sábado, 7 de junho de 2008

CONSULTA NO VETERINÁRIO


Nunca pensei que o amor a um gato me comovesse tanto, mas hoje tive a prova de fogo. Acompanhei o “AMON” ao doutor.
Não fazia a mínima ideia do que poderia ser um consultório de Veterinário. Fui acompanhar a minha amiga L. e transportei o seu gato no meu colo.
Aquela coisinha amorosa com uns olhos grandes, verdes, que por ter tomado um comprimido para acalmar, olhava para nós abrindo e fechando as suas pestanas, tentado pelo sono, mas não querendo ceder.
Chegados ao consultório, tivemos que ficar numa sala de espera. Para mim, foi uma sensação nova, ali estavam os doentes: vários cães, pequenos ou enormes, peludos ou de pêlo raso e gatos em caixinhas plásticas com pequenas janelas, todos bem comportados junto das suas donas, a maior parte mulheres.
O último a chegar fez pena, vinha muito doente, um cão de uma raça parecida com dálmata. Ali ficou, de cabeça encostada no colo dos donos, como uma criança com gripe.
Noutras salas processavam-se tratamentos: banhos, tosquias, desparasitagem, etc.
O AMON esperava um pouco impaciente pela sua vez, ia fazer uma ecografia.
Não fechava os olhos, estava atento e começou a ficar com um olhar triste.
Pensei que era porque tinha de permanecer naquela casota transportadora, ou talvez porque lhe cheirasse demasiado a cães.
A dona resolveu arejá-lo e abriu-lhe a porta.
Bom! Não é que ele saiu disparado e furioso, bufando e mostrando os dentes. Susto, corri para o apanhar, furioso, deixou-me duas grandes marcas no braço, a sangrar. Mas consegui metê-lo novamente na “gaiola”. A partir daí ninguém se podia aproximar, ele mostrava o dente e PUFFFF!!!!!.
Estranho, como um animal que não é normalmente violento fica assim?!
A dona contou que esta atitude já era a repetição do que havia acontecido na última visita ao veterinário.
Fomos atendidas pelo doutor. Um homem tranquilo, bem disposto, que nos acalma justificando que esta atitude é muito normal nos gatos quando vão ao consultório, eles têm um faro e uma intuição muito apurados. Deixam de sentir segurança e criam defesas, mesmo com os donos por perto.
E como não o conseguiu acalmar acabou por o sedar. Foi necessário dar-lhe uma dose de anestesia.
Nunca pensei sofrer tanto com o que vi. Foi necessário enjaular e, por um processo de aperto, conseguir colocá-lo em posição de levar a injecção.
Depois, lá ficou, inerte, permitindo finalmente todo o tratamento.
Foi a primeira vez que percebi como se pode gostar de um animal. Não diferenciei aquele sentimento de outros que tenho tido por parentes e amigos. Sofri por ele e fiquei muito inquieta.
Agora o meu amigo já voltou ao normal, já aceita as minhas festas e corre pela casa, pula, brinca com os ratos de fantasia.
Entendi o sentimento que liga os humanos a estes companheiros de jornada. Uma lição na minha vida.

2 comentários:

Anónimo disse...

As melhoras do Amon!!Que fique bom rapidamente.O olhar que um animal lança aos que "sabe" que lhe querem bem, num pedido de ajuda ou de sofrimento,é impressionante!!Toca mmo o coração.Que tdo corra bem! isa.

Anónimo disse...

O Amon está a fazer diabruras? se sim é porque está melhor!! As melhoras. isa