terça-feira, 21 de julho de 2009

Eclipses do Sol

Às 3.35 (hora de Lisboa) de 22 de Julho vai ocorrer um eclipse do Sol, não visível em Portugal. É o segundo deste ano , o único “total” ( o que ocorreu a 26 de Janeiro foi “anular”) e o mais longo do séc. XXI – terá uma duração de 6m e 39s ( o máximo, raramente atingido, são 7m e e 30s).

Nesse dia, a LUA NOVA ( entre a Terra e o Sol) estará numa posição especial : sobre os “nodos”, isto é, sobre os pontos de intersecção dos planos das órbitas da Terra e da Lua ( como os planos das órbitas são ligeiramente inclinados, a maior parte das vezes a Lua passa por “cima” ou por “baixo” do Sol ).
Num eclipse total, a sombra da Lua ( a lua é 49 vezes menor do que a Terra) atinge uma área de cerca de 160 km de largura por 600 km de comprimento e, à medida que a Terra gira e avança pelo espaço, a sombra varre o planeta a uma velocidade aproximadamente de 1 800 km/h. Só quem estiver no interior da faixa percorrida pela sombra tem a oportunidade de ver o eclipse total. Os que estiverem na zona de penumbra vêm um eclipse parcial. Como as órbitas da Terra e da Lua não são circulares há situações de Lua Nova em que ela se encontra mais distante do Sol e não consegue encobri-lo totalmente, deixando um anel visível - foi o que aconteceu em Janeiro, um eclipse anular.

Durante o séc.XXI haverá 224 eclipses do Sol, quase sempre dois por ano ( haverá excepções de 3 e mesmo 4). Em Portugal? O último parcial foi em 1999, em 2005 houve um “anular” mas “total ” … não sei. Em média só de 360 em 360 anos se vê um eclipse total mas há excepções : sabe-se de lugares onde há mais de 1000 anos não se vê nenhum e, em 2002, viram-se dois eclipses totais em Angola ( em Junho e em Dezembro).

Como já não há tempo para voar para o Pacífico Norte ou Ásia e ver o eclipse desta madrugada, podemos começar a pensar numa estadia na ilha da Páscoa, em Julho de 2010 e aí sim, ver um eclipse total junto a uma estátua gigante – numa tenda porque parece que já estão esgotadas outras alternativas ( é verdade!!).

Pode surpreender-nos o cálculo preciso que temos de datas, hora e lugar para todos os eclipses de um século mas os computadores só vieram simplificar uma previsão que se faz desde o séc.II ( datas) e desde o séc.XVI ( data e local). E até há um padrão de ocorrência que se repete de 18 em 18 anos ( aproximadamente).
A harmonia das leis universais é espantosa!!


Nota : sequência de fotos :
- esquema da Lua Nova na “ linha dos nodos”
- zonas de sombra e penumbra
- mapa de eclipses até 2020
- imagens dos últimos eclipses observados em Portugal, nas suas posições “máximas” parcial de 1999 e anular de 2005 (imagem colhida em Bragança)

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