quinta-feira, 29 de julho de 2010

Vila do Conde – barco de luz e pedra

Como uma das nossas amigas tinha estado há dias em Vila do Conde já sabíamos que era um dos sítios que visitaríamos no fim de semana passado no Porto. O que não tínhamos imaginado é que a cidade tivesse um património tão diversificado, tão rico e tão bem preservado. Não visitámos tudo mas… quase! Mal chegámos a Vila do Conde, que o metro veio tornar tão próximo, admirámos o imponente Aqueduto, construído entre 1626 e 1714, e que, com os seus cerca de 900 arcos, foi erigido para abastecer de água o Convento de Santa Clara, de forma regular e menos dispendiosa.Dirigimo-nos ao Auditório Municipal - Centro de Memória, onde recebemos preciosa informação sobre tudo o que poderíamos ver naquela tarde.
Nos jardins do Auditório e no interior visitámos a exposição de Jorge Curval, muito marcada pela presença de árvores e de placas de cortiça, conseguindo efeitos muito harmoniosos e interessantes. Não conhecia o artista, foi uma descoberta agradávelPasseámos pelos espaços envolventes. Tudo muito calmo, tudo muito harmonioso, tudo muito cuidado, o que nos deu imenso prazer. E lá fomos comentando o facto de termos tanta coisa boa, bonita e bem organizada de que nos podemos e devemos orgulhar. Visitámos o Mosteiro de Santa Clara e ficámos a conhecer a sua história. Segundo reza a tradição, este museu nasceu duma luta acesa e intrigante em que se envolveram a Rainha Santa Isabel e o filho bastardo de D. Dinis, Afonso Sanches. Data de 1318 e corresponde à concretização de um sonho que, juntamente com sua mulher, D Teresa Martins, D. Afonso teve, no regresso de uma peregrinação a S. Tiago de Compostela. Foi reconstruído no séc. XVIII e hoje domina de forma imponente a cidade de Vila do Conde. Pena que o património artístico do Convento tenha sido delapidado e roubado ao longo dos últimos decénios deixando quase vazio um dos mais ricos monumentos da península. Ouvimos, no local, falar de muitos projectos para reabilitar e animar este convento, mas só o tempo dirá o que será possível fazer deste maravilhoso edifício. Ainda tivemos tempo para visitar a Casa de José Régio e contactar com o valioso acervo artístico que o escritor reuniu na casa que, por herança da madrinha Libânia, passou para o seu pai e, por morte deste, para José Régio, que lhe sucede, como único proprietário. De referir a excelente Biblioteca em que, além de valiosas obras literárias, reúne uma rara série de primeiras edições dos mais notáveis escritores portugueses da primeira parte do século XX, bem como manuscritos seus e milhares de cartas que recebeu. Nesta casa-museu, que funciona uma sala de exposições temporárias e actividades para a divulgação da vida e obra do poeta pudemos ainda assistir a um interessante diaporama que introduz os visitantes à pessoa e à obra de José Régio. Visita muito interessante, mesmo.Descemos à zona ribeirinha, deliciámo-nos com as águas do rio Ave, a zona portuária e o forte de S. João Baptista. O tempo fugia e nós tínhamos de regressar ao Porto mas ficou tanto ainda por ver. Fica a promessa de que havemos de voltar, vale bem a pena!
Não deixámos Vila do Conde sem parar numa pastelaria e provar os vários doces da região, óptimos como quase toda a nossa riquíssima doçaria tradicional.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

As minhas horas de recreio

Andei muito tempo a queixar-me de falta de espaço livre mas agora conquistei terreno : com uma trela de 5m e uma dona paciente, ando escada abaixo e acima, sozinho. De vez em quando dou um miau para saber que “ela” “está lá” e “vem cá”, fazer-me uma festa, dizer um olá, endireitar a trela que se enrola aqui e ali. A porta fica entreaberta e eu posso entrar e sair, “vigiar” … Às vezes ainda tenho mais sorte e a minha dona leva-me ao rés-do-chão ou às vizinhas do 2º e do 5º andar.
Sinto-me mais livre e aprendi que “ é preciso gostar do que se pode ter e fazer”.

domingo, 25 de julho de 2010

Histórias Boas do Mundo 27


Desde sempre nos foi posta a grande dúvida : “ Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha ?”
Parecia um paradoxo, um enigma … afinal foi uma hipótese de investigação !!

E “JÁ SE SABE” : QUEM NASCEU PRIMEIRO FOI A GALINHA.
Não parece uma Boa História?

Aqui vai a explicação que li na “Ciência Hoje” :

Investigadores das Universidades de Sheffield e Warwich, no Reino Unido, concluíram que “ a galinha apareceu antes, na medida em que a formação da casca do ovo depende de uma proteína que só é encontrada nos ovários deste tipo de ave. Assim sendo, o ovo só pôde existir depois de ter surgido a primeira galinha “ …
“A proteína em questão - ovocledidin-17 (OC-17) - actua como um catalisador para acelerar o desenvolvimento e cristalização da casca, cuja estrutura rígida é necessária para abrigar a gema e os seus fluidos de protecção, enquanto o pinto se desenvolve.
Nesta investigação foi utilizado um super computador – HECTOR - para visualizar de forma ampliada a formação de um ovo. Este indicou que a OC-17 é fundamental no inicio da formação da casca, pois transforma o carbonato de cálcio em cristais de calcite, que compõem a casa do ovo”

Como desconfio destes cientistas e da conclusão escolhi uma segunda Boa História : Maria Bethânia cantou em Portugal, no dia 22 em Cascais, ontem no Porto. O espectáculo tem um título : “Amor, Festa, Devoção”.

De Bethânia, escolhi um tema antigo : “ O doce mistério da vida”, precedido por um poema de Fernando Pessoa.
E … “ mistério da Vida” deve continuar a ser esse de quem nasceu primeiro: a galinha ou o ovo !

sexta-feira, 23 de julho de 2010

“Estudos de Mercado” …


Chamada da “ Marktest” :

-“Sou …. Gostaria que me respondesse a algumas questões sobre a actualidade … política, temas sociais, interesses …
- “Muito bem”
- “ Qual é a sua idade?”
- “ 60 anos”
- “ Peço desculpa mas, não há aí em casa ninguém mais novo?”

Interessante … Os mais velhos, que viveram muitas e variadas experiências, que tiveram tempo para errar e corrigir, que foram transformando saberes em alguma Sabedoria, não contam em estudos de mercado “sobre questões da actualidade” !!

E pensar que a menina- funcionária da Mark-test e os senhores que lhe encomendaram o estudo têm o mesmo direito de voto do que eu?! Será justo?

Que tal uma ponderação do sentido de voto tendo em atenção a maior idade?
Aí está uma alteração na Constituição que deveria ser considerada …

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Viva o Mexilhão-de-Rio do Norte !!


Uma espécie de mexilhão, dado como desaparecido em 1986, é reencontrado em alguns rios de águas limpas do Norte do País. É uma espécie rara, protegida pela legislação portuguesa e europeia. Recentemente têm vindo a ser encontradas populações estáveis, com cerca de 30% de elementos jovens.

Mas … uma população de 12 mexilhões, encontrada na zona de uma das 4 barragens da Cascata do Alto-Tâmega ,impediu a construção da barragem de Padroselos e levou à introdução de alterações na construção das outras três barragens !!
Será que é legítimo? Será que não teriam capacidade para reaparecer noutro lugar com condições idênticas? Será que não podiam ser “deslocados”?
Para construir outras barragens deslocam-se populações de Humanos, em Portugal e em todo o Mundo …

Li recentemente que “ as larvas desta espécie de mexilhão se fixam nas guelras do salmão e da truta e só saem do hospedeiro depois de várias metamorfoses e já sob a forma que terão em adultos” ; crescem em águas limpas, atingem a maturidade sexual entre os 7 e os 20 anos e, em caso de necessidade, tornam-se hermafroditas;podem viver até aos 140 anos – o que denota uma alta capacidade de sobrevivência que devia deixar os Humanos mais tranquilos.

Nestas situações, em que, a meu ver, a defesa de espécies que se presumem em extinção prejudica o bem estar das populações, pergunto-me se não se pode encontrar um equilíbrio para garantir também a “sobrevivência” da espécie Humana que só não está em extinção porque tem uma admirável capacidade de resistência, adaptação, resignação, paciência, … Um equilíbrio sábio como o que tem a Natureza ( Terra, Gaia, como quiserem), capaz de se regenerar continuamente, de fazer aparecer novas espécies enquanto outras se extinguem, de renovar fauna e flora de acordo com a evolução do Clima.
Claro que o Ministério do Ambiente não quis “comprar” mais uma guerra com os fundamentalistas do ambiente : pare-se a construção da barragem, salvem-se os mexilhões dos rios do Norte, da família Margaritiferidae. E garantam-se, já agora, as águas limpas para haver trutas e salmões, para haver mexilhões … porque … Não gostam de poluição . Pudera! Os Humanos também não, mas ninguém se importa. Têm de sobreviver.

Nota : um pequeno apontamento sobre o complexo hidroeléctrico que foi “amputado” :
“Este empreendimento deveria ter um total de 1.135 megawatts (MW) de potência e uma produção eléctrica anual de 1.900 gigawatts/hora (GWh), equivalente ao consumo de um milhão de pessoas, e representa um investimento de 1700 milhões de euros. Acrescente-se que a Iberdrola já pagou ao Estado um prémio de concessão no valor de 303 milhões de euros pela exploração das barragens durante 65 anos - empreendimento que poderá permitir poupar 205,2 milhões de euros por ano com a importação de petróleo”

segunda-feira, 19 de julho de 2010

“ Viagem ao Tecto do Mundo” de Joaquim Magalhães de Castro


A leitura deste livro foi mais uma viagem – virtual, como são as que faço agora.
Foi a viagem a uma região desértica e mítica do Tibete : o Ngari, onde existiu a “cidade perdida” de Tsaparang e onde centenas de budistas, hindus, “bons” e turistas cumprem a peregrinação ao monte Kailash e ao lago Manasorovar.

De caminho, o autor passa por Lhasa e outros locais do Tibete e confronta-se com os aspectos quase todos negativos da ocupação chinesa – sobretudo no que se refere ao desrespeito pela cultura tibetana. Claro que há traços de modernidade positivos e que os naturais apreciam e há desajustamentos, contradições, corrupção de uns e outros … nem a doçura de uma população budista, séria e pacífica, nem a dureza constante da ocupação.
Constata-se a destruição de milhares de mosteiros ( há 80 anos havia cerca de 7000, hoje 15ou 20 …) e uma frenética reconstrução de muitos a cargo dos chineses !!

Mas o objectivo do autor, que é investigador da História e Expansão Portuguesa, é chegar ao planalto desértico do Ngari , “descoberto” por jesuítas portugueses no séc. XVII. Viajou clandestinamente, fugindo às malhas da vigilância chinesa ou seguindo com a conivência de algumas autoridades …
Conseguiu cumprir a peregrinação ao Monte Kailash e ao lago Manasorovar e entrar na cidade em ruínas de Tsaparang, antiga capital do reino de Guge – um dos reinos do Tibete nos séculos XVI e XVII. Aí, o jesuíta António de Andrade dirigiu uma missão católica e erigiu uma igreja com o apoio do rei, dedicada a Nossa Senhora da Esperança ( 1625-1629).
O Monte Kailash ( 6711m), é considerado o mais importante chakra da Terra, “ é o centro do Universo, o pilar do Mundo” ; o lago Manasorovar tem “águas sagradas que libertam de todos os pecados”. Ao seu lado fica o lago Raksas Tal, que contém todas as forças do mal …

Também se explica, mais uma vez, a inconsistência da China considerar o Tibete parte do seu território e o ter ocupado em 1959 …

Levada pelo descrição do autor fui ao “Google Earth” procurar imagens e vídeos do Ngari, do Monte Kailash , o lago Manasorovar e o maligno Raksas. E encontrei fotografias e vídeos , muitos deles censurados … Há que procurar no mapa a oeste de Lhasa e junto à fronteira sul – de Lhasa a Kailash são aproximadamente 1800 km. E, se gostarem destes vídeos, no youtube há mais!!





domingo, 18 de julho de 2010

Histórias boas do Mundo 26


Candeeiros solares D.Light foram premiados

A empresa indiana responsável pelos candeeiros a energia solar D.Light Design, que surgem como uma alternativa eco-sustentável aos candeeiros de querosene muito usados em países desfavorecidos, ganhou em Londres o galardão de ouro nos Prémios Ashden para Energia Sustentável 2010 no valor de 61 mil dólares, quase 50 mil euros.

De acordo com comunicado oficial o prémio foi atribuído pela "paixão e dedicação com que querem eliminar do mundo em desenvolvimento problemas de poluição e saúde associados com o uso de iluminação a partir de querosene, através da promoção bem sucedida de lanternas solares duráveis e de baixo custo."

Cada lanterna tem um custo aproximado de 10 dólares, cerca de 7 euros, e contribui para a redução das emissões de carbono. Segundo a empresa, os candeeiros a petróleo são responsáveis pela morte de 1,5 milhões de pessoas por ano, graças à poluição gerada no interior das casas.

Os candeeiros da D.Light surgem assim como uma alternativa simples de manusear, mais segura e económica aos candeeiros tradicionais de querosene.

Os jurados ficaram particularmente bem impressionados com a estratégia de marketing da D.Light, que tem conseguido colocar a energia solar ao alcance de mais de um milhão de pessoas na Índia e no mundo em desenvolvimento, com grande potencial para expansão futura.

"As empresas vencedoras são campeãs em oferecer formas práticas de proteger nosso planeta e a sua preciosa biodiversidade através do uso da energia sustentável", congratulou Sir David Attenborough, presente na cerimónia.

"Contribuem para reduzir as emissões de dióxido de carbono protegendo ecossistemas locais e melhoram a qualidade de vida das pessoas com quem trabalham. Merecem ser celebrados pelo papel importante de desafiar tanto o problema das mudanças climáticas quanto o da pobreza", concluiu.

Pesquisa em: http://www.boasnoticias.pt/

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quem vem e atravessa o rio….



Num fim de tarde lá fomos com o nosso “andante” apanhar o metro até Gaia, no intuito de ver as modificações que apenas conhecíamos das imagens da TV. Quem se lembra como era o outro lado do rio? Uma margem desarrumada, suja, muito sombria, de onde só se destacavam as caves do delicioso vinho do Porto. Agora, encontra uma avenida larga, equilibrada, cheia de vida, com muito espaço para passear, esplanadas, restaurantes, comércio, uma zona com muita relva e bancos que convidam ao descanso e à contemplação da paisagem única e inesquecível. Foi ali que ficámos muito tempo a ver os barcos rabelos, o casario da ribeira, o fervilhar da gente que enche literalmente toda aquela zona e um pôr do sol que apenas começava a desenhar uma linha rosada no horizonte. Estava tudo calmíssimo, apesar da brisa vinda do rio e entoámos baixinho a canção do Rui Veloso. Tal qual como ele canta! Depois de nos enchermos de cor e de perfumes, regressámos ao Porto, a pé, saboreando toda aquela paisagem. Ficam algumas imagens e a canção para recordar.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

NOTAS DO PORTO


Um dos dias passados no Porto foi dedicado, de manhã, à Casa da Música e, de tarde, a Serralves, dois pólos da modernidade de que o Porto e, logicamente, todos os portugueses se podem e devem orgulhar.
Como todos os dias em que nos passeámos pelo Porto, munidas do nosso Andante, nome do passe/ bilhete recarregável para o metro e outros transportes públicos, lá fomos em direcção à Casa da Música, onde tivemos a sorte do costume – uma visita guiada que tinha iniciado apenas alguns minutos antes.
Imaginada para assinalar o ano de 2001, altura em que a cidade do Porto foi Capital Europeia da Cultura, a Casa da Música é o primeiro edifício construído em Portugal exclusivamente dedicado à Música, tanto no campo dos espectáculos como na formação artística e da criação.
O projecto Casa da Música resultou de um concurso internacional de arquitectura que escolheu a solução apresentada por Rem Koolhaas e as obras iniciaram-se ainda em 1999, num espaço próximo da Rotunda da Boavista, tendo sido a Casa da Música inaugurada na primavera de 2005.
Concebida para ser a casa de todas as músicas, este edifício integra-se no processo de renovação urbana da cidade e numa rede de equipamentos culturais. É uma instituição que acolhe um projecto cultural inovador e abrangente e que assume a dinamização do meio musical nacional e internacional, nas mais variadas áreas, da clássica ao jazz, do fado à electrónica, da grande produção internacional aos projectos mais experimentais.
As visitas guiadas são realizadas para dar a conhecer as diversas componentes do edifício, assim como divulgar e interagir com os diversos equipamentos/instrumentos existentes nos espaços públicos.
Agora, falta-me voltar e assistir ao vivo a um espectáculo para poder apreciar e desfrutar de tanto conforto e tecnologia ao serviço da arte. E há uma programação tão diversificada!!
De tarde, fomos à descoberta da Fundação de Serralves, numa tarde de sol e céu azul, excelente programa! É realmente uma instituição notável, dedicada à arte contemporânea e ao ambiente, com um património natural vocacionado para a educação e animação ambientais. Vimos uma exposição impressionante da pintora sul africana, Marlene Dumas, Contra o Muro e, depois perdemo-nos por meio do verde das árvores, do cantar dos pássaros e das sombras amigas e refrescantes. Deixo-vos com as imagens, que falam por si, e a sugestão de uma visita a estes dois novos espaços da Invicta.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Campeonato Europeu de Rugby e Campeonato Mundial de Futebol

Se percebo e gosto pouco de futebol nada sei de rugby ( ou râguebi…) nem nunca vi um jogo.
Do rugby só sei que é o desporto favorito dos africanders, interdito a não brancos enquanto durou o apartheid na África do Sul e ainda hoje muito ligado à comunidade bóer. Mas a verdade é que Portugal tem uma selecção nacional de rugby que ontem ganhou, pela sétima vez, o Campeonato Europeu, vencendo a equipa francesa.
A notícia do feito foi curta e breve, ofuscada pelo último jogo do Campeonato Mundial de futebol e pela vitória da equipa espanhola ( até gostei!). Sobre a vitória nacional, os jornais de hoje publicam notícias curtas ( quando o fazem) e fotos … a melhor que encontrei na net é a que publicamos!! Talvez amanhã quando o Mundial de futebol deixar de encher as páginas …

A disputa do Campeonato de Rugby teve, na imprensa portuguesa, o mesmo relevo que é dado a todas as competições desportivas que excluam o futebol – à excepção dos Olímpicos, claro. É certo que é o futebol que gera e gasta dinheiros – públicos e privados, que promove “compras” e “vendas” de jogadores de milhões de euros, que se dá ao luxo de pagar mais de 100 mil euros mensais ao treinador nacional que não sei se trabalha muito ou pouco …
Mas nem uma foto da equipa de 2010 que ganha sete vezes um Campeonato Europeu !!!

Parabéns à equipa de Rugby que até canta com muita convicção o Hino Nacional e talvez venha a ser recebida em festa quando chegar a Portugal e mereça mais uns minutos nos noticiários.

PARABÉNS à organização do Campeonato do Mundo da África do Sul que, contrariando os arautos da desgraça, soube fazer uma FESTA magnífica em organização, ordem, alegria e participação.
Ganhou Espanha e ganhou a África do Sul – “ não se deve esperar pouco de um país que é um milagre” – dizia um artigo do “Jornal de Notícias”.
Engraçado que a equipa portuguesa de Rugby tenha ganho o Campeonato da Europa no mesmo dia em que se jogou o último jogo de futebol no estádio Soccer City ( a sudoeste de Johanesburgo, perto do Soweto), com a presença de Nelson Mandela no relvado – tal como esteve presente no relvado, num estádio não muito longe, em 1995, para entregar a taça do Campeonato Mundial de Rugby à equipa sul-africana.


domingo, 11 de julho de 2010

Histórias Boas do Mundo 25

Pelo terceiro ano consecutivo, há museus abertos nas noites de quinta-feira – das 18h às 23h, ”com visitas guiadas e encenadas, com concertos, dança e até jantares dançantes”. Esta iniciativa começou a 24 de Junho e prolonga-se até 23 de Setembro.
Na 5ª feira passada esteve aberto o Palácio da Ajuda e a seguir, na área de Lisboa :

- 15 de Julho – Casa Museu Dr Anastácio Gonçalves e Palácio de Queluz
- 22 de Julho – Museu do Azulejo e Palácio de Sintra
- 29 de Julho – Museu de Etnologia
- 5 de Agosto – Museu de Arqueologia
- 12 de Agosto – Museu Nacional de Arte Antiga
- 19 de Agosto – Museu do Chiado e Museu de Arte Antiga
- 26 de Agosto – Museu do Chiado

Para conhecer toda a programação a nível nacional pode consultar-se o site do Instituto de Museus e Conservação : www.imc-ip.pt

É uma óptima iniciativa que deveríamos aproveitar …

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os meus brincos de capim dourado


Foi o meu presente da Feira de Artesanato deste ano. Já o ano passado os tinha visto mas “não me chamaram” …

O capim dourado do Brasil é uma planta que cresce nos estados de Tocantins, Bahia, Goiás, Maranhão e Piauí. O mais conhecido é o da região de Jalapão, no estado do Tocantins. É colhido uma vez por ano, entre Setembro e Novembro, de forma controlada.
Depois de seco é usado para fazer artesanato variado, nomeadamente jóias.
As hastes do capim são “costuradas” com “fios de seda” extraídos do “olho” das folhas jovens, ainda por abrir, do buriti, uma espécie de palmeira conhecida por “árvore da vida” (porque dela se aproveita tudo). A técnica foi aprendida dos índios e dos primeiros negros da região, os escravos que fugiam para os Quilombos.

O artesanato com capim dourado é muito importante para os artesãos das regiões onde cresce e está protegido por leis relacionadas com a colheita e comercialização. O mesmo se passa com as folhas do buriti que, a serem colhidas sem controlo, levaria à extinção da planta.

As bolsas, cintos, pulseiras, bandejas, descansos e chaveiros feitos com a palha ficam com a aparência e o impressionante brilho do ouro. Valorizadas quase como o metal, algumas peças de capim dourado chegam a custar US$ 500,00 no exterior.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bestas e … Bestas



Desde 1911 que se realizam em Pamplona as “Festas de San Fermin” com o formato actual mas parece ser uma tradição mais antiga. Das festas, o que é mais conhecido são as largadas de touros celebrizadas por Hemingway no livro “Fiesta” ( 1926).
Este ano começaram no dia 6 e prolongam-se até dia 14 – “ 204 horas de folia ininterrupta” – para os homens porque os bichos devem vivê-las em ansiedade e medo.
O momento alto em cada dia é o “encierro” quando às 8h, se dá a largada de touros dos currais até à Praça de Touros. São cerca de 800 m, delimitados por barreiras que os espectadores saltam para chegar aos touros. Dura 2 ou 3 minutos cada largada … e vale tudo. O “encierro” surgiu há 500 anos apenas para transportar os touros de um para outro lado … o homem do séc.XX transformou-o no que é hoje – o ponto central da “fiesta”. A multidão é compacta, encharcam-se de vinho e champanhe, pintam-se com ketchup para simular sangue, saltam das varandas para serem apanhados pela multidão, aterrorizam os touros. Desde 1911 morreram 15 pessoas ; desde 1995 só se registavam feridos mas este ano já morreu um homem – e há sempre muitos feridos.

Dizem que esta festa é uma das maiores celebrações do mundo, a par do Carnaval do Rio de Janeiro …

Há seres bem difíceis de entender : os humanos que se comportam como bestas e os touros que não aprendem a revolta e não se defendem a sério.
Nota:fotos sapo internet