Diz-se que somos “animais de hábitos”. Se calhar …
Durante anos mostrei estranheza porque a minha mãe comprava quase tudo o que precisava na Ericeira . E lá vinha cheia de sacos com peixe, carne, legumes, fruta … E tinha a “desculpa” de morar numa zona com pouco comércio.
Passaram anos e eu estou a fazer o mesmo. Pior, porque tenho um mercado em frente da porta e lojas com tudo o que é necessário. Mas lá vou todos os fins de semana comprar “ervas” saloias. Eram duas as minhas vendedoras : a senhora do burro que morreu e uma outra com quem fiz a 4ª classe. Esta é uma pessoa simpática, magrinha, bonita, nervosa e bem disposta. Ela e o marido não fazem agricultura biológica mas “ correm atrás das lagartas” e usam uns truques como rabos de bacalhau pendurados nas árvores de fruto.
Quem corre mais na horta é o marido que é para o cultivo que tem jeito. Para apanhar o que vende, só ela – “ ele não faz a mais pequena ideia do que é preciso”. E para fazer contas rápidas de papel e lápis … é um consolo ouvi-la :
“ 9 mais 8, 17 e vai um …” . Sai tudo direitinho.
Quando nos reencontrámos ela lembrava-se que eu era aquela que queria ser professora de Geografia. Começou por aí mas acabou noutra coisa. Também começou por uma belíssima razão : “ quero ser professora para ter muitas férias”. Bem, é que para além das férias que eu tinha como aluna e julgava que os professores também têm, a nossa professora da 4ª classe passava muito tempo na rua a namorar enquanto nós fazíamos “trabalhos”. Também me enganei.
Da Ericeira não vêm só as “ervas” . O Srº Zé tem laranjas e meloas “ 5 estrelas”, nozes francesas ( que ele recomenda…), umas tartes de maçã deliciosas, queijos “que não engordam” e são óptimos … Do talho do Srº.João vêm os frangos que “não são do campo nem de aviário”, o chouriço de sangue doce com pinhões feito pela sua mulher, a carne de bife especial que também é óptima para grelhar e para assar.
E é assim que venho, muitas vezes, com dois carrinhos de rodas para Lisboa.
Não somos só animais de hábitos, também assumimos por vezes aquilo que na juventude julgávamos caturrice. Eu acho que faço colecção !
Durante anos mostrei estranheza porque a minha mãe comprava quase tudo o que precisava na Ericeira . E lá vinha cheia de sacos com peixe, carne, legumes, fruta … E tinha a “desculpa” de morar numa zona com pouco comércio.
Passaram anos e eu estou a fazer o mesmo. Pior, porque tenho um mercado em frente da porta e lojas com tudo o que é necessário. Mas lá vou todos os fins de semana comprar “ervas” saloias. Eram duas as minhas vendedoras : a senhora do burro que morreu e uma outra com quem fiz a 4ª classe. Esta é uma pessoa simpática, magrinha, bonita, nervosa e bem disposta. Ela e o marido não fazem agricultura biológica mas “ correm atrás das lagartas” e usam uns truques como rabos de bacalhau pendurados nas árvores de fruto.
Quem corre mais na horta é o marido que é para o cultivo que tem jeito. Para apanhar o que vende, só ela – “ ele não faz a mais pequena ideia do que é preciso”. E para fazer contas rápidas de papel e lápis … é um consolo ouvi-la :
“ 9 mais 8, 17 e vai um …” . Sai tudo direitinho.
Quando nos reencontrámos ela lembrava-se que eu era aquela que queria ser professora de Geografia. Começou por aí mas acabou noutra coisa. Também começou por uma belíssima razão : “ quero ser professora para ter muitas férias”. Bem, é que para além das férias que eu tinha como aluna e julgava que os professores também têm, a nossa professora da 4ª classe passava muito tempo na rua a namorar enquanto nós fazíamos “trabalhos”. Também me enganei.
Da Ericeira não vêm só as “ervas” . O Srº Zé tem laranjas e meloas “ 5 estrelas”, nozes francesas ( que ele recomenda…), umas tartes de maçã deliciosas, queijos “que não engordam” e são óptimos … Do talho do Srº.João vêm os frangos que “não são do campo nem de aviário”, o chouriço de sangue doce com pinhões feito pela sua mulher, a carne de bife especial que também é óptima para grelhar e para assar.
E é assim que venho, muitas vezes, com dois carrinhos de rodas para Lisboa.
Não somos só animais de hábitos, também assumimos por vezes aquilo que na juventude julgávamos caturrice. Eu acho que faço colecção !
3 comentários:
Adorei o vosso post. Talvez porque ainda vou à Duque d'Ávila...atraída
por coisas que tenho onde moro.Na Ericeira é diferente e entende-se melhor!Muito melhor.Qualidade de vida,é o que eu chamo!
Abraço. isa.
Como eu a compreendo! Também carrego sacos e saquinhos. Às vezes, já cansada, interrogo-me se vale... Mas concluo que sim, porque sei o que como!
Chouriço de sangue doce com pinhões e queijos deliciosos que não engordam?
Quero provar isso já!!
Quando chega um saquinho da Ericeira a Londres?!
Só de imaginar...nham nham :D
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