segunda-feira, 27 de julho de 2009

Algumas Curiosidades

Basta sair de casa, andar alguns metros, passear por qualquer rua, atravessar uma praça para depararmos com uma, duas, três ou mais igrejas. A princípio, ainda nos atrevemos a contá-las mas depressa desistimos. Seria preciso registar o nome de cada uma e o movimento, as altas temperaturas e a vontade de tudo ver não se compadeciam com tal tarefa. Pense num Santo qualquer e… Roma tem uma igreja, importante com certeza, em homenagem a esse santo.
Das igrejas de que mais gostei falarei noutro dia. Para hoje trago algumas curiosidades que, por um motivo ou outro despertaram a nossa atenção, durante as longas caminhadas a pé pela cidade ou durante as visitas que fizemos.

Assim, esta imagem linda da Virgem, Ave Regina Pacis, de braço erguido, numa atitude pouco comum de incitamento, com um ar um tanto guerreiro, muito decidido, chama a atenção numa nave lateral da Igreja de Santa Maria Maggiore.

Na Escadaria Santa, ao lado da Basílica de S. João de Latrão, vários crentes cumprem promessas subindo a escadaria degrau a degrau, rezando durante cada paragem. Na verdade, são 28 degraus de mármore, cobertos de madeira que, segundo a lenda, pertenceram à casa de Pôncio Pilatos. A Scala Santa terá sido percorrida por Cristo no dia em que foi condenado à morte. Reza a lenda que foi trazida de Jerusalém para Roma por Sta Helena, mãe do Imperador Constantino, no ano 326.No interior do Pantéon encontrámos uma maqueta muito curiosa, da autoria do napolitano Vicenzo Pandolfi, projecto para a construção do “Templo do Cristo Rei”. A ideia do autor era a de reunir numa única igreja todas as religiões do mundo, preconizando a abolição das guerras religiosas, o diálogo entre todos os credos e a paz universal. Está feita numa escala de 1:200, com vários tipos de igrejas representados a toda a volta. No museu do Vaticano, numas salas anexas à famosíssima Capela Sistina, foi dado espaço a artistas contemporâneos para que, versando temáticas idênticas às de muitas obras antigas, pudessem dar largas à imaginação, interpretando à sua maneira, velhos temas. Dos que vi, e eram muitas e variadas as propostas, escolhi uma pintura e uma escultura: a pintura retrata, de forma bem mais actual, a cena do bebé Moisés, filho de um hebreu que, para não ser sacrificado é colocado numa cestinha e encontrado na margem do rio pela filha de um faraó. Quanto à escultura deixo aqui uma Onda, de 1971, autoria do escultor Sinisca, construída em ferro e bronze, muito sugestiva e elegante. Curiosa esta convivência entre as obras antigas e modernas, ficam todas a ganhar com esta aproximação. Para acabar esta mostra, uma interessante imagem que sobressai de uma das portas santas da Basílica de S. Paulo extra muros, tantos anos de história narrados em bronze, pedra, madeira…
Diz-se que a basílica foi erguida no local onde o apóstolo S. Paulo terá sido sepultado. As escavações realizadas em 2006 confirmaram essa informação já que o túmulo do apóstolo foi encontrado por baixo do altar-mor. A antiga cerimónia de abertura da Porta Santa, que passou de geração em geração desde 1499, é rica de símbolos e cheia de significados. Para abrir a porta não se usa a chave, mas um martelo. Nas pancadas, dadas directamente pelo Papa, há uma chamada de atenção para uma porta difícil de desmoronar. Também nas palavras pronunciadas pelo Papa enquanto o muro é derrubado e na resposta prevista para o povo presente na celebração, está o sentido deste acontecimento que abre solenemente a celebração do Jubileu: "Esta è a porta do Senhor" proclama o Papa e os fiéis respondem: "por ela entrarão os justos"

2 comentários:

goiaba disse...

Lá fui de viagem contigo - só hoje porque ontem estive sem internet.
Obrigada pelas informações. Bjinho

Rosa dos Ventos disse...

Vi tudo isto a correr atrás de uma guia com uma fita atada a uma espécie de antena, para não nos perdermos! :-))