quarta-feira, 25 de junho de 2008

OS EXAMES DE MATEMÁTICA

Se os exames são difíceis, os autores não tiveram em atenção as exigências da aprendizagem e comprometem um ano de trabalho em 90 minutos de prova.
Se não se ajuíza a natureza das provas mas os alunos têm maus resultados, os professores não cumpriram os programas, os alunos não estudaram o suficiente para ultrapassar dificuldades e ganhar automatismos.
Se os exames surgem sem “modelos de referência” o Ministério da Educação quer surpreender e fazer do exame uma caixinha de surpresas.
Se são divulgados modelos e muitos testes para “treino”, os professores perdem muito tempo a ensinar em função do exame e isso é mau.
Se os alunos dizem que o exame correu melhor do que esperavam, os exames são fáceis e o Ministério da Educação trabalha para as Estatísticas.

É preciso ter muita paciência para tanta falta de objectividade!
Se calhar, os exames até estavam um pouco desajustados da forma como se tem de processar a aprendizagem, dada a extensão dos programas, as dificuldades acumuladas pelos alunos e a carga horária da disciplina. E em relação ao 12º ano talvez se tenham ajustado às exigências do Ensino Secundário e não às dos diferentes Cursos Superiores.
Se calhar tiveram-se em consideração críticas desse tipo que foram feitas e os exames deste ano aproximaram-se da aprendizagem … ou esta se aproximou do que foi sendo “padrão” nos exames dos últimos anos.
Se calhar, as medidas implementadas para melhorar o ensino da Matemática
(formação de professores, planos de recuperação, …), divulgação atempada dos resultados das provas de aferição, …, estão a ter algum efeito. Mau seria se assim não fosse.

Que tal pensar que é por mérito de todos (alunos, professores, pais, autores dos exames, Ministério da Educação) que os resultados são melhores?
Não dói nada e talvez faça bem não estarmos sempre a dizer mal, sobretudo quando não se sabe fazer melhor.

Nota: os opinadores de serviço escolhem, por épocas, os gurus de serviço: agora, é Nuno Crato. Que seja. Como todos, terá razão em alguns aspectos e fará demagogia fácil noutros. Importante é que escreve em jornais e isso é uma garantia … Já tivemos outros de que poucos se lembram.

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