Porque hoje é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, pensei que seria oportuno relembrar aqui um poema do nosso grande e sempre actual Poeta, convidando todos à reflexão:
Perdigão perdeu a pena
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.
Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.
Perdigão perdeu a pena
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.
Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.
4 comentários:
A beleza da Lírica do nosso Camões, tão rica!! A escolha foi muito feliz: 1º- ñ é das mais conecidas; 2º-tem a ver ñ só com a "inquietação" dele, mas com a nossa, tb. Mto feliz este poste! isa
Muito oportuno!
Abraço português
Digo como a "rosa dos ventos", " muito oportuno" o poema ... Quantos " Perdigões" a "perder a pena" ...
A imagem é magnífica. Parabéns à artista Lis.Adivinho o gozo que lhe dão estes truques. Bjo
cuide-se quem (como Perdigão) perdeu a pena. Mais "achas na fogueira" de nada servem para recuperá-la. A questão é saber qual o modo mais correcto de reiniciar o voo sem se "queimar".gostei. Há quanto tempo não ouvia falar deste poema! Abraço.
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