Grandeza e embuste? Miséria e resignação? Patriotismo e doutrinação?
A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos foi, com certeza, grandiosa, esmagadora . Mas, por dois pequenos exemplos, desnecessariamente pomposa e embusteira. Não me lembro dos espectáculos de abertura de Jogos anteriores e, se calhar, também nos brindaram com alguns truques.
Neste caso, um “inofensivo” e que prova a capacidade técnica dos envolvidos : muitas das imagens de fogo-de-artifício que encheram os ecrãs foram simulações de computador. Grave, para mim, foi a menina que no início da cerimónia emprestou a sua graciosa figura à melodia tão bem cantada por outra criança, Yang Peiyi, menos televisiva ou menos bem nascida. Essa, sim, merece que se divulgue a fotografia.
Mas por trás de tanta encenação e desejo de mostrar ao Mundo um país tecnologicamente desenvolvido e poderoso, há a outra China, da qual fazem parte os 150 mil desalojados de Pequim, os 1,25 milhões de outros transferidos compulsivamente da capital, os que permanecem excluídos e sem direito a educação e apoio porque emigram dos campos para as cidades, os milhares que vivem nas zonas rurais em condições miseráveis, …
Impressionou-me um apontamento deixado por um jornalista, em Pequim.
Foi convidado a entrar na casa de uma chinesa, “num dos mais antigos hutongs de Pequim” , a pouca distância da avenida principal da cidade : uma construção térrea, de 13m2, com porta de madeira e janela coberta com uma rede de arame. Diz o jornalista :” Não seria melhor o Governo investir parte do dinheiro gasto nos Jogos Olímpicos, a melhorar esta e outras casas?”.
Responde a senhora: “ Não, não, não. A China teve, durante mais de 100 anos, uma má reputação no mundo. Está na hora de mudar isso. Temos de mostrar a todos a força e o poder deste país. A minha casa pode esperar”.
É a esta forma de estar que se aplica a expressão “ o povo chinês é paciente, aguenta tudo” ? Um misto de confucionismo, marxismo, medo, fidelidade ao país? Um ideólogo chinês esclarece que “paciência não é resignação, paciência é saber esperar” . Acredito. É essa capacidade de esperar pacientemente pelas oportunidades, cansando interlocutores até que cedam por exaustão que me faz temer os avanços da China no Continente Europeu e Africano e a grandiosidade dos Jogos Olímpicos.
A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos foi, com certeza, grandiosa, esmagadora . Mas, por dois pequenos exemplos, desnecessariamente pomposa e embusteira. Não me lembro dos espectáculos de abertura de Jogos anteriores e, se calhar, também nos brindaram com alguns truques.
Neste caso, um “inofensivo” e que prova a capacidade técnica dos envolvidos : muitas das imagens de fogo-de-artifício que encheram os ecrãs foram simulações de computador. Grave, para mim, foi a menina que no início da cerimónia emprestou a sua graciosa figura à melodia tão bem cantada por outra criança, Yang Peiyi, menos televisiva ou menos bem nascida. Essa, sim, merece que se divulgue a fotografia.
Mas por trás de tanta encenação e desejo de mostrar ao Mundo um país tecnologicamente desenvolvido e poderoso, há a outra China, da qual fazem parte os 150 mil desalojados de Pequim, os 1,25 milhões de outros transferidos compulsivamente da capital, os que permanecem excluídos e sem direito a educação e apoio porque emigram dos campos para as cidades, os milhares que vivem nas zonas rurais em condições miseráveis, …
Impressionou-me um apontamento deixado por um jornalista, em Pequim.
Foi convidado a entrar na casa de uma chinesa, “num dos mais antigos hutongs de Pequim” , a pouca distância da avenida principal da cidade : uma construção térrea, de 13m2, com porta de madeira e janela coberta com uma rede de arame. Diz o jornalista :” Não seria melhor o Governo investir parte do dinheiro gasto nos Jogos Olímpicos, a melhorar esta e outras casas?”.
Responde a senhora: “ Não, não, não. A China teve, durante mais de 100 anos, uma má reputação no mundo. Está na hora de mudar isso. Temos de mostrar a todos a força e o poder deste país. A minha casa pode esperar”.
É a esta forma de estar que se aplica a expressão “ o povo chinês é paciente, aguenta tudo” ? Um misto de confucionismo, marxismo, medo, fidelidade ao país? Um ideólogo chinês esclarece que “paciência não é resignação, paciência é saber esperar” . Acredito. É essa capacidade de esperar pacientemente pelas oportunidades, cansando interlocutores até que cedam por exaustão que me faz temer os avanços da China no Continente Europeu e Africano e a grandiosidade dos Jogos Olímpicos.
1 comentário:
Curiosamente ouvi o mesmo.Tenho alguma dificuldade em entender certas coisas.Mas é um mundo bem diferente,k respeito e admiro em alguns aspectos. Fiquei mto feliz com a medalha de ouro.Ñ por Portugal.Nada mesmo! Mas pelo jovem atleta,brioso,humilde,de sorriso de menino.Lindo k é!!Por ele sim!!Fiquei orgulhosa.Bjo.
isa.
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