quinta-feira, 1 de maio de 2008

QUE ESPIGA!

Que maçada! Que contratempo! Que espiga!
Vem isto a propósito de hoje, dia da espiga, não ter conseguido arranjar o habitual raminho que assinala o dia e garante um ano inteiro de pão, de abundância, de paz, de alegria e de luz.
Coincidiu a data com a celebração do Dia do Trabalhador. Tudo esteve fechado na minha zona e não se vislumbraram as vendedeiras com cestas coloridas, cheias de raminhos. Nem sequer tive hipótese de fazer, eu própria, um ramo.
O campo, que se estendia à frente da minha casa e por onde se viam papoilas e espigas, rasgou-se numa ampla avenida com palmeiras e o matagal virou urbanização luxuosa em fase de acabamento.
Monsanto fica aqui tão perto mas não tem todos esses elementos – os malmequeres brancos, os amarelos, as papoilas, as espigas, os raminhos de oliveira, tudo o que tradicionalmente se junta, em número impar, soube-o há pouco, para compor o ramo que, segundo consta nasceu de um ritual cristão e representava a bênção aos primeiros frutos.
Desde que me recordo como gente que essa era uma das tradições da família e eu tenho conseguido mantê-la, graças a mão amiga que me traz o raminho ou, então, quando calha a mim, comprá-lo na 5ª feira da Ascensão, no mercado. Resta-me procurar encontrar algum amanhã…
Entretanto e, enquanto olho o ramo do ano passado, as cores já esmorecidas, vem-me à lembrança a velha cozinha da casa dos nossos pais onde, por detrás da porta, se pendurava o viçoso ramo da espiga junto a uma ferradura, símbolo de felicidade e sorte, que segundo a minha mãe já teria vindo da casa da rua da Palmeira. Aí se cumpriam todas ou quase todas as tradições familiares a que sempre fiquei muito ligada.
Um dia, e à medida que as ocasiões mas façam reavivar, contarei alguns desses costumes, sem saudosismos mas com a certeza de que foram momentos muito vividos s felizes!

Já agora, e para quem aprecie algum revivalismo e ainda não conheça, aqui fica a indicação da «Vida Portuguesa», loja situada na rua Anchieta, ao Chiado, onde desde 2004, com bastante saber e emoção, estão reunido muitos dos produtos e marcas portuguesas que fizeram as delícias das nossas mães e avós. Visitem-na! O próprio edifício merece a nossa atenção e leva-nos a uma agradável viagem pelo tempo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Também todos os anos compro um "ramo de espiga".Penso que ainda ñ foi.Será na próxima 5ª?

Anónimo disse...

Desculpem...disse mal!! Foi, na verdadeno dia 1/5. Também ñ comprei.Faço questão de manter as tradições, pq. gosto mto. Fiquei sem ela..nada vi nas ruas. Paciência. Estaremos mais atentas,no próximo ano.