domingo, 30 de outubro de 2011

Domingo com passeio pelas cores do Outono

Hoje não temos as boas noticias do Domingo, resolvemos fazer uma pausa... Mas como o Domingo estava agradável, com um bom solinho e cheio de cores, fomos passear por aí, com máquina fotográfica  registando as cores do Outono.
Gostamos destes passeios pois não vamos para olhar , mas para "ver" e embora conheçamos bem o local encontramos sempre formas e cores novas.

sábado, 29 de outubro de 2011

Uma visita a fazer

«O Mar é fixe mas não é só peixe».

Trata-se da 27ª exposição temporária da agência Ciência Viva, desde a sua abertura em 1999. Foi inaugurada ontem, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, e pode ser visitada até ao final de Agosto de 2012.

Formada por 30 experiências interactivas, a nova exposição convida a uma viagem por embarcações e contentores, bóias e faróis, empilhadoras e cabos, portos e marinheiros.

É uma exposição “indicada para toda a gente” onde se pretende “falar de contentores, de mergulho, de exploração mais para o lado dos países, das relações”.

A exposição é originária da Finlândia, do centro de ciência chamado Heureka. Apesar disso, “houve um grande trabalho de adaptação da exposição à realidade portuguesa também com a inclusão de alguns módulos novos”, dizem responsáveis pela exposição portuguesa.

Associada à exposição decorrerão muitas actividades complementares como debates, palestras e visitas a navios onde o público ficará a saber a forma como, por exemplo, são tratados os resíduos a bordo, como é feita a reciclagem, como é feito o abastecimento de combustível, quais os desafios de navegação numa embarcação de grandes dimensões, como é produzida e distribuída a energia, qual o ciclo da água a bordo, como se controlam as entradas e saídas dos produtos no navio.

Está aqui bem perto … é só ter vontade de ir.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Um, dois, três, QUATRO!!

Fiz ontem quatro anos.

Isso quer dizer que estou crescido? Será que vou ter mais juízo? E o que quer isso dizer?

Acho que a minha dona está com esperanças vãs … A idade não me vai tirar esta imensa curiosidade por tudo o que é armário e gaveta nem fazer esquecer a alegria de ver um objecto voar até ao chão!!

Enfim … vamos começar o quinto ano e espero que a crise não chegue até um pobre gato sem profissão nem reforma. Se há justiça, “o meu rendimento “ em mousse de salmão, granulado Royal Canin e biscoitinhos de dieta para o lanche, estará garantido.

Ontem tive festa e presentes. Foi bom. Obrigada humanos.

bolo de salmão ... aí vou eu!
delícia!
Adorei os presentes

terça-feira, 25 de outubro de 2011

TANTI AUGURI, AMON!


"Era uma vez um gato maltês que tocava piano e falava francês / A dona da casa chamava-se Inês e o número da porta era o trinta e três. / Era muito bonito e não era mau, também cantava miau, miau, miau.”


A lengalenga faz-nos recuar aos tempos míticos da infância e hoje serve-nos para levar os parabéns até ao Amon, no seu quarto aniversário. Tudo de bom para ti e que contes muitos anos na companhia da tua dona e das amigas vizinhas.
Quando cheguei à Ilha de Malta vi muitos e muitos gatos, nas redondezas do hotel onde fiquei instalada. Entravam e saiam do hotel que tinha as portas sempre abertas e passeavam como se aquela fosse também a sua morada.



Na verdade, no dia seguinte, vi, ao fim da rua do hotel, sempre limpo, sempre iluminado, sempre com comida e brinquedos e com muitos turistas fotografando, um Hotel para os Gatos. Também fotografei, também admirei aquela obra de amor pelos animais e logo me lembrei do Amon, o gato da Goiaba, lá em Lisboa… Como reagiria ele se se encontrasse naquele lugar tão engraçado?

Depois, quis saber a razão da expressão gato maltês e procurei, procurei… Só consegui averiguar que a raça dos felinos perde-se em geografias que recuam ao Norte da Europa. Julga-se terem sido os vikings a transportar esses gatos de pêlo azul até Espanha, Inglaterra e Malta, e daí o cognome de “gato maltês”.

E agora, para terminar fica um vídeo com imagens de alguns dos gatos de Malta: tantos e tantos gatos que amistosamente se passeiam pelas tardes e noites quentes da ilha.
Hoje vêm todos aqui dizer “ Tanti Auguri, Amon!”

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

CARPACCIO ?!

Nunca fiz nem comi, não me atrai. Mas achei interessante a origem provável deste prato, descrita com graça pelo médico Lima-Reis na sua crónica semanal na “Notícias Magazine” de domingo.

Conta-se que uma condessa veneziana, Amalia, sofria de grave anemia . “Naquele tempo, quando o sangue minguava os médicos, depois de baixarem as pálpebras do paciente, observarem com ar sábio e circunspecto o aspecto desmaiado da conjuntiva ocular e de sentirem no pulso a grande correria do coração, recomendavam como terapêutica, além de sarrabulhos, chanfanas cabidelas e grossas iscas de fígado bovino mal passado, carne muito pouco cozinhada ou, em casos desesperados, completamente crua”.

Carne de bovino crua, foi a recomendação para a condessa. Embaraçada, teve uma conversa com o dono do restaurante que sempre frequentava e logo o “chef” teve uma ideia : “laminar o músculo cru em fatias finíssimas e disfarçar o vermelho rutilante com um molho à base de mostarda”. “Amante de arte, tendo acabado de visitar a exposição da obra de Vittore Carpaccio que decorria em Veneza, (…) decidiu baptizar a sua genial criação gastronómica com o sobrenome do pintor. E assim a condessa sentada à mesa do restaurante da Praça de São Marcos, passou a deleitar-se sem receios com o seu carpaccio antianémico. Terapêuticas alternativas”.

Procurei receitas e aqui fica uma que adaptei e um dia experimento :

Ingredientes : 400 g de filé mignon ( é um corte especial de carne, mais macio que lombo) ; 1 colher de sopa de sumo de limão, sal e pimenta, alcaparras ( ou pickes); queijo ( feta, mozzarela, …); rúcula ou alface.

Molho : 120g de maionese ( ou 4 colheres de sopa de azeite), 1 colher de sopa de mostarda, e colher de sopa de leite, 1 colher de molho inglês, salsa picada, sal.

Embrulhar a carne firmemente em filme plástico e deixar no congelador por volta de 1hora.

Retirar a película e cortar fatias muito finas. Temperar com sal e sumo de limão. Deixar no frigorífico 5 ou 10 minutos.

Juntar todos os ingredientes do molho. Dosear o sumo de limão para não ficar muito ácido ( já foi deixado limão no filé).

Dispor a carne num prato ou travessa sobre alface cortada grossa à mão ou sobre rúcula.

Cobrir com um pouco de molho. O restante é servido à parte. Salpicar o prato com alcaparras ou pequenas porções de pickles e queijo. Ou cobrir o prato com o molho, a carne por cima e depois a rúcula, as alcaparras e o queijo

Servir com fatias de pão torrado.

domingo, 23 de outubro de 2011

Boas Notícias de Novo 50

Decorre o Ano Internacional da Química. Para o recordar o Centro Ciência Viva de Estremoz organizou uma iniciativa “ Ciência na Rua”, nos dias 5 e 6 de Novembro, com companhias artísticas a ilustrarem experiências científicas no parque das feiras e exposições da cidade, das 17h à meia-noite e com entrada gratuita. É a quinta edição do festival Ciência na Rua.


Um estudante da Universidade de Princeton criou um “tapete” capaz de se deslocar no espaço. Este “tapete voador” é ainda só uma folha de plástico de 25 cm que consegue mover-se na horizontal e na vertical a um centímetro por segundo. O jovem, Jafferis Noah, acredita que em breve o seu tapete percorra um metro por segundo e por grandes distâncias.

Oxalá este invento torne realidade os “tapetes voadores” das “Mil e Uma Noites” – como gostaria!!

Nota : há 170 domingos que deixamos “Boas Notícias”. Provavelmente vamos deixar correr os domingos como passam os outros dias da semana – com apontamentos bons maus, ou assim-assim. A não ser que o Amon nos transmita motivo para não ser pessimista …

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Gente que sonha e cria

Num blogue onde cheguei por acaso ( http://quintadasmogas.blogspot.com) e que me prendeu por força desta “nostalgia” da terra e do “fazer tudo”, encontrei referência a um ceramista, Vasco Baltazar.


Achei curiosas as suas peças e invejável a sua opção.

Aí ficam três vídeos sobre o seu trabalho e sobre essa arte da olaria – mais uma actividade para a minha próxima encarnação …




quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Orçamento para 2012

“ Sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes” – é como Nicolau Santos, citando Sérgio Godinho, começa o seu pequeno artigo de opinião no Expresso da última semana.


E nós subscrevemos, sem mais comentários – por enquanto.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

“Uma história de Amor e Trevas”


É um livro de AMOS OZ, nascido em Jerusalém em 1939 e considerado “o mais conceituado dos romancistas israelitas contemporâneos”. É um livro escrito em 2001, em Arad, cidade junto ao Mar Morte onde vive.

Procurei este livro depois de ter lido “Oriente Próximo” de Alexandra Lucas Coelho, um olhar sobre a vida em Israel e nos territórios ocupados da Palestina, sobre a história de um e outro povo mas, sobretudo, sobre o drama da ocupação israelita em parte do território palestiniano e sobre o isolamento de Gaza. A autora, que é jornalista, tenta ser imparcial mas percebe-se que é a causa palestiniana que defende. Como essa também é a minha opção espontânea segui a recomendação da autora : ler AMOZ OZ.

“Uma história de Amor e Trevas” é a história da família de Amos Oz, ao longo de 120 anos – antes da 1ª Grande Guerra e depois da chegada à Palestina em 1919. É autobiográfico mas é sobretudo o relato de um homem que testemunhou o nascimento de Israel, a luta pelo reconhecimento do Estado, o apoio dado pelos ocupantes britânicos aos árabes, as perseguições e mortes do seu povo por força da intolerância geral em relação aos judeus ( na Alemanha mas também na Polónia, Ucrânia, Lituânia, Rússia) e as divergências internas entre judeus não ortodoxos e sionistas. Gente de que ouvimos falar são personagens autênticas em cenários reais como David Ben-Gurion e Menahem Begin. Nomes falados da literatura do século XX como o poeta Saul Tchernikhosky e o escritor S.Y. Agnon (Prémio Nobel 1966 ) fazem parte das suas relações próximas. Acompanhamos a vida em Jerusalém de judeus e árabes antes e depois das sucessivas “ocupações”, quotidianos em Telavive e noutras cidades, nos Kibutzs.

A forma como o autor analisa os interesses de uns e outros no contexto da partição do território e da coexistência como nações com direitos e deveres, é equilibrada e sábia.


Aprendi a julgar com mais indulgência algumas atitudes e aprendi um pouco mais da História de um povo e de uma época.

Um e outro são livros que gostei de ter lido.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Medronhos? Curioso …

A minha dona anda a fazer uma colheita de medronhos num medronheiro plantado no pátio comum. Já a vi comer e dizer que são óptimos, já a vi a fazer licor e doce … E eu?

Fui experimentar :

O que foi? É comigo?

domingo, 16 de outubro de 2011

Boas Notícias de Novo 49

Num domingo ainda de “indignação” e com uma avaria que impede a inclusão de fotografias no blogue, foi grande a tentação de acabar com Boas Notícias … mas lá vão algumas para manter a anestesia e prolongar o alheamento possível.
Mia Couto está a ser homenageado em Penafiel :
“Contaminar é a palavra de ordem para o Escritaria em Penafiel 2011, festival literário dedicado ao escritor moçambicano Mia Couto. Esta edição, que decorre de 15 a 30 de Outubro, marca também a abertura à lusofonia, que se pretende venha ser uma constante de agora em diante. Exposições, colóquios, música, teatro, cinema, artes plásticas, design, dança, gastronomia e a tradicional contaminação do espaço público do centro histórico de Penafiel serão as ferramentas que a organização – do Município, da Escritaria e da Edições Cão Menor – terá à sua disposição para contaminar com literatura em português os habitantes da cidade e os visitantes que se esperam”.
E é assim que pela cidade se espalham frases dos livros do autor e personagens que contam pedaços de histórias dos seus livros ( representadas por alunos da Escola Camilo Castelo Branco de Famalicão).

O Conselho Superior de Investigações científicas espanhol está a recuperar o legado cultural que árabes e judeus deixaram na Península Ibérica. O instituto digitalizou vários documentos datados entre o século XIII e XX, escritos em hebreu, árabe, persa e em aljamiada (escrita em caracteres árabes de línguas latinas do Al-Andaluz tardio).
No site Manuscript@CSIC já se podem encontrar 148 documentos procedentes de duas bibliotecas : a da escola de estudos Árabes de Granada e a Tomás Navarro Tomás, do Centro de Ciências Humanas e Sociais.

Um grupo de neurocientistas do Centro Riken de Ciência do Cérebro, organismo financiado pelo governo Japonês, criou um método capaz de tornar transparente a massa cinzenta, uma matéria normalmente opaca. O objectivo é estudar o interior do cérebro depois de mergulhado numa mistura química barata, composta por ureia, glicerol e detergente!
Dizem os cientistas que pode ser importante na compreensão da base física de traços de personalidade, de memórias e até da consciência – pena que só se aplica a cérebros mortos …

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

PELO MERCADO DE CATÂNIA

Antes de abandonarmos a cidade, manhã cedo, passámos pelo mercado municipal, a tempo de tomar o pulso à azáfama de uma população viva e agitada que enchia o recinto. Muita gente, muito barulho, muitos e variados odores e sempre as discussões latinas que logo nos fizeram sentir em casa. Gosto imenso destas “cenas” e pena tenho não poder passar-vos o verdadeiro bruaá de fundo, típico e estridente! Fica o colorido e a diversidade das imagens.

O calor e a humidade avivam as cores dos legumes.
Tanta variedade de marisco, alguns nem os conhecia!
O atum em boas peças que me fizeram lembrar o mercado do Funchal! E bons bifes lá se comem!
O figo da Índia, da pitangueira, surpreendeu-nos pela abundância, pelas variedades que encontrámos por toda a Sicília e pelo excelente aproveitamento que fazem deste fruto: na alimentação, nos doces e compotas, nos chás, nos licores, na indústria farmacêutica e na cosmética. Um espanto e…muitas picadelas!
Um ragazzo muito profissional na difícil arte de abrir os ouriços do mar, muito apreciados por lá.
Os ouriços, já abertos, regalaram os nossos olhos!
A disputa e compra do peixe por parte dos restaurantes.

Os imponentes espadartes surpreenderam algumas pessoas que nunca os tinham visto assim, ao vivo.

O corte rigoroso das postas, à vontade do freguês.
A beleza da couve-flor, roxa, muito saborosa, aliás.
O tomate, fruto de eleição no meio de tantos outros frutos saborosos.












segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pôr do sol em La Valetta

Se eu fizesse uma viagem e não trouxesse imagens de um pôr de sol e imagens de um mercado… não era eu!

Hoje, deixo-vos as imagens quentes e luminosas de La Valetta, num momento único, urgente, captado à pressa …tinha mesmo de ser! E umas palavras de Miguel Torga, o meu Nobel da poesia.

Um destes dias…vão as fotos do mercado, à Siciliana. Pois claro!!

 
                                                   POEMA AO SOL


Espremo o sol num poema, e bebo o sumo.

Pode muito esta humana fantasia!

Navegava a direito, no meu rumo,

Quando nisto,

A monção

Desvia-me das velas a ilusão

E atolo-me num mar de calmaria!



Mas resisto,

Embebedo-me assim na solidão,

E aguardo que renasça a ventania...



MIGUEL TORGA

domingo, 9 de outubro de 2011

Boas Notícias de Novo 48

Nas últimas notícias da “Ciência Hoje” lê-se o seguinte :

-“Passados seis meses de ter sido divulgada a invenção de uma folha artificial que imita a fotossíntese, a revista «Science» publica o estudo do autor desta descoberta, o químico Daniel Nocera, MIT – Massachusetts Institute of Technology”

A “folha” é fabricada com silício e embebida numa solução de cobalto e fosfato. Depositada num cubo de água, reage quimicamente perante a luz solar quebrando as moléculas da água nos seus dois elementos: oxigénio e hidrogénio. Estes elementos são posteriormente transformados em energia eléctrica. Parece simples … !!

Este inovador dispositivo é fabricado com materiais abundantes e de baixo custo. É totalmente portátil e não precisa de cabos. Além disso, é mais eficaz do que as células de energia solar actuais – dizem.


Podemos ter esperança de que seja uma Boa Notícia e de que o invento não será boicotado á nascença pelos lóbis da energia porque, o investigador vai comercializar o invento através da sua própria empresa (Sun Catalytix) com o apoio de um empresário indiano que quer começar por testar o dispositivo no seu país.

A principal vantagem desta “folha” é ser uma fonte de energia renovável de baixo preço, estando assim indicada para países em vias de desenvolvimento. Uma folha de um metro quadrado embebida em água é suficiente para abastecer uma casa de tamanho médio. Também os custos de montagem e operação são mais reduzidos do que os das actuais placas fotovoltaicas.



- No Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Investigação e Desenvolvimento, em Lisboa, um aluno do curso de doutoramento, Wang Ling, está a desenvolver um jogo de tradução competitiva onde o utilizador pode aprender mais facilmente uma segunda língua.

“O jogo engloba uma combinação de várias tecnologias como a tradução automática, ensino da língua, agentes e interfaces”.

“O desenvolvimento do jogo em si foi essencialmente feito por mim, no entanto, fui orientado pela professora Isabel Trancoso, no que toca respeito à linguística, e pelo professor Rui Prada para assuntos relacionados com o agente”, explica Wang Ling.

Já foi feita uma avaliação do jogo com os 20 alunos portugueses que estudam mandarim e a maioria dos alunos sentiu que o sistema ajudou a aprender melhor .

O jogo pode “ser adaptado a qualquer par de línguas” para as quais existam textos paralelos em quantidades suficientes para o treino de sistemas de tradução automática.

Ficamos à espera de o ver comercializado.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Prémio Nobel da Paz

O Prémio Nobel da Paz 2011 foi atribuído a três mulheres: a presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf, a activista também liberiana Leymah Gbowee e a iemenita Tawakul Karman - «pela luta pacífica em defesa da segurança das mulheres e dos direitos das mulheres na participação total no trabalho de construção da paz».

Ao justificar a atribuição foi lembrado que, em 2000, o Conselho de Segurança da ONU adoptou uma resolução que tornava, pela primeira vez, a violência contra mulheres em conflitos armados um assunto de segurança internacional.
Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos, é economista formada em Harvard e a primeira mulher presidente de África ( eleita democraticamente em 2005 Presidente da Libéria). Apresentou-se na campanha de 2005 como reformista e pacifista e volta a candidatar-se a novo mandato na próxima terça-feira.


Leymah Gbowee também é liberiana e destacou-se quando organizou um grupo de mulheres cristãs e muçulmanas a para desafiar os senhores da guerra na Libéria. Contribuiu para o termo da guerra civil ( em 2oo3) e para a participação feminina nas eleições. Considera que o prémio é para todas as mulheres, sobretudo as africanas.

Pode parecer estranha a atribuição do prémio a duas mulheres do mesmo país não fosse a Libéria ( liberdade) uma nação africana muito especial, fundada e colonizada por escravos americanos libertados e transportados para aquele pedacinho de terra com a ajuda de uma organização privada – American Colonization Society ( entre 1821 e 1822) !! … ( não havia petróleo na zona …). A estes ex-escravos foram-se juntando todos os libertos dos navios negreiros que eram repatriados para a Libéria e não para os seus países de origem. Desta amálgama construiu-se uma nação com nome de capital ( Monróvia) inspirado no quinto presidente dos Estados Unidos …

Parece justificado o esforço e o mérito de conseguir alguma PAZ entre Homens tão sem raízes.



Tawakul Karman, a outra premiada, tem 32 anos e liderou a organização “Mulheres Jornalistas sem Correntes”, um grupo de defesa dos direitos humanos. Tem desempenhado um papel fundamental na organização dos protestos no Iémen contra o governo do Presidente Ali Abdullah Saleh ( desde Janeiro), apesar do seu pai, jornalista, ter sido ministro dos assuntos legais no governo de Saleh Karman.

Em 110 anos de história, o prêmio Nobel da Paz tinha sido atribuído a somente 12 mulheres. A última homenageada foi a ecologista queniana Wangari Maathai, que morreu no dia 25 de Setembro passado. Era bióloga, foi vice-ministra do Meio Ambiente do Quénia e responsável pelo projecto de reflorestação no país. Descreveu num livro a história da sua luta e determinação : “Indomável – uma luta pela liberdade” ( falamos dele aqui em Setembro de 2008)