sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Aprendi …


É verdade, não sabia que se chama “cerveja” a bebidas feitas com outros cereais que não cevada e lúpulo, embora antes do séc.XVI se usasse em vez deste rosmaninho ou anis . Mas se há tantas variedades de vinho, porque não de cerveja?

Aprendi que nas cervejas fabricadas na Europa, à cevada ( fonte principal de amido), junta-se como “adjuvantes” outros cereais ( trigo, arroz ,milho), sendo diferente o malte que resulta dessas misturas. E ainda que, por razões económicas, a maior parte dos fabricantes tem vindo a substituir os “adjuvantes” tradicionais por xaropes, o que trás economia de energia e tempo na produção do mosto …
Também há cervejas feitas a partir de centeio ou sorgo, com a vantagem de não terem glúten e poderem ser consumidas pelos doentes celíacos. E há cervejas com adição de frutas ( cereja, framboesa, pêssego, morango, manga, …), de legumes ( abóbora, pimento), chocolate, cascas de árvores e ervas aromáticas. Não é pois de estranhar que no Japão se faça “cerveja azul”, fabricada com água derretida dos icebergues que flutuam em Hokkaido e uma mistura de algas azuis e que os mesmos produtores projectem cervejas vermelhas e verde-escuras.

Sabia que a “cerveja” é bebida fermentada muito antiga mas não que há vestígios dela desde 5000 a.C – no Iraque e Egipto, feita a partir de cevada que era o grão mais abundante.
Em África há cerveja feita de mandioca, milho, milhete e sorgo – a “Casablanca beer” é de sorgo e muito apreciada. Na Ásia ( China, Tailândia) faz-se cerveja a partir do arroz – e não é saké.

Mas também aprendi coisas bizarras : “ A Chicha é uma espécie de cerveja produzida em alguns países andinos. Tem a particularidade de ser elaborada com recurso à saliva. O cereal é mastigado, tradicionalmente pelas mulheres virgens de cada aldeia, sendo que as enzimas naturais contidas na saliva irão agir como catalisadoras e provocar a quebra do amido do cereal em açúcares fermentáveis, que posteriormente se transformam em CO2 e álcool.
Este método não oferece riscos à saúde já que, durante a brassagem e a fervura do mosto todas as bactérias e demais microorganismos indesejáveis serão eliminados” …

Mundinho complicado e criativo !!

Nota. E tive uma boa notícia : a “Laurentina”, famosa cerveja moçambicana desde 1932, voltou aos mercados africanos e do Reino Unido ; claro que a “Cervejas de Moçambique” é detida em 49.1% por uma empresa sul-africana mas … continua a existir a “laurentina preta” – a única cerveja preta durante muitos anos.

3 comentários:

Mar Lis Goiaba disse...

Bizarra e intolerável para a nossa cultura aquela cervejinha Chicha! CHIÇA, digo eu!!....

Gosto das nossas cervejas,prefiro a preta da Sagres e a Boémia(atenção, não é pelo nome, mas pelo exótico gosto).

peonia disse...

Obrigada pela vossa curiosidade e interesse pelas coisas do nosso mundo. Sempre que passo por aqui aprendo muita coisa...Gosto de cerveja, mas nunca experimentei a de Moçambique.

Rosa dos Ventos disse...

Eu gosto de cerveja mas acho por aqui misturas a mais! :-))
Não havia também uma cerveja "Cuca" de Moçambique ou é confusão minha?
Gostei de toda esta informação!
Obrigada

Abraço