o baú já mudou de sítio e foram acrescentados mais livros.
Hoje, satisfez mais um sonho: trepou a outra estante que era refúgio de alguns “bens essenciais” – caixas com chaves, auriculares, óculos, … aquelas coisas que antes se punham junto à porta da rua “para estarem à mão”- quando não se tinha um gato com a curiosidade e a “tara” de tudo deitar ao chão e de tudo servir para brincar… Julguei que estavam defendidas. Qual quê! Agora, já tem mais um poiso. E a seguir?


Bem, mas … continua lindo, a arranhar-me sempre que quer brincar, está maldisposto ou se zanga, a apanhar molhas debaixo das torneiras e a não querer beber água senão da torneira ou de regadores de plantas. Quanto a ir à rua … depois do susto do elevador, a trela parece ser uma má recordação. Tem andado só nas escadas e no “jardim de Inverno” do 5º andar.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pais adoptivos

No “Expresso” de sábado, li uma pequena notícia que passo a transcrever :

“ Uma cadela que guarda ovelhas está a amamentar um borrego, como se fosse seu filho, na aldeia de Babe (Bragança). A Caravela, assim se chama o animal pastor, foi mãe no mesmo dia em que nasceu o cordeiro, que nessa noite se perdeu no campo. Mas, para espanto do proprietário do rebanho, na manhã seguinte estava junto à cachorra, que o tinha encontrado e passou a alimentar. Mário Ferreira acrescenta que a cadela não mais largou o anho e este acabou mesmo por rejeitar em definitivo a mãe biológica”.

Fez-me esta notícia simples lembrar a complexidade com que juízes, advogados, psicólogos e pedopsiquiatras têm envolvido a decisão de entregar ao pai biológico uma criança com 6 anos que não foi criada por ele e até mal o conhece. Se o anho rejeita a mãe e é suposto não ser inteligente, deve uma criança agir diferente?
Mundo estranho este onde a Justiça só tem “procedimentos” e perdeu a alma!

domingo, 20 de julho de 2008

NOTAS FINAIS


Aqui ficam umas notas finais, uma semana após o nosso regresso da visita a Londres.
Fiquei, realmente, impressionada com a cidade.
De paixão, continua a ser a minha relação com Paris, mas rendi-me a um fervilhar de acontecimentos, de possibilidades, de actividades culturais de todo o género que Londres oferece a quem a visita.
Rendi-me aos espaços verdes que nos proporcionam momentos inolvidáveis de liberdade, de lazer e de prazer.
Descobri uma população diversificada, nos trajes, na postura, nos hábitos culturais que convive num ambiente de tolerância e liberdade impressionantes. E vi, à frente de muitos negócios e de postos de trabalho pessoas das mais variadas raças e feitios.
Senti-me fascinada com o ritmo da cidade que corre pelas artérias e parques, sempre em actividade física, num culto pela «mente sã em corpo são», tão em voga nas sociedades modernas.
Espantei-me com a rede de transportes que serve a cidade e os arredores, de tal forma eficaz que nunca assisti a uma discussão por um lugar na fila nem por um atraso no cumprimento do horário, embora me tenha apercebido de alguns problemas nas ditas horas de ponta…
Encontrei, em cada canto ou recanto da cidade, um acontecimento musical, um happening, uma divulgação cultural a que é possível assistir gratuitamente.
Verifiquei a comunhão da população com a natureza, com o «green» e com o sol que, mal desponta atrai a esses lugares de repouso muitas pessoas que, antes de regressarem a suas casas, recarregam energias e convivem com crianças e animais. Constatei que não se vêem animais abandonados nem ruas sujas com dejectos, embora a recolha dos lixos obedeça a um plano semanal que pode ser discutível, não é diária na maior parte dos bairros residenciais.
Apercebi-me do valor de uma nesga de sol num céu tantas vezes cinzento e chuvoso e entendi por que motivo, mesmo com mau tempo, as londrinas andam à chuva de havaianas…têm de aproveitar o verão que passa fugaz…
Encontrei uma cidade muito bem assinalada, o que facilita bastante a deslocação pelas ruas e a utilização dos transportes. Também, uma cidade florida, com muitos arbustos e com petúnias multicoloridas em canteiros e vasos suspensos nas ruas e nas varandas dos edifícios.
É uma cidade cara, é certo, o nível de vida é elevado ou, então, é o nosso que fica muito aquém do que seria desejável numa Europa do século XXI.
Finalmente, senti…segurança! È verdade, saímos, usámos o metro e andámos por ruas mais ou menos movimentadas sem sentir receio e vimos muitas pessoas, estrangeiras ou locais, com o mesmo sentimento, circulando com o mesmo à vontade.
E acabei por concordar, em grande parte, com o escritor do século XVIII, Samuel Johnson «A man who is tired of London, is tired of life»

sábado, 19 de julho de 2008

Delírios …

Sou Capricórnio com os pés na Terra e a cabeça nas nuvens e nos sonhos. O ascendente recoloca-me na terra, nas grandes Savanas africanas, na sombra dos Imbondeiros, nos espaços sem fim, no Sol dos trópicos.
Acho que tenho mantido o equilíbrio que as patas de cabra permitem, a lucidez de quem tem de estar atento ao percurso para não cair, o bom senso de me bastar com a vegetação disponível.
Mas …os sonhos?
Hoje vi uma revista de Autocaravanas e deixei-me ir nesse sonho. E também havia imagens de casas de madeira com alpendre …
“Ontem” visitei blogs de gente que vive em quintas, com árvores, hortas, ervas de cheiro, animais … e sonhei. Mas “anteontem” li mais uma crónica de viagem de Gonçalo Cadilhe e desejei-me de mochila às costas mundo fora, meses a fio. E quando folheio aquelas revistas com” lugares paradisíacos” apetece-me ir a correr para um lugar parecido, com mar transparente, manso e quente, areias brancas e araucárias e ser quase um Robinson. E …

Difícil é manter os pés na terra …que grande injustiça! Afinal, bom, com dimensão de sonho é ter saúde, amigos, amores, o dinheiro merecido e … o meu gato AMON.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

OS BUDAS DE BAMIAN



Em Março de 2001, o anúncio do bombardeamento dos Budas de Bamian chocou todo o mundo. Deixar que se destruíssem estátuas com mais de 1,5 mil anos, por fanatismo religioso e vingança étnica? Na altura, achei que os poderosos deste mundo deviam ter agido, “proibido”, explicado que obras de arte como aquelas pertencem à Humanidade e não são pertença de um povo e muito menos de um Governo. Nada se fez e elas foram desfeitas.

Os Budas Gigantes de Bamian, com 55m e 38 m, foram construídos no séc.V e pertencem à chamada Arte de Gandhara que conseguiu integrar, na escultura e pintura, os aspectos relevantes da arte grega e budista indiana ( a Arte de Gandhara foi desenvolvida pelo povo kuchano, originário da actual Sibéria). Os monges dos mosteiros de Bamian, mais de mil, viviam em mosteiros e como ermitas nas cavernas esculpidas nas rochas e a eles se deve a construção das estátuas e o embelezamento das grutas com outras estátuas de Buda e numerosos frescos.
Bamian fica a noroeste de Cabul, no rebordo da cordilheira do Indocuche. Foi um vale fértil e, tal como toda a região hoje ocupada pelo Afeganistão e norte do Paquistão, uma zona de comércio intenso, na rota de caravanas que traziam sedas da China e “vidros” de Roma – a Rota da Seda.
Na época da sua construção, os Budas de Bamian “ cintilavam em ouro e cores vivas” mas, em 2001, já tinham perdido o brilho e parte das feições. Continuavam, no entanto, imponentes, dominando todo o vale.

Os talibãs decidiram destruí-los por fanatismo religioso alegando que não se presta culto a “Ídolos de pedra” mas sobretudo por ódio étnico. Os talibãs são sunitas e predominantemente de etnia pastum. Os habitantes do vale de Bamian são hazaras e xiitas. Dizia um ditado talibã sobre os não-pastuns : “Aos tadjiques, o Tadjiquistão; aos uzbeques, o Uzbequistão e aos hazaras o “goristão”(cemitério)“…A destruição das povoações hazaras já se tinha iniciado em 1999 mas, em 2001, aquando do bombardeamento e dinamitação dos Budas, várias povoações foram incendiadas, de tal forma que muitos dos habitantes que não fugiram da região se refugiaram nas cavernas e foram contribuindo para a destruição e “desvio” de muitos achados.
Actualmente está em curso uma campanha da UNESCO no sentido de realojar os habitantes das grutas e proceder à recuperação possível do que resta. Também se fala na reconstrução das estátuas mas há divergências entre os arqueólogos e entre os políticos.

Dizem funcionários da UNESCO que a venda de antiguidades da região nos mercados de arte de Londres, Paris, Nova York e Tóquio é a segunda “fonte de exportação” - a primeira é a papoila e o ópio (92% da produção mundial).

Resta a esperança e a persistência de muitos afegãos na defesa dos seus bens culturais que se pode traduzir na faixa que foi colocada sobre a porta do Museu Nacional de Cabul: “Um País Só se Mantém Vivo Quando a Sua Cultura se Mantém Viva”.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

PEPETELA (Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos)

A propósito do texto “ Uma nova capital para Angola?”, lembraram-me o livro de Pepetela – “Predadores”. E a esse eu juntei a lembrança de outros relativamente recentes, “Jaime Bunda e a Morte do Americano”, “ Jaime Bunda, Agente Secreto”.
Admiro a coragem de Pepetela e leio tudo o que escreveu desde “Mayombe”, escrito em 1980. Foi estudante da “Casa do Império”, exilado em França e na Argélia, onde se licenciou em Sociologia.
Foi guerrilheiro em Angola (“Mayombe” relata essa experiência), vice-ministro da Educação depois da independência, professor de sociologia e … escritor, sempre.
Nos seus livros procurou dar a conhecer e fazer compreender tradições angolanas, heróis esquecidos, costumes de gente simples, ideais de um povo que ansiava pela independência e liberdade. Mas a governação do país, as lutas partidárias, a corrupção e as cumplicidades foram-no desiludindo e os seus últimos livros, sobretudo os do agente Jaime Bunda e “Predadores”, denunciam os hábitos de uma nova burguesia que se aproveitou de ligações políticas, usou o aparelho de estado ou negócios ilícitos para adquirir poder económico e estatuto social. Não deixa também de referir alguns esforços do governo para se fazer cumprir a lei e travar a corrupção mas fá-lo com muito humor, através do seu agente Jaime Bunda, investigador do estado, inábil, mal preparado, trapalhão e corruptível …
Não sei como vai evoluir a obra de Pepetela. A verdade é que o seu último livro “ O quase fim do mundo” é ficção: a história do que pode acontecer quando toda a vida animal desaparece da Terra, à excepção de um pequeno recanto africano onde meia dúzia de pessoas iniciam uma nova vida. É o desespero de querer que tudo comece de novo para que possa evoluir melhor? É a fé num recomeço a partir de África?
Aguardo o próximo livro.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ainda os exames de Matemática …

É suposto que os exames não revelem resultados muito diferentes da avaliação contínua. (ou não?)
Nos anos anteriores e no que se refere ao 9º ano, a relação era, em média, a seguinte: 18% a 20% de classificações “negativas” na avaliação contínua, 70% a 75% nos exames. Estava mal, muito mal. Fizeram-se planos de recuperação para resolver dificuldades dos alunos, deu-se formação a professores, analisaram-se por certo as críticas que se faziam às provas de exame.
Este ano, as classificações nos exames ficaram-se pelos 44,9% de “negativas”, contra valores da avaliação contínua que terão sido semelhantes ou menores do que os de anos anteriores. Melhorou mas a distância ainda não se justifica.
Coerência parece continuar a haver na disciplina de Língua Portuguesa, nos anos anteriores e em 2008.
Mas, qual é a reacção da comunicação social e dos comentadores da especialidade? Os exames de 2008 pecam pelo facilitismo porque há uma quebra de 30% nas “negativas”!!!
Gostava de perceber para não lamentar tanta demagogia.


terça-feira, 15 de julho de 2008

A LOJA DOS SONHOS



HARRODS é a tradicional loja de departamento britânica que ocupa cerca de 92 mil m2 destinados a compras e fica situada num magnífico edifício vitoriano, numa das mais chiques zonas da cidade, constituindo, sem dúvida, um dos ícones de Londres.
A loja dos sonhos gaba-se de poder satisfazer o pedido de qualquer cliente, mesmo que a mercadoria que procura seja, por exemplo, um leão vivo. Aliás o lema do Harrods é Omnia Omnibus Ubique – “Todas as coisas, Para todas as pessoas, em todos os sítios»
O Food Hall (restaurantes de várias cozinhas) é famoso em todo o mundo.

De acordo com o folheto que consultei, estes armazéns começaram na zona pobre de East End, a leste de Londres, antes do reinado da Rainha Vitória.
Em 1835, Charles Henry Harrod, comerciante de chás e outros artigos, começou a administrar uma loja em Knighsbridge, junto ao Hyde Park e passou a vender também fórmulas medicinais, perfumes, frutas e vegetais.
Enquanto Knightsbridge, que viria a tornar-se um dos centros do consumo de luxo em Londres, se ia desenvolvendo, muitas lojas adjacentes foram compradas pela Harrods.
Em 1861, a loja passa por uma transformação, quando o filho de Harrods, Charles Digby Harrod, assume o controle da empresa.
No dia 6 de Dezembro de 1883, um incêndio destrói os edifícios do armazém, dando a oportunidade à família Harrod de reconstruir a loja, alargando-a.
Em 1895, foi instalada na loja uma escada rolante de madeira, segundo relatos, a primeira da história. Nessa época, a loja já estava muito maior e vendia uma infinidade de produtos.
Finalmente em 1905, terminou a reformulação total do actual edifício.
A Harrods foi comprada pelos empresários egípcios Mohamed e seu irmão, Ali al-Fayed, em 1985 por £615 milhões. Desde então, o espaço de venda tem vindo a ser aumentado constantemente.
Os seus funcionários são muito atenciosos e têm todos, na lapela dos casacos, o nome e o idioma que falam, permitindo assim uma melhor comunicação com turistas.
Mas o grande espectáculo acontece no período da noite, quando toda a fachada dos armazéns, em terracota, é iluminada por mais de 12 mil lâmpadas, das quais 300 são trocadas todos os dias.
A Harrods também oferece serviços exclusivos como alfaiate, oficina de relógios, spa, salão de beleza, barbearia, serviços financeiros, farmácia, entre outros, chegando a receber mais de 300 mil visitantes nos dias de maior movimento.
Desde sempre que as cores verde e dourado se tornaram sinónimo de qualidade, serviço e exclusividade.

Como era o dia do aniversário da K., passámos momentos engraçadíssimos, visitando apenas uma parte da loja, descobrindo recantos, escadarias, lustres, expositores originais e demo-nos ao pequeno luxo de comer uma soberba taça de gelado cuja qualidade, apresentação e sabor, tão depressa não esqueceremos.
Aqui ficam algumas imagens de recordação.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Nova capital para Angola?


Não sei se a informação é verdadeira. Gostaria que não fosse.
Disseram-me que o presidente de Angola encomendou ao arquitecto Óscar Niemeyer o projecto de uma nova cidade para capital de Angola. Não no centro do país mas um pouco a norte da actual. Uma nova Brasília sem a “justificação” da centralidade geográfica. Será possível?
A informação foi confirmada pelo autor de um blog em que confio, acrescentando que, já em 2003/2004, tinha sido proposto, a um arquitecto angolano, um projecto para uma cidade-capital, a sul de Luanda: Angólia ou Nova-Luanda.

Não chega a José Eduardo dos Santos, os aviões privados, a família controlando os diamantes e muitos outros negócios lucrativos, as casas em diversos lugares da Europa para a família e “amigas”, a corrupção nos negócios de petróleo e outros? Será que também quer construir uma capital para as elites poderem viver em paz, sem vendedores nem crianças de rua?
Claro que há eleições mas isso pode não ser problema. A actual legislatura de 16 anos (!!) termina a 15 de Julho, com eleições marcadas para 5 de Setembro.
Mas todo o processo eleitoral já foi armadilhado: limitações nos tempos de antena da única TV (do Estado), entraves ao funcionamento livre de várias rádios independentes, criação de um “canal internacional” para melhor manipular as comunidades emigrantes, …
Mas, talvez não seja verdade e a notícia corresponda apenas a um desejo que deve ser julgado pelos angolanos. Talvez o novo governo saiba investir o necessário para dar uma vida melhor a um povo tão sacrificado, paciente e, apesar de tudo, com esperança.
Haja esperança!
Goiaba

domingo, 13 de julho de 2008

BOLA DE NEVE TRANFORMADA EM MONTANHA

Assisti, passivamente, ao debate na Assembleia da República sobre o estado da Nação. É um espectáculo que me diverte tanto como, a alguns, um jogo de futebol.
As equipas entram em campo preparadas para serem aplaudidas e a verbosidade é impressionante.
Esperamos sempre uma novidade, um salvador do estado da Nação, alguém brilhante que, com poder, pudesse dar uma volta a este Pais. Mas com tristeza assistimos ao espectáculo com algum tédio, porque alguns líderes parlamentares utilizam sempre as mesmas tácticas de ataque, críticas mal fundamentadas, ou, mais grave, sem manifestação de alterações inteligentes ao medíocre estado da Nação.
Isto faz-me lembrar as Assembleias de escola ou Reuniões de professores onde estive largos anos inserida. Muita conversa fiada, pouca acção, nenhuma atitude de avanço real na perspectiva de um futuro melhor.
O Parlamento é o retrato fiel da sociedade. Muita oposição com críticas mesquinhas, muitas palavras gastas, risos disparatados e falta de postura.
Somos palavrosos mas pouco coerentes. E assim estamos perdendo oportunidades únicas. E digo isto porque, apesar de não pertencer a qualquer partido politico, posso objectivamente analisar as atitudes de todos e verificar que Sócrates é um político inteligente, activo e bem-intencionado, mantendo firme o seu projecto político.
No entanto, o projecto sofreu alterações, algumas graves para o povo português.
Mas, fazendo ainda outro paralelismo, lembro-me de alguns Presidentes de Conselhos Executivos de Escolas que eram fabulosos, cheios de garra e que deixaram cair os seus projectos educativos. Estavam sozinhos, as equipas não funcionaram…aí o problema.
No caso do nosso Primeiro-Ministro acho que também falhou em grande parte devido à inabilidade dos seus ministros.
Claro que a responsabilidade é do “chefe”, no entanto muito lhe escapa e quando dá conta de qualquer problema, é tarde. Vem fazendo remendos e isto é mau.
Estamos a perder a oportunidade de ser geridos por uma óptima cabeça, um bom líder, um homem dedicado e entusiasmado que tem ainda alguma esperança de alterar o nosso futuro. Mas vamos perdê-lo!
Não entendo o PCP nem o Bloco de esquerda. Fervilham de entusiasmo em derrubar este governo e depois quando “ele” se for… vão ficar a lamentar, porque homens com esta qualidade não há por aí neste País.
Estamos vivendo mal, com a angústia do problema económico que afecta a classe média e os mais pobres, endurecendo a nossa desconfiança.
Sentimos que vivemos num País pouco seguro, com uma aplicação da Justiça protectora de grandes senhores, com um sistema de saúde instável, inoperante e um ensino de fachada em que não se medem as competências mas as percentagens.
Mas só o governo é culpado?
Andámos durante anos iludidos, atordoados, fascinados com a facilidade de comprar tudo, de manter níveis sociais superiores ao valor do nosso ordenado. Tudo a que nos julgámos com direito foi facilitado: casa própria, carro, viagens, luxos, bons equipamentos domésticos, telemóvel de 3ºgeração, etc., etc…
Não pensámos que a crise podia bater à porta e o crédito acabar… não se educaram os filhos e netos para este presente. E agora? Culpa do governo ou do destrambelho em que fomos vivendo nestes últimos anos. Uma bolinha de neve para a qual Guterres chamou a atenção e que hoje se tornou numa montanha.
Também somos culpados pela inércia, comodismo e incompetência.
Acostumados a ser “velhos do Restelo”, continuamos a não acreditar nas reformas, na inovação. Tudo o que é novo é incómodo, vem quebrar a rotina, obriga a sacrifícios de várias espécies e não queremos estar abertos a isso.
Assim é mais fácil criticar, deitar abaixo antes de experimentar sequer.
Esta é a minha experiência de décadas, fosse o governo de direita, centro ou esquerda.
Alguns valores foram-se perdendo nestas batalhas. A luta social hoje centraliza-se no ordenado ao fim do mês, sem esforço numa participação activa de melhoria de formação e condições de trabalho.
Lembro um jovem colega, numa das últimas reuniões de professores em que participei, que teve uma atitude sincera e que corresponde à realidade destes tempos. Interrompi a reunião para levantar algumas objecções a processos incorrectos de ordem pedagógica que se estavam a verificar naquela escola. O colega disse: para quê discutir isso, o que interessa é o ordenado ao fim do mês e a certeza do lugar no ano seguinte, não vamos criar problemas…
Quero acreditar que ainda há jovens capazes de me responderem de outro modo, mal deste País se assim não for!
LIS


sábado, 12 de julho de 2008

ESCRITA A CORES

Hoje é a minha vez. Tinha prometido trazer para o blog a minha pintura pois é este o suporte expressivo que me dá mais prazer.
Pinto há muitos anos, desenho desde sempre, porque os meus pais me lembraram a minha infância, as longas tardes a gatafunhar folhas e folhas de papel com um simples lápis de grafite.
Dificilmente deixarei um dia de utilizar esta “escrita” em que formas, cores, ritmos têm conteúdos de alma, agudizados pela experiência de vários sentimentos e estados de espírito.
Não obedeço a “estilos”, nem a regras de composição. Deixo-me levar pela intuição do momento.
Pinto com as técnicas que me apetece, hoje pode ser acrílico, amanhã aguarela, ou ainda o pastel seco ou a misturada das técnicas mistas. Pinto a óleo quando quero desenvolver a minha paciência, porque esperar a secagem das camadas é uma “seca”, apesar de hoje já existirem aditivos químicos que aceleram a secagem.

A expressão plástica é relaxante e quase mística. Muitas pessoas sentem-se inibidas e contrariam a sua apetência para este tipo de expressividade. Lamento, pois beneficiariam muito quer física quer espiritualmente.
Usar o lado direito do cérebro, volto a relembrar!
O meu grande sonho é ter um espaço - atelier para pessoas de todas as idades que estejam dispostas a praticar e a sentir o gosto por expressão plástica. Talvez um dia o consiga!
Na parede do meu espaço de trabalho tenho uma fotografia que encontrei na net. que é mais ou menos o que eu queria, tenho-a pregada na parede e vou tentando fazer como dizem os autores do livro “o segredo”. Quem sabe se…..!!!!!

LIS

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Três locais imperdíveis, em Londres


Ao chegar ao Covent Garden, recordei a genuína Eliza Doolittle em diálogo aceso com o Professor Higgins e o Colonel Pickering, na deliciosa « My Fair Lady», adaptação da obra de Bernard Shaw.
Covent Garden, é um edifício antigo onde funcionava um dos maiores mercados da cidade. O local foi restaurado e agora é um dos pontos turísticos mais animados de Londres. Aos domingos, transforma-se numa das principais opções de visita da cidade, com muita gente, música ao vivo, apresentações teatrais, restaurantes, pubs, artesanato e muitos produtos típicos à venda.
Num pequeno restaurante existente na parte central do mercado, são servidas as tradicionais batatas assadas à moda Inglesa, com diversos tipos de recheio, para além dos gelados e das gauffres.

Portobello Road é um dos mercados de rua mais procurados, em Londres. É excelente para encontrar e comprar curiosidades, antiguidades, roupas informais e quinquilharias diversas. Mergulha-se num mar imenso de gente das mais diversas raças e proveniências, muito colorido com tendas cheias de produtos alimentares, roupas feitas à mão, artesanais, bijutaria, flores e frutas, lojas de música com sons diversos, galerias de arte, barracas de comida feita, que é consumida em pé para não se perder pitada…o passeio demora ou antes, leva bastante tempo, dependendo do ritmo de quem o visita…
Descobrimos uma esplanada de um pequeno restaurante, mas o sol era bastante forte a essa hora e decidimos comer no interior e recordei os versos de Caetano Veloso «I walk down Portobello Road…I´m alive…». Foi um momento único!


Notting Hill, o famoso bairro que deu o nome a uma comédia leve mas inteligente e irresistível com Julia Roberts e Hugh Grant nos protagonistas. É um bairro londrino tradicional e cheio de edifícios característicos, em que o branco das fachadas casa na perfeição com o negro dos telhados, dos gradeamentos e das portadas das janelas. É um conjunto muito equilibrado, sempre movimentado, sempre romântico, sempre mágico…
E logo nos deu vontade de rever o filme, para recordar a famosa banda sonora e a operação de charme entre os dois excelentes actores, de forma a convencer os espectadores de que é possível conciliar dois mundos tão diferentes, o de uma famosa estrela de cinema americano e o de um livreiro falido, classe média e tímido, já que tudo se desenrola nesse bairro londrino.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

“Não sei mais do que um miúdo de 10 anos”

É um programa da RTP1, já em 2ª série, o que deve querer dizer que é muito apreciado. Não acho graça e, sem ter consultado psicólogos ou pedopsiquiatras, parece-me nocivo para as crianças, ridículo para os adultos e deprimente para quem vê.
É verdade que uma grande parte dos espectadores de sofá adoram ver os que estão no ecrã errar, ter dúvidas sobre questões que eles, em casa, sem tensão competitiva, podem saber ou fingir que sabem. Mas, o que faz correr quem vai a esses concursos? O dinheiro?! Ou serão almas masoquistas ou gente desejosa de se ver na televisão ou ingénuos insensatos?
Claro que há questões que as crianças sabem e os adultos já não se lembram ou não aprenderam da mesma maneira. Claro que há ignorância que brada aos céus. Mas, que necessidade há em fazer crescer a autoestima das crianças à custa da desvalorização da imagem do adulto? E quando os adultos são os seus pais? Será importante que se julguem com mais conhecimentos do que os adultos? Quem é que lhes vai ensinar a diferença entre “conhecimentos” e “sabedoria”? E que influência podem ter estes programas nos jovens que se julgam detentores da verdade e depreciam a sabedoria dos mais velhos, olhando-os como quem sabe menos do que uma criança de 10 anos?
Estas reflexões devem-se com certeza à minha idade e à mania de não conseguir ser acrítica e tolerante face ao que vejo, ouço ou leio (quando era pequena ofereceram-me um potinho com três pequenos macacos, tapando com as mãos os ouvidos, a boca e os olhos; eram de barro e eu parti-os logo…)


quarta-feira, 9 de julho de 2008

PELOS PARQUES DE LONDRES


Os Parques de Londres eram, no passado, propriedade dos monarcas e serviam para o lazer da família real, sendo o seu acesso vedado ao público. Com a progressiva urbanização da cidade, estes espaços foram sendo abertos a todos e hoje existem oito parques que são os verdadeiros pulmões da cidade.
Instaladas, providencialmente a 4 minutos do Hyde Park, este foi o nosso destino quase diário, para uma passeata, mais ou menos prolongada.
O nome do Parque vem de «hide», uma unidade de medida compreendida entre 0,24 e 0,49 km², sendo este o tamanho original do recinto que se destinava à caça.
Hoje em dia, o Parque oferece os serviços de restaurante, café, um centro de aprendizagem sobre a natureza e a vida selvagem, a possibilidade de realizar passeios de carruagem ou de gaivota, no lago Serpentine, e o aluguer de cadeiras reclináveis. Há também um clube de ténis e um centro de hipismo.
Neste Parque, realizam-se vários festivais de música como aquele que assinalou, recentemente, os 90 anos de Nelson Mandela.
Em 2004, foi inaugurado no parque um memorial em homenagem à Princesa Diana, uma fonte oval de granito muito sóbria mas também muito significativa.
Adjacentes ao Hyde Park, encontram-se os Kensington Gardens, jardins de traça italiana, com vários memoriais e um monumento à figura de Peter Pan e à Terra do Nunca, tão do agrado das crianças.
Outro dos Parques que visitámos foi o Regent´s Park, com um soberbo roseiral em que se podem encontrar cerca de 400 variedades desta flor e que constitui a mais vasta área desportiva de Londres. Tem um Teatro ao ar livre que, neste momento, tinha em cena uma adaptação da peça Romeu e Julieta. Aí se encontram também o Zoo de Londres, várias esplanadas, restaurantes e muitos recantos aprazíveis para ler, conversar, namorar, descansar… Em todos os parques, existem vários bancos de jardim com inscrições que prestam homenagem a pessoas já falecidas que, por um motivo ou outro, gostavam de frequentar aqueles espaços, uma bonita e comovente forma de perpetuar os entes queridos.
A norte deste Parque encontra-se a colina Primrose Hill, do alto da qual é possível disfrutar de uma rara e surpreendente vista da zona de Westminster e da City of London.
Subimo-la debaixo de umas nuvens ameaçadoras, receosas, mas com muita vontade de nos deleitarmos com a vista e incentivadas por uma inscrição no chão, a poucos metros do topo, que nos fez sorrir «And the view is so nice»…
Acabou por cair uma tremenda chuvada, quando já estávamos de regresso e passeávamos pelo sofisticado bairro de Primrose.
Demos por bem empregues todos os momentos e todos os passos com que percorremos esses maravilhosos espaços verdes…