

Não é uma planta bonita mas esmaga pela sua imponência. As que vi não tinham mais de 1m de diâmetro e talvez meio metro ou menos de altura mas há-as com mais de 1m de altura e mais de 4m de diâmetro. Diz-se que nos caules destas grandes plantas se pode esconder um homem … Será? Diz-se também que em Angola foram mais preservadas do que na Namíbia porque o medo das minas afastou as pessoas do deserto.
A estrutura da planta faz parte do seu fascínio: só tem duas folhas que crescem continuamente de um caule que se vai contorcendo provocando o rasgar das folhas, que, com o crescimento, também se vão esfarrapando – por isso parecem muitas folhas.
Os botânicos incluem-nas num ramo de transição entre as plantas sem flor para as plantas com flor mas as suas “flores” que ainda não são flores têm já estruturas masculinas ou femininas (em plantas distintas). Para atingirem as dimensões que se conhecem, têm uma vida longa – diz-se que as há com 2000 anos. No deserto de Moçâmedes os boschimanes diziam que as maiores tinham 1000 anos …
Muitas pessoas pensam que a Welwitschia por viver no deserto, deve ter folhas carnudas para armazenar água. Nada disso. São plantas que não resistem à seca … Por isso os desertos em que aparecem (Angola e Namíbia) estão junto à costa e as folhas têm estruturas que absorvem a água que se condensa, vinda nos nevoeiros marítimos. E a adaptação é tão perfeita que essas estruturas (estomas), que normalmente só existem na página inferior das folhas, também se desenvolveram na página superior.
Tenho um respeito profundo por estas plantas e acho que nelas está uma parte da minha alma … Não sei porquê. São sentires.
Nota: um caule de welwitschia, seco e envernizado.