quinta-feira, 31 de março de 2011

A NOVA VESPA



Um elegante modelo em edição limitada da mundialmente famosa lambreta Vespa, foi lançado pelo grupo italiano Piaggio, coincidindo com os festejos do 150º aniversário da Unidade da Itália.

A "Vespa PX 150 Anniversario Unità d'Italia" é uma edição exclusiva, dentro da histórica linha de motociclos italianos. Destaca-se por uma elegante carroçaria branca, na qual constam as cores verde, branco e vermelho da bandeira italiana. O design coloca junto ao "tricolore" o logo oficial das comemorações pelos 150 anos do "Risorgimento", o processo que levou à unificação do país em 1861. Para reforçar essa ideia, na altura do lançamento, no site da Piaggio, o frase publicitária utilizada, "Italia s'e'Vespa", remete de imediato para um dos primeiros versos do hino nacional: "Italia s'e'desta" - "A Itália despertou".

A scooter Vespa surgiu na Itália do pós-guerra, para ser rápida, barata, funcional de baixo consumo e, claro, muito elegante. A Vespa, com 75 anos de vida mantém-se jovem e renovada. Do modelo PX, que celebra 34 anos em 2011, aquele que agora foi relançado, já foram vendidos mais de três milhões de exemplares. A fábrica Piaggio, ao relançar a gama renovou os estofos mas manteve a mesma carroçaria de aço, o mesmo motor a dois tempos e refrigerado que produz aquele zumbido característico que deu o nome de insecto a esta scooter. Ideal para as deslocações citadinas pela velocidade que permite, no meio do trânsito infernal das cidades, e com facilidade de estacionamento, é realmente um achado!

Na minha próxima vida vou perder o medo das velocidades, vou corrigir a minha visão lateral e vou conduzir uma vespa PX vermelha pela cidade. Está decidido!

segunda-feira, 28 de março de 2011

TUDO TEM UMA EXPLICAÇÃO

Confesso não ser muito apreciadora do fiel amigo mas gosto bastante de alguns pratos que, como eu digo, têm o bacalhau disfarçado. O sabor e aroma lá estão mas não tenho de mastigar a posta, disso é que não gosto muito.
Vem isto a propósito de um prato de bacalhau que preparei hoje para o almoço e que reparti com as minhas vizinhas por quem sou frequentemente mimada com óptimas iguarias. E fiz Bacalhau à Gomes de Sá, como era costume fazer-se em casa dos meus pais. Depois, conversa puxa conversa, veio à baila a vontade de saber quem era este Sr. Sá que deu nome à saborosa receita. Fui à procura e descobri que, como no caso de muitos pratos tradicionais, esta receita recebeu o nome do seu criador, José Luís Gomes de Sá, falecido em 1926 e na época cozinheiro do Restaurante Lisbonense, no Porto e também comerciante de peixe. Originalmente, este prato era cozinhado no forno, mais tarde passou também a ser preparado ao lume, no tacho.

Aqui fica a receita para quem não a saiba ou não se recorde, não esquecendo que poderá optar por prepará-la ao lume ou levar o preparado ao forno para a finalizar.

Ingredientes: 2 a 3 postas de bacalhau, 5 ou 6 batatas, azeite, alho, cebolas, umas tirinhas de pimento vermelho, 2 ou 3 ovos cozidos, azeitonas pretas, salsa, sal, pimenta e louro qb.

Modo de preparar: coze-se o bacalhau, previamente demolhado, retiram-se as peles e espinhas e desfazem-se as postas em lascas. Na mesma água, cozem-se as batatas com pele, rectificando o sal. Depois de esfriarem, cortam-se às rodelas grossinhas para não se desfazerem. Entretanto, cortam-se as cebolas e os alhos às rodelas e levam-se a alourar ligeiramente com azeite. Junta-se o bacalhau escorrido e as tirinhas do pimento. Mexe-se tudo ligeiramente, mas sem deixar refogar. Por fim, juntam-se as batatas, com cuidado para não desfazer. Serve-se numa travessa, polvilhando com salsa picada e enfeita-se com rodelas de ovo cozido e azeitonas pretas.


Em conversa, por causa de continuar a gostar muito da velhinha Bolacha Maria, tive curiosidade também de saber quem teria sido a tal Maria que baptizara a bolacha e lá fui à procura.

Bolacha Maria é um tipo muito popular de biscoito feito com farinha de trigo, açúcar, óleo e essência de baunilha. Assim como o Reach Tea é um biscoito muito popular no Reino Unido, a Bolacha Maria, com o seu formato redondo, com o nome decalcado na parte de cima e com um desenho intrincado à volta, é muito consumida em Portugal, Espanha, México, Austrália, África e Índia. Em todos estes países a Bolacha Maria é considerada um dos melhores sabores para acompanhar um bom chá. É muito popular entre os bebés, as crianças e os idosos e serve de ingrediente na preparação de diversas receitas de sobremesa.

Mas… e a Maria, quem era?

A Bolacha Maria foi criada em 1874 por um padeiro inglês para comemorar o casamento da duquesa Maria Alexandrovna da Rússia com o Duque de Edimburgo, foi o que encontrei.
Descobri também que foi muito popular nos tempos da Guerra Civil Espanhola, durante a qual foi considerado símbolo da prosperidade da economia ao ser produzido com os excedentes de trigo.

Afinal, tudo tem uma história, uma justificação…basta procurar.

domingo, 27 de março de 2011

Boas Notícias de Novo – 20

Já começou em Óbidos, no dia 17 de Março, a IX edição do Festival Internacional de Chocolate que decorre de quinta-feira a domingo, até ao dia 3 de Abril. Ainda vamos a tempo!
Este ano o tema escolhido é o Património Histórico de Óbidos que está representado por modelos em miniatura, feitos a partir de chocolate.
Segundo José Parreira, administrador da Óbidos Patrimonium, empresa municipal que organiza o Festival, a exposição de Esculturas "será uma oportunidade para homenagear o Património da Vila, ainda no âmbito das Comemorações do Centenário da Classificação do Castelo como Monumento Nacional, e numa ocasião em que a Misericórdia de Óbidos assinala 500 anos".

As esculturas de chocolate estão patentes na Cerca do Castelo – e é bom que os visitantes não as tentem comer ( seria uma MÁ NOTÍCIA!)



A Fundação Calouste Gulbenkian e a Casa da Leitura lançam em Abril o portal Cata Livros, criado especialmente para um público entre os oito e os 12 anos de idade, "que domina a Internet e também lê", adiantou à agência Lusa um dos promotores da iniciativa.

Segundo João Paulo Cotrim, todos os meses haverá uma obra em destaque, para ser explorada e desfrutada pelo internauta. "Esse livro será colocado online para que possa ser, praticamente na íntegra, folheado, haverá um conjunto de jogos, desafios e temas sobre a obra propostos ao leitor".

”O portal - que visa aliar dois mundos: o prazer da leitura de livros em papel e a utilização da Internet -, ganhou vida própria a partir da Casa da Leitura, um projecto da Fundação Calouste Gulbenkian criado há quatro anos como um espaço onde mediadores de leitura, professores, pais e educadores pudessem encontrar informações sobre livros para jovens e crianças. “
O Cata Livros, cujo nome pretende mostrar que "o livro pode funcionar como uma pequena máquina de roubar coisas à realidade", disse João Paulo Cotrim, estará disponível em http://www.catalivros.org/.


"Estranhões e Bizarrocos", de José Eduardo Agualusa e ilustrações de Henrique Cayatte, será o primeiro livro em destaque no portal, cuja apresentação decorre a 05 de Abril na Biblioteca Municipal de Oeiras

sábado, 26 de março de 2011

Sinais de Primavera na cidade

Passamos a correr sem ver as árvores das nossas ruas e como elas de um dia para o outro apareceram cheias de flores.

A sábia natureza renasce para nos pôr a sorrir, mesmo quando ainda sobre todos nós pairam nuvens de desencanto.
Cada Primavera traz consigo uma mensagem, um sinal, um alento!
Fala connosco e diz-nos que é possível renascer, trazer à luz novas folhas e flores que nos devolvam o alento.
Todos os seres vivos têm esta energia em si, esse poder de resgatar a alegria do sombrio mundo das desilusões.
Tal como a árvore, as nossas raízes sobrevivem e se fortificam.

E deixemos que desabrochem maravilhosas flores de esperança!

quinta-feira, 24 de março de 2011

UM “SPAM”??

Depois de ficar a saber a origem dos “spam” que invariavelmente me esqueço de eliminar, achei que devia partilhar … ( se calhar todos sabem …)

Aí vai o que li na “SuperInteressante” de Fevereiro :

“Em 12 de Abril de 1994, os advogados Laurence Canter e Martha Siegel tiveram a brilhante ideia de anunciar os seus serviços nos grupos do Usenet, um sistema da internet que permite aos utilizadores deixar e ler mensagens e que gera um tráfego intenso. Embora não tivessem essa intenção, tinham acabado de inventar o spam massivo, um tipo de mensagem considerado lixo pelos receptores, através dos quais se procura publicitar ou vender algo e que é enviado de forma indiscriminada. …….

Actualmente a situação é tão esmagadora como absurda: mais de 180 mil milhões de mensagens de correio-lixo circulam diariamente pela internet, nas quais se anuncia praticamente tudo. O problema é que isso permite a certos tipos com más intenções aproveitar-se dos incautos que respondem ao spam para colocar produtos de proveniência duvidosa e introduzir software malévolo nos equipamentos … A sofisticação dos “spammers” é assombrosa”.

Pode ser que, mais consciente dos perigos, me lembre de os apagar.

terça-feira, 22 de março de 2011

Estranhos gostos …

Li há dias um artigo sobre “Kopi Luwak, o café mais desejado do mundo”.
O que tem de tão especial? Os grãos que o produzem devem passar primeiro pelos intestinos da civeta, um mamífero parecido com o ginete e comum na Indonésia e Filipinas .
Tradicionalmente a civeta “fazia o seu trabalho” em estado selvagem: comia os frutos nos cafezais, defecava os grãos e os empregados da plantação faziam a recolha. Com a fama adquirida pelo café, as civetas viraram “funcionárias industriais” da plantação , passaram ao cativeiro e a serem alimentadas pelos cultivadores com os bagos mais suculentos das variedades “robusta” e “arábica”.
A produção anual de “kopi Luwac” ou “ café civeta” ( traduzido à letra), resulta de cerca de 700 quilos de grãos, o preço ronda os 1000€/kg e os seus apreciadores dizem que nenhum café se assemelha a este – “ com sabor a terra e aroma a caramelo” ou “ uma mistura de chocolate e sumo de uva”.
“ São os enzimas que intervêm na digestão que lhe dão o aroma especial”, dizem uns; “ é o almíscar que as civetas produzem em glândulas junto ao ânus para se defenderem”, dizem outros.

No Vietname há um café muito semelhante cujos “agentes” são as doninhas … E, ao que consta, há empresas vietnamitas que investigam a produção artificial de grãos com as mesmas características e, se o conseguirem, às civetas e doninhas “sem emprego” restará a panela depois de deixarem a pelagem para a indústria têxtil – cobiças que até já são de hoje .

Mundinho rebuscado este!!


segunda-feira, 21 de março de 2011

PELA POESIA

Mais um ano, mais uma Primavera que chega e, com ela, o dia de celebrar a Poesia, um pouco por toda a parte. É com alguma satisfação que constato que tem havido um certo ressurgimento desses textos que, no nosso país estavam muito postos de lado. Há grupos de jovens que gostam, que lêem e que dizem poesia. Sei de apresentações em clubes, sei de concursos que se realizam em colectividades, sei de vários autores que publicam os seus poemas, nem que seja em pequenas edições de autor. Sei de acções levadas a cabo por escolas e Centros de Recursos, onde durante uma semana vão ser lidos e escritos poemas. Sei de uma Livraria, Poesia Incompleta, em Lisboa, que só vende obras de poesia e de uma iniciativa da RTP2 que hoje começa com um programa diário para divulgar textos de alguns dos nossos melhores poetas. Sem dúvida que o texto poético voltou a ser falado, voltou a ser lido ou dito. Tenho para mim que, em tempo de crise e privação, as emoções e as dores de alma encontram nos versos um grande eco e conforto. Talvez seja o que está, de novo, a acontecer.

Para assinalar este dia da Poesia, encontrei um Youtube que junta duas vozes portuguesas de enormíssima sensibilidade – Florbela Espanca e Eunice Muñoz. Deliciem-se!

domingo, 20 de março de 2011

Hoje é domingo!!

Pois … mas não temos Boas Notícias como é costume porque se impôs uma MUITO MÁ NOTÍCIA : uma nova frente de guerra aqui muito perto.
Fico espantada com a memória curta de quem decide estas coisas. Um novo Iraque? É preciso acabar com os ditadores? À força? Agora na Líbia e depois?
Vão seguir-se os numerosos ditadores corruptos africanos? E quando se mata ou depõe um matam-se os outros potenciais ditadores?
Kadhafi é um assassino mas serviu ao mundo ocidental nos últimos anos. Julgavam que ele liderava os líbios em democracia e liberdade? Julgavam que todo o povo o amava? Face à revolta popular assumiram-se posições de apoio que dificilmente têm agora recuo … e aí temos os “galarotes” ofendidos numa nova guerra.
Rapidamente vamos ver o mundo árabe contra o chamado mundo ocidental com novos actos terroristas … Kadhafi é impiedoso, vingativo, terrorista , assassino . E claro que devia ter sido afastado – pelo seu povo!

É uma MUITO MÁ notícia quando neste equinócio da Primavera tivemos a Lua mais próxima da Terra 6500 km – há 18 anos que não estava tão próxima! E com as noites límpidas dos últimos dias, há muito que não se via tão grande e nítida.

Vamos descansar os olhos na beleza da Lua deste equinócio e esperar que a Energia do Universo esclareça e acalme as mentes belicosas que nos governam.


quinta-feira, 17 de março de 2011

Um colega improvável!


Sempre que posso procuro ouvir as intervenções do prof. Marcelo Rebelo de Sousa, os comentários aos acontecimentos da semana, as sugestões de leitura e as lições de direito que a cada passo nos dá. Aprendo sempre algo de novo.

Nem sempre concordo com os seus pontos de vista, nem sempre o considero isento nas suas críticas, nem sempre o acompanho nos recados que distribui, de forma mais ou menos directa, aos intervenientes da nossa cena politico social. No entanto, considero-o um comunicador de mão cheia, que sabe prender a atenção do ouvinte, que usa os gestos e a ironia como poucos. É um professor contagiante, sempre claro, sempre disposto a explicar e a trocar por miúdos os conceitos mais complexos, os documentos mais intrincados e qualquer pessoa que o ouça, independentemente do grau de escolaridade ou de conhecimento, fica esclarecido. Estar ou não de acordo, depende, depois, de muitos outros factores. Mas é brilhante a expor!

Dito isto, o meu apontamento, hoje, destina-se a partilhar e comentar o que lhe ouvi, numa entrevista que concedeu a Manuel Luís Goucha, no último domingo num programa da TVI24, que se chama De Homem para Homem, num formato de entrevista semanal. Foi bastante interessante. O professor foi desvendando um pouco mais sobre o seu percurso de vida pessoal e profissional. Gostei da forma como comentou o ensino de hoje, como avaliou os alunos que lhe chegam às mãos, as diferenças entre os alunos da era informática e os mais antigos, aceitando com muita jovialidade as naturais diferenças, as manifestas insuficiências. Tudo mudou, tudo continua a mudar e temos de aceitar que assim seja. Disse, por exemplo, que nota que os alunos de agora têm grande dificuldade em conceptualizar, têm mais informação mas muito menos digerida, menos organizada e com grande dificuldade em compreender o abstracto. Talvez devido à grande força do audiovisual, das mensagens rápidas e abreviadas da net e das sms, da voracidade da tecnologia que inova a cada dia.

Mas o que mais me tocou foi saber que o conceituado professor universitário acalenta um sonho – acabar a sua carreira profissional dando aulas no ensino básico ou no ensino secundário, com nítida preferência para o primeiro nível de ensino. Quanto mais jovens são os alunos, para o professor, mais difícil é ensinar. E porquê? Porque o professor considera mais estimulante, mais gratificante e um desafio constante ensinar neste nível de escolaridade. Soube-me muito bem ouvir estas palavras porque fui professora desse nível de ensino, tantas vezes desprezado e desvalorizado, apelidado de inferior ou menos exigente. Considero que a infância e a pré adolescência são, por excelência, a fase de maior generosidade, de maior avidez pelo saber, a idade das grandes descobertas, a idade em que a inocência ainda permite que os alunos sejam sinceros e genuínos. Mas também a idade em que os conceitos têm de ser simplificados, a idade do despertar para o gosto pela poesia, pela leitura, pela nossa história passada, pelas ciências, pelas artes, pela matemática… Quanto trabalho, quanto campo a desbravar! Ainda bem que mais pessoas estão comigo nesta paixão!

Por tudo isto, professor, apeteceu-me chamar-lhe, Colega!

terça-feira, 15 de março de 2011

SER TABU

Mais um lugar comum que todos os dias ouvimos, sobretudo nos órgãos de comunicação social e hoje muito usado quando, em momentos críticos, os políticos se fecham em copas e não dão cavaco. De um modo geral, pode definir-se “ tabu” como qualquer assunto ou comportamento que não deve ser conhecido ou nomeado, questionado ou mesmo proibido numa determinada sociedade.
Um tabu é um assunto cuja discussão costuma ser evitada pela população em geral, devido a diversas razões: por ser alvo de opiniões contraditórias ou porque se trata de um assunto que interfere com a sensibilidade das pessoas.
Mas, afinal de onde vem a palavra” tabu”?
Mais uma vez fui elucidada enquanto ouvia a rádio hoje, de manhã, pela jornalista da Antena 1 Mafalda Lopes da Costa. Achei curioso e aqui fica a explicação, simples, afinal.

A palavra é oriunda da Polinésia. Tabu era o nome de uma divindade, de tal forma venerada que o seu nome não deveria sequer ser mencionado, sob forte pena de castigo, se proferido em público.
O termo foi generalizado pela psicanálise, nos finais século XIX e também pelo antropólogo Levi Strauss, já no século XX, designando um sentimento social colectivo sobre um determinado comportamento ou assunto que difere das regras sociais, de um padrão socialmente aceite como correcto. Os tabus, de acordo com a usa motivação psicológica poderão ser ocasionados pelo medo, por um sentimento de delicadeza ou ainda por um sentido de decência e decoro.

Eu, por mim, acrescento-lhe mais uma justificação possível – recorre-se a um tabu quando não se pretende assumir as responsabilidades, quando não se quer ou não se pode dizer tudo! E hoje, quase tudo virou tabu!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Fawzia Koofi

No domingo demos uma Boa Notícia sobre o Afeganistão. Hoje falamos de outra : Fawzia Koofi é uma mulher afegã ,vice-presidente da Assembleia Nacional do seu país, candidata às eleições presidenciais de 2014. Uma mulher corajosa!


“ Quero tornar o Afeganistão um país mais igual perante a justiça. Quero que as pessoas sintam que a lei vincula todos, independentemente da origem social e familiar, do género e da função que desempenham na sociedade” – diz Fawzia Koofi, numa entrevista dada à “Notícias Magazine”. Sente que no seu país está quase tudo por fazer mas lembra que, nos últimos 10 anos foram dados passos muito importantes. E ela é a prova disso. Mas a insegurança e a pobreza , a falta de cuidados de saúde e de escolas limitam a capacidade de decidir de todos, sobretudo das mulheres. Por isso luta para que as mulheres vençam a resistência masculina e frequentem a escola ; luta para que não se casem as meninas com 12 ou 13 anos; luta para que às mulheres seja dada assistência médica e sejam apoiadas a ter uma vida activa quando ficam viúvas. Luta há 5 anos na Assembleia com o apoio de 69 deputadas femininas mas é difícil vencer a resistência de uns, os interesses de outros, os preconceitos de muitos mais.


O pai foi morto pelos mujahedins quando tinha 3 anos, o marido e um irmão foram mortos durante o regime talibã. Veio a Lisboa apresentar a sua autobiografia editada pela ASA : “Às Minhas Filhas, com Amor”. Mais do que uma autobiografia é um pouco da história do Afeganistão desde a invasão soviética até hoje.

Uma mulher que sonha e luta – uma entre muitas. Haja QUEM as ajude!


Nota : este impulso em falar dos outros … daqueles que vivem em países onde os problemas são bem maiores do que os nossos … é fuga ou vontade de ver sempre “o copo meio cheio” ?? É sobretudo Esperança num mundo melhor!

domingo, 13 de março de 2011

Boas Notícias de Novo – 19

É uma tradição de domingo que não vamos quebrar pese embora as muito más notícias recentes como o sismo violento no Japão com todas as suas consequências e o anúncio de novas medidas que agravam o nosso nível de vida.

Deixamos uma “boa notícia” que pode conter um sinal de Esperança :

No British Museum em Londres foi inaugurada uma mostra chamada “Afghanistan : Crossroads of the Ancient World” que tem como objectivo “mostrar a riqueza de um país que aos olhos dos outros não passa de um campo de batalha”. Mas o mais interessante é a origem das peças apresentadas: são sobretudo a recuperação, conseguida por uma equipa de especialistas afegãos em arte religiosa da antiguidade, de esculturas e várias peças que foram feitas em pedaços pelos talibãs durante a fúria “purificadora” que também destruiu os famosos budas de Bamiyan . E são também algumas peças escondidas por quem as conseguiu salvar.

Sobre os budas de Baniyan, reuniões de especialistas de vários países que trabalham na sua recuperação, reuniram em Paris no início deste mês com dirigentes afegãos e decidiram que a recuperação será parcial defendendo que “ a ala ocidental deve ser deixada como está para testemunhar a violência sofrida” mas que devem continuar os trabalhos “ para salvaguardar o conjunto da paisagem cultural do vale”.




sexta-feira, 11 de março de 2011

Educação Visual e Tecnológica

A pouco e pouco as componentes artísticas vão-se eliminando do ensino. Já na última reforma se tinham dado algumas machadadas, agora vêm acabar com a expressão plástica.
Passar a ter apenas um professor para cada turma, num ensino que requer práticas de grande movimentação e instrumentalização de materiais e ferramentas, é praticamente impossível.
Então, vamos ter crianças desmotivadas utilizando um reduzido leque de materiais e cumprindo um décimo do programa estabelecido.
E assim formamos mais jovens sem práticas criativas e mais inábeis para utilizar uma ferramenta no seu dia a dia.
Já no primeiro ciclo se tinha assistido a muitas práticas de colorir fotocópias de desenhos estereotipados; não tardará que os professores do segundo ciclo sigam esta prática porque o desenvolvimento da criatividade requer práticas de experimentação que, sozinhos com 28 a 30 crianças, não poderão fazer.
Estas crianças, futuros adultos, ficarão piores ainda do que aqueles que também já conheci e que não sabem nem sentem a vibração das cores, das formas da luz e da sombra.
A poesia, a pintura, a escultura e até a fotografia estão perdendo adeptos sensiveis. Há mais meios, mas menos conhecimento e prática estética. Gosta-se do que é piroso, kitsch.
Um governo que não dá atenção ao desenvolvimento da expressão plástica criativa está a esvaziar toda uma geração de um alimento fundamental para o bem estar espiritual.


quarta-feira, 9 de março de 2011

E viva o futebol!!

Não me decidi ainda por nenhum clube de futebol mas acho engraçado ver de perto um joguinho … este foi o Benfica- Sporting da última semana.

Treinadores e guarda-redes com “atitude” ( eu tenho-os ouvido dizer isso mas não percebo o que é …), muitas “formiguinhas” a mexer-se naquele rectangulozito e EU ajudei! Goooooooolooooooo!

Mas enganei-me … queria que ganhasse o outro. No próximo jogo a que assistir vou estar mais atento.

Nota : acabei de ler uma notícia muito interessante sobre um gato inglês da minha idade : o Larry. É famoso porque foi levado para a residência do 1º ministro britânico há menos de 15 dias com a missão de caçar os ratos que por lá andam. Ora o Larry achou que, se os humanos querem matar ratos que sujem eles as mãos … usem ratoeiras com bocadinhos de queijo ou sabe-se lá o quê. Porque é que querem transformar os gatos em assassinos?

E é assim que o Larry se ocupa a dormir , a rebolar-se nas carpetes e na roupas do 1º ministro.

Bravo, amigo!

domingo, 6 de março de 2011

Boas Notícias de Novo – 18

No Jardim Zoológico de Lisboa nasceram três tigres-brancos, um dos animais mais raros – estima-se que existam apenas entre cem e 130 tigres-brancos no planeta e todos eles em cativeiro porque, devido à sua pelagem que não lhe confere camuflagem foram, durante séculos, alvo da caça furtiva que levou à sua extinção na natureza.


“Há quem pense que são albinos , no entanto, os tigres-brancos não o são, nem representam uma subespécie de tigres, mas sim o resultado da expressão de um gene recessivo, quando ambos os progenitores são portadores do gene responsável pela cor clara da pelagem. A sua coloração é mais intensa no Inverno, como uma adaptação ao frio, fazendo sobressair os olhos azuis, o nariz rosado e o fundo branco cremoso com listas castanhas”

Como ainda não há um vídeo dos “nossos” tigres bebés fica um outro … prometo ir ao Jardim Zoológico e fazer umas belas fotos!

quinta-feira, 3 de março de 2011

“ O ataque dos medíocres”


É um artigo muito curioso publicado na “Super Interessante” e que tenho dificuldade em resumir porque é muito extenso e abrangente. Vou deixar algumas pinceladas só para nos recordar como podemos reconhecer os “medíocres malignos” … acho que sabemos mas é sempre bom ouvir dos outros aquilo em que acreditamos. E também para deixar uma nota de esperança : a “mediocridade comum” não é tão indesejável como pode parecer uma vez que proporciona o contraponto de estabilidade ao factor de mudança introduzido pelos “génios” que são, por definição, inovadores. A eterna balança que se deve manter equilibrada …

Começo por citar o autor de “As Viagens de Gulliver”, Jonathan Swift ( 1667- 1745) que resumia assim a tensão entre a excelência e a mediocridade maligna ( ou “mediocridade inoperante activa”, segundo o psiquiatra Luís de Rivera) :
“ Quando surge um verdadeiro génio no mundo, podemos reconhecê-lo pelo seguinte sinal: todos os medíocres conspiram contra ele!”

E passo a reescrever um pequeno resumo do artigo :
“ A mediocridade (comum) e o seu oposto, a excelência, surgem ligadas a uma série de características contraditórias: a primeira costuma ter por aliados a inveja, a imitação, o conformismo, a adaptação, a tradição, a inércia e a rotina ; a segunda é amiga da admiração, da criatividade, do inconformismo, da rebeldia, da inovação, da curiosidade e da iniciativa. São associados de uma e outra :

Instinto de sobrevivência - a prioridade do medíocre é sobreviver, custe o que custar. Mais vale ser parvo do que morto, como dizia o escritor escocês Robert Louis Stevenson. É o oposto do instinto de suplantar que procura alargar horizontes mesmo que se tenha de arriscar a vida.
Terror do infinito – o medíocre não só não consegue imaginar o infinito como sente náuseas só de pensar nisso. Em contrapartida o excelente acolhe a espiritualidade e procura um sentido para a vida.
Egoísmo – ao “salve-se quem puder” opõe-se o altruísmo do indivíduo excelente que dá prioridade à ideia do progresso e ao bem da humanidade.
Normopatia – o medíocre receia e detesta sair dos carris, ser diferente. O excelente encoraja o individualismo para desenvolver as suas qualidades inatas.
Comodismo – como se está bem no sofá a ver televisão! O oposto é o apelo da aventura : vou ficar quieto quando há tanto para descobrir?
Materialismo – ao “ sou o que tenho” do medíocre contrapõe-se o idealismo, motor do génio “

Mas o mundo “medíocre” é muito complexo ( e o outro também …). Há a “mediocridade pseudo- criativa” ( segundo Luís de Rivera) que acrescenta à comum “uma tendência pretensiosa para imitar os processos criativos normais” e a “necessidade de aparentar e ostentar poder”. E há a tal “mediocridade inoperante activa” que é notícia todos os dias … Encaixa nos praticantes de assédio e caracteriza todos os que têm grande desejo de notoriedade e influência. “Está presente nas crianças agressivas que praticam o bulling”, nos agressores em situações de “violência doméstica”, nos fanáticos religiosos, nos políticos ditadores e corruptos ; e também nos artistas, escritores, cientistas e quaisquer profissionais que desvalorizam, depreciam e humilham colegas.

Diz-se que o ser humano tem, por natureza, “ inclinação para a excelência” e daí a importância que deve ser dada à Educação e à Cultura. A verdade é que o “modelo educativo dominante não se dá geralmente ao trabalho de fomentar a excelência, a criatividade ou a iniciativa.” Mas tenhamos Esperança …

E se nem todos podemos ser génios … vamos lá … somos pelo menos caminhantes da estrada que nos pode conduzir à “excelência” !!

terça-feira, 1 de março de 2011

A Ciência e o Islão


É o tema de um artigo publicado na “Super Interessante” de Março da responsabilidade do físico árabe Jim Al-Khalili , professor na Universidade inglesa de Surrey. Al-Khalili está empenhado em divulgar a memória da “idade de ouro” do Conhecimento árabe, entre os séculos VIII e XV - tempo de Idade Média no Ocidente.
Os estudiosos árabes do séc.VIII começaram por traduzir os textos gregos, hindus e persas dos quais partiram para estudos avançados no campo da astronomia, da matemática ou da medicina. A primeira “Casa do Saber” nasceu então em Bagdad ( capital do império abássida) e atraiu tradutores e eruditos de outros países, fossem ou não muçulmanos.
A tarefa foi facilitada pela “tecnologia” : em Bagdad surgiu por essa altura a primeira fábrica de papel, técnica que aprenderam com prisioneiros chineses.
Mais tarde, outros Centros de Conhecimento foram aparecendo : no Cairo, em Samarcanda, em Córdova ( séc.X).
Al-Khalili defende que o método científico nasceu no Médio Oriente e explica:
“ Diz-se que foi obra de Bacon, Descartes e Galileu, mas não é verdade. Antes deles, os persas Alhazen ( pai da óptica), al-Biruni ( geógrafo, antropólogo e médico) e al-Razi ( um génio da medicina, física e química), fizeram ciência como hoje a entendemos: concebiam experiências, comparavam os resultados com as suas hipóteses e, quando não correspondiam, eliminavam-nas”.

O declínio foi consequência das sucessivas invasões, da queda do al-Andalus e por fim da “islamização” da vida quotidiana e da Ciência - “ o islamismo dos nossos dias é bastante anticientífico” … Entretanto, ingleses e franceses fizeram o resto, desvalorizando o conhecimento acumulado pelos povos do Médio Oriente que dominaram e repartiram!

Vem esta nota a propósito da agitação que hoje se vive em muitos países islâmicos e na possibilidade de se estarem a abrir “janelas” de liberdade que permitam novas “Casas do Saber” – suficientes para eliminar o fanatismo e a intolerância, lá e cá. SERÁ?

Nota : a fotografia de Al-Khalili foi tirada junto a um astrolábio árabe, em Tunes