quinta-feira, 24 de julho de 2008

EU

Eu sou a que no mundo anda perdida
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte
Sou a crucificada…a dolorida…

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!

Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…

Sou talvez a visão que alguém sonhou.
Alguém que veio ao mundo para me ver
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca

5 comentários:

ZIA disse...

Emociono-me sempre muito ao ler Florbela e foi muito bom teres trazido hoje este soneto, ilustrado pelo teu quadro de que tanto gosto!
Vai-nos trazendo mais poesia e mais pinturas tuas, sim?
Jinhos
ZIA

goiaba disse...

Já passaram uns anitos sobre as tuas esposições inspiradas na Florbela. Gostei desta escolha - do quadro e do poema. Mas aguardo os TEUS poemas e mais pintura.
Bjinhos vizinha

Anónimo disse...

Lindo poema de Florbela Espanca, talvez seja isso, que não se tenha sido encontrado por o que es+perávamos ser encontrados. Encontrámos, no entanto, outras coisas, que não esperávamos!
Abracinho.

Rosa dos Ventos disse...

Tenho sempre os sonetos de Florbela perto de mim!

Abraço

Anónimo disse...

Sabem,o quadro de Florbela Espanca
é tão "forte",para mim, q.desde que o vi, é sempre ele q. me vem à ideia,ao falar dessa Poetisa.
Sério!Sei q. ñ se dirá "forte", mas quem me conhece sabe o q.quero dizer! Abraços.
isa.