sexta-feira, 31 de julho de 2009

Campo dei Fiori



Na Idade Média foi espaço de artesãos que ali desempenhavam vários trabalhos. Hoje continua a ser um dos mercados mais activos de Roma, quer para os turistas, quer para os habitantes da cidade. O mercado ocupa a praça que tem o mesmo nome e oferece quase tudo: legumes, frutas, enchidos, produtos lácteos, flores, daí o nome da praça, e muitas ervas, ervinhas e misturas de especiarias, tão utilizadas para perfumar as pastas e as pizzas típicas do país. As bancas de rua e o barulho de vendedores e compradores dão um toque bastante particular a esta praça, rodeada de belos edifícios. O Campo dei Fiori foi cenário terrível para execuções no tempo da Inquisição. No centro da praça está uma estátua de Giordano Bruno, um dos monges queimados na fogueira por, no ano de 1600, ter insistido na teoria de que a Terra girava à volta do sol. Essa “heresia” custou-lhe a vida, tendo sido executado nesse mesmo local. Por lá nos passeámos uma manhã, vimos tudo, perguntámos tudo e trouxemos, depois de elucidadas por um brasileiro, familiar de um dos vendedores, umas ervinhas e umas pastas para deliciarmos familiares e amigos. No caminho para o hotel ainda encontrámos uma curiosa lojinha de pastas, muito bem fornecida e decorada. Disso tudo ficam aqui as imagens….espero que, pelo menos, fiquem com água na boca!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Algumas Curiosidades

Basta sair de casa, andar alguns metros, passear por qualquer rua, atravessar uma praça para depararmos com uma, duas, três ou mais igrejas. A princípio, ainda nos atrevemos a contá-las mas depressa desistimos. Seria preciso registar o nome de cada uma e o movimento, as altas temperaturas e a vontade de tudo ver não se compadeciam com tal tarefa. Pense num Santo qualquer e… Roma tem uma igreja, importante com certeza, em homenagem a esse santo.
Das igrejas de que mais gostei falarei noutro dia. Para hoje trago algumas curiosidades que, por um motivo ou outro despertaram a nossa atenção, durante as longas caminhadas a pé pela cidade ou durante as visitas que fizemos.

Assim, esta imagem linda da Virgem, Ave Regina Pacis, de braço erguido, numa atitude pouco comum de incitamento, com um ar um tanto guerreiro, muito decidido, chama a atenção numa nave lateral da Igreja de Santa Maria Maggiore.

Na Escadaria Santa, ao lado da Basílica de S. João de Latrão, vários crentes cumprem promessas subindo a escadaria degrau a degrau, rezando durante cada paragem. Na verdade, são 28 degraus de mármore, cobertos de madeira que, segundo a lenda, pertenceram à casa de Pôncio Pilatos. A Scala Santa terá sido percorrida por Cristo no dia em que foi condenado à morte. Reza a lenda que foi trazida de Jerusalém para Roma por Sta Helena, mãe do Imperador Constantino, no ano 326.No interior do Pantéon encontrámos uma maqueta muito curiosa, da autoria do napolitano Vicenzo Pandolfi, projecto para a construção do “Templo do Cristo Rei”. A ideia do autor era a de reunir numa única igreja todas as religiões do mundo, preconizando a abolição das guerras religiosas, o diálogo entre todos os credos e a paz universal. Está feita numa escala de 1:200, com vários tipos de igrejas representados a toda a volta. No museu do Vaticano, numas salas anexas à famosíssima Capela Sistina, foi dado espaço a artistas contemporâneos para que, versando temáticas idênticas às de muitas obras antigas, pudessem dar largas à imaginação, interpretando à sua maneira, velhos temas. Dos que vi, e eram muitas e variadas as propostas, escolhi uma pintura e uma escultura: a pintura retrata, de forma bem mais actual, a cena do bebé Moisés, filho de um hebreu que, para não ser sacrificado é colocado numa cestinha e encontrado na margem do rio pela filha de um faraó. Quanto à escultura deixo aqui uma Onda, de 1971, autoria do escultor Sinisca, construída em ferro e bronze, muito sugestiva e elegante. Curiosa esta convivência entre as obras antigas e modernas, ficam todas a ganhar com esta aproximação. Para acabar esta mostra, uma interessante imagem que sobressai de uma das portas santas da Basílica de S. Paulo extra muros, tantos anos de história narrados em bronze, pedra, madeira…
Diz-se que a basílica foi erguida no local onde o apóstolo S. Paulo terá sido sepultado. As escavações realizadas em 2006 confirmaram essa informação já que o túmulo do apóstolo foi encontrado por baixo do altar-mor. A antiga cerimónia de abertura da Porta Santa, que passou de geração em geração desde 1499, é rica de símbolos e cheia de significados. Para abrir a porta não se usa a chave, mas um martelo. Nas pancadas, dadas directamente pelo Papa, há uma chamada de atenção para uma porta difícil de desmoronar. Também nas palavras pronunciadas pelo Papa enquanto o muro é derrubado e na resposta prevista para o povo presente na celebração, está o sentido deste acontecimento que abre solenemente a celebração do Jubileu: "Esta è a porta do Senhor" proclama o Papa e os fiéis respondem: "por ela entrarão os justos"

domingo, 26 de julho de 2009

VIVA A VIDA -13


Motivada pelas reportagens de Roma, lembrei-me de ter há tempo visto uma couve da família dos brócolos, lindíssima : a romanesca. Claro que não deve o nome a Roma mas por certo ao romance que inspira – formas romanescas, eu acho que tem … Mas também “é italiana” !
Fui procurar saber mais e descobri que há as variedade de brocolis mais conhecidas ,com flores verdes, roxas, amarelas ou brancas e há outra espécie, o Brocolis Romanesco, com múltiplas inflorescências que podem ser verde-limão, verdes ou roxas, agrupadas em magníficas espirais. As mais antigas são as de cor roxa, cultivadas na Calábria , introduzidas em França por Catharina de Medici (1569) e divulgadas por toda a Europa.
Mas as que eu vi, lindíssimas, eram da espécie Brássica Olerácea, verdes-limão.


Se a Romanesca não é um hino à VIDA, o que o será?!

sábado, 25 de julho de 2009

TIVOLI

Sair de Roma e procurar, nos arredores, umas sombras frescas foi o que decidimos fazer num dos dias desta estadia, para intervalar com os dias mais carregados das visitas na cidade e museus. Então, munidas de garrafinhas de água, de sandálias confortáveis e roupa fresca, lá nos pusemos a caminho das Vila d´Este, Villa Adriana e Villa Gregoriana, ao encontro da natureza. E se valeu a pena! Vegetação exuberante, água e fontes que nos surpreendem a cada canto, aves em constante desafio de canto e uma tranquilidade imensa. Das três Villas, destaco a Villa d´Este, um dos locais de recreio mais belos de toda a Roma. Começada a construir em 1550, quando o Cardeal Hipólito II d´Este decidiu fixar aqui a sua residência, (sempre souberam escolher locais belos e privilegiados, estes senhores!), os jardins desta Villa oferecem aos visitantes extraordinários recantos, com chafarizes, canais e fontes que, outrora, tinham a capacidade de emitir sons musicais. Verdadeiramente fabulosa esta visita que recomendo a todos que visitem Roma. De autocarro ou de metro chega-se lá com muita facilidade! E as imagens falam por si.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O eclipse do ano




Já foi e tão espectacular quanto se esperava. Quem teve a sorte de ter 6 minutos e 39 segundos de total obscuridade não deve poder esquecer.
Vamo-nos preparar para 2010 – na ilha da Páscoa!!

O vídeo amador mostra um pouco do que poderíamos ter visto.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

ROMA e o peso da História

Voltar a Roma ao fim de muitos anos foi o desafio para uma semaninha de férias! O plano era mesmo rever com calma os lugares que tinham feito as nossas delícias, descobrir aspectos novos de uma cidade cheia de história, ouvir e praticar os meus conhecimentos de italiano. E assim foi. Roma é uma cidade de fácil orientação, o hotel onde ficámos era super central e com acesso a pé para os principais locais do centro da cidade. Para quem goste e tenha o hábito de andar é, sem dúvida, a melhor forma de conhecer gentes e lugares. Depois, é essencial uma grande dose de imaginação, alguma bagagem de conhecimentos e uma vontade imensa de recrear, na nossa mente, o que os nossos antepassados romanos inventaram, criaram, descobriram! E perante tanta perfeição, equilíbrio e funcionalidade, concluímos que tudo eles inventaram e que nós pouco ou nada evoluímos!
Hoje, para dar início a uns apontamentos de viagem, aqui ficam três aspectos muito importantes da Roma antiga, carregada de história(s). O sol escaldante, a luz intensa e os muitos turistas nem sempre proporcionaram as condições ideais para captar as melhores imagens…mas esforcei-me!
O Coliseu, mandado construir pelo imperador Vespasiano, destinava-se à realização de cerimónias religiosas, de festas memoráveis, de inúmeros combates de gladiadores, de exibições de animais e até de recriações de batalhas navais. Para estas últimas actividades, o espaço da arena era literalmente cheio de água. O Coliseu está parcialmente em ruínas mas consegue-se subir até ao último nível de arcadas e admirar o recinto por onde se deslocavam os gladiadores, os animais e os condenados à morte. Este anfiteatro comportava 87.000 espectadores e pela observação das maquetas e fotografias somos transportados para um ambiente ora festivo, ora sangrento mas sempre majestoso.


O Forum Trajano leva-nos até à Roma imperial, local onde eram tomadas as decisões mais importantes, era o verdadeiro centro da vida da cidade e aí se podiam encontrar homens e mulheres de todas as condições sociais. Tudo o que acontecia em Roma tinha lugar no Forum ou era objecto de troca de impressões entre os concidadãos. Durante a Idade Média e o Renascimento, o Forum perdeu todo o seu prestígio. Hoje, através da observação das ruínas e dos trabalhos de reconstrução podemos imaginar tudo o que se desenrolava naquele complexo local.
A coluna de Trajano é uma coluna majestosa que no seu tempo guardava uma urna com as cinzas de Trajano e, no topo, uma estátua. Hoje, a estátua que aí se encontra é a de S. Pedro.
Do conjunto arquitectónico sobressaem as arcadas e galerias do que foram os Mercados de Trajano, sem qualquer dúvida os antepassados dos nossos centros comerciais… Facilmente conseguimos recriar a vida quotidiana daquela época, com mais de uma centena de lojas de todo o género, é só deixar a imaginação fazer o resto.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Trabalhar pela PAZ

Li há dias uma entrevista a SAMI ADWAN, professor palestiniano, militante da Fatah e fundador, em 1998, da PRIME ( Peace Research Institute in the Middle East). Ganhou o Prémio Internacional 2009 da Gulbenkian, ex-aequo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.
O que fez esse professor palestiniano?
Propôs-se reescrever a História criando novos manuais escolares onde se narra, em paralelo, a história de judeus e palestinianos. Fala-se de como viviam em harmonia antes de 1948, explicam-se os grandes dramas de um e outro povo : o Holocausto dos judeus, a Al-Nakban dos palestinianos ( destruição de centenas de aldeias árabes depois da criação do Estado de Israel) e nomeiam-se cidades e locais importantes de um e outro lado ( ignorados nos manuais em uso). A história do séc.XX de palestinianos e israelitas é assim contada, lado a lado, “deixando um espaço em branco para que os alunos possam acrescentar a sua própria narrativa depois de lerem ambas”. São manuais dirigidos a jovens de 15 e 17 anos, estão traduzidos em diversas línguas, são usados em escolas francesas, italianas e espanholas. Mas, os Ministros da Educação de Israel e da Cisjordãnia ainda não os aprovaram …

Sami Adwan cumpre o seu papel de fazedor da PAZ. Recebeu o prémio em Lisboa, no dia 20.
O que é que cada um de nós faz para criar PAZ em nós mesmos e no “nosso espaço” ?

terça-feira, 21 de julho de 2009

Eclipses do Sol

Às 3.35 (hora de Lisboa) de 22 de Julho vai ocorrer um eclipse do Sol, não visível em Portugal. É o segundo deste ano , o único “total” ( o que ocorreu a 26 de Janeiro foi “anular”) e o mais longo do séc. XXI – terá uma duração de 6m e 39s ( o máximo, raramente atingido, são 7m e e 30s).

Nesse dia, a LUA NOVA ( entre a Terra e o Sol) estará numa posição especial : sobre os “nodos”, isto é, sobre os pontos de intersecção dos planos das órbitas da Terra e da Lua ( como os planos das órbitas são ligeiramente inclinados, a maior parte das vezes a Lua passa por “cima” ou por “baixo” do Sol ).
Num eclipse total, a sombra da Lua ( a lua é 49 vezes menor do que a Terra) atinge uma área de cerca de 160 km de largura por 600 km de comprimento e, à medida que a Terra gira e avança pelo espaço, a sombra varre o planeta a uma velocidade aproximadamente de 1 800 km/h. Só quem estiver no interior da faixa percorrida pela sombra tem a oportunidade de ver o eclipse total. Os que estiverem na zona de penumbra vêm um eclipse parcial. Como as órbitas da Terra e da Lua não são circulares há situações de Lua Nova em que ela se encontra mais distante do Sol e não consegue encobri-lo totalmente, deixando um anel visível - foi o que aconteceu em Janeiro, um eclipse anular.

Durante o séc.XXI haverá 224 eclipses do Sol, quase sempre dois por ano ( haverá excepções de 3 e mesmo 4). Em Portugal? O último parcial foi em 1999, em 2005 houve um “anular” mas “total ” … não sei. Em média só de 360 em 360 anos se vê um eclipse total mas há excepções : sabe-se de lugares onde há mais de 1000 anos não se vê nenhum e, em 2002, viram-se dois eclipses totais em Angola ( em Junho e em Dezembro).

Como já não há tempo para voar para o Pacífico Norte ou Ásia e ver o eclipse desta madrugada, podemos começar a pensar numa estadia na ilha da Páscoa, em Julho de 2010 e aí sim, ver um eclipse total junto a uma estátua gigante – numa tenda porque parece que já estão esgotadas outras alternativas ( é verdade!!).

Pode surpreender-nos o cálculo preciso que temos de datas, hora e lugar para todos os eclipses de um século mas os computadores só vieram simplificar uma previsão que se faz desde o séc.II ( datas) e desde o séc.XVI ( data e local). E até há um padrão de ocorrência que se repete de 18 em 18 anos ( aproximadamente).
A harmonia das leis universais é espantosa!!


Nota : sequência de fotos :
- esquema da Lua Nova na “ linha dos nodos”
- zonas de sombra e penumbra
- mapa de eclipses até 2020
- imagens dos últimos eclipses observados em Portugal, nas suas posições “máximas” parcial de 1999 e anular de 2005 (imagem colhida em Bragança)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Mais uma semana …

A Internet do computador-mãe do blog esteve desligada desde sábado. Por isso o nosso habitual apontamento de domingo não ficou aqui. Também não andamos muito animadas … aguardamos a vizinha viajante e o entusiasmo com ela !
Partilhamos um vídeo que recebemos e, por serem imagens colhidas em Portugal, é bom ser divulgado.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O Homem na Lua

A 16 de Julho de 1969, partiu do Mar da Tranquilidade, nos Estados Unidos, a Apollo 11, com dois astronautas : Neil Armstrong e Edwin Aldrin. Faz hoje 40 anos !! Quatro dias depois e a 30 segundos de ficar sem combustível, Neil Amstrong alunava e os humanos olhavam pasmados esse “pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”.
Os EUA foram bem sucedidos no seu objectivo de chegar à Lua antes da URSS mas não se pode esquecer todo o esforço anterior, de uns e de outros, desde o lançamento do satélite artificial Sputnik pela URSS, a 4 de Outubro de 1957. O sonho, esse tinha começado com Júlio Verne, há 200 anos ( 1865), com o livro : “De la Terre à la Lune”.
Depois de Neil Amstrong mais 12 astronautas caminharam na Lua. O regresso de outros só está previsto para 2020, se forem ultrapassadas as actuais dificuldades orçamentais da NASA. O presidente Obama nomeou já uma comissão de especialistas para examinar o programa espacial e as prioridades até agora estabelecidas sendo que, o objectivo é o de constituir colónias humanas na Lua e preparar as viagens a Marte. A recente confirmação, dada pela sonda lunar Prospector (NASA) , da existência de água congelada nas regiões polares, favorece a instalação de colónias que possam ser trampolim para viagens a Marte que é hoje um planeta mais apetecível : a sonda Phoenix ( que explora o planeta desde Maio), confirmou a existência de água o que permite esperar a descoberta de formas de vida.
Descobrir que há outros planetas habitados ainda é utopia mas …

terça-feira, 14 de julho de 2009

É VERÃO!!


Pois é, já é verão há muito tempo mas só quando Julho vai por aí fora é que dou por isso.
Aí ficam fotos de uma das “minhas” praias. Não “aquela” com pedrinhas e conchas especiais, mas a de “todos” que, por enquanto, ainda está muito vazia.
É a praia da minha juventude, quando passávamos o dia na praia, com nevoeiro, chuva, vento e sol, quando as famílias tinham as suas barracas que eram ponto de encontro para novos e mais velhos. Detestava o nevoeiro e a chuva miudinha de verão! Dizia que “quando fosse grande” nunca mais me veriam por estes sítios … Bem, a verdade é que o tempo mudou um pouco , já não é importante passar todos os dias na praia e agora faço parte “dos mais velhos”!!
O Amon não pode ir à praia no verão mas gosta de apanhar ar e de se esfregar no chão para ficar bem sujo e, se chover, nem se importa – é óptima apanhar as pingas dos varões da varanda.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Filosofia de Vida: Aprendendo Sempre

Recebemos muitos emails com mensagens de auto ajuda e por falta de tempo muitas vezes não temos tempo para reflectir sobre as suas mensagens.Assim eles passam e as ideias se esbatem num quotidiano de mil tarefas. Não sei o efeito que este terá nas vossas vidas, mas vale a pena ouvir!

domingo, 12 de julho de 2009

VIVA A VIDA – 10


E é mesmo um VIVA a VIDA! A vizinha viajante vai amanhã para Roma, treinar o seu italiano e preparar o 3º ano de estudos da língua … E vai calcorrear ruas e vielas, com sandálias de caminhante e aquele ar bem disposto que quase sempre tem. E vai fazer fotos, olhar e ver para depois nos contar.
BOA VIAGEM!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A DÚVIDA


Terrível e inquietante sentimento ou estado de alma o de ter ou experimentar a dúvida!
Vem isto a propósito do filme que acabo de ver em DVD, no conforto do meu maple. A Goiaba tinha-o trazido para a comunidade, numa das suas idas à FNAC, sempre proveitosas, sempre recheadas de novidades. Já foi há uns dias e eu fui adiando, por falta de tempo para o ver sem interrupções, como gosto, para poder passar para o lado de lá e não perder pitada!
Já conhecia a adaptação do texto para teatro, primorosamente interpretada, nos papeis principais, pela “minha” querida Eunice Muñoz e pelo Diogo Infante, que tão bem veste qualquer personagem. Sabia por amigos e pelos críticos de cinema que o argumento adaptado por Patrick Shanley estava excelente. Não tinha visto no cinema e, durante alguns dias, fui saboreando e antevendo o quanto gostaria desta versão. Sou fã incondicional de Meryl Streep e, mais uma vez, ela me surpreendeu com um excelente desempenho, aqui, quanto a mim, sobretudo na parte histriónica, na contenção psicológica e na composição física da freira directora implacável que, ao fim e ao cabo, a única certeza que tem é a dúvida que a assalta e domina completamente. Muito bom! Não digo mais porque as vizinhas ainda não o viram e não posso desvendar tudo acerca da trama.
Vale ainda a pena, para quem não viu a adaptação portuguesa, referir que a Eunice Muñoz emprestou uma ironia, uma malícia e uma dureza e força no olhar que deram à sua irmã Aloysius um cunho muito particular. Foi também uma excelente interpretação da dúvida.
O enredo do filme fez-me, mais uma, vez reflectir em temas como a autoridade, a moral e a forma de vivenciar a religião que tão desvirtuadas têm sido.
Vejam, discutam o filme e deliciem-se com esta excelente lição de representação.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Gatos pintores !

Há tempo vimos um livro sobre “Dança com Gatos” – deixámos aqui um pequeno apontamento. Esse livro foi escrito depois dos autores terem desenvolvido uma investigação aparentemente séria sobre o gosto dos gatos pela “pintura” e o sentido estético da mesma. O livro chama-se “Why cats paint
( A theory of feline aesthetics) e os autores são Heather Bush e Burton Silver.

Constataram que em documentos egípcios e em outros ao longo da História, apareciam imagens de gatos em posição de “pintar”. Descobriram que o facto de alguns gatos domésticos fazerem manchas com as tintas que encontram disponíveis é justificado por biologistas como um comportamento de marcação de território. Mas foram mais longe e descobriram que essas “marcas” têm sentido estético. A partir de imagens que receberam de um programa de televisão russo ( 1978), desenvolveram uma investigação exaustiva junto de inúmeras pessoas que relataram diversas experiências . Das numerosas ilustrações do livro, retiramos as que constam no início :

- imagem do deus Ra em forma de gato, parecendo desenhar hieróglifos
- ilustração medieval de um manuscrito (Bodhead Library, Oxford)
- Lu Lu e Wong Wong diante do seu tríptico …
- Misty, que parece imparável.

Acho que temos muito a aprender sobre as capacidades desses seres que são por vezes tão mal tratados e depreciados.

O AMON gostou do que viu e a dona até se sentiria tentada a experimentar não fora a posterior limpeza das patas e a possibilidade da criatividade ser do tipo da Misty …