quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Relógios? Para quê?

Li há dias, numa edição do Almanaque Bertrand de 1955, uma alternativa interessante à vida urbana moderna:

“ Os índios das florestas do Brasil que, na sua maioria desconhecem o que seja relógio, pode, no entanto, a qualquer momento do dia, saber as horas que são.
Às 6 horas precisas da manhã o omupac, insecto gigante do Amazonas, produz, batendo com as asas contra o tronco das árvores, um ruído como de castanholas e que dura, exactamente, três minutos, emudecendo depois até às 6h do dia seguinte.
Às 10 horas, pontualmente, os macacos gritam e, ao meio dia exacto o tucano intervém no concerto com a sua voz grave.

O tapir sai todos os dias para a caça às 15 horas precisas e o urso formigueiro não procura os ninhos de térmitas enquanto não forem 17 horas.
A ave viuvinha solta, todas as tardes, sete gritos angustiosos, os únicos em todo o dia, pontualíssima, às 19 horas.


Mas, segundo dizem os índios, ainda o mais prático é domesticar um camaleão. Nos olhos deste, uma mancha de cor acastanhada muda de lugar, de hora a hora, como o ponteiro de um mostrador de relógio.”

Que tal domesticar um camaleão?
Ando muito inquieta com a sofisticação tecnológica que me espanta, atrai e amedronta … E fico a sonhar com uma vida bem mais simples …

E aí estão: macaco, tucano, tapir,urso formigueiro e ave viuvinha. Só não encontrei o omupac mas, antes de me retirar para a floresta, hei-de encontrá-lo. O olho do camaleão é muito pequeno e ver as horas nos seus olhos deve ser muito deprimente.

1 comentário:

ZIA disse...

Maravilhosa e misteriosa natureza!
Gosto tanto destas curiosidades dos Almanaques!
Obrigada pela divulgação.
ZIA