sexta-feira, 8 de agosto de 2008

AINDA A SERRA DE MONTEJUNTO


De Lisboa chega-se à Serra de Montejunto pela A1, saindo em “Aveiras de Cima” ou pela A8, com saída no Bombarral e seguindo depois em direcção ao Cadaval.
A Serra faz parte do Maciço Calcário Central da Estremadura, tem aproximadamente 666 m e é o miradouro natural mais alto de toda a Estremadura. Do topo, vêem-se as Berlengas e o Sítio da Nazaré (a oeste), a Serra de Sintra (a sul) e as Lezírias do Tejo (a sudeste). Esteve coberta por uma mata densa, sobretudo de Azinheiras e Carvalhos (carrascos), mas os incêndios dos últimos 15 anos e a plantação de eucaliptos têm degradado a paisagem. No Parque, junto à Fábrica de Gelo, estivemos num pequeno bosque muito agradável, com carrascos, azinheiras, loureiros, aroeiras, … e muitos fetos e heras.
Na subida para a Serra, passa-se pela aldeia de Pragança que, diz-se, forneceu a maior parte dos operários para a construção e manutenção da REAL FÁBRICA DE GELO. Uma história conta que o encarregado da fábrica quando, de madrugada, verificava a formação do gelo e lhe parecia estar em condições de ser transportado para os silos, galopava até à encosta virada para a aldeia, tocava uma corneta e os operários subiam para o trabalho de transporte e armazenamento do gelo nos silos.
Na aldeia também existe um castro, “ O castro de Pragança”, conhecido desde o séc.XIX. Aí se descobriu um tesouro de jóias da Idade do Ferro que está exposto no Museu de Arqueologia de Lisboa.

No alto da Serra podem ver-se as ruínas do Convento dos Dominicanos de Portugal (é o primeiro convento da Ordem), fundado por D. Frei Soeiro Viegas no séc. XIII e abandonado depois da sua morte, “devido aos rigores do clima”.
Muito perto, ergue-se a Capela de Nossa Senhora das Neves (séc.XIII), que foi um dos santuários mais importantes do País e é, ainda hoje, local de várias peregrinações anuais. Os dominicanos foram, enquanto estiveram no local, os capelães da Igreja e os responsáveis pela sua construção.
Soubemos que na Serra há também muitas cavernas onde foram encontrados vestígios de uma fauna e flora já extintas.
Ainda no topo, há uma Central de Comunicações e um Centro de Meteorologia.


Todas estas informações se podem encontrar no “Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto”, junto ao Parque de merendas e do que resta da Real Fábrica de Gelo.

Nota: no relato de ontem esqueci de dizer que o gelo fornecido a Lisboa, era consumido não só na corte e nas casas fidalgas, mas servido em alguns cafés, entre eles o “Martinho da Arcada”.

1 comentário:

Anónimo disse...

A história fascina-me!!Aprende-se muito.Hoje acho k o meu Pai estava certo.Um dia,teria eu 5 anitos e vi-o de lápis na mão, copiando uma palavra."O que está a fazer?"
"o seu Papá está a estudar". Foi a resposta. Sei k pensei:até tão grande?! Sim.Ainda bem k se aprende sempre.Obrigada. Bjo.
isa.