Ontem, ao fim da manhã, saí de casa com a intenção de começar a procurar uma roupinha para levar ao casamento da minha afilhada, em Julho. O destino era a Baixa, o meio de transporte o metro. No entanto, a L. tinha-me sugerido que fosse com atenção, talvez surgisse algo que merecesse registar no nosso Blog.
Lá fui eu e… tive alguma sorte.
Enquanto esperava pelo metro, uma jovem perguntou-me se estava na direcção correcta para ir para Sta Apolónia. Disse-lhe que sim. Entretanto, eu que também não sou de dar conversa a quem não conheço, vi-me obrigada a conversar um pouco. Era uma jovem jornalista estagiária que escrevinhava num bloco negro da Moleskine. Entrámos na carruagem, sentou-se a meu lado abriu o caderninho e relançou-se na escrita, enquanto me contava que tomava notas para uma reportagem que teria de redigir e enviar para um jornal de província. O assunto era o ambiente de Lisboa, neste fim de semana… E falou-me dos vários festivais de música, dos quais destacou o Rock in Rio, do início dos jogos do Europeu, das Festas da Cidade… lembrei-lhe ainda os muitos turistas que invadem sempre Lisboa por esta altura e os diferentes protestos, mais ou menos barulhentos, que se fizeram ouvir um pouco por toda a cidade.
A sorrir, decidi confessar-lhe que também iria escrever este fim de semana sobre Lisboa… era uma «bloguista»… Ela entendeu que eu seria do Bloco de Esquerda, uma «bloquista». Quando entendeu a confusão que tinha feito, estávamos a chegar ao meu destino. Despedimo-nos a rir e desejei-lhe boa sorte no trabalho jornalístico. Garantiu-me que havia de me fazer uma referência no seu artigo, pela amabilidade com que a ajudara…
Andei pela Baixa bastante tempo. Estava um dia alegre, uma brisa fresca cortava o calor, que finalmente apareceu, e apetecia viver a cidade, até as pessoas estavam mais felizes! Lisboa virou cosmopolita mas os lisboetas deixaram de fruir o encanto da parte velha da cidade porque se habituaram a conviver noutros espaços mais modernos, como o parque das Nações e os grandes centros comerciais. Mas, ontem, a cidade estava diferente. Parecia que as pessoas tinham descido para ver o rio!
Na verdade, o que encontrei, na velha zona da Baixa, alegremente colorida, foram os resquícios do Rock in Rio, com muitos jovens ainda adormecidos e um tanto zonzos, certamente com o efeito dos sons do Parque da Belavista; os prenúncios dos Santos Populares, com manjericos, cravos e quadras a Santo António e uma esperança enorme nas alegrias que a nossa selecção nos voltará a dar neste campeonato. Tudo isto bem temperado com os diferentes idiomas dos estrangeiros que enchiam o Chiado e com o olhar longínquo e profético de Fernando Pessoa numa bem conseguida estátua que convive connosco, na esplanada da Brasileira
Foi assim que eu vi a minha cidade, de verde e vermelho vestida!
Lá fui eu e… tive alguma sorte.
Enquanto esperava pelo metro, uma jovem perguntou-me se estava na direcção correcta para ir para Sta Apolónia. Disse-lhe que sim. Entretanto, eu que também não sou de dar conversa a quem não conheço, vi-me obrigada a conversar um pouco. Era uma jovem jornalista estagiária que escrevinhava num bloco negro da Moleskine. Entrámos na carruagem, sentou-se a meu lado abriu o caderninho e relançou-se na escrita, enquanto me contava que tomava notas para uma reportagem que teria de redigir e enviar para um jornal de província. O assunto era o ambiente de Lisboa, neste fim de semana… E falou-me dos vários festivais de música, dos quais destacou o Rock in Rio, do início dos jogos do Europeu, das Festas da Cidade… lembrei-lhe ainda os muitos turistas que invadem sempre Lisboa por esta altura e os diferentes protestos, mais ou menos barulhentos, que se fizeram ouvir um pouco por toda a cidade.
A sorrir, decidi confessar-lhe que também iria escrever este fim de semana sobre Lisboa… era uma «bloguista»… Ela entendeu que eu seria do Bloco de Esquerda, uma «bloquista». Quando entendeu a confusão que tinha feito, estávamos a chegar ao meu destino. Despedimo-nos a rir e desejei-lhe boa sorte no trabalho jornalístico. Garantiu-me que havia de me fazer uma referência no seu artigo, pela amabilidade com que a ajudara…
Andei pela Baixa bastante tempo. Estava um dia alegre, uma brisa fresca cortava o calor, que finalmente apareceu, e apetecia viver a cidade, até as pessoas estavam mais felizes! Lisboa virou cosmopolita mas os lisboetas deixaram de fruir o encanto da parte velha da cidade porque se habituaram a conviver noutros espaços mais modernos, como o parque das Nações e os grandes centros comerciais. Mas, ontem, a cidade estava diferente. Parecia que as pessoas tinham descido para ver o rio!
Na verdade, o que encontrei, na velha zona da Baixa, alegremente colorida, foram os resquícios do Rock in Rio, com muitos jovens ainda adormecidos e um tanto zonzos, certamente com o efeito dos sons do Parque da Belavista; os prenúncios dos Santos Populares, com manjericos, cravos e quadras a Santo António e uma esperança enorme nas alegrias que a nossa selecção nos voltará a dar neste campeonato. Tudo isto bem temperado com os diferentes idiomas dos estrangeiros que enchiam o Chiado e com o olhar longínquo e profético de Fernando Pessoa numa bem conseguida estátua que convive connosco, na esplanada da Brasileira
Foi assim que eu vi a minha cidade, de verde e vermelho vestida!
2 comentários:
Ontem vi o povo sorrir!! Ser preciso o futebol para isso! Mas eu sorri também (eh!eh!),pq. esta pessoa tão importante para mim,falou mesmo, com quem ñ conhecia.Excelente! O que viste foi muito bonito e nós só agradecemos!isa
É interessante ver que todos lembram as cores da bandeira e fazem questão em ostentar o "orgulho nacional". Pena que se veja isso pouco mais do que em relação ao desporto. Nas outras situações, somos os primeiros a deitar abaixo, a mostrar uma falta de autoestima e de orgulho construtivo que é desesperante. É o "fado" ... mas não gosto.
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