Parece um paradoxo: ruralizar a cidade. Uma cidade de gente que “fugiu” do campo e da agricultura, gerou nostálgicos que, por gosto, passatempo ou necessidade, passaram a cultivar espaços não urbanizados e taludes de estradas. E não se pense que os terrenos cultivados estão sempre perto das respectivas habitações e num “já agora”, se ocupam. Muitos destes “agricultores” apanham transportes públicos para as suas hortas – que podem ser mais do que uma, em locais diferentes e afastados.
Esta integração da agricultura nas cidades é defendida há muito tempo pelo arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles e quase sempre recebida com o sorriso de mais uma utopia. Mas … sinal dos tempos: a Câmara Municipal de Lisboa criou um grupo de trabalho para acompanhar as hortas urbanas e já deu, aos agricultores em funções nos terrenos municipais, a garantia de preferência em futuras distribuições de terrenos.
Esta integração da agricultura nas cidades é defendida há muito tempo pelo arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles e quase sempre recebida com o sorriso de mais uma utopia. Mas … sinal dos tempos: a Câmara Municipal de Lisboa criou um grupo de trabalho para acompanhar as hortas urbanas e já deu, aos agricultores em funções nos terrenos municipais, a garantia de preferência em futuras distribuições de terrenos.
Feita uma primeira avaliação, parece haver "61 hectares de hortas em terrenos municipais e 35 hectares em terrenos privados".
A iniciativa de criar um Plano Verde para a cidade, deve-se a José Sá Fernandes e à sua equipa. Até Agosto de 2009 serão criados “parques biológicos” em diversas zonas da cidade, distribuídos aos agricultores que se candidatarem. Este plano responde às recomendações da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) para que “as cidades sejam cada vez mais auto-suficientes na geração dos seus recursos alimentares”. Recomendação difícil de se conciliar com a ganância da construção civil e a tentação dos autarcas …
Saber deste projecto encheu-me de satisfação e frustração por não ter, oportunamente ocupado um terreno baldio ou um pequeno talude, dando vida a este meu desejo de ter uma horta. Tinha sido uma bela ocupação dos tempos livres … Já nem posso acompanhar os trabalhos agrícolas dos hortelões que, durante anos, vi da minha janela, num monte que foi arrasado e onde agora se constrói. Restam-me os vasos com ervas de cheiro e a esperança de, noutra reencarnação, fazer a opção certa no tempo certo.
3 comentários:
Com o meu conhecido apelo pela terra, gostaria também de ter o meu quinhão para aí poder ter um pouquinho de tudo... Por isso esta ideia das hortas na cidade agrada-me sobremaneira, só que gostaria que a pudesse realizar nesta vida...nunca se sabe o que virá depois!
Obrigada, vizinha!
ZIA
Tem-se falado e escrito muito sobre este tema.
Mas sabes que na "província" já se vêem mais campos cultivados?
Até eu já pus uma "hortinha" na varanda...
Logo conto!
Abraço
E,já agora uma vaquinha,zia. Uma vaquinha...isa
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