Nunca fui muito a favor das celebrações dos dias disto e daquilo mas reconheço que têm, em mim uma virtude, a de me evocarem pessoas que, de uma forma ou outra, me marcaram.
Por isso, hoje trago, aqui, num flash, o meu obrigada a três enfermeiros especiais:
- O Sr. Moreira, um homem muito competente, interessante e imponente que deu injecções a toda a família durante anos, quase até falecer. Era uma figura muito delicada que, invariavelmente, nos pedia licença antes de nos destapar para a picadela. E com que carinho me dizia, nas minhas constantes anginas: «Então, menina G…., outra vez doentinha, sem ir à escola?». E lá me contava uma historieta para me entreter e me suavizar as dores…
- O Sr. Fragata, enfermeiro negro de Sá da Bandeira, impecável numa farda imaculadamente branca, com uma maleta arredondada que abria com muita mestria e donde saíam as seringas, os algodões, uma lamparina para a esterilização dos instrumentos e que nos ajudou com uma dedicação enorme a tratar da difteria grave que afectou a minha irmã mais nova. Recordo a preocupação que nos primeiros dias lhe vi no olhar profundo e na expressão grave com que encarava a doença e, depois o sorriso que, aos poucos, se foi desenhando no rosto luzidio, à medida que as injecções, dadas de dia e de noite, foram debelando a febre e a doença vencida.
- A Isabel C., enfermeira obstreta, de Guimarães, que, depois de ter conhecido a minha mãe numa viagem de barco, se tornou amiga da casa e foi, durante anos, confidente e cúmplice dos nossos amores, dos nossos (in)sucessos escolares, das nossas saídas e escapadelas, fora de horas... Tratava a nossa mãe pela «mãezinha de Lisboa» e muito nos ajudou a tratar dos familiares mais velhos.
Os três têm um lugar especial no meu reconhecimento porque neles encontrei traços comuns – a mesma dedicação pelos doentes, o mesmo profissionalismo, a mesma generosidade.
Por isso, hoje trago, aqui, num flash, o meu obrigada a três enfermeiros especiais:
- O Sr. Moreira, um homem muito competente, interessante e imponente que deu injecções a toda a família durante anos, quase até falecer. Era uma figura muito delicada que, invariavelmente, nos pedia licença antes de nos destapar para a picadela. E com que carinho me dizia, nas minhas constantes anginas: «Então, menina G…., outra vez doentinha, sem ir à escola?». E lá me contava uma historieta para me entreter e me suavizar as dores…
- O Sr. Fragata, enfermeiro negro de Sá da Bandeira, impecável numa farda imaculadamente branca, com uma maleta arredondada que abria com muita mestria e donde saíam as seringas, os algodões, uma lamparina para a esterilização dos instrumentos e que nos ajudou com uma dedicação enorme a tratar da difteria grave que afectou a minha irmã mais nova. Recordo a preocupação que nos primeiros dias lhe vi no olhar profundo e na expressão grave com que encarava a doença e, depois o sorriso que, aos poucos, se foi desenhando no rosto luzidio, à medida que as injecções, dadas de dia e de noite, foram debelando a febre e a doença vencida.
- A Isabel C., enfermeira obstreta, de Guimarães, que, depois de ter conhecido a minha mãe numa viagem de barco, se tornou amiga da casa e foi, durante anos, confidente e cúmplice dos nossos amores, dos nossos (in)sucessos escolares, das nossas saídas e escapadelas, fora de horas... Tratava a nossa mãe pela «mãezinha de Lisboa» e muito nos ajudou a tratar dos familiares mais velhos.
Os três têm um lugar especial no meu reconhecimento porque neles encontrei traços comuns – a mesma dedicação pelos doentes, o mesmo profissionalismo, a mesma generosidade.
4 comentários:
Como eles marcaram as nossas vidas, com a ternura, a Amizade que líamos,no olhar e nas atitudes.A ternura que dedicavam a todos os que AMAMOS!! Gente, Gente, com maíuscula,que continua connosco!! Que bom vê-los, lembrados por ti,aqui. Jinhos, "mina mana". isa
E o Senhor Russo!!
Tens razão...foi um pequeno lapso da G. O teu Avô vinha, de propósito, ao Lumiar, para ser tratado,melhor,para q. fosse ele a tirar-lhe o sangue para as análises.Já se reformou há muito.Quando vos levava para fazerem análises pedia sempre q. fosse ele.Bjos.
Teve toda a razão Pohzumano na chamada de atenção. Obrigada!
Aqui fica um reparo e mais uma memória, ao evocar o Sr. Russo, o único enfermeiro a quem entregávamos as nossas veias, umas mais difíceis do que outras, sem medo, o que realmente nos fazia deslocar, em jejeum, até ao Lumiar para que fosse ele a tirar-nos o sangue para as análises. Mais um conhecimento que os pais trouxeram de África e a quem devemos muito.
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